A Gata Borralheira E O Herdeiro Uchiha - Hiatus escrita por Kriss Chan Dattebayo


Capítulo 5
Capítulo 05 – Amigas... Lembranças e Confirmações


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei! Desculpe-me a demora, mas felizmente consegui postar hoje! Espero que gostem!

Boa leitura!



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Era segunda-feira novamente. Eu permanecia sentada embaixo da árvore na frente do colégio. Depois de meses observando as crianças e adolescentes entrando e saindo daquele prédio estonteante, eu me senti inferior. Eu queria estar lá junto deles. Eu queria estudar, ter um futuro digno. Uma lágrima solitária banhou meu rosto rapidamente sem minha permissão. Por que eu estava chorando? Bem, nem mesmo eu sabia.

- Ei Sakura não chore! – falou alguém próximo de mim. Olhei para cima e avistei a filha da dona da banca de frutas. Ino. – Quero saber o motivo desse choro. E quero saber agora.

- Ino... – murmurei limpando as lágrimas que desciam por meu rosto. – O que faz aqui? Você deveria estar na aula.

- Minha professora ainda não chegou. – resmungou a menina sentando ao meu lado. – Pode ir desembuchando logo que eu não tenho o dia todo. Por que estava chorando?

Dei um mínimo sorriso. Acho que de tudo o que aconteceu comigo, a melhor coisa foi conhecer Ino. Ela sempre tão animada, vívida, cheia de amor próprio e logicamente, rodeada de amigos. Coisas que para mim, eram invejáveis.

- Acho que deve ser por causa da minha situação. – sussurrei baixinho – Acho que tenho inveja de você.

- Inveja? – perguntou a loira confusa. – Como assim? Por que você teria inveja de mim?

- Ah sei lá! – exclamei – Acho que por você sempre ser tão alegre... Por você ter uma família que te ama e principalmente por viver rodeada de amigos.

- Qual é Sakura! – murmurou – Minha vida não é perfeita. A vida de ninguém é. E eu não sou sempre feliz, apenas não quero mostrar um lado frágil na frente dos outros. Não sou feliz, mas sou forte e sempre tento me alegrar.

Olhei para ela. O sorriso antes radiante estava mais encolhido e os olhos confiantes mais neutros. Ela não era exatamente feliz, ela somente fingia. Não sei o porquê disso, mas eu não queria saber. Algo me dizia que o que Ino queria esconder embaixo de um sorriso confiante e animado era algo muito ruim.

- Ino... – chamei-a. – Será que... Eu posso ser sua amiga?

- Hã? – murmurou confusa. – Sakura você já é minha amiga. Disso pode ter certeza.

Sorriu e eu apenas acompanhei abrindo um mínimo sorriso. Nessa hora um grande carro preto parou perto de nós atraindo nossa atenção. Um rapaz moreno de olhos ônix inexpressivo desceu e murmurou algo ao motorista que depois deu partida. Ino e Sakura não puderam evitar olha-lo. Sasuke, com certeza, era o exemplo de perfeição.

- Tenho que ir Sakura. – falou a loira levantando-se – Até meio-dia.

A loira entrou e eu fiquei ali sentada sozinha. Fechei os olhos encostando a cabeça gentilmente na árvore. Lembrei-me de tudo o que havia me acontecido. Eu não queria isso, mas a vida me forçou a escolher a rua ao invés de um local onde eu via crianças sendo maltratadas todos os dias.

Quanto tempo eu não passei dormindo no chão ao lado das inúmeras tocas de ratazanas e sentindo o frio do inverno tocar-me a pele. Perdi a conta de quantas vezes eu adoeci imersa na sujeira e o pior, ao lembrar-me das inúmeras bofetadas que recebia das mulheres que deveriam cuidar de mim, sentia o rosto arder. Elas sempre batiam mais forte no rosto.

Imaginei se talvez tivesse sido diferente se alguma boa família tivesse me adotado. Será que eu poderia dizer que seria feliz? Será que realmente eu seria feliz? Talvez minha vida estivesse diferente. Eu poderia estar na escola, poderia ter amizades, poderia ser feliz. Quem sabe, eu até pudesse realizar meu sonho de ser médica. Mas não. Eu moro na rua sozinha. Sofro, mas sofro menos do que se permanecesse naquele local inóspito. Quando eu percebi, já havia adormecido.

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A aula passou rápida. Aquele tão sonhado intervalo não ocorreu e o menino Uchiha só pode-se ver livre daquela sala no fim da manhã. O relógio no alto da sala marcava meio-dia em ponto e ele mal podia aguentar a expectativa de vê-la ali fora sentada perto da árvore como sempre. Agora que ele sabia que ela era aquela garotinha de anos atrás ele podia sentir-se diferente. O estômago revirava de nervosismo e as mãos suavam frio, porém o rosto permanecia neutro. Ele não poderia dar bandeira desse jeito.

Caminhou vagarosamente rumo a saída. Um loiro, ao qual chamava de melhor amigo, seguia falando alguma atrocidade sobre os últimos jogos de futebol da copa do mundo. Ele revirou os olhos lentamente. Algumas vezes aqueles baka falava demais.

