She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 26
I Like You


Notas iniciais do capítulo

Ooi, gente! Mil perdões pela demora ): Minha semana tá muito cheia... E... Não vou escrever esse fds pq vou pra SP pro show q acho q falei .-. Nao lembro... Enfim, nao sei quando vou postar de novo... Mas vai ser na semana que vem, ok! Nao vou ficar semanas e semanas sem postar... Boa leitura! :3



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Escutei um barulho e acordei. Peguei o celular. Quase 03h30 da manhã. Virei pro lado e tentei voltar a dormir. Ouvi outro barulho. Porra. Levantei. Percebi que era na minha janela. Afastei a cortina e tentei olhar pela fresta. Não creio isso. Abri a janela rindo.

- Tá tentando fazer o que? - Perguntei rindo.

- Estava te acordando. - Arqueei uma sobrancelha. - Eu não conseguia dormir.

- Então você quer a minha presença?

- Quero. Na minha casa. - Nem maliciei a frase… Imagina!

- To saindo.

- Traz doce! - Ouvi antes de fechar a cortina. Terminei de me trocar e desci. Fui até os fundos do quintal e encontrei-a lá.

- Tá muito manhosa pro meu gosto. - Alice revirou os olhos. - O que é isso? TPM?

- Cala a boca, Andrew! - Entramos no seu quarto.

- Não era mais fácil ter me ligado, carente?

- Não. - Ela deitou. Me deitei do seu lado. Alice virou de lado e fechou os olhos, comendo um pedaço da barra de chocolate. Abracei-a pela cintura. - Lê pra mim?

- O que?

- Qualquer coisa. - Levantei e liguei o abajur, que ficava do lado da cama dela. Olhei sua estante de livros. Peguei o primeiro que eu vi. Me sentei do lado dela, na cama. Alice deitou a cabeça no meu colo. Abri o livro quase na última página e comecei a ler em voz alta. Era uma carta.

- “Camryn, meu amor,

Eu não queria que fosse assim. Queria te dizer estas coisas pessoalmente, mas tinha medo. Tinha medo que se eu dissesse em voz alta que te amava, o que a gente viveu juntos fosse morrer comigo. A verdade é que eu sabia, no Kansas, que era você. Te amei desde aquele dia em que olhei nos teus olhos pela primeira vez, me encarando do alto da poltrona daquele ônibus. Talvez eu não soubesse disso ainda, mas percebi que alguma coisa aconteceu comigo naquele momento, e que eu jamais poderia abrir mão de você.

Nunca vivi da forma como vivi durante minha curta convivência com você. Pela primeira vez na vida, me senti inteiro, vivo, livre. Você foi a peça da minha alma que faltava, o ar nos meus pulmões, o sangue nas minhas veias. Acho que se existem mesmo vidas passadas, então fomos amantes em cada uma delas.Conheço você há pouco tempo, mas parece que conheço desde sempre.

Quero que você saiba que mesmo na morte vou me lembrar de você. Eu sempre vou te amar. Queria que as coisas tivessem sido diferentes. Pensei em você muitas noites na estrada. Ficava olhando para o teto nos motéis e imaginava como seria nossa vida juntos, se eu sobrevivesse. Tive um ataque de pieguice e pensei em você de véu e grinalda, e até mesmo com um minimim na barriga.” - Nessa parte eu tive que parar e rir. Assim como ela. - “Sabe, sempre ouvi dizer que comer mulher grávida é uma delícia. ;-)” - Gargalhei.

- Amo esse livro. Continua. - Alice falou rindo. Continuei.

- “Mas lamento ter que te deixar, Camryn, lamento tanto… Queria que a história de Orfeu e Eurídice fosse real, porque aí você poderia me trazer de volta à vida cantando. Eu não ia olhar pra trás. Não ia ferrar tudo, como Orfeu.

Eu lamento tanto, amor…

Quero que você me prometa que vai continuar forte, linda, doce e meiga. Quero que você seja feliz e encontre alguém que te ame tanto quanto eu amei. Quero que você se case e tenha filhos e viva a sua vida. Apenas se lembre sempre de ser você mesma, e não tenha medo de dizer o que pensa, nem de sonhar em voz alta.

