She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 42
I Passed!


Notas iniciais do capítulo

Ooi!! Culpem o Nyah por eu só ter postado agora. Boa leitura!



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Eu e meu pai observávamos Bia e Emma correndo pra lá e pra cá no parquinho. Elas já estavam com a areia, que tinha no chão, até no cabelo.

– Até que elas tão se dando bem. - Comentei.

– Graças a Deus!

– Ela já tinha me perguntado sobre a Emma.

– Sobre o que?

– Quem era, quantos anos tinha... Se ia roubar o lugar dela. - Falei rindo. - Deixei bem claro pra ela que não. Pode ficar tranquilo. - Olhei pra elas de novo. Emma cruzou os braços e tava com cara de emburrada enquanto a Bia tava quase batendo num menino. Levantei e fui até lá.

– Tá com essa cara por que? - Perguntei pra Emma. - E vem cá, Bia. - Ela fez bico.

– Ele tava falando coisa feia pra Emma. - Olhei pro garoto, que devia ter uns 8 anos. Cruzei os braços.

– E agora que eu cheguei ficou quieto. - O menino olhou pra baixo.

– Desculpa. - Ele falou baixo.

– Não é pra mim que você tem que pedir desculpa.

– E por que não fala coisa feia pra alguém do seu tamanho? - Bia vai ser do barraco. To vendo já. Ela mostrou a língua pra ele, me fazendo rir.

– Tá. Agora chega. Vamos. - Falei pegando nos ombros da Bia, fazendo ela ficar de costas pro menino e peguei a mão da Emma. Fomos até o meu pai, que observava a cena com uma sobrancelha arqueada.

– O que aconteceu? - Ele perguntou.

– O menino tava irritando a Emma.

– É, ele tava falando coisas feias. - Bia disse. Meu pai sorriu.

– Eu to com fome. - Falei e as duas concordaram. Entramos no carro e fomos pro Mc. Emma nunca tinha ido e quase teve um troço quando viu aquele negócio cheio de cores e os brindes do Mc Lanche Feliz.

– Aquela ali! A de cabelo rosa! - Ela disse toda empolgada olhando pras bonecas assim que entramos.

(...)

– Como foi na prova? - Meu pai perguntou assim que eu saí do prédio da faculdade em Toronto. Minha mãe iria vim me buscar, mas ele insistiu pra fazer isso. Não precisa ser um gênio pra adivinhar o porque.

– Acho que fui bem. O problema é que sempre eu acho que fui bem e é aquela merda.

– Para de ser pessimista. Também não é um bicho de sete cabeças.

– Parece. - Murmurei.

– Vai querer ir direto pro aeroporto? - A Alice chegava hoje e, já que to aqui, vou levá-la pra casa.

– Ainda temos uma hora.

– A gente come alguma coisa por lá. - Fomos pro aeroporto. Comemos algo em uma das lanchonetes que tinha lá dentro e fomos pro portão de desembarque. Meia hora depois, Alice me mandou mensagem falando que tinha desembarcado e ia pegar as malas. Mais um tempo se passou e ela apareceu no portão de embarque.

Depois de nos cumprimentarmos, e digamos que foi uma cena bem constrangedora sabendo que meu pai e a mãe dela estavam ali e nós nos se beijamos depois de quase uma semana sem se ver, passamos em um drive pra elas comerem algo e fomos pra casa.

– E como foi a prova? - Perguntei quando estávamos no carro.

– Eu acho que fui uma bosta. Mas o cara que aplicou a prova sorriu no final.

– Ou ele só te achou gostosa. - Murmurei.

– Andrew! - Meu pai falou também baixo e rindo. Olhei pra trás pelo retrovisor. Elas nem ouviram o que eu falei.

– E você? Foi bem? - Alice perguntou.

– Acho que sim. - Ela sorriu.

(...)

– Ultima semana de aula! - Peter berrou entrando no meu quarto.

– Que horas são? - Perguntei.

– Seis e meia da manhã. - Ele abriu a cortina.

– Porra, Peter. - Resmunguei. - Pra que animação essa hora da manhã?

– Ultima semana de aula! Tem motivo melhor que esse?

– Acordar transando? - Ele riu. - Seu bom humor tá me assustando.

– Vai logo se arrumar. Vou acordar a April.

