Por Toda A Eternidade escrita por Snapette


Capítulo 11
Capítulo 11 - Troca de elogios


Notas iniciais do capítulo

oi, um prêmio p vcs
tuitem a fic com #PorTodaAEternidadeBarnalia
bj



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/395169/chapter/11

Julia e George já estavam do lado de fora do bar, quando ele falou:
- Aonde você mora? 
A médica apontou para a mansão.
- Ah, então você é a médica da família Collins?
- Sou - Julia respondeu - Há três anos. Fui chamada para cuidar do mais novo, o David.
- Ele é louco? - George perguntou
- Não, ele é um bom menino. Ele perdeu a mãe muito novo e...
- Chamaram uma mãe substituta.
Julia riu. Os dois começaram a caminhar pelas ruas.
- Na verdade - disse a médica - Ele me disse uma vez que gostaria que eu fosse a mãe dele. Foi engraçado porque eu estava com um copo de licor na mão e bem, se ele fosse completamente são não gostaria que uma alcoólatra fosse sua mãe.
- Faz sentido.
Julia sorriu. Foi quando se deu conta do horário.
- Que horas são?
- Meia-noite e quinze - George respondeu
Julia suspirou.
- Eu tenho que ir, me desculpe George. - e se virou para sair, mas ele segurou o braço da médica.
- Vamos nos encontrar de novo?
Julia ponderou e sorriu para ele. Sorriu de um jeito que não fazia para ninguém exceto, talvez, Barnabas.
- Talvez. Até mais
E foi encontrar com Carolyn. A médica abriu o carro e entrou, foi quando viu Carolyn mais a frente. Ela conversava com um menino alto e moreno. Julia logo percebeu o porque a menina fez tanta questão de vir a esse passeio.
A ruiva ficou esperando no carro até a adolescente notá-la e se despedir. Carolyn andou rapidamente até o carro e entrou.
- E então, como foi? - perguntou Julia
- Foi ótimo - a menina respondeu
Julia ligou o carro e começou a voltar para Collinwood.
- Quem era o menino que você estava conversando? - a médica não conseguiu conter a curiosidade
- Um amigo meu.
A ruiva soltou um sorriso malicioso.
- Amigo - ela riu-se
Carolyn tentou esconder a vergonha e ficou olhando para a estrada.
- Sua mãe sabe desse seu amigo?
A menina suspirou e balançou a cabeça, dizendo que não.
- Ah, e Julia...Por favor, não conta pra ela.
- Não vou contar.
As duas permaneceram em silêncio o resto do caminho, porque sabiam que quanto mais se aproximavam da mansão, mais perto estariam da bronca de Elizabeth. E Julia não estava com cabeça para aturar o sermão da matriarca, o olhar desaprovador de Barnabas e o olhar debochado de Jossete. Ela olhou para a menina e percebeu que partilhavam do mesmo sentimento. Nenhuma das duas queria voltar para casa, mas era o único lugar que tinham no mundo.
Assim que chegaram, Julia estacionou o carro e saiu. As duas entraram pela porta da frente e na sala estavam Elizabeth e Barnabas.
A matriarca logo se levantou.
- Julia, o que você estava pensando quando fez isso? Ela não tinha a minha autorização para sair e você a levou nas minhas costas. Você me deixou preocupada a noite inteira e ainda chega tarde. 
A médica não sabia o que dizer. Elizabeth, apesar de estar brava, estava chateada e parecia decepcionada. E Julia se sentia muito mal quando decepcionava alguém. Parecia que ela tinha um certo talento para isso.
- Carolyn vá para o seu quarto. - Elizabeth mandou
A menina abaixou a cabeça, resmungou algumas coisas e foi para o quarto. Julia ficou parada a frente de Elizabeth, ainda sem falar nada.
- Julia - a matriarca começou - Primeiro, me diga como conseguiu a chave do carro.
- Liz, eu...
- Não me chame assim - Elizabeth rosnou - Venha, vamos conversar no quarto. 
Julia olhou para Barnabas, que estava em pé observando tudo, e seguiu Elizabeth.

...

Depois de um sermão enorme, Julia voltou para o seu quarto. Era muita informação para um dia só. A decepção com Barnabas, o encontro com George, o sermão de Elizabeth. E o pior era que Julia precisava conversar de verdade com ela. Precisava contar sobre Barnabas e sobre George, precisava desabafar com alguém. 
Na verdade, Julia nunca foi boa em administrar seus próprios sentimentos. Preferia guardá-los para si, enfrentar todos os temores sozinha era mais fácil. Mas de vez em quando era impossível.