Espero que você nunca me esqueça.

Mais uma coisa: não se sinta culpada por não ter dito que me amava. Não precisava dizer. Eu sabia disso o tempo todo.

Com Amor, Sempre,

Andrew Parrish.”

- Sempre amei seu nome por causa desse livro. - Alice murmurou. Puxei ela pra mais perto de mim.

- Ele morre? - Perguntei. - Sério isso?

- Lê pra saber.

- Me conta.

- Não. Não costumo soltar spoilers.

- Mas eu não leio nem os exercícios da escola.

- Lê esse livro, então. - Fechei o livro e deixei em cima do criado-mudo. Deitei de novo. Alice estava quase deitada em cima de mim.- Eu gosto de você. - Sorri.

- Eu sei. Você já me disse isso. - Disse rindo.

- De verdade. - Ela parecia bêbada de novo. - Acho que é mais que um gostar. - Ela sussurrou do mesmo jeito que eu tinha dito pra ela no dia do teatro. - Boa noite, Andy.

(…)

Escutei uma risada. Senti minha bochecha coçar. Bati com a mão.

- Ai! - Ouvi a voz da Alice.

- O que tu tá fazendo? - Perguntei sem abrir os olhos, sem me mexer…

- Nada. - Abri os olhos com medo do que eu iria encontrar. E… É. Nada. - Eu tava te acordando. Só.

- Que horas são?

- Quase uma hora.

- Caralho! Hoje tem treino! - Levantei num pulo. Pulei a janela. Não. Espera. Voltei, dei um beijo na testa da Alice, pulei a janela de novo e corri pro meu quarto.

- Onde você tava? - Ouvi a voz da minha madrasta.

- To atrasado! - Só respondi disso. Nem tomei banho. Eu já tinha que estar lá! Peguei a bolsa do time (que graças ao bom Deus eu já deixo arrumada), me enfiei no carro e fui cantando pneu pra escola.

- Tá atrasado. - O treinador disse.

- Eu sei. - Andei quase correndo pro meio da quadra e colocando meu tênis.

- Dormiu fora de casa, Davis? - Ouvi alguém berrar. Revirei os olhos.

- Calem a boca! - Disse. Troquei minha blusa pela do time.

O treino passou devagar quase parando. Quase dormi correndo. Ouvi um “a noite foi boa hein” do Peter, mas ignorei.

- Também faltei na escola. - Ele disse quando demos uma pausa pra tomar água.

- Foi onde ontem? - Perguntei.

- Ver a amiga da Alice. - Olhei pra ele rindo.

- Foram onde?

- Dar uma volta só. Ficamos… Ela me perguntou de vocês.

- Como assim?

- Se vocês estão namorando. - Era só o que faltava.

- Respondeu o que?

- Que não sei.

- O que ela respondeu?

- Nada. Só disse que era bom ela estar com outra pessoa.

- Vocês não falaram mais nada sobre a Alice?

- Eu tinha uma menina pra beijar. Tu acha mesmo que eu ia ficar falando sobre você e a Alice? - Ri.

- Ela, finalmente, falou que gosta de mim também.

- Para de ser gay.

- Cala a boca, Peter. - Ele riu. O treinador nos chamou pra voltar a treinar.

(…)

- Tá sentindo o que?! Ai meu Deus… Tá desmaiando?

- Cala a boca, Peter! Só tá doendo. - Bom… Eu quebrei o pé no treino. Não sei quem tava mais desesperado. O Peter ou minha mãe.

- Cadê ele?! - Ouvi a voz da Alice. Outra desesperada… - Nossa, Peter… Pelo o que você falou no telefone, eu achei que ele estava tendo uma hemorragia.

- Eu só quebrei a perna. - Disse revirando os olhos.

- Eu quase tive um troço! - Ri.

- Que bonitinha. Ela ficou preocupada. - Peter falou e eu ri mais ainda.

- Vai comprar doce pra mim na lanchonete. Vai, Peter. Go! Go! - Alice, literalmente, empurrou o coitado do meu melhor amigo pra fora do quarto. - Ah! E oi. - Ela disse pra minha mãe.

