Its Hard To Say escrita por yunhotothejae
Parte dois.
- Patético, eu sei. – suspirei, desviando o olhar da mesa para Jeff, pela milésima vez em dois minutos, esperando algum tipo de conforto, afinal, amigos servem pra isso... Entretanto, não foi exatamente o que recebi.
- Tem razão, Pierre. – ele resmungou, apoiando os cotovelos na mesa da cafeteria da escola, e o queixo nas mãos. Me olhou sorrateiro e balançou a cabeça em sinal de reprovação. - Você realmente é patético. – finalizou a frase com um sorriso cínico no canto dos lábios.
- Nossa, muito obrigado, Stinco. Era tudo o que eu precisava ouvir no momento. – ironizo, girando os olhos, nada satisfeito com o que acabo de ouvir. Passo a fitar as minhas mãos, que estão entrelaçadas, pousadas em minhas coxas.
- Não seja idiota. Você precisa abrir os olhos, Bouvier. – posso sentir deu olhar de reprovação sobre mim, o que me faz encolher os ombros ao olhar novamente para o careca. Ele respira fundo, se aproximando um pouco mais de mim, parecendo irritado. – Você precisa agir, falar com ele. Não pode passar a vida inteira só olhando.
Abro a boca algumas vezes, pronto para protestar, mas nenhum som é emitido, porque em algum lugar, bem lá no fundo, eu sei que Jeff está certo. Mas claro, falar é fácil. Difícil é fazer.
Quero dizer. Desrosiers não parece o tipo de cara que... Gosta de outros caras.
Certo, quem estou tentando enganar? Ele parece sim. O problema é: Ele não parece do tipo que gosta de caras como [i]eu[/i], e isso é realmente um obstáculo a se vencer, talvez.
Abaixo a cabeça vagarosamente, até que esteja encostada no mármore frio da mesa, batendo a testa ali algumas vezes. Na terceira, com um pouco mais de força do que o planejado.
- Ouch! – exclamo, levantando a cabeça e pousando a mão involuntariamente no local machucado.
Jeff ri alto, trazendo a atenção de algumas pessoas para a nossa mesa, o que tem minha desaprovação. Não gosto muito de chamar atenção... Deu pra perceber, certo?!
- Eu só... Não sei o que dizer. – passo a fazer desenhos imaginários com a ponta do dedo na mesa, às vezes, até anotando algumas coisas inúteis. E na maior parte do tempo, escrevendo o nome que começa com “D” e termina com “avid”.
- Vai por mim. – ele dá alguns tapinhas amigáveis em minhas costas, me obrigando a erguer a cabeça para encará-lo. – Se aproxime dele. Vocês podem ficar amigos, e quem sabe, não rola algo mais, hm?!
Suspiro pesadamente, deixando os ombros caírem.
O simples fato de dizer um ‘oi’ para o garoto, me assombrava a ponto de preferir levar uma surra a me aproximar e tentar algo mais do que uma amizade. Obviamente Jeff está errado. Alguém com o rosto como o de David, nunca iria querer algo com alguém com a mentalidade de alguém como eu.
E aí você me pergunta: “E aquela coisa de que tudo tem uma exceção?”
Bem, eu lhe responderia: “Tudo fruto da sua mente doentia.”
Fim da parte 2
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Obrigada ^^