Vestido Da Sorte escrita por Bells


Capítulo 17
All I Want.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, como vão vocês? Eu deveria ter postado o capítulo ontem, mas acabei deletando os programas do meu pc, fiquei sem word e, sem querer, apaguei o capítulo de VS. Então, passei o dia todo escrevendo ele, que beleza foi ontem né? E, eu tenho a impressão, que não respondi os review's de VS, portanto, estou indo responder nesse exato momento.
De qualquer modo, eu gosto desse capítulo e espero que gostem dele também.
A "trilha sonora" desse capítulo é "All I Want", de Kodaline (que eu sou viciada, flw vlw) e eu achei que essa música combinava com o capítulo e tudo mais. Então, não me julguem pela escolha da música u_u
Se tiver algum erro, por favor avise, porque como estou sem o Word, fica um pouco dificil de corrigir todos os erros e bláblá (mesmo usando o online). E é isso, boa leitura!

Link da música: http://letras.mus.br/kodaline/all-i-want/traducao.html



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17. All I Want.

"Cause you brought out the best of me
A part of me I'd never seen
You took my soul wiped it clean
Our love was made for movie screens"

Eu achava que ia ser forte.

Eu achava que não iria chorar.

Eu apenas achava que tudo daria certo e minha maquiagem iria sair inteira.

Eu achava que meu vestido estava bonito; eu achava que o cara ao meu lado era perfeito para a ocasião; eu achava que meu irmão não poderia estar em outro lugar a não ser naquele; eu achava que minha melhor amiga estava estonteante naquele vestido com aquele brilho especial de sua felicidade; eu achava que a música era perfeita para os passos dados por Sophia no dia mais especial de sua vida.

Eu já não achava nada. Eu tinha certeza.

Sophia dava passos ansiosos em direção ao altar naquele dia de primavera ao som de "All I Want", enquanto Max a olhava com ansiedade e impaciência querendo ir logo até ela e transforma-la em sua mulher. Ao meu lado estava John, melhor amigo de Max há algum tempo, e lá estava eu, tentando não derramar lágrimas ao ver Sophia em um dos dias mais importantes de sua vida.

Tudo havia dado certo. Quase todos os convidados estavam presentes, havia sorrisos em todos os rostos e olhar de admiração ao verem minha melhor amiga andar temerosa de braço dado com seu pai que fez questão de entrar com sua filha naquele dia. Meus pais estavam no outro lado do padre, embora, estivéssemos não nos falando parecia que tudo havia sido esquecido por um tempo e sorrisos com lágrimas eram dados.

O senhor Chase entregou minha amiga para o meu irmão, e o casamento deu inicio realmente com o reverendo dando inicio ao seu discurso. Os únicos barulhos que se davam para ouvir eram os do reverendo Black e os barulhos eventuais da natureza já que estávamos em uma área pouco afastada da cidade, em um campo aberto onde Max e Sophia idealizaram seu casamento.

– Sophia Chase, você aceita Maximiliano Gregory como seu legitimo esposo, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até a morte os separe? - O reverendo indaga e Sophia dá um sonoro "sim" como resposta. O padre faz a mesma pergunta para Max que responde com um "sim" entusiasmado. Poucas palavras depois, um coloca aliança no outro e eu sinto minhas lágrimas voltarem a escorrer pelo meu rosto, afinal, quem conseguia não chorar em uma ocasião como aquela?

Ao mesmo tempo que meu irmão estava se casando, minha melhor amiga também estava! Tinha como não chorar em uma situação dessas? Embora eu ache que eles são novos demais para se casar, e a ideia me apavora mesmo que eu não vá admitir para ninguém as coisas não poderiam ser diferentes, porque "ele completa ela, e vice-versa, que nem feijão com arroz", como havia alguém cantar uma vez para mim.

Quando o casal se beijou, eu sabia que uma parte da vida que eu conhecia havia acabado, assim como daqueles dois. Uma vida agora ia começar totalmente diferente, não seria mais eu-Sophia-Max contra o mundo, seria Sophia-Max. E eu ficava feliz com essa mudança, de uma maneira estranha, porque era difícil ver tudo o que eu conhecia acabar, pela segunda vez.

Quando os noivos desceram do altar e andaram entre os convidados, ao final da música "All I Want", eu tive certeza de que era a música certa, apesar dos meus questionamentos quando Sophia havia escolhido tal música, porque eu achava um pouco fúnebre para um casamento, mas minha amiga estava certeza na escolha. Não poderia ser uma música melhor.