- Tudo bem, querida?

- Tudo.

- Bom. Vou deixar vocês sozinhos. - Minha mãe saiu do quarto e Alice sentou do meu lado na cama.

- Juro que levei um susto quando o Peter me ligou.

- Eu sei. Eu ouvi ele falando. - Me inclinei e dei um selinho nela. - Daqui a pouco já posso ir pra casa.

- Acho que sim. Minha mãe perguntou se você dormiu lá em casa.

- Ela ficou brava?

- Eu disse que falava contigo no celular e estava no viva-voz..

- Esperta…

- Um de nós tem que ser né. - Semicerrei os olhos olhando pra ela. - Mas… Sem preconceito, Andy. Gosto de você do jeito que você é.

- Sai daqui, Alice! - Ela riu. - Eu não vou poder jogar. - Resmunguei um tempo depois.

- Parece um neném.

- Para de me zoar. Eu preciso de carinho agora.

- Para de ser gay! Eu… Bom, você tá com a sua mãe. Então eu vou voltar pra casa. Quando você chegar, me avisa. - Ela me deu um selinho.

- Mas já? Mal chegou.

- É… Mas… Preciso ir. Até depois. - Alice saiu do quarto e eu fiquei lá mofando, sozinho. Pouco tempo depois, Peter entrou no quarto.

- Ué. Cadê ela?

- Foi embora. Rápido demais, não acha?

- É… Talvez. E eu realmente comprei o chocolate. - Ele disse bufando.

- Você vai embora, Andy. - Minha mãe disse abrindo a porta. Sentei na cama e o Peter me ajudou a me colocar em uma cadeira de rodas.

- Como eu vou andar?

- Eu ia comprar muletas. Mas preferia cadeira de rodas. - Minha mãe respondeu. Surtei quando lembrei de algo.

- COMO EU VOU DIRIGIR?!

- Sem neura. A Alice dirige pra você. - Peter me respondeu. Mas… Ele tem cocô na cabeça?

- E você acha mesmo que eu vou deixar aquela menina encostar no meu carro? - Ele revirou os olhos.

- Eu te dou carona. Que seja.

- Meu Deus… Tá no fim do ano. Fodeu geral! Eu vou ter que começar a vender balinha no sinal!

- Para de ser dramático.

- Dramático?! Mãe, o que eu vou fazer?! Os olheiros vão estar no jogo do mês que vem! Pra que faculdade eu vou?! Alias… COMO EU VOU PRA UMA FACULDADE?! - Eu juro que to em desespero.

- Quer ficar calmo? Pra tudo se dá um jeito. - Minha mãe disse.

- Não. Nesse caso, não. Eu não sei o que fazer! Só com as notas eu to fodido!

- Amanhã eu vou na escola e vamos conversar com o seu treinador. Vamos arrumar um jeito.

- To com medo.

- Que porra de medo, moleque! Para de frescura! - Peter é meigo como uma porta.

- Cala a boca! E quando chegarmos em casa, quero um milkshake.

- E eu com isso? - Peter me perguntou.

- Vai fazer, ué. Tem que ajudar os amigos.

- Hm… Vou ganhar quanto por isso?

- Minha gratidão eterna. Só. E já é mais que o suficiente. - Minha mãe riu.

- Devia ser um prêmio melhor. Tipo… Beijar alguém.

- Arrebento sua cara. E eu já disse. Prefiro meninas.

- Não to falando de você. To falando da Alice.

- Arrebento sua cara do mesmo jeito. - Ele riu. Ri também. Sabia que aquele babaca tinha falado só pra me irritar.

- De chocolate? - Olhei pra ele.

- O que?

- O milkshake. A queda afetou sua cabeça também? - Revirei os olhos.

- Chocolate sempre. - Respondi sorrindo.

*Carta tirada do livro: Entre o Agora e o Nunca (J. A. Redmerski). Super recomendo! Principalmente pras taradas de plantão u_u E foi lendo esse livro que tive a ideia pra fazer a fic.


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Notas finais do capítulo

Espero q tenham gostado! Recomendo o livro. Sério mesmo. É perfeito! Bye ♥