''Hai, Watashi No Hime Sama'' escrita por Lyra no Taisho


Capítulo 1
Lyra




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/395146/chapter/1

Bom, vamos começar, me chamo Lyra, e moro em Nagoya, no Japão. Eu tenho 13 anos, e aqui eu vou contar um pouquinho do que acontece comigo.

Lyra – criança...

Bom, eu sempre fui uma criança muito feliz. Bem crianças não importa o impacto da catástrofe, elas sempre estão alegres e trazendo felicidade a um ambiente triste. E naquela época, eu não morava aqui, um lugar seguro do Japão, eu morava na infernal ilhazinha de Shikoku. Quem já ouviu falar dessa ilha, sabe que catástrofe lá não é novidade. Mas para amenizar tudo isso, existem 88 templos que você pode ‘’alcançar a luminosidade’’... mas digamos que, não seja fácil por lá. A ilha é dividida por uma cadeia de montanhas, na parte norte, concentra-se a população, e na sul, as estufas com o que se consegue plantar por lá. Lá, a concentração de carros, é muito baixa, porque na verdade, a ilha lá não é muito habitacional, é mais pra gente se purificar e ficar em dia com a religião.

Eu tinha 4 anos, quando a minha primeira tsunami ocorreu. Eu estava dormindo, só me lembro de ter ido dormir na minha cama, e de ter acordado no subsolo de uma das grandes concessionárias. E a minha família não era a única. O lugar era grande, por isso serviu de abrigo para várias famílias. Pouco tempo depois, as barragens vedadas foram se esgaçando... a água iria entrar. Todo mundo desesperado, todo mundo em pânico, de repente toda a atenção se volta a um garotinho que estava no começo da escada e não conseguia descer. A porta de escotilha encima da cabeça dele, iria abrir, e ele iria morrer na hora. O garoto estava aflito, preparado para saltar, quando vejo uma coisa impressionante acontecer... ele apenas levantou a franja... tinha uma marca em forma de Kagome (N/A - Aquelas estrelas com várias pontas e um circulo por volta, em algumas partes do mundo são conhecidas assim), do nada, foi muito rápido, mas eu pude ver claramente. Um homem chegou atrás dele, e segurou a escotilha, vedando novamente as barragens. Este mesmo homem ficou alí mais um tempo, enquanto todos o admiravam e o garoto continuou alí, parecia já conhecer o homem vestido de mordomo.

Foi a coisa mais incrível que eu já vi, marcou na minha memória e mesmo 9 anos depois ainda consigo ver aquela cena na minha mente.

Ficamos alí aprisionados por 3 dias, até o clima se estabilizar lá fora, me lembro certo de que o dia que saimos, era o meu aniversário... de 5 anos. Logo que eu minha família saimos de lá, eles me pegaram no colo, e saimos daquela coisa, estava com um ar tão... diferente... dava pra respirar muito melhor. A úmidade destrancou meu nariz. Mas estava tudo destruído, do caminho alí até em casa, só havia destruição, e muitas pessoas mortas, com sorte, você ainda podia as ver inteiras. Chegamos em casa, estava toda destruída, as coisas mais importante mamãe havia guardado no porão, que ficara alagado, mas nada sofreu danos graves, exceto os nossos eletros.

Pegamos algumas roupas e comida e meu pai disse:

- Já chega... – disse com raiva olhando para os destroços dos moveis – Deu tempo da nossa filhinha nascer e isso acontecer de novo... Vamos embora daqui!

- Mas espere, ainda vamos morar no Japão? – perguntou minha mãe comigo no colo dela.

- Não sei, se houver algum lugar seguro... – disse meu pai pondo a mão no queixo.

- Vamos pra China papai... – interrompi – Vi na TV que eles tem umas lojas de brinquedos lá MUUUUITO grandes. – meu pai soltou uma risadinha, e minha mãe também.

- Já sei! – disse ele estralando o dedo – Vamos para Tokyo, ótimo centro comercial, e se estamos falando do Japão, não há lugares onde não vão haver terremotos, mas nunca ouvi falar de tsunamis seguidas por lá.

- Perfeito! – disse mamãe.

Então fomos pra Tokyo.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Aos meus 7 anos, o inferno da tsunami já havia se repetido duas vezes, inclusive, na última eu quase perdi meus pais. Aí que decidimos nos mudar para Toyota ou Nagoya, em Aichi, as regiões mais seguras do Japão.

Quando nos mudamos, descobrimos uma nova cidade, um novo pais, muito mais alegre.Mas essa alegria não durou muito...

O Grande Acidente.