John ofereceu-me o braço e eu aceitei e deixei ser acompanhada por ele até o local da festa, que começaria dali alguns minutos, em um salão grande e aberto perto de onde estávamos. John era um homem alto, com cabelos pretos com gel, usava um daqueles smoking chiques e caros, e andava como se nada lhe agradasse mais do que andar pelos campos à fora. Eu o conhecia desde que me entendia por gente, mas não era do tipo que eu conversava sempre. Na verdade, nunca me chamou muita atenção em John, porque ele sempre foi o melhor amigo do meu irmão que só faz idiotices. John era um ano mais velho do meu irmão.

– Então pequena Madalene, você chegou na cidade e não me chamou para sair? Indaga puxando assunto. Eu sabia que você não gostava de mim, mas foi ofensivo não ser convidado para tomar um drinque, pelos velhos tempos.

Sinto minhas bochechas corarem um pouco de culpa. Eu não havia me importado em manter contato com John, ou sequer ter ligado mais vezes do que o necessário para a organização do casamento. E eu me sentia extremamente envergonhada por causa disso.

– Hm, desculpa. Peço com uma careta.

– Não se desculpe, não a culpo. Conclui dando de ombros. Quem quer sair com um cara como eu, quando se tem Noah Cavalcanti aos seus pés? Questiona e me olha sugestivamente.

– Você conhece Noah? Pergunto um pouco confusa.

Eu sabia que meu irmão o conhecia, mas nunca pensei que outras pessoas poderiam o conhecer também. Quer dizer, isso parece idiotice, mas na minha cabeça não fazia muito sentido além da minha família do conhecer... Mas isso esclarecia muitas coisas, como por exemplo, o fato de Noah sempre ser convidado para as festas.

– Quem não o conhece? Todo mundo sabe da velha história dos Cavalcanti, é como uma lenda de assombração aqui na cidade, sobre sua família e sobre aquela casa. John afirma e eu arqueio as sobrancelhas. Vai dizer que não sabe? Pergunta um pouco confuso e eu nego com a cabeça. Como assim você não sabe a lenda dos Cavalcanti? Achei que os dois estivessem juntos até.

– É, a gente andou saindo, mas não ficamos discutindo assuntos de família. Informo em tom óbvio.

– Eu tenho certeza de que vocês fazem coisas melhores do que conversarem. Diz piscando o olho para mim e eu reviro os olho, mas não nego nada. Mas, como sou um amigo muito bom, irei te contar a história, apesar de você não merecer. Diz dando um tapinha no meu braço em um tom dramático. A família de Noah morava na cidade, na mesma casa em que Noah mora agora. Você deve se lembrar deles, porque ele estudou com você e a noiva na escola. De qualquer forma, a mãe deles ficou doente e morreu alguns meses depois de se mudarem da cidade. Conta e eu fico um pouco chocada, porque eu nunca iria imaginar que a mãe de Noah havia morrido, e confesso que não tinha ligado que Noah era o garoto excêntrico que havia estudado conosco no passado. Assim que eles partiram, a casa pegou a fama de mal assombrada, mas você sabe disso. Lembro até hoje que você me fez entrar naquela casa por causa de uma aposta. Lembra e eu abro um sorriso pequeno.

A casa do lado tinha fama de mal assombrada mesmo, apenas porque tinham barulhos estranhos da casa toda a noite e para uma imaginação de uma criança todo barulho depois da meia noite é sinônimo de fantasmas, ou no meu caso, vampiros já que eu nunca gostei da ideia de fantasmas, poissão chatos e sem criatividade para pegar suas vítimas ou mata-las.

– Tá, mas o que a história de fantasmas tem a ver com a lenda da família de Noah? Pergunto tentando entender onde tudo se encaixava.

– E ai que entra o mistério. A mãe de Noah morreu, e dizem que ela voltou para assombrar a casa ao lado da sua. Começa a dizer e eu absorvo todas as suas palavras tentando encaixar uma nas outras. E dizem que ele voltou com um único objetivo. Conclui deixando aquela palavra pairar no ar como se estivéssemos em um filme de terror, só faltou os raios caindo naquela hora..

Eu o olho esperando que ele termine de contar a história, mas John apenas me olha e eu concluo que aquele era o fim de sua fala e eu devia falar algo, para manter o assunto.

– E que objetivo é esse? Questiono sabendo que era isso que John queria que eu perguntasse, não sei porque ele não me contava tudo de uma vez.

