Capitulo 2: Y

E-eu acho que vou morrer. Estou prestes a ter um ataque cardíaco fulminante.

As mãos de Ryu continuam em meu rosto, embora me pareça mais uma caricia do que um simples toque. E justamente nesse momento minha mãe entra de supetão em meu quarto. E agora estamos os três parados em meu quarto.

Eu realmente não sei se me jogo da janela ou se digo alguma coisa. Depois de avaliar bem a situação em que estou, acho melhor eu me jogar da janela mesmo.

Antes que eu comande minhas pernas em direção á janela, Ryu afasta suas mãos de meu rosto e as esconde no bolso da jaqueta escolar, que só agora percebi que ele continua usando. Mas está quase de noite, há quanto tempo ele está aqui?

Minha mãe finalmente sai de seu transe quando percebe que ambos estão olhando para ela.

–Ah Ryu? Eu avisei á seu pai que você vai passar a noite conosco - Minha mãe diz animadamente. MAS O QUE?! Tenho certeza que meu queixo deve estar no chão agora -E ele pediu para lhe dizer para se comportar e que não comesse nossa comida toda, mas isso não será problema porque eu sei que é um bom garoto e que não acabará com toda a nossa comida.

Minha mãe sorri para Ryu que acena em concordância com ela.

Enquanto isso eu estou paralisada, com a boca aberta e sem entender nada.

–MAS O QUE? POR QUÊ? ONDE? HÃ? - Exclamo enquanto Ryu simplesmente continua lá, parado com a mesma expressão de sempre, calmo e desinteressado ou mesmo tempo.

E sorridentemente minha mãe continua parada na porta do meu quarto.

–Ora, eu perguntei a Ryu se ele gostaria de passar a noite aqui e me ajudar a tomar conta de você e ele concordou, eu reparei que você não está se alimentando direito, e pelo visto nem dormir bem você está, estou começando a me preocupar, e está uma virose terrível ultimamente por ai, então todo cuidado é pouco.

Ela e Ryu balançam a cabeça juntamente em concordância um com o outro e a minha vontade e de bater, nos dois.

Do nada sinto tremores pelo meu corpo, e sinto como se estivesse andando nas nuvens. Não espera... Sou eu estou desmaiando mesmo.

Antes que eu caia de cara no chão, Ryu me pega e me coloca na cama.

Acho que perdi a consciência por uns segundos e logo quando volto a mim, estou deitada na cama, com a cabeça apoiada no colo de Ryu. Debato-me para tentar sair, mas ele segura meus braços só então percebo minha mãe sentada na ponta da cama com um termômetro.

Ouvimos alguém chamar no primeiro andar, quem será agora? O Obama vai passar a noite aqui também ?

–Ah os remédios chegaram! Ryu tome o termômetro, quando avisar a temperatura vai soar um apito. Eu já volto – Ryu concorda positivamente com a cabeça e minha mãe sai praticamente correndo do meu quarto.

Ryu pega o termômetro que minha mãe tinha deixado em cima da mesinha de cabeceira.

–Chizuru, abra a boca – Ele pede calmamente e eu obedeço.

Com o termômetro na boca e balançando meus pés nervosamente, percebo que Ryu esta me olhando, tento desviar o olhar, mas não há como, já que não posso virar a cabeça.

A cada segundo enrubesço mais sob seu olhar, ate que o termômetro apita e Ryu prontamente o retira de meus lábios, mas inocentemente seu dedo mindinho encosta em meu lábio inferior e meu corpo todo se aquece com esse contato inesperado. Eu esperava que Ryu não tivesse notado, mas foi como se ele tivesse levado um choque, ele solta o termômetro que cai em minha cama por sorte enquanto ele tenta esconder seu rosto enrubescido com a mão e desvia o olhar.

–Então quanto que está Ryu? - Minha mãe volta, graças a Deus, com uma sacola em mãos.

Ryu imediatamente pega o termômetro e o entrega a minha mãe. Que deixa a sacola no canto ao lado de minha cama.

–Hum 38.0, não está tão mal assim, que bom. Obrigada R... Hã, algum problema? – Olho para Ryu achando que minha mãe está falando com ele, mas vejo-o que também está me olhando e então eu percebo que estou ofegante e vermelha da cabeça aos pés. Então eu percebo que sem duvidas estou enfartando. Não espera, isso significa que eu vou morrer!

AH MEU DEUS, EU VOU MORRER! TEM TANTA COISA QUE EU AINDA QUERO FAZER, PORQUE AGORA?!

Começo a me debater na cama e Ryu tenta segurar meus braços mais uma vez.

Eu não vejo como, mas minha mãe passa um frasco para Ryu e ele tenta me colocar sentada em vão, meu corpo todo está mole e sem forças, ainda mais depois daquele toque do AHHHHHHHH TIRA ISSO DA MINHA CABEÇA.

–Ih não tem jeito Ryu, coloque-a entre as suas pernas e a segure está bem, deixe que eu lhe de o remédio – Ouço minha mãe dizer.

Paro na mesma hora ao ouvir isso. COLOCAR-ME AONDE?!

Não sei de onde veio essa força, mas tento desesperadamente fugir dali. Dou uma guinada para frente antes que Ryu me pegasse e corro porta afora.

–CHIZURU! VOLTE AQUI É DE MORANGO! – Ouço minha mãe gritar. Mas continuo correndo, desço as escadas e tento abrir a porta mas está trancada, então vou tentar por alguma janela. Ao me virar vejo Ryu atrás de mim.

–Chizuru - Embora ele pareça calmo, sua voz me diz que ele está mortalmente serio, ai meu Deus.

Olha desesperadamente para todos os lados e vejo minha salvação. A janela da sala!

Ryu sente minha intenção, e se adianta enquanto eu corro. Eu lhe dou uma rasteira e quase que comemoro minha primeira vitória contra ele, mas ele segura minha blusa por cima da camiseta e ambos caímos no chão na entrada da sala. Logo depois do choque inicial percebo que estou em cima dele e ele meio sentado, e estupidamente levanto a cabeça na hora que ele tenta se levantar e então antes que eu perceba a gravidade da situação acontece de nossos lábios se tocarem levemente.

AH. MEU. DEUS.

Suas bochechas se tornam vermelhas em segundos e sinto a temperatura aumentar uns 40°c

–Ah Ryu você consegui pega-la - Minha mãe desce as escadas calmamente e me estende o remédio que eu tomo imediatamente. Quem sabe isso tudo não passa tomando esse remédio? –Ah querida, você está em cima do Ryu.

Percebo minha mãe me olhando estranhamente.

Eu me atrevo a olha-lo para pedir desculpas, mas não consigo ao perceber seu olhar sobre mim, levanto-me rapidamente e corro dessa vez para o segundo andar e tranco-me no banheiro.

Fecho a porta fortemente e sento-me encostada nela, toco meus lábios levemente com os dedos e percebo que estão quentes e dormentes, como se estivessem anestesiados com o toque dos lábios do Ryu.

EU.

ELE.

NÓS.

NÓS NOS BEIJAMOS!

Percebo que meu coração está acelerado e meu corpo todo está fervendo. Meu coração bate tão forte que chega a doer em meu peito.

Mas o que está acontecendo comigo?