Eu já estava com 10 anos. Estavamos dormindo na casa da minha dinda, e era dia 24 de dezembro. No dia seguinte, iriamos para a casa de minha avó, com toda a família, para passar o natal.

De manhã do dia 24, eu e minha mãe, pegamos o carro e fomos a caminho da casa da minha dinda e os meus dois primos. Nisso, papai disse que iria conferir a kombi de um cliente (ele era o dono de uma oficina), ele foi descer uma rua, e parou no maldito sinal vermelho...

Eu e minha mãe chegamos na casa da dinda, e eu fui brincar com meus primos. Caiu a noite e papai ainda não havia chegado, então minha mãe decidiu ligar pra ele... Não sei muito daquela ligação, mas ela e minha dinda saíram logo após para ir ao mercado, e eu e meu primo mais velho, fomos ver TV.

Estava dando noticia, entre outras cosas chatas, aquela coisa de “pessoa morre atropelada e não sei mais o que” ou “acidente acaba em sei lá eu quantos feridos”, essas coisas chatas, então mudamos de canal. Mamãe e dinda chegaram do mercado cheias de sacolas, e  fomos dormir.

No dia seguinte, mamãe e a dinda pegaram o carro e fomos direto para a casa da vovó, mas minha mãe não ficou por lá. Ela saiu. Só depois, bem depois, de noite, eu fiquei sabendo que... Quando meu pai parou com a kombi na sinaleira, um bêbado desceu o mesmo barranco que meu pai estava, e bateu na traseira do veiculo. A batida os fez bater num poste, incluxive o dono da loja na frente disse que já havia visto muitos caminhões baterem naquele poste, mas nunca nenhum chegou a o entortar, o meu pai conseguiu entorta-lo, de tão forte que foi a batida.

Ele ficou no hospital, e foi atendido por um médico, que me parecia muito familiar, me parecia passar confiança, sossego, proteção.

Depois disso varios acidentes estranho aconteceram aos meus pais.

O pacto...

Eu tinha 11 anos, e estava numa festa com meus pais. Já era tarde da noite, e estavamos eu e algumas outras crianças brincando no estacionamento coberto do salão. E do nada, começamos a ouvir um monte de tiros vindos do salão. Como eu era a mais velha, mandei todos se esconderem dentro de um carro, eu quebrei o vidro do carro com uma pedra e o abri e mandei eles ficarem lá...

- Vocês, fiquem aqui dentro, não importa o que aconteça, isso não é um filme e ninguém aqui pode ficar bancando o herói. Eu vou ver se consigo achar nossos pais. Me jurem que não saíram daqui! – e peguei uma placa que tinha na parede, botei força nas mãos para a tirar da parede e então tapei o vidro do carro.

Eu entrei naquele imenso salão, os tiros já haviam parado tinha apenas um homem no meio da pista de dança com as roupas ensanguentadas segurando uma arma  ele olhou na minha direção e começou a vir pra perto de mim, então um homem que estava sengrando no chão segurou sua perna e começou a suplicar

-Não, por...favor. Minha filha não.

Era o meu pai e ao lado estava minha mãe com o lindo vestido lilás, que tinhamos comprado juntas, ragado e cheio de sangue que saia do imenso corte em seu pescoço, já estava morta.

O homem apontou aquela arma pro rosto do meu pai de deu um tiro... Aquela cena ... O rosto do meu pai defigurado , me enxeram de raiva e pavor. Aquele homem, só tinha eu e ele vivos no salão, ele guardou a arma e tirou um facão que tinha sangue fresco, provavelmente o da minha mãe, ele foi se aproximando, estava cada vez mais perto, e perto, e perto, eu não conseguia me mexer de medo, ele me atacou com o cabo da faca e eu cai no chão, ele levantou o facão ia me acertar , o sangue escorria pela lamina da faca e caia na minha roupa. Eu fechei os olhos e clamei por ajuda.  Quando eu abri não havia mais nada eu estava flutuando na imensidão negra não havia nada, eu tinha envocado ele, mas não sabia disso, então eu ouvi ...

-Você gostaria de fazer um contrato comigo?

Era uma voz calma mas tinha algo que me assustava nela.

-Qu...quem é você?

-Você gostaria de fazer um contrato comigo? Se recusar o tempo voltara a correr e você morrera para o homem que matou seus pais! Se aceitar eu irei lhe servir como um "empregado". Eu sou um demonio e depois que completar meus serviços eu comerei sua alma!

Consegui ver suas mãos brancas e gélidas tocarem meu rosto gentilmente.

-Eu ... eu aceito! Irei vingar a morte de meus pais!

-Tem certeza?huhuh

-Sim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!