Amnésia - em hiatus escrita por Kaah


Capítulo 3
Capítulo 2 - Saiu no jornal.


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha mais um capitulo pronto, então decidi postar, pra não demorar muito. (:
Espero que gostem e boa leitura.



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Acordei com o sol batendo no meu rosto, acho que realmente dormi o dia inteiro. Logo eu, que dizia não querer dormir. Estou debilitado e preciso dormir para me recuperar. Sorrio com essa desculpa e abro os olhos aos poucos, a luz me cegando novamente. Vejo que abriram uma janela, por isso essa claridade toda. Sento na cama devagar, com a cabeça ainda girando e tento lembrar algo, nem que seja um nome ou até mesmo um rosto, mas nada me vem à mente. Não sei nem como sou, pois não encontrei um espelho ou algo parecido, passo a mão no rosto e noto um começo de barba. Alguém deve ter me barbeado esse tempo em que fiquei em coma. Rio novamente, eu estou com amnésia e preocupado com quem fez a minha barba. Pelo menos o senso de humor ainda está vivo.

Ethan Carter, esse é o meu nome. Tudo bem, já é um começo. Preciso ver minhas coisas, talvez eu lembre de algo, quem sabe um telefone, uma foto? Sim, todos levam uma foto da família em suas carteiras não é mesmo?! Sou arrancado de meu devaneio quando escuto alguém falar comigo.

– Que bom que está acordado Sr. Carter. Fico muito feliz em vê-lo assim. – Sorrio para ela, todos sabem quem sou e eu aqui, pregado a uma cama, sem ao menos saber como sou. Leio em seu crachá Lilith e peço sem rodeios.

– Lilith, certo?! Por favor, você poderia me arrumar um espelho, se não for pedir muito. – Ela sorri e vai em direção a outra porta, acredito que seja o banheiro e volta com um espelho de mão e me entrega sorrindo. Pego o espelho de sua mão e vejo um homem abatido, de cabelos negros revoltos, olhos verdes e a pele branca como a de um fantasma. Fico me admirando por algum tempo até escutar a voz de Lilith novamente.

– Então é mesmo verdade. – A olho sem entender e ela logo explica. – A noticia correu pelo hospital inteiro senhor. Que você acordou e está com amnésia, é uma lástima, sim é. Uma pessoa tão jovem e tão bonita como você estar desse jeito. Mas acredito que Deus tenha um plano para todos nós. – Ela continuou falando e falando. Lilith é nova, tem olhos castanhos e cabelos loiros cacheados, parece uma boneca, mas fala de mais. Chamou-me de bonito e nem ruborizou.

– Então quer dizer que todos sabem que acordei? – Perguntei quando ela parou de tagarelar.

– Claro senhor, uma noticia assim corre rápido e todos diziam hoje de manhã, principalmente as mulheres “você viu? O homem misterioso e bonito do quarto 23 finalmente acordou, mas parece estar com amnésia, é uma pena.” Desculpe falar tanto senhor, vim aqui dar seu almoço e fico aqui tagarelando sem parar. – Espera, almoço? Já passava do meio dia? – Aqui está, uma comida horrível de hospital saindo. – Fez uma careta, mas logo após deu um sorriso, o que me contagiou. – Não vou falar que o gosto é melhor que o cheiro, pois não é. Mas ajuda a melhorar num nível espantoso. – e então ela colocou uma bandeja com um prato contendo alguma espécie de sopa, suco de laranja e uma maçã cortada em pedaços.

– Obrigada Lilith.

– Precisa de algo mais?

– Não, obrigada.

– Tudo bem então, voltarei daqui a pouco para recolher a bandeja. – Concordo e começo a comer, ela estava errada, o gosto não era tão ruim, ok, talvez um pouco. Não nego que preferia estar comendo algo mais substancial, mas é o que tinha para hoje. Terminei de comer e com algum esforço deixei a bandeja em uma mesa que tinha ao lado da cama. Minutos mais tarde ouço a porta se abrindo novamente, era Lilith.

– Vejo que conseguiu comer senhor Carter, meus parabéns. – Bate palmas e ri um pouco.