– Ninguém sabe, alguns dizem que ele quer vingança, outros que ele quis se comunicar com a mãe já morta, mas ninguém sabe de nada, a não ser que Noah voltou e os barulhos de sua casa pararam, o que é de se espantar, porque todos estavam acostumados com o fantasma Cavalcanti rondando a cidade. – Conclui. Lembro até que vieram fazer um programa de caça-fantasmas, mas não deu em nada.

E eu não deixo de lhe dar razão.

Os ruídos da casa ao lado a minha já haviam se tornado parte da cidade e era de se espantar que com a chegada de meu amigo eles haviam parado. Talvez Noah tivesse arrumado uma calha solta, uma porta que havia ficado aberta e que rangia com o vento, ou talvez tivesse concertado alguma madeira solta. Não sei. Apenas eu sabia que Noah estava se transformando em um mistério maior do que eu imaginava e eu começava a ficar temerosa com a verdade.

– Mas não se preocupe Mada. Conclui John me olhando. São apenas histórias. Bobos são aqueles que acreditam nelas. Diz dando de ombros e nesse momento havíamos chegado ao salão que iria acontecer a festa.

– Eles fizeram um belo trabalho. – Afirmo olhando para o salão.

Tudo estava impecável e da maneira que Sophia e Max queriam. Como o lugar era aberto, tendo apenas uma parede com uma longa escada em caracol que levava para o andar de cima que eu deduzi que Sophia estivesse ali, se preparando para a festa a decoração foi toda organizada para não ficar nada fora de ordem. Uma longa mesa com lugares para os noivos, padrinhos e familiares estava dispostos em frente a escada, e as demais mesas espalhadas ao longo do salão e algumas lá fora para aqueles que gostavam de fumar. O bufê, junto com o bolo de casamento, estavam em uma mesa oposta a dos noivos com diversas outros aperitivos, além de arranjos com flores silvestres estarem dispostas em cima da toalha branca das mesas por todo o salão. Uma pista para dançar estavam no centro do salão, e um DJ começava a animar a festa, além de alguns lugares aqui e lá para se sentar.

– E falando em belo trabalho, acho que está na hora de eu ver se o noivo precisa de minha ajuda. John informa e depois olha para os lados. Ou aquelas duas garotas precisam de ajuda para acharem seus lugares. Comenta se afastando de mim.

Passo entre as mesas em direção a escada e subo indo ver como Sophia estava e a encontro rodeada por minha mãe, pela maquiadora e por várias outras mulheres que eu não sabia exatamente sua utilidade naquele lugar.

– Mada! Sophia grita meu nome assim que me vê.

Ela corre para mim e me abraça forte, e eu retribuo.

– Mada, eu estou casada! Murmura no meu ouvido como se não estivesse acreditando naquilo. Eu sou esposa, e sou oficialmente da família!

– Sophia, eu estou tão feliz por você. É a única coisa que consigo pensar para dizer em seu ouvido. O casamento foi lindo e ainda bem que as fotos haviam sido tiradas antes, porque minha maquiagem estaria toda desfeita para as fotos depois do casório. - Comento afastando meu corpo do de Sophia e a olho. Você estava fantástica, não poderia ter sido mais lindo a cerimônia.

– Obrigada, e obrigada. Agradece me puxando para mais um abraço. Mas preciso saber o que achou dessa roupa, estou bem nela, não é? Pergunta afastando-se de mim para eu pode-la olhar melhor. Eu sei que você tinha amado ela e eu também, mas agora parece estranha... Diz olhando para seu corpo.

– 'tá gata amiga. Afirmo dando uma piscadela para minha amiga.

Sophia estava com um vestido do mesmo estilo do seu casamento todo com renda francesa, que marcavam bem suas curvas e de cor branca. O comprimento do vestido ia até acima de seus joelhos e era justo mostrando tudo e mais um pouco. Sophia havia visto o vestido e tinha decidido que aquele era perfeito para a festa do casamento, e eu não pude deixar de concordar já que o vestido era perfeito.

– Sophia! Escuto minha mãe chamar aproximando de nós. – Está pronta para descer?

– Quase. Anuncia Sophia e depois me olha. Te vejo lá embaixo. Diz e afasta-se de mim para dar os últimos retoques antes de descer e impressionar todo mundo com o seu vestido.

– Olá. Digo para minha mãe, que apenas me olha e depois afasta-se de mim.

Reviro os olhos com aquela atitude, já era previsto que Sarah iria fazer isso. Mas eu achava que depois de algumas semanas sem nos falar, a raiva de minha mãe havia diminuído pelo menos um pouco, mas é claro que isso não aconteceu. Me pergunto se algum dia iremos voltar a nos falar.