– O pai dela sabe disso?

– Ele não precisa saber. - Peter falou saindo do quarto e eu levantei me espreguiçando. Fui até o banheiro e tomei banho. Quando saí, já tinham cinco ligações perdidas da Alice.

– Cinco? Ainda não são nem sete horas da manhã! - Disse quando ela atendeu.

– É que o Peter me ligou dizendo que vamos tomar café da manhã fora e que é pra esperar vocês virem me buscar. É verdade ou ele tá zoando com a minha cara? - Ri.

– É verdade. Se arruma bem! Te quero bem gata.

– Não. Vou que nem uma mendiga.

– Nossa. Que grosseria. - Fingi que achei uma ofensa.

– Tá. Vou tomar banho. Até mais tarde.

– Até. - Desliguei e voltei a me arrumar. Fui pra sala e o Peter estava jogado no sofá mexendo no celular. - Primeiramente, bom dia. Segundo, tira esses pés fedidos do meu sofá.

– Bom dia, Andrew. - Ele respondeu. - April demora muito?

– As vezes. - Sentei no sofá. Uns 10 minutos depois e a April apareceu com cara de cu.

– Cadê a animação de vocês dois?! - Peter perguntou.

– Cala a boca. - April resmungou. Entramos no carro e fomos pra casa da Alice.

– Ultima semana de aula! - Peter repetiu pela terceira vez assim que ela entrou no carro.

– Uhu! - Ela berrou e eu fingi que nem conhecia. Chegamos na confeitaria e pegamos uma mesa. Escolhemos o que iríamos comer e Peter e Alice foram pedir no balcão.

– Eu não trouxe grana. - April disse.

– Quem convidou foi o Peter. Ele paga.

– Ouvi isso, viu? - Peter me falou quando estava no balcão esperando as coisas.

– Eu sei.

– Acha que meu dinheiro nasce em árvore?

– Acho. - Ele revirou os olhos. Um garçom trouxe as comidas. Agora que a boa chegou, todo mundo fica quieto. Tá certo...

– E a viagem de fim de ano? - April perguntou. - Quando vocês vão?

– Sábado. - Respondi pelo Peter.

– New York... - Alice disse parecendo que tava sonhando acordada.

– Todo mundo queria ir pra Cancún, mas... - Peter disse e fez bico.

– Você só queria ir pra Cancún por causa da putaria. - Falei rindo.

– Antigamente. - Peter disse e April olhou pra ele.

– Por que só antigamente? - Ela perguntou.

– Nada... - Ele respondeu. Eu e a Alice rimos baixo. - Que foi?

– Nada... - Alice respondeu que nem ele e eu ri mais ainda. Quando terminamos de comer, Peter pagou a conta e fomos pra escola. Quase nos atrasamos.

(...)

A semana passou normalmente. Peter mais animado do que o normal pra acabar a escola de vez e eu apreensivo pra quando chegar as respostas das faculdades. Peter tá tranquilo. Certeza que vai entrar em uma. Ele é uma peste, mas é inteligente pra porra.

Eu estava arrumando a minha mala. Minha mãe estava quase enlouquecendo.

– Não esquece de pegar a escova de dentes amanhã.

– Eu sei. - Respondi colocando as roupas na mala.

– Leva um casaco. Não sabemos se vai estar frio.

– Mãe, é verão.

– Nunca se sabe. E não é pra arrumar assim!

– Como, então?

– Sai daí. Se fosse por você, teria que ir com uma segunda mala. - Revirei os olhos e sentei na cadeira. Minha mãe começou a arrumar a mala e me explicando como colocava cada objeto dentro. Quase morri de tédio. - Que horas tenho que te deixar na frente do colégio amanhã?

– O ônibus vai chegar as nove.

– Vamos sair as oito e meia.

– Mãe, é dez minutos até o colégio e essas coisas sempre atrasam.

– As oito e meia. - Não falei nada. - Pega as coisas de higiene pra colocar na malinha.

– Quem leva necessarie é mulher, mãe.

– Não reclama e vai logo. Vai querer levar as coisas onde? Dentro do sapato? - E lá fui eu pro banheiro. Catei tudo o que ia precisar, menos a escova de dentes e levei pro quarto. Quando voltei, a ouvi fungando.

