O Garoto De Reparos Da Rainha. escrita por Pamonha


Capítulo 12
Radioativo.


Notas iniciais do capítulo

Meus amigos, desculpem a demora !
Não vou ficar de blablabla porque vcs devem estar ansiosos, então vou ser breve KKK
A sinopse da próxima fic está nas notas finais !
Fiz esse capítulo meio songfic, então leiam ouvindo essa música aqui
http://www.youtube.com/watch?v=4U8C_XuE7wc
É Radioactive do Imagine Dragons ♥
Espero que gostem !



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POV Leo.

–Estamos chegando !

‘’Estou acordando para cinzas e para poeira

Limpo minha testa e exercito minha ferrugem

Estou respirando os produtos químicos’’


Leo não podia acreditar que o momento no qual evitara pensar a semana inteira havia chegado. Ele passara dias maravilhosos concertando seu barco, viajando pelo país, conhecendo Reyna e lutando contra monstros. Para os mortais, aquilo podia parecer terrível, mas para um semideus, era o equivalente e ganhar uma viagem ao Havaí com tudo pago e com direito a levar a supermodelo mais linda como acompanhante. E agora, tudo terminaria.

Reyna o olhou e por um segundo Leo viu a incerteza que tomava conta dela. Ele sentiu vontade de abraçá-la e prometer que tudo ficaria bem, mas como ele poderia prometer uma coisa dessas ? Era o destino do mundo que estava em jogo e o filho de Hefesto não achava que tinham grandes chances de sucesso. Mas havia Reyna. E Reyna o fazia desejar do fundo do coração que estivesse enganado, que o mundo pudesse ser salvo e que poderia fazer da pretora sua nova família.

Sob a luz fraca da cabine, a romana parecia cansada e triste e Leo, pela primeira e única vez, duvidou que ela fosse capaz de ter de volta o que era seu por direito.

– Reyna, está tudo bem ? - Ela o fitou com olhos que não eram dela. Olhos exaustos e destruídos. – Ok, mais uma pergunta estúpida de Leo Valdez.

– Estou bem – Leo conseguira arrancar um sorrisinho dela – É só que... bem, pode ser o começo do fim do mundo.

– Fim do mundo ? Só isso ? Ora, somos semideuses ! Com certeza vamos enfrentar coisas piores que o fim do mundo. Pfff ! – A pretora abriu um sorriso um pouco maior e Leo começou a se sentir bem novamente. – Quer subir ?

– Sim. Vamos acabar logo com isso ! – Suspirou Reyna.

Eles subiram. Talvez fosse só a mente hiperativa de Leo pregando peças, mas ele jurava que o céu estava vermelho e tudo mais estava escuro, como numa pintura. Ao longe, ele avistava o que seria o acampamento romano. Ele parecia brilhar numa aura dourada e poderosa mesmo que fosse ainda apenas um aglomerado disforme. O filho de Hefesto se perguntou se o Acampamento Meio Sangue surtia esse mesmo efeito ameaçador, mas tinha uma leve impressão de que não.

Reyna parecia absolutamente perdida pela visão de seu lar, porém era difícil saber exatamente o que ela estava pensando. Sua expressão não deixava transparecer nada.

– Temos dez, talvez quinze minutos para chegarmos. Se tiver de fazer algo, é melhor fazer agora. – E não resistindo, o grego completou – A menos que esse algo a fazer seja me beijar ! Ai posso fazer com que cheguemos daqui algumas horas !

– Leo ! – Riu levemente a pretora. Mas depois voltou a ficar séria. – Temos de fazer o que temos de fazer. Vou me aprontar.

E desceu para a coberta. Leo não sabia exatamente o que queria dizer com aprontar-se. Talvez ela quisesse rezar, talvez colocar a armadura ou talvez fosse se despedir de Festus. Fosse como fosse, o garoto sabia que pensar nisso o deixaria ainda mais triste. Tentou apenas se concentrar em coisas mais leves, mais felizes, como em rever seus amigos ! Mas será que os veria novamente ? Em que estado estariam se chegassem a os encontrar ?

Ele estava falhando miseravelmente em sua tentativa de pensar em coisas leves e felizes. Até Reyna aparecer de novo no convés, claro.

Por onde começar a descrevê-la ? Por onde começa a se descrever a perfeição ? Leo não sabia, por isso, começou do melhor jeito que podia. Ela vestia uma armadura romana dos pés a cabeça. A armadura ela linda, simples mas gloriosa com seus detalhes dourados e seu couro marrom brilhante e cai perfeitamente em Reyna. Depois, vinha a capa de pretora, roxa e dançante com o vento. Aquela era a marca de sua autoridade, mas o grego suspeitava de que ela não precisava daquilo para fazer qualquer um se submeter ao seu comando. Os cabelos da garota estavam presos em uma longa trança bem feita. E então vinha a parte preferida de Leo, os olhos. Os olhos escuros e límpidos da garota eram o que fazia todo o resto parecer realmente temível. A pretora emanava poder. Emanava o espírito romano, o que significava verdadeiramente ser romano. Se ele se concentrasse, podia ver uma aura roxa em volta da pretora, acompanhando seus movimentos.

