Ela o amava tanto. Escondia. Mas ainda assim amava.

Do jeito estranho deles dois.

E do mesmo jeito ele a amava. Escondia ainda mais fundo. Mas nem por isso deixava de amar.

Era aquele tipo de amor puro. Singelo. Não era uma paixão avassaladora. Era aquela coisa que os consumia aos poucos. Que deixava os corações doendo de tanto prender os tão grandiosos sentimentos.

Por mais que doesse. Eles acreditavam que doeria mais admitir. Eles estavam tão cegos com a rixa entre as famílias que nem imaginavam que a dor maior era continuar assim.

Até que ela percebeu. Ela sempre foi a mais inteligente dos dois. Não que ele fosse burro, ou algo do tipo. Só que ela era mais perceptiva.

Foi em um dia cinza, bem do jeito que ele gostava que a ruiva deu um basta. Chegou perto do mais alto, lutou bravamente contra a vergonha e ganhou. Mesmo que bem baixinho a menina revelou seu amor incondicional pelo mesmo, ela entregou todo o seu coração, com o sentimento que por falta de palavra melhor foi chamado de amor.

Ainda assim, mesmo com a vontade enorme de beijar cada uma de suas sardas, Scorpius Malfoy recusou o amor de Rose Weasley, pois se julgava não merecedor de um amor tão bonito quanto aquele que a ruiva lhe jurou sentir.

Então a pequena Weasley foi embora com os olhos cheios de lágrimas. Deixando o garoto tão oposto a ela no mesmo estado.

E talvez pela segunda ou terceira vez desde que nasceu o Malfoy chorou. Não mais que a ruiva, que chorava copiosamente em seu quarto. Mas as lágrimas desceram sem que ele nem percebesse.

Mesmo com a rejeição do loiro, Rose continuou a amá-lo. O que ela sentia era forte demais para se acabar tão facilmente. Se ele pedisse, ela recomeçaria tudo de novo. Ela diria tudo de novo. Ela sentiria tudo de novo. Mas se passou um dia, depois uma semana, então um mês. E o menino não se pronunciara.

Ela já tinha desistido. Amava-o de todos os jeitos possíveis. Mas não iria sofrer por algo que não vale a pena. A pequena tinha um orgulho enorme.

Quando finalmente se tocou que não importava se merecia o amor dela ou não, ele simplesmente o tinha foi atrás da menina, que o esperava. Como sempre esperou.

Eles trocaram um abraço apertado, daqueles de amigos que não se veem há anos.

Ela chorava. Ele sorria.

Gritavam os sentimentos em silêncio. Sussurravam palavras desconexas. Eles estavam em estado de êxtase.

Amor definia os dois no momento.

Amor definia os dois de qualquer jeito.

E isso era o mais puro e verdadeiro amor. Brigavam de vez em quando. Mas eram felizes, porque o amor superava tudo e qualquer coisa. Não importa o quê.

Com eles não seria diferente.