– Mãe? A senhora tá chorando? - Coloquei as coisas na cama e toquei o ombro dela.

– Agora é a viagem de formatura. Daqui a algumas semanas você vai se mudar. - Ela sentou na cama e começou a chorar.

– Mãe... Quer que eu fique essa semana?

– Não. É sua viagem. - Sentei também e a abracei.

– Prometo te ver com frequência.

– Você cresceu tanto. - Ri baixo.

– To bem maior que você. - Ela me deu um tapa e levantou.

– Deixa eu terminar de arrumar suas coisas. Pegou tudo?

– Peguei.

– Andrew! Chegou uma coisa pra você! - Ouvi a voz do Paul me chamando. Fui até a sala e ele segurava algo nas mãos.

– O que é isso? - Perguntei e ele sorriu.

– Tá no seu nome. Não abri. - Peguei da mão dele. Era da faculdade de Vancouver. Abri o envelope.

– E aí? - April perguntou.

– Calma. Ainda nem li. - Desdobrei a carta e li. - Mãe! - Chamei e corri pro meu quarto. - Mãe! - Berrei de novo.

– Que é, menino? Vai ficar berrando pela casa pra sempre? Eu já te ouvi.

– Chegou!

– O que chegou?

– A carta! Eu passei! - Comecei a correr pela casa procurando meu celular. Quando achei, liguei pro Peter. - EU PASSEI! - Berrei.

– Ai que bosta, Andrew. Para de berrar. E o que aconteceu? Passou onde?

– Na faculdade! Eu passei!

– Qual?!

– De Vancouver.

– Porra! Tu vai pro outro lado do país?! Tá de sacanagem, né?!

– Peter, por mais que você ache o contrário, você vai conseguir viver sem mim.

– Quem mais vai me apresentar uma meia-irmã gostosa? - Ri.

– Já percebeu que na maioria das vezes você mete ela no meio da conversa?

– Eu não faço isso. - Ri de novo.

– Sei...

– Tá. Eu to gostando dela.

– QUE?! Repete! - Falei rindo.

– Eu to gostando dela. E para de rir, seu cuzão. Eu to falando sério.

– Tá, tá. Eu tenho que ligar pro meu pai e pra Alice ainda.

– Aí ó! E ainda ri de mim! Você comeria cocô pela Alice e ri de mim!

– Cala a boca e para de ser nojento! Vou desligar. - Desliguei e minha mãe me olhava. Quando ela viu que eu não estava mais falando no celular, ela me abraçou.

– Parabéns! - Sorri e também a abracei.

– Obrigado.

– Eu tenho muito orgulho de você! - Beijei a testa dela.

– Te amo, mãe.

– Também te amo. Ai meu Deus! Meu filho tá virando adulto!

– Mãe, isso não é o fim do mundo.

– É sim! - Ri. A abracei de novo. - Deixa eu terminar de fazer a sua mala. - Ela voltou pro meu quarto e eu fiquei lá, parado no corredor sorrindo que nem um idiota.

– Parabéns! - Ouvi a voz da April. - E não precisa ficar parado no meio do corredor por causa disso.

– Obrigado. E... Eu tava pensando. Eu queria falar pessoalmente com a Alice.

– Vai lá.

– Preguiça de pegar ônibus.

– Eu te levo. - Arqueei uma sobrancelha. - Eu sei dirigir. Só não tenho carta.

– Se a gente for, não vai ser com o meu carro.

– Tá. Eu pego o do meu pai. Vem. - April pegou a chave escondido e fomos pra garagem.

– Isso é seguro? - Perguntei quando já estávamos dentro.

– Pegar o carro do meu pai?

– Não. Estar dentro de um carro com você dirigindo. - Ela revirou os olhos e abriu o portão com o controle.

– Não fala merda. - Saímos da garagem e ela acelerou.

– Não sabia que você era tão ousada assim.

– Eu não to nem a oitenta por hora, Andrew.

– Achei que você fizesse o tipo meiguinha.

– E eu achei que você fosse gay até conhecer a Alice, mas nunca te falei nada.

– Essa doeu...

– Eu sei. - Ela disse sorrindo.

– Isso é o que? Amor de irmão?

– Pode ser considerado isso. - Três irmãs, uma namorada e mais a minha mãe. Mereço essas mulheres... Mereço!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!