She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 45
Chinatown


Notas iniciais do capítulo

HELLO!



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– Acorda, bela adormecida. - Ouvi uma voz sedutora falando ao pé do meu ouvido. Ok, essa fala não foi nada sexy, mas fiquei de pau duro só pela voz.

Abri os olhos, encontrando Alice sorrindo de jeito malicioso e me dando uma bela vista do seu decote.

– Bom dia. - Falei. - O que foi? Vai me prender na cama e vamos fazer sexo selvagem?

– Mais ou menos. Achei um lugar só pra gente. E faz quanto tempo que não ficamos sozinhos, Andrew? - Sorri também. Ela saiu de cima de mim. - Mas antes vamos até Chinatown.

– Porra! - Praguejei baixo. - Tá falando sério?

– Lógico que to. Eu quero conhecer a cidade. Estamos em New York, Andrew! Sexo depois.

– Opa! Ouvi a palavra "sexo"? - Peter falou entrando no quarto.

– Cala a boca, seu pervertido. - Mandei.

– Mas vocês não estavam falando nisso? - Ele perguntou.

– Peter, não se mete. - Alice falou. - Vai, Andrew! Se arruma logo! - Sentei na cama e passei a mão pela cara bocejando. Fui até o banheiro tomar banho. Depois que eu me arrumei, Alice pegou o casaco e saímos.

Fomos de metro até Chinatown. Juro por Deus que nunca vi tanto chinês junto na minha vida! Tu olhava pra direita, tinha um chinês, tu olhava pra esquerda, mais quinhentos chineses...

– Me sinto na China. - Alice disse sorrindo.

– Pelo jeito que tá, se eu der um espirro aparece um chinês segurando um lenço pra mim.

– Deixa de ser idiota, Andy. Olha! Quero entrar naquela lojinha!

– Eu não vou comer por aqui. Já vou avisando. Odeio comida chinesa.

– Problema é teu. Para de ser rabugento. - Alice me arrastava pela mão pelas ruas de Chinatown. O meu único esforço era desviar das pessoas. Até que vi algo que me chamou atenção.

– Prometo que já volto, tá? - Falei quando ela parou na frente da tal loja.

– Onde você vai?

– Eu já volto. Não sai da loja. - Dei um selinho nela. Fui até um homem que estava em uma esquina vendendo flores. Comprei um buque. Voltei até onde a loja estava. Eu lembrei de uma história que vi minha madrasta contando pra minha irmã uma vez.

Fiquei na frente da loja esperando a Alice sair. Não demorou muito e lá veio ela com uma sacola nas mãos.

– Oi. - Ela disse rindo quando me viu. Sorri mais ainda. - Por que esse sorriso? Você tá aprontando alguma coisa.

– Eu quero te contar uma coisa. Uma coisa que lembra eu e você. Faz um tempo desde que eu ouvi isso. É uma lenda. Bom... Conta a história de uma das sete filhas da Deusa do Céu. As sete foram tomar banho em rio lá na China. Mas um pastor safadinho resolveu esconder a roupa das meninas. - Ela riu. - Uma delas encontrou o tarado e pediu pra ele devolver. Já que ele viu a moça nua, eles tinham que casar. Eles viveram felizes por muitos anos, mas a Deusa ficou com saudade e esse mimimi todo. E mandou a coitada de volta pro céu. Mas ela ficou com pena do casal e permitiu que eles se encontrassem uma vez por ano, na sétima noite do sétimo mês do calendário chinês, onde "fadas" - Considerem que eu esteja fazendo uma careta e ela rindo. - formavam uma ponte com suas asas pra eles se encontrarem. Eu quero te dizer que, apesar de você mudar pra longe, eu quero ser o pervertido que vai mover o mundo pra te encontrar uma vez por ano. Ou até mais que uma vez por ano. Ou talvez de três em três meses e... - Ela me interrompeu, me beijando. Eu sentia as lágrimas da Alice de encontro com o meu rosto. E ali ficamos nós dois, nos beijando no meio de um monte de gente.

Quando paramos de nos beijar, ainda ficamos abraçados. Não tinha mais espaço entre nós dois. Nenhum ar passava. Alice me apertava contra ela e eu fazia o mesmo.

– Você não vai se livrar de mim tão fácil, Alice. - Ela sorriu.

– Muito menos você. - Sorri também e a beijei de novo. Quando nos separamos, reparei que algumas pessoas nos olhavam sorrindo. Alice corou.

– Onde vamos agora? - Ela perguntou se separando de mim e me dando a mão.

– Você que sabe. Eu to só te acompanhando. - Alice ficou me arrastando pelas lojas que tinha. Do nada, começou uma parada. Pessoas vestidas com as roupas típicas da China e um monte de bonecos gigantes começaram a passar ao som de uma música chinesa. Alice sorria vendo tudo aquilo. Nunca que eu ia falar que veria isso em New York.

