Uma bela moça me olhava, atenta e surpresa. Sua pele era branca, como a de um cadáver. Reluzia levemente com a pouca quantidade de luz que entrava pela janela, como um diamante. Seus olhos eram vermelhos como sangue puro, encarando-me com curiosidade. Profundas orelhas arroxeadas marcavam a área ao redor dos seus olhos, quase como a pele de alguém que havia levado um soco recentemente. Seus longos cabelos loiros caiam suavemente em seus ombros, brilhavam como ouro. Era alta, graciosa. Admirei-a: não havia uma sequer imperfeição, no rosto ou no corpo. Ela era eu.

            Saí da frente do espelho transtornada. Eu parecia prestes a chorar, porém não saíam lágrimas. Eu não sentia meu coração bater. De repente, todas as memórias confusas que se misturavam em minha cabeça começaram a se juntar, como pequenas pecinhas de um quebra cabeça enorme. Eu não estava morta. Ou estava? Alguém havia me salvado? Se sim, como?

            - Você me deve uma explicação. – Fitei o jovem homem sentado na cama no quarto. – Eu quero saber o que você fez comigo.

            Carlisle, esse era o nome dele. Tinha cabelos tão loiros quanto o meu. Nosso tom de pele era o mesmo, assim como as marcas roxas embaixo dos olhos. Porém, diferente dos meus, os dele tinham um tom de mel, com as extremidades levemente mais escuras.

            - Rosalie... Agora você é como eu.

            - E o que isso quer dizer?

            - Você é uma vampira.