Booker DeWitt sentia a água bater friamente em seus joelhos. Via várias versões de Elizabeth à sua frente. Aquela que encontrou na torre, aquela depois de matar a mulher Fitzroy, uma mais nova, outra mais velha...

- Nós temos que cortar o mal pela raiz Mr. DeWitt...

Booker entendeu e aceitou, era para Elizabeth não sofrer, era para ele não sofrer.

Sentiu as mãos de Elizabeth segurarem o seu braço e o empurrarem para baixo.

- Espere!

As Elizabeths pararam.

- Será que não dá para mudarmos isso de outra maneira? - Olhava para a Elizabeth do meio - Eu... Eu também quero viver Elizabeth. Sei que tenho meus pecados, quero redimí-los e viver feliz com você. Eu... Eu faço qualquer coisa para que isso seja possível.

As Elizabeths sorriram.

- Eu também quero isso Mr. De... - Ela para a sentença e sorri de canto - Eu também quero isso Booker... 

Elas estão pressionam mais o braço de Booker e ele cede ao peso de seu fardo e se deixa levar para baixo d'água.

Via os rostos das Elizabeths sendo retorcidos pela água, e uma a uma elas foram desaparecendo... Assim como a sua consciência.

-----*-----

Booker está no meio da sala. Ele acorda se susto, no entanto estava de pé. Estaria dormindo acordado? Não via Lutecee e nem Elizabeth apoiada na sua mesa. Então vê a porta.

Ele desesperadamente corre e abre a porta de supetão. 

Havia um berço. E dentro do berço havia um bebê. Ele chegou perto e os grandes olhos azuis o encararam. A bebê solta uma risadinha e levanta os bracinhos para cima.

Booker leva a mão para dentro do berço e segura a mãozinha dentro de sua mão grande.

- Elizabeth... Essa é a nossa segunda chance? - Pergunta emocionado.

- Não fique chamando Anna com o meu nome, ela vai acabar se confundindo quando crescer...

Booker se vira assustado para a porta.

Em pé estava Elizabeth, com seu vestido azul e corset branco apertado. O cabelo curto mexendo levemente e grandes olhos azuis o mirando com diversão. Apesar de ser Elizabeth era um pouco mais velha, havia perdido o ar ingênuo e juvenil. Agora mantinha um olhar vivido, sábio e uma expressão mais madura.

- Elizabeth? É você? É mesmo você? A garota que eu resgatei da torre? - Pergunta Booker transtornado andando em sua direção e tocando em seu rosto para ver se era real.

Elizabeth sente o carinho agradavelmente e roçando mais seu rosto à mão dele.

- Sim e não. Somos eu e você de outra realidade. Uma realidade em que eu sou Elizabeth, e aquela é Anna. - Diz acenando para a bebê - Nessa realidade eu não sou sua filha, mas tenho todas as lembranças do que passamos junto, Mr. Dewitt. - Ela diz o nome dele bem devagar.

- Você? Não é minha filha? Mas, então como você se lembra de tudo, como existe? Eu... Não entendo...

Ela coloca o dedo sob os lábios dele para o calar.

- Shhh. Essa é a nossa segunda chance Booker... Essa foi a única realidade que nos sobrou para viver. Uma realidade feita especialmente para eu e você. Vamos aproveitá-la.

- Então... - Ele olha para a bebê - Anna é minha filha?

Ela faz que sim com a cabeça.

- E... Sua... Também?

Ela sorri largo, com seu sorriso chegando aos olhos. Ela pousa suas duas mãos  no rosto de Booker e o aproxima do seu.

- Eu te amo... Booker. - Então ela fecha o espaço entre eles em um beijo longo e muito desejado. 

Booker a abraça pela cintura a trazendo mais para perto e erguendo-a um pouco do chão. 

Eles se separam e ficam olhando um para o outro. Booker finalmente dá um sorriso feliz desde... acho que posso dizer vários anos...

- Vamos aproveitar nossa segunda chance. 

Booker beija Elizabeth profundamente, vivendo finalmente essa nova realidade.