O filho de Hefesto sentiu-se um pouco intimidado pelo visão poderosa de Reyna e talvez até a tenha invejado um pouco, pois jamais pareceria tão poderoso assim.

– Você está incrível !

– Incrível o suficiente para convencer uma legião de romanos que você não destruiu nosso acampamento ?

– Incrível o suficiente para fazer qualquer coisa, Mi reyna ! – Ela enrubesceu o que não combinava com a aparência divina.

– Vá se aprontar, Leo. Precisamos ter tudo sob controle. – Leo assentiu e desceu.

‘’Todos os sistemas se vão

O sol não morreu

Profundamente em meus ossos

Diretamente do interior deles’’


Ele fez o melhor que pode para parecer inocente, mas poderoso, mas não tinha certeza se o parecia usando suas típicas roupas eternamente sujas e seu inseparável cinto de ferramentas. Ele não tinha uma armadura. Nunca se preocupara em fazer uma para si mesmo, além de duvidar que uma armadura o fosse deixar parecendo uma vítima de possessão.

Ao subir novamente, ele respirou fundo. O vento tinha um cheiro que ele não conseguia definir. Agora, tudo estava ainda mais vermelho, cor de sangue seco. Aquilo tinha de ser fruto de sua imaginação !

Sem se demorar, foi para o painel de controle do barco e começou a acertar as coordenadas. Agora o acampamento romano estava sinistramente próximo e o cheiro estranho começou a ficar mais forte. Lançou um olhar para Reyna, que estava de costas para ele, observando Nova Roma. Com a capa e os cabelos flutuando em suas costas devido ao ventos e com a aura roxa e a moldura de céu escarlate, a pretora parecia uma pintura.

‘’ Estou acordando

Sinto isso em meus ossos

O bastante para explodir meus sistemas’’

POV Reyna.

‘’Ergo as minhas bandeiras, visto minhas roupas

É uma revolução, acredito

Estamos pintados de vermelho para nos encaixarmos’’


Ver seu La depois de tudo que acontecera parecia irreal. Reyna não sabia bem como reagir, por isso, ficou parada na proa deixando seus pensamentos se organizarem e assumindo sua face de coragem.

Atrás de si, Leo os conduzia para Nova Roma. Ele tentava parecer bem humorado como sempre mas era difícil vê-lo como o Leo de sempre quando ele parecia tão... guerreiro. O grego não tinha armadura ou espada, também não tinha nenhum símbolo de liderança e tão pouco era mais alto ou corpulento que Reyna, porém havia algo diferente nele. Suas roupas simples, seu cinto de ferramentas, o jeito como seus cachos caiam-lhe sobre os olhos e suas mãos manejavam o leme, tudo isso de alguma forma contribuía para fazê-lo parecer mais forte, mais feroz. Se a romana se concentrasse, até mesmo poderia ver uma aura alaranjada em torno do corpo do garoto. Não uma aura maligna como no dia do acidente, mas uma aura de coragem, de energia. Leo era a representação do que realmente significava ser grego.

Agora, Nova Roma e o Acampamento se estendiam logo abaixo deles. Ela podia ver detalhes das casas, das ruas, do senado. Podia ver também pessoas. Romanos que paravam o que estavam fazendo e olhavam para cima ou romanos que paravam o que estavam fazendo e saiam correndo para buscar ajuda. Reyna tinha vontade de lhes gritar que eles não eram uma ameaça.

Leo chegou a seu lado e pegou sua mão.

– Eles parecem formigas zangadas vistos aqui de cima ! Talvez se conseguíssemos uma lupa gigante... – Ele tentou brincar, mas a pretora percebia que o garoto não estava ao menos com vontade de falar. Ela entendia. Sentia-se da mesma maneira.

– Reyna, eu preciso te dizer... – Mas a romana apenas pôs a outra mão suavemente sob os lábios do grego.

– Eu o proíbo de se despedir, Valdez ! Estamos em território romano e eu ainda sou a pretora por aqui. Ou seja, siga minhas ordens ou eu mesma trato de prender-lhe !

– Sim, señorita pretora ! – Sorriu Leo, embora ainda parecesse um pouco nervoso.

Reyna podia ver os rostos dos romanos com clareza de onde estavam. Reconhecia muitos mas não sabia ler a expressão neles. Seria surpresa ? