She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 33
Trying


Notas iniciais do capítulo

Ooi! Mudei a capa! Foi feita pela linda da Boow. Obg, anjo! Cap dedicado a vc u_u Boa leitura!



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– Só um! - Alice quase berrou no meio do restaurante.

– A barca é minha.

– Porra, Andrew. É um só. - Ela fez bico.

– Tá. Pega. - Ela abriu um sorriso do tamanho da Rússia. Já estava quase pegando o segundo sushi. - A barca é minha.

– Como você é egoísta! Eu que paguei.

– Porque perdeu a aposta. Isso é problema seu. - Falei rindo e ela me olhou indignada.

– Isso é um absurdo!

– Isso aqui tá muito bom. - Alice revirou os olhos. Comecei a ouvir os primeiros acordes da música. - Vem. Vamos dançar. - Disse me levantando. Ela olhou em volta.

– Nem fodendo. Só vai ter nós dois.

– Deixa de frescura. Vem logo. - Peguei na mão dela, que se levantou revirando os olhos de novo. “Comparisons are easily done once you’ve had a taste of perfection…”. Alice abaixou a cabeça enquanto dançávamos. Já estava pensando em que porra de merda eu fiz quando ela levantou a cabeça e olhou pra mim sorrindo. Sorri também.

– Eu não sei o que seria de mim sem você. - Dei um selinho nela.

– Eu também não. - Alice pousou a cabeça no meu ombro.

– Como você sabia que eles iam tocar?

– Minha mãe conhece o sushiman daqui. - Falei dando de ombros. Ela assentiu. Ficamos dançando em silêncio. Pelo canto do olho pude ver que outros casais dançavam agora também.

– Eu te amo também. - Alice falou do nada. Olhei pra ela.

– Como?

– Eu não te respondi no carro. Agora to falando. - Dei outro selinho nela.

Continuamos dançamos até a música acabar. Depois, resolvemos ir embora.

– Pensei no que você falou. - Disse já dentro do carro.

– No “eu te amo”?

– Não. - Falei rindo. - Que meu pai foi conversar com você.

– Ah… E aí?

– Vou falar com ele. Amanhã.

– Espero que vocês se resolvam. - Fiz uma careta.

(…)

– Como foi a escola? - Perguntei pra Bia assim que a tia trouxe-a lá de dentro pra encontrar comigo no portão.

– Chata. - Ela fez careta e eu ri.

– Por que chata?

– A menina quebrou minha Barbie. - Bia disse com um bico do tamanho do mundo.

– A tia não falou nada?

– Brigou com ela. Mas e a minha Barbie?

– Eu compro uma pra você.

– Bem bonita?

– Claro. Que nem você.

– Que bom que não é que nem você. - Olhei indignado pra ela.

– Eu sou feio agora?

– É. - Bia disse sorrindo.

– Vai ficar sem Barbie.

– Olha, a gente pode… Negociar. Que nem eu ouvi você falando uma vez. - Ri.

– Pega o dinheiro pro ônibus no meu bolso, Bia. E estende o braço. Aí vem ele.

– Achei que a gente ia de carro.

– Não dá pra eu dirigir. E não vamos morrer.

– Papai não deixa eu e a mamãe andar nem de táxi.

– “Papai” não precisa saber. - O motorista parou. - Vai. Sobe.

– Calma que eu to indo. - Bia subiu e eu quase me matei. Obviamente eu não estava com a cadeira. Estava de muletas. E pra subir os degraus? O motorista teve que levantar e vim me ajudar. Odeio essa perna quebrada. Bia achou um lugar e nos sentamos.

Uns 15 minutos depois, descemos no ponto perto da casa do meu pai. Bia foi pulando na minha frente e eu andava lentamente.

– Achei que vocês fossem almoçar fora. - Minha madrasta falou quando abriu a porta.

– Mudei de ideia. - Falei enquanto entrávamos. - Ahn… Meu pai vai vim pro almoço?

– Vai. Ele vai ficar feliz de ver você. - Forcei um meio sorriso.

– Vem ver minha nova casinha! - Bia berrou já de lá de cima. Subi. Passei pelo meu quarto e abri a porta. Estava do jeito que eu deixei. Fechei a porta de novo e fui até a Bia.

(…)

Almoçamos e meu pai ainda não havia chegado. Estava vendo desenho com a Bia na sala quando ouço a porta abrir.