...


No dia seguinte, Julia não compareceu ao café da manhã. Elizabeth foi até o quarto dela. A porta estava destrancada, então a matriarca entrou sem bater. A médica estava sentada na cama, enrolada em várias cobertas, abraçada ao travesseiro e com o olhar vago.
- Julia? - a loira chamou
- Ah, bom dia Liz.
Elizabeth se sentou na cama ao lado dela.
- O que há com você?
Julia suspirou.
- Liz, me perdoe por tudo. Me perdoe por todas as ressacas, me perdoe por ter desafiado você levando a Carolyn, me perdoe por todas as coisas horríveis e por todos os vexames que eu já fiz você passar. Eu só não consigo ficar sozinha.
Elizabeth não conseguia entender o real motivo de tudo isso, mas abraçou a médica. Julia não chorou, mas a tristeza de seus olhos era imensa.
Ela contou a matriarca sobre Barnabas, sobre o que ela viu acontecer. Depois sobre George.
- Você está gostando desse tal de George?
- Não! - Julia exclamou - De jeito nenhum. Eu só acho que ele é um cara interessante.
Liz gargalhou. A ideia de ver Julia pedindo perdão e abrindo o coração era estranha, mas completamente plausível.

...

Duas semanas se passaram. Barnabas ainda não entendia porque Julia havia se afastado tão repentinamente, e nem porque ela saia todas as noites e voltava sorridente. Sim, ele ficava acordado esperando ela voltar e sempre tinha o impulso de ir falar com ela a essas horas. Mas nunca foi.
Ela saia com George, que estava virando um grande amigo. Por incrível que pareça, pensava ela, ele era a única pessoa que ela não precisava dizer absolutamente nada para saber o que estava acontecendo.

Pvo: Julia Hoffman

Não consigo acreditar no que me aconteceu. George é simplesmente a pessoa mais doce desse mundo. No começo, eu confesso que achei que ele tentaria algo comigo, mas estava completamente errada. Ele ainda ama sua falecida mulher. E eu contei a ele sobre Barnabas. Contei que ele namora uma outra mulher e que a traiu comigo. 
- E você é terrivelmente apaixonada por ele - George me disse
E era verdade.
George tinha se tornado uma pessoa constante na minha rotina. Todas as noites nós saímos e conversamos bastante. Parece que ficamos calados o dia inteiro para falarmos tanto. E ele me entende. 
Parece que é um irmão que nunca tive. E, por ele ser mais velho e bem mais alto do que eu, eu me sinto confortável e protegida do lado dele. E ele tem a mania chata de me chamar de baixinha. Onde já se viu chamar Julia Hoffman de baixinha.
Mas, no fundo, eu gosto. Ninguém nunca teve esse carinho especial por mim.
Elizabeth, como sempre, vive me fuzilando de perguntas sobre ele. Acho que Barnabas já sabe que ando saindo com ele, e Liz vive insistindo que eu traga ele para Collinwood. Mas eu não acho necessário, por enquanto.
Numa das noites, eu não sabia o que vestir. Fiquei horas procurando um vestido descente mas não achei. Quando finalmente encontrei, vesti rapidamente e ouvi uma buzina lá fora. Era a primeira vez que George vinha me buscar aqui e eu queria que Barnabs visse como eu iria sair com ele.
George buzinou uma, duas, três vezes. Eu peguei o salto preto no armário e sai correndo para a porta. Barnabas havia aberto a porta para George. Me aproximou deles.
- Boa noite, cavalheiros - eu disse 
- Boa noite, baixinha - George veio até mim e me deu um beijo na cabeça.
- Primeiro - eu disse, calçando os saltos - Baixinha é a senhora sua mãe.
Barnabas arregalou os olhos. Era evidente de que não estava gostando de nada do que estava acontecendo.
- Seu nome é George? - Barnabas perguntou
- Sim - ele respondeu, e depois se virou para mim - Ah, sim. Minha linda mamãe era baixinha sim. Mas não tanto quanto você.
Eu arrumei meu vestido de frente para Barnabas e ele não conseguiu desgrudar os olhos de mim. Bem, pelo menos a tática do vestido está funcionando.
George também percebeu e soltou um sorriso malicioso.
- Loiro oxigenado - eu xinguei.
Ele soltou uma risada rouca e eu falei.
- Bom, vamos? Tchau, Barnaby - eu sussurrei quando passei pelo vampiro. Eu percebi que ele ficou com os olhos em mim até que o carro de George desaparecesse na estrada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

pronto, ta ruim mas é um premio
adeus
#PorTodaAEternidadeBarnalia