Cinco horas antes da Festa.

Depois da aula avistei minha salvadora conversando com o Cody Smith um dos garotos mais populares da escola. Ele se inclinou e deu um beijo na bochecha dela.

_È de se esperar que um anjo como ela não vá dar idéia pra você. _A voz disse em minha cabeça.

_Cala a boca! _Disse em voz baixa para que ninguém escuta-se e pensa-se que eu sou maluco. Nem sei por que ainda me importo com o que pensam de mim?

_Vai ser assim agora? Ela te salvou e você vai me ignorar por ela? Será que não vi o que ela fez?

_E o que ela fez?

_Ela forçou você a viver mais um dia nessa existência inútil onde todos te odeiam. Eu sou seu amigo, eu sim gosto de você. Por isso quero te salvar.

_Você está certo, mas ela não fez por mal, só queria ajudar. _Disse.

_Grande ajuda ela deu. _Irritado ele falou.

_Olha, desculpa! E só que eu não quero que sofra mais por isso pedi para que se mata-se então você seria como eu e nunca mais sofreria. Entende isso, não entende?

_Sim, eu sei que você só quer o meu bem. _Peguei minha bike e sai pedalando em direção a oficina de carros onde trabalho pra conseguir uma graninha pra comida. Pois se não fosse esse emprego já tinha morrido, tudo o que meu pai ganha gasta com bebida. O Jonh sabe disso por isso ele me dar bastante trabalho e pouco dinheiro.

_Está atrasado, menos cinco dólares. _ Jonh disse rindo. Encostei minha bike num canto e joguei minha mochila no chão ao lado e comecei a trabalhar. Ás três horas da tarde já tinha concertado quatro carros. Estou pedalando minha bike na estrada principal vi um BMW preto parado no encostamento. E do lado do carro Cody Smith.

_Ei! _Ele acenou para mim. Parei e fui a seu encontro.

_Será que pode me da uma ajudinha? Sei que você trabalha como mecânico. Eu não entendo nada de concertos só de carros bonitos. _Rindo ele disse.

_Deu pra perceber. _Terminei o concerto depois de 10 minutos.

_Pronto! _Disse limpando as minhas mãos sujas de graça em um pano velho que eu levava dentro da mochila.

_No momento eu não tenho nem uma grana aqui só cartões de créditos a menos que tenha uma maquininha? _Ele sorriu.

_Não, precisa. E não tenho uma maquininha.

_Se quiser, eu vou dar uma festa hoje. Aparece lá. _Ele entrou no carro e foi embora. Em casa assim que abri a porto vi meu pai bêbado dormindo no sofá. A casa está uma sujeira, fui pro meu quarto o único lugar da casa que nesse momento está limpo, joguei a mochila na cama e comecei a arrumar a casa.

_Por que se dar o trabalho de arrumar essa merda de casa? Você sabe que ele irá bagunçá-la de novo. _A voz disse em minha cabeça enquanto eu lavo a louça.

_Por que ainda morro nessa merda de casa. _Respondi irritado.

_Esse porco imundo, tenho tanta vontade de...

_Não faça! _Disse entre os dentes. Depois percebi que tinha falado um pouco alto. Olhei pro sofá ele se mexeu mais continuou roncando.

_Por que não? Ele trata você como se fosse um verme. Te da uma surra sempre que quer e não compra comida. E você ainda quer que ele viva? _ Indignado ele falou.

_O castigo dele é viver. Quero que ele sofra todos os dias de sua inútil vida. _Com raiva disse.

_Deixe então que eu cuide disso pra você, e só pedir?

_Então faça, só não o mate.

_Pode deixar.

Depois de arrumar toda a casa tomei um banho e me deitei na cama escutando os gritos do meu pai da sala. “A voz” ou “ele”, disse que iria da o pior pesadelo da vida dele. No começo achei divertido mais agora estou pensando seriamente teria sido bem melhor ter deixado a voz matar ele. Pelo menos não escutaria ele gritando. Será que o Cody estava convidando o meu anjo pra festa? Acho que vou nessa festa. Levantei-me e comecei a me arrumar.

_Aonde vai? Por acaso não está pensando em ir aquela festa está? _A voz perguntou.

_Acertou.

_Ficou maluco! As pessoas vão te zoar lá.

_Não estou nem ai pra elas, contanto que uma pessoa esteja lá.

_Fala sério! Não me diz que é aquela garota.

_Sim é ela.

_Eu falei pra não dizer. O que você tem na cabeça? Acha que ela gosta de você? Você não é ninguém, é só mais um idiota de quem todos zoam. _Ele gritou em minha cabeça. Coloquei as mãos nos ouvidos.

_Para de gritar!

_Idiota! Babaca! Maluco! Imbecil! Olha só esse nerd! Hahahaha!

_Cala a boca! _Gritei. Então a voz parou.

_Posso até ser tudo isso, e sim todos podem me adiar, mas não irei me matar até que eu tenha uma chance com ela.

_Então ta! Depois não diga que eu não te avisei. _E foi o que eu fiz. Avistei ela sentada em uma das espreguiçadeiras na beira da piscina. Tomei coragem e fui até lá.

_Anjo! _Falei no ouvido dela. Ela abri os olhos me olhando.

_Não está pensando em pular nessa piscina? Pois se estiver vai em frente, não vou te impedir. _ Olhei pra piscina pensando na ideia, mas afastei o pensamento na hora e voltei a olhar os lindos olhos verdes castanhos mel dela. Como ela está linda nesse vestido preto. Me lembrei da respiração baça a boca e falei.

_Se você for me fazer respiração baça a boca de novo. _Ela ficou vermelha igual um tomate. Depois irritada.

_Seu... Seu...

_Shishishi! _Fiz para que ela fica-se calada.

_Qual é o seu nome? _Perguntei.

_Mirela.

_Bonito nome significa “Sabia”.

_Por que queria se matar? _Ela perguntou pensativa.

_È uma longa história. _ Disse abaixando a cabeça, não querendo entrar em detalhes.

_Tudo bem, mas eu ainda quero saber um dia. Vai que eu pulei naquele lago gelado pra salvar um idiota? _Ele olhou pra mim sorrindo e eu retribui o sorriso.

_Quem sabe? _Estendi minha mão pra ela.

_Quer dançar? _Perguntei.

Em quanto dançávamos não podia pensar em mais nada além de “Eu acho que estou apaixonado por ela.” A música acabou mais continuamos dançando então ela me soltou, mas eu não queria que aquele momento acaba-se nunca. Minha vida está uma merda mesmo o que pode piorar? Sem falar que se eu fizer isso e me matar amanhã morrerei feliz. Então segurei a cintura dela a puxando pra mim, fechei meus olhos e a beijei.