Tudo aconteceu depois de uma reunião no olimpo, por algum motivo desconhecido Atena decidiu ir para a biblioteca pelo caminho mais longo, passando pelo jardim abandonado que ficava nos fundos do olimpo. Qual foi sua surpresa quando viu Poseidon apoiado em uma das colunas, de costas para ela encarando a estátua que ficava no meio do jardim. Quem ainda andava naquele lugar? ele foi abandonado fazia séculos, todas as flores tinha sido substituídas por hera e ervas daninhas. O choque de ver ele, de todos os deuses tão compenetrado e sozinho naquele lugar esquecida foi o suficiente para faze-la parar.

–É tão surpreendente assim para você descobrir que eu tenho a capacidade de pensar?- perguntou o deus sem se virar

–Bem, é. Mas o que mais me surpreende é o lugar, achei que você preferisse lugares mais movimentados, por que está aqui?

–Pelo mesmo motivo que você

–Eu realmente não tenho um motivo

–Nem eu -replicou o deus, finalmente se virando - Apenas estou preocupado com o meu reino e com minha guerra contra os antigos deuses do mar... as vezes acho que seu pai me pede para fazer essas coisa simplesmente para me ver fracassar

Atena ainda estava admirada com a cor dos olhos dele e com a intensidade em seu olhar demorou um pouco para responder

–Pare de ser melodramático, você é a escolha obvia para lutar contra os antigos deuses do oceano porque você É o deus do oceano

–Então você quer que eu acredite que todo aquele entusiasmo para defender a ideia do seu pai foi porque me acha CAPAZ?-perguntou o deus se aproximando

–Quer que eu acredite que a grande Atena não tem uma carta na manga para me destruir? Sinceramente minha querida, você realmente acha que eu sou tão burro?

–Na verdade a ideia foi uma sugestão minha, porque se você ganhar ou se perder eu lucro... e não sou sua querida- respondeu a deusa com a testa franzida

–Foi só uma forma de falar- o deus falou baixinho, e logo depois se recuperando:

–Se eu perder vocês, nós perdermos, como isso pode ser bom?

– Se você perder eu vou ter assistido sua queda e mesmo que eu seja destruída saberei que fui a responsável por sua derrota

a deusa disse isso com a casualidade de quem comenta o tempo e com um sinceridade que abalou o deus. Para falar a verdade ela nunca tinha o visto tão abalado, não com os gritos,ameaças e chantagens. Ela estava até orgulhosa de si mesma até...

–Francamente Atena, você é tão cruel- falou o deus a puxando contra si- desse jeito você quebra meu coração

e a beijou. Ela se lembrava de ter ficado sem reação com a proximidade súbita, de ter ficado maravilhada com o sorriso absolutamente lindo que ele deu enquanto se aproximava, um sorriso meio triste e meio cansado, mas mesmo assim absurdamente lindo, e o beijo...ah, o beijo. Por um milésimo de segundo ela travou, por outro pensou em resistir, mas era tão bom que ela desistiu e passou os braços ao redor do pescoço dele aprofundando o beijo. O tempo pareceu parar e tudo que existia era Poseidon, os lábios de Poseidon, a língua de Poseidon, as mãos de Poseidon em sua cintura, e passeando por sua coluna por debaixo da blusa e... ela interrompeu o beijo. Por um minuto eles se encararam arfando, ela se recuperou primeiro, deu um tapa de um Poseidon incrédulo e saiu correndo. Ela se lembra dele chamando seu nome duas vezes antes de se teletransportar magicamente para Veneza.

Já tinham se passado seis meses desde o incidente e nas poucas vezes em que o encontrara tinha agido como se nada tivesse acontecido, mas por debaixo da mascara de indiferença só faltava morrer, porque depois do beijo Atena tinha ficado completa e perdidamente apaixonada por Poseidon.