(...)

– Amanhã eu quero conhecer a Estátua da Liberdade. - Alice disse. Estávamos quase chegando no hotel. Desde que ela me contou que iria se mudar pra Inglaterra, meus dedos até doem de tanto que ela aperta minha mão.

– Tudo bem. Eu te levo.

– De noite eu vou fazer compras com as meninas.

– Sério isso?

– Claro. Nunca me enturmei muito com elas. Mas elas me chamaram. - Alice disse dando de ombros.

– Elas te chamaram? - Perguntei. Eu to achando estranho isso. Muito estranho.

– Ok. A Natalie me chamou.

– QUE?! - Eu to precisando de um cardiologista. URGENTE!

– Para de piti. Ela disse que não queria ficar mal comigo. Então, ela me chamou.

– Você sabe que ela é o oposto de você.

– São só compras, Andy. Não vamos casar nem morar juntas.

– Você que sabe. - Chegamos ao hotel. - Onde é o lugar que você me falou hoje mais cedo? - Perguntei como quem não quer nada. Alice sorriu maliciosa e continuou andando, me puxando pela mão.

Quando deu por mim, estamos em uma parte afastada do hotel, entrando em uma porta que estava escrito "somente funcionários".

– Aqui é proibido, sabia? - Falei.

– E daí? Chanel e Matt vieram aqui ontem. Ninguém viu. - Olhei em volta. Era o almoxarifado. Igualzinho ao de algum hospital ou de uma empresa. Com todas as pastas e fichas.

– Tem certeza que aqui é seguro? Não quero ninguém abrindo a porta e vendo eu dentro de você. - Ela riu.

– Cala a boca. - Alice riu me puxando.

(...)

– Nossa, tava onde até essa hora? - Jake perguntou quando entrei no quarto. Olhei no relógio. 02h23.

– Tava com a Alice. - Respondi.

– Até essa hora? - Mike perguntou.

– Pra que vocês querem saber?

– Eu ouvi vocês falando "sexo" hoje mais cedo. - Peter falou.

– Onde vocês foderam?! - Jake perguntou desviando os olhos do celular e olhando pra mim.

– Vocês tão de brincadeira, né? - Os três olharam pra mim esperando a resposta. - No almoxarifado do hotel.

– Tá, tá. Esqueçam o Andrew. Eu to com problema. - Peter falou. Essa foi a coisa mais estranha que eu já vi na vida. Peter querendo conselho. - Eu liguei pra April. - Eu fiquei olhando pra cara dele sem acreditar.

– Isso é sério? - Perguntei.

– Lógico que é sério, babaca. - Ele me respondeu.

– Tá. Quem é April? - Mike perguntou.

– Minha meia-irmã. - Respondi. - O que você falou?

– Eu liguei perguntando como ela tava e ela respondeu que lá tava um tédio. Mas o ponto é que eu to afim dela. Mesmo.

– Te falei que querer fazer a menina se apaixonar por você não ia dar certo. - Falei rindo.

– Peter apaixonado! - Jake falou e ele e o Mike começarem a rir. Peter deu um soco no braço de cada um.

– Isso não é legal! Ela não tá nem aí pra mim!

– Bem feito. - Deixei escapar e ele me olhou de cara feia.

– Começa sendo amigo dela. - Mike disse.

– Isso funcionou comigo. - Falei sorrindo e Peter pareceu considerar a opção. - Mas, pelo amor de Deus! Não saiam de dia. Em hipótese alguma!

– Exatamente! A lua dá um clima de encontro mesmo que você não tenha deixado isso claro. - Jake falou sério.

– Nossa. Super fácil!

– Deixa de ser frouxo. Parece que nunca saiu com uma garota. - Mike falou e Peter revirou os olhos.

– Alice vai pra Inglaterra. - Falei e eles olharam pra mim. Ninguém falou nada por alguns segundos. O quarto ficou no completo silêncio.

– Bom, tem as férias... - Jake começou a dizer mas eu interrompei.

– O pai dela pediu transferência na empresa pra lá. Ela não vai voltar. - Eles ficaram em silêncio de novo. Engoli em seco. - Vou tomar banho. - Peguei minhas coisas e fui pro banheiro. Sabia que nada do que eles falassem ia resolver minha situação.


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Notas finais do capítulo

Então... Minhas aulas voltaram. "ah, mas vc tá postando as cinco da manhã". To de noite esse ano pra infelicidade da minha humilde pessoa. Então, se eu demorar um pouquinho pra postar, vcs já sabem pq. Ahn... Espero que tenham gostado do capítulo. E esse troço aí que ele falou do pastor taradinho é uma lenda do dia dos namorados lá. Bom, bye!