E, quando esse dia ainda não chega, aproximo-me do espelho mais próximo e começo a retocar minha maquiagem que não estava tão estragada como eu havia imaginado. Aproveito e arrumo meu vestido de madrinha que era de cor marrom claro, com rendas em formato de flores por todo o vestido. Tomara que caia, com o comprimento acima do joelho, porque originalmente o vestido ia até meus pés, mas Sophia decidiu com o meu auxilio erguer o pano até acima dos joelhos e prender o tecido em um lado do vestido por um cinto fino.

Por fim, quando constato que estou pronta, desço as escadas e logo depois Sophia desce prendendo atenção de todos em seus movimentos. Há a dança dos noivos, os discursos de padrinhos e pais, e a festa realmente começa com o DJ e suas músicas dançantes. Eu continuava sentada na cadeira destinada a mim na mesa principal apenas olhando os demais dançando e se divertindo, porque eu não estava tão animada para dançar naquele momento. Sapatos de saltos são lindos, mas por um longo tempo meus pés começam a reclamar, mesmo eu estando acostumada com eles. Bebi mais um gole de minha bebida e voltei meu pensamento a Noah e no que John havia dito.

Cavalcanti não havia aparecido ainda na festa e eu duvidava se ele iria aparecer, e tive que reprimir minha vontade de ligar para ver se estava tudo bem e o porque dele não ter vindo, afinal era a festa de Sophia e Max! E, embora eu saiba que meu irmão e ele não se davam bem, eu fiz questão de convidar Noah para ser meu acompanhante na festa e ele não havia aparecido nesse grande dia.

Entretanto, não era isso exatamente o que me preocupava e sim o fato de eu não saber nada sobre Noah, ou sequer, começado a juntar as peças do quebra-cabeça. Eu gostava tanto desse mistério que estava me privando de coisas essências como saber o porque dele ter vindo para Seek, ou o que havia acontecido com sua mãe e o mais importante, descobrir se Noah não era nenhum tipo de Conde Drácula que faz rituais macabros para se comunicar com a mãe já falecida.

Estava tão imersa em meus pensamento que nem notei o Senhor Chase sentar-se ao meu lado, tomando conhecimento de sua presença ali apenas quando ele suspirou alto e satisfeito olhando para todo.

Dia maravilhoso para se casar, não é? Indaga olhando para mim com aqueles olhos castanhos que pareciam ler sua alma.

Um ótimo dia mesmo. Afirmo largando minha taça em cima da mesa. E como está Senhor Chase?

Acho que é um dos dias mais felizes da minha vida. Comenta sem um pingo de dúvidas em sua voz. Mas, é claro, que não ganha quando Sophia nasceu, você devia ter visto, parecia um cabritinho de tão bonito que era. Eu dizia para a mãe dela que Sophia ia ser uma mulher bonita, e que ia se dar bem na vida. – Informa – A mãe de Sophia ia ficar feliz em presenciar esse momento, era o seu sonho ver sua única filha se casando. Conta balançando sua cabeça como se estivesse lembrando do momento enquanto fitava o casal que dançava na pista de dança felizes. Eu não digo nada, não ia interromper o Senhor Chase enquanto lembrava de sua falecida mulher, e nem dizer que eu sentia saudades dela também. Eu fico feliz que ela tenha se casado com Max, ele é um rapaz bom, não conseguia imagina-la com outro. Afirma e depois vira-se para mim mais uma vez. E você Mada? Não achou nenhum príncipe ainda?

Só sapos senhor Chase, só sapos. Afirmo pegando minha taça e dando o último gole e, então, vejo Sophia acenar me chamando para dançar. E agora, se me der licença, tenho que dançar com a noiva. Digo abrindo um sorriso e levantando da cadeira indo em direção a pista de dança e deixando o pai de Sophia olhando para nós com ar de quem está se divertindo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do capítulo? Se quiserem, depois eu faço algo sobre as imagens dos vestidos e lugares que eu imaginei sobre o casamento e afins. De qualquer modo, eu amei esse capítulo e ele acabou trazendo algumas coisas novas para Mada (que é uma burrinha por não saber de nada sobre Noah, mas a gente supera esse fato). E... Mandem suas opiniões sobre o capítulo, o que querem ver na fanfic, o que acharam da música, se já ganharam seus ovos da Páscoa, me contem as novidades de suas vidas.
E é isso.
Bom feriado, boa Páscoa!
Até a próxima semana!



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