– Desculpe o atraso. Tive um problema no escritório. - Ouvi meu pai dizer.

– Imaginei. - Minha madrasta disse.

– Oi, princesa.

– Papai! Quebraram minha boneca hoje na escola. - Ela disse com bico.

– Eu compro uma pra você. Não precisa ficar com bico.

– Andy disse que compra pra mim. - Aí ele notou minha presença.

– Oi, Andrew.

– Oi. - Respondi.

– Não sabia que viria.

– Alice me falou que você foi procurá-la. - Ele assentiu.

– Pode ser no escritório? - Fiz que sim com a cabeça e levantei. Fomos pra lá. Sentei e meu pai sentou na poltrona que tinha na minha frente.

– Por que não veio falar diretamente comigo? - Ele se mexeu desconfortavelmente.

– Sabia que você não me ouviria. - Mordi o lábio. Não ouviria mesmo. - Eu não queria mais ficar brigado com você.

– É que…

– Eu sei que eu errei. Reconheço isso.

– Não foi qualquer erro.

– Eu sei disso. Mas não quero ficar sem falar com você pro resto da vida. - Só dei de ombros. - Poderíamos pelo menos tentar.

– É…

– Que tal um jogo de hockey no próximo fim de semana? - Sorri de canto.

– Por mim tudo bem.

– Então… Vai ficar pra janta?

– Acho que sim.

– E você e a Alice?

– O que tem? - Perguntei rindo.

– Vocês estão namorando ou estão só… Se pegando?

– Pai! - Ri.

– O que tem?

– A gente tá namorando.

– Ela é uma boa menina.

– Aham.

– Olha o que eu fiz! - A voz da Bia encheu o escritório. Ela correu e sentou no colo do meu pai.

– Quem é essa? - Ele perguntou apontando pro papel.

– Mamãe.

– E essa?

– Alice. Esse é você e esse é o Andy.

– Tem alguém a mais aí.

– É o tio Peter. - Ri.

– Deixa eu ver. - Pedi. - Qual é o tio Peter? - Perguntei com o papel em cima da mesa, pra ela também poder ver.

– É esse aqui. - Ela apontou pro boneco mais cabeçudo.

– Por que a cabeça é desse tamanho?

– Porque o tio Peter tem a cabeça do tamanho do mundo. - Ri de novo.

– Bia… Só você. - Meu pai disse rindo também.

(…)

– Demorou hein. - Minha mãe falou quando eu entrei.

– Eu peguei ônibus pra vim pra casa. - Disse e ela riu.

– O ônibus demora quantas horas pra chegar do outro lado da cidade que não tem 30 mil habitantes? - Revirei os olhos.

– Vou tomar banho. Já venho. - Beijei a bochecha da minha mãe e acenei pro Paul e pra April.

Saí do banho e ia voltar pra sala quando ouço um choro vindo do quarto da April. Bati na porta.

– Tá tudo bem? - Nossa… Que trouxa, Andrew. É óbvio que não. Ela não respondeu. - April?

– Eu to bem. Só… Daqui a pouco eu vou pra sala. - Tentei girar a maçaneta.

– Abre a porta.

– Já disse que eu to bem.

– E eu pedi pra você abrir a porta. - Ela abriu e eu ouvi sua risada.

– Você não pediu. Você mandou.

– Mesma coisa. - Falei entrando no quarto dela. - Tava chorando pelo o que?

– Nada.

– Quem é o menino? - Ela me olhou estranha.

– Bosta. - Ri. - Ele é um idiota. - Lembrei das palavras do Peter. “Acho que ela é afim de você”.

– Ele namora? - Resolvi “jogar verde”.

– É. Ele namora. - Ela disse revirando os olhos. - Não quero falar disso com você. Não me leve a mal, Andrew. Mas você não é uma menina. - Ri.

– Tá. Tudo bem.

– E eu to bem. Sério.

– Espero mesmo. - Ela sorriu envergonhada. Levantei. - Vou voltar pra sala.

– Tá. Eu vou dormir já. Boa noite, Andrew.

– Boa noite, April.


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Notas finais do capítulo

Bom, sobre o capítulo, lembrem-se que nem tudo são flores. E eu queria desejar um feliz Natal pra vcs! Que vocês comam bastante peru (mesmo que não tenha peru. Aquelas aves que fazem no Natal são tudo peru pra mim), e que não tenha nenhum tio do pavê, pa cumê na casa de vcs. Amém. Bye!