Despediu-se do loiro no portão da escola quando ele ia para perto da namorada, uma morena de olhos perolados, filha de um dos grandes empresários de todo o país. Sasuke pode então avistar a rosada sentada calma sob a copa das árvores. Ela mordiscava alguns biscoitos de sal e bebericava um copo de água. Não evitou um mínimo sorriso de canto ao vê-la sorrir na direção do moreno.

Tornou a caminhar, dessa vez de forma mais rápida. Parou em pé na frente da rosada que olhou sorridente para ele. Ele tinha que admitir. A rosada lhe dava uma tranquilidade incontável. Sentou-se ao lado dela.

- Olá. – murmurou a garota após terminar de comer um biscoito e depois ofereceu a ele. – Aceita?

- Não obrigado. – respondeu. – Já almocei.

- Almoçou? – perguntou curiosa. – Mas você não estava apenas na aula?

- Temos horário de almoço. – explicou – Quinze minutos antes da última aula. Você saberia se fosse estudar comigo.

- Não posso pagar. – respondeu mostrando os bolsos vazios com um sorriso sapeca. – Esqueceu que sou uma sem-teto?

Ele sorriu acompanhado dela. Quem conhecesse o Uchiha caçula sério e de poucos amigos, não iria acreditar que ele sorria abertamente na presença desta garota. Algo que ninguém acreditaria. Cerca de quinze minutos se passaram até que a rosada finalmente tomou coragem e perguntou.

- Seu irmão não virá te buscar?

- Não. – respondeu – Eu vou só mais tarde para casa. Ainda tenho que ir à casa do dobe.

- Atah! – exclamou Sakura que a essa hora já guardava as coisas na pequena sacola. – Eu tenho que ir agora.

- Pra onde?

- Trabalhar. – respondeu – Tenho que procurar papelão, latinhas de refrigerante e sacolas plásticas para trocar no centro de reciclagem antes que os outros achem.

- Eu... – murmurou baixo, mas a rosada ouviu e começou a prestar atenção. – Eu posso ir com você?

- Acho melhor não Sasuke. – falou – Essa não é sua vida. E eu não sei se é uma boa ideia.

- Por quê?

- Deixa pra lá. – suspirou – Pode vir se quiser, mas vou logo avisando que o trabalho é duro e não terei muito tempo de conversar.

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Eu estava na porta da casa olhando a rua quase vazia a não ser por alguns catadores de rua que fazia os últimos recolhimentos do dia. Achei estranho a Sakura não ter aparecido ainda, pois ela sempre vinha cedo e começava a pegar latinhas e caixas de papelão. Dei de ombros, talvez ela não tivesse vindo para cá hoje.

Minha mãe terminava de tirar as coisas da barraquinha. Era feirante e o pouco que conseguia na venda de frutas e verduras já ajudava. Meu pai era bibliotecário do outro lado da cidade. Ele saia de casa às sete e meia da manhã e só voltada perto das dez da noite. Mas o salário dele pagava minha escola, que segundo minha mãe, era o melhor investimento que ela vem fazendo desde que nasci.

Pude avistar uma cabeleira rosa vindo à minha direção. Era a Sakura e ela sorria ao lado de um moreno alto e de olhos ônix. Fechei a cara no mesmo instante. O que ela fazia ao lado dele?

- Ino! – gritou ao se aproximar de mim soltando a sacola cheia no chão. – Que bom que está aqui. Olha só, o Sasuke me ajudou muito hoje e eu conseguir catar mais do que em todos os outros dias.

- Percebi. – murmurei – Oi Sasuke. – falei olhando para o moreno na minha frente. – Desde quando se conhecem?

- Não faz muito tempo. – respondeu Sakura. – Nem uma semana direito.

Morria de inveja e raiva por dentro. Eu conhecia o Sasuke a quase dois anos e nunca o fiz sorrir daquele jeito de maneira nenhuma, pra falar a verdade eu nunca vi ele sorrindo até agora.

- E por que ele te ajudou a catar as latinhas se vocês se conhecem a menos de uma semana? – perguntei, eu ainda estava confusa.

- Isso, bem... – ela ia responder, mas Sasuke a cortou.

- Por que eu quis. – respondeu. – Pra falar a verdade eu conheço a Sakura há um tempo. Não pessoalmente, mas já tinha visto ela antes.

Olhei confusa e Sakura também pelo visto. Acho que nem ela mesma sabia do que ele estava falando.

- Como... Como assim? – perguntou Sakura tirando a pergunta de minha boca. – Que história é essa?

- A primeira vez que te vi você estava correndo para dentro de uma casa bonita e grande. – respondeu e eu franzi o cenho novamente. – Eu não deveria ter mais de oito anos, mas o cabelo rosa não é algo natural de se ver.

- Sasuke... – sussurrou Sakura, ela pareceu confusa por alguns instantes. Mas de um momento ao outro arregalou os olhos surpresa. – A borboleta. A borboleta azul.

- Que borboleta? – perguntei, mas ela não prestou atenção.

- Você é o garoto do carro daquele dia. – resmungou a rosada. – Você é o garoto que eu vi depois de ver a borboleta azul, no dia que meus pais morreram.


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Notas finais do capítulo

Mil desculpas novamente, mas acho que o próximo capítulo só sairá depois do ENEM!!! Beijos!



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