A História De Alice Cullen escrita por Alice Whitlock


Capítulo 7
Capitulo 7 – O sanatório (Parte - 3)




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Escureceu e ainda não me conseguia habituar aquele silêncio horroroso muito menos aquela roupa branca e ao cheiro a desinfectante.

Sentei-me no chão abracei as pernas e envolvi-me novamente num choro compulsivo.

Entrou uma rapariga de cabelos castanhos-claros e olhos da mesma cor no cubículo.

- Anda… - disse com maus modos, não me levantei – Anda já disse… - ela puxou-me pelo braço com força.

- Ai… está a magoar-me…

- Desculpa – disse sinicamente.

Ela puxou-me até á porta de um quarto em cima da mesma tinha uma placa a dizer “Barbeiro”, arrepiei-me eu adorava o meu cabelo, não me imaginava sem os meus lindos cachos castanhos.

- Eu não vou entrar ai – disse, soltando-me das mãos dela mas logo me agarrou de volta.

- Ai vais, sim.

- Não vou cortar o cabelo, nem morta.

- Vais sim, aqui todos têm de ter o cabelo curto. - Respondeu-me bruscamente, abrindo a porta e empurrando-me para dentro.

- Olá Edgar. – Cumprimentou.

- Olá Isabel, que trazes?

- É para lhe cortar o cabelo.

- Mas esta menina tem cachos tão lindos… - argumentou.

- Sabes as regras, cabelos curtos para todos. – disse interrompendo-o.

- Claro.

Quando olharam para o local onde eu estava, pernas para que te quero, já lá não estava, nesse momento estava eu a correr corredor fora para me tentar escapar ao corte de cabelo.

Azar o meu, esbarrei com o enfermeiro Marcus.

- Onde pensas que vais? – perguntou com um sorriso maroto nos lábios.

- A fugir ao corte de cabelo – disse mas logo a seguir me arrependi.

- Estás aqui sua pirralha mimada… - Isabel encontrou-me e não me ia livrar do corte de cabelo.

Ela pegou-me no braço e arrastou-me novamente para o barbeiro. Sentou-me na cadeira e prendou-me á cadeira, eu bem me mexia mas era inútil pois sair dali só se alguém me liberta-se.

As lágrimas escorriam-me pela face enquanto via cada um dos meus lindos cachos cair no chão mortos e sem cor, via a cara do barbeiro, parecia que tinha pena de me cortar o cabelo. Quando acabou só me restava cabelo das orelhas para cima, com as pontas espetadas, estava horrorosa.

- Pare de chorar e anda. – Isabel soltou-me da cadeira e voltou-me a puxar, dirigindo-se ao cubículo onde eu estava e atirando-me lá para dentro.

Assim que ela fechou a porta gritei, comecei a gritar como uma doida e era isso que eu estava a ficar, doida com aquele maldito sanatório, acho que nunca gritara tanto na vida até que o médico entrou no cubículo.

- Que vem a ser isto menina Brandon? – Perguntou exaltado.

Não respondi.

- Sabe que não pode fazer tanto barulho.

- Se não quer que faça barulho tire-me daqui deixe-me sair deste maldito sanatório e eu nunca mais meto os pés nesta terra de doidos. – Respondi apressadamente atropelando algumas palavras e em voz muito alta.

- Doida estás tu! – Exclamou Isabel que surgiu de trás do médico.

- Isabel, isso não é uma atitude de enfermeira – disse me tom severo – e isso não é uma atitude de quem precisa de ajuda.

- Eu não preciso de ajuda. – respondi virando costas e deitei-me na minha cama.

O médico saiu e ouvi-o dizer alguma coisa mas só percebi palavras soltas.

- … ajuda-la … se ela … mente aberta … consciência … problema … tem …

Mas eu percebi bem o que queriam dizer “Só podemos ajuda-la quando e se ela tiver uma mente aberta e consciência do problema que tem” deve ter sido mais ou menos isto que ele disse.

A partir daquele dia, todos os santos dias Marcus ia aquele cubículo e me perguntava:

- Queres sair e apanhar ar puro?

Eu acenava sempre que não com a cabeça, já me tinha habituado aquilo e não tencionava sair dali até me deixarem sair de uma vez por todas.

Era o mês de Novembro e Marcus entrou no meu quarto (sim, agora chamo-lhe quarto, estou mesmo mal).

- Queres sair? – disse com uma voz doce, alias como sempre.

Eu estava a ler um livro que uma rapariga, que também estava no sanatório, me emprestou, estava a ler encima da cama de pernas cruzadas e embrulhada num cobertor.

Disse que não, e desta vez usei palavras.

- Não.

- Então não podes ficar aqui fechada para sempre. - disse amavelmente, tentando-me convencer a sair dali. – Precisas de apanhar ar puro, estás muito pálida.

- Só saio daqui se for para me ir embora de vez, e nunca mais por os pés aqui. – Respondi asperamente.

- Anda lá dar um passeio, vais ver que até te vais sentir melhor – argumentou – palavra de médico – garantiu, rindo.

Fui contagiada pela onda de bom humor que fluía dele e comecei-me a rir e sai-mos do quarto de braço dado.

Quando chega-mos a porta que dava para o grande e vasto jardim, olhei para o céu.

- Será que não vai chover? – Perguntei sem tirar os olhos da camada cinzenta que cobria o céu azul – O céu está muito carregado…

- Não vai chover. – Respondeu demasiado certo disso – Anda…

Começamos a andar pelo jardim, á muito tempo que não me sentia tão bem, no meu nariz penetrava o cheiro a rosas e a cravinas e o ar puro, ouvia e leve chilrear dos pardais em cima das árvores, mas não me sentia de todo bem, o que mais me apetecia era sair daquele sanatório.

- Então? – Perguntou esboçando um leve sorriso – Melhor?

- Sim, muito melhor. – Respondi com sinceridade – Mas há ma coisa que me faria sentir ainda melhor, sair daqui.

Marcus calou-se e continuou a andar, sentamo-nos num banco, pintado de verde, e ficamos a olhar para o vazio.

- Marcus – uma voz masculina surgiu e torvou-nos os pensamentos – Precisam de ti no gabinete do médico.

Marcus já se tinha virado e eu fiz o mesmo, deparei-me com um jovem dos seus 00 anos, a placa que trazia ao peito dizia “Enfermeiro James” era ele quem falava para Marcus 8diga-se já que não tinha cara de enfermeiro).

- Diz-lhe que já vou, que vou só deixar a Alice no quarto. – Pediu-lhe.

- Deixa, vai lá que eu vou levar a Alice para o quarto. – disse com um sorriso malicioso e percebi que James e Marcus não se davam bem mas não consegui perceber porquê.

- Eu levo-a. – Marcus não disse mais nada e levou-me para o quarto e eu nada disse.

- Temos de repetir. – Pedi sorrindo.

- Claro. – Respondeu mas parecia nervoso, fechou a porta e voltei a cair na solidão.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e mandem review!
E quero dedicar este capítulo a Rosii Greene que não tem deixado de comentar.