– Não estava tão ruim assim. – Ela me olhou torto e eu concertei. – Certo, certo. Estava um pouquinho.

– Quem gosta de comida de hospital, não é mesmo?! Bom, eu já vou embora.

– Não, espere, você poderia ficar aqui, pelo menos um pouco. É tão tedioso ficar sozinho, sem o que fazer. – Ela me olhou indecisa, mordendo o lábio inferior, mas finalmente respondeu.

– O senhor está com sorte que daqui a cinco minutos será meu horário de almoço. Só vou tirar a bandeja daqui, espere um momento. – Sorriu novamente, mostrando covinhas e saiu.

Cinco minutos se passaram e nada de Lilith voltar. Cansei de ficar sentado sem o que fazer e decidi levantar e ver o sol da janela. Com alguma dificuldade eu consegui colocar os pés para fora da cama e me preparei para ficar em pé e assim que coloquei os pés descalços no chão, tudo a minha volta começou a girar novamente, perdi o equilíbrio e cai, então ouvi alguém gritando e em seguida correndo em minha direção.

– Senhor Carter, está tudo bem? O senhor não pode fazer isso sozinho, acabou de acordar do coma, esqueceu? Se queria levantar, era só esperar e me pedir que eu ajudaria. – Falou zangada, me levantando com esforço, já que ela era pequena e eu bem maior. Assim que ela conseguiu, me ajudou a deitar novamente. – Não precisa dar uma de machão sabe, todos sabemos que está fraco.

– Mas eu queria ver o sol e você não estava aqui. – Falei emburrado e notei que parecia uma criança, pois Lilith logo voltou a sorrir.

– Certo, se quer tanto isso. – E pegou uma cadeira de rodas e começou a tirar os lençóis de cima de mim. – Sei que não é muito agradável a idéia de andar de cadeira de rodas, mas é bem melhor do que ficar sentado na cama o dia inteiro, pelo menos até se acostumar. – e então chegou mais perto e cochichou. – Eu juro que não conto pra ninguém. – Fiz uma careta e comecei o processo tortuoso de sair da cama novamente, mas dessa vez nada girou. Sentei na cadeira e ela me levou para perto da janela. – Está um dia lindo não é mesmo? – Concordei, fitando o céu azul, com pássaros voando e outros cantando das arvores que tinham ao lado do hospital e pessoas passeando sozinha ou em grupos. – Dizem que dias assim são bons para ficar com a família, fazer piquenique em algum parque, ou até mesmo no quintal das casas. – Ela olhava para algo a sua frente, mas parecia distante.

– Por que fala assim? – Ela pareceu não me ouvir, cutuquei o seu braço então pareceu que ela acordou de algum devaneio.

– Desculpe. – Piscou algumas vezes e olhou para mim novamente. – O que disse?

– Por que fala assim? – Repeti a pergunta e dessa vez pude ver tristeza em seu olhar.

– Não tive família, Sr. Carter. Vivi minha vida inteira em um orfanato.

– Desculpe, não era a minha intenção te deixar assim.

– Tudo bem. Sabe, minha vida não foi tão ruim quanto as pessoas pensam. Tive muitas pessoas me rodeando o tempo todo e mesmo sem família, fui muito feliz lá.

– E então, por que esse olhar distante?

– Todos querem uma família Sr. Carter. O bebê recém nascido precisa ser cuidado, um idoso também. Até os animais precisam de uma família. – Ela é tão nova, mas tão madura. Que o que ela fala assusta. – O senhor também precisa de uma família. – Ela sorri melancólica.

– Acho que o que mais preciso fazer agora é ficar bem, pois eu fiquei em coma esse tempo todo e ninguém da minha família veio me reclamar. Tenho duas opções, ou eles realmente não sabem o que aconteceu ou eu não tenho família.

– Não teria como acontecer algo assim senhor. A notícia do acidente saiu em todos os jornais. Estampou a capa de vários jornais e noticiários de TV, essa noticia foi mostrada mundialmente.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Quero ver os reviews hein.
Não sei quando postarei novamente, pois não tenho mais nenhum capitulo pronto T.T
Então, enquanto isso, se quiserem podem ler outras fics que escrevi.
Obrigada e até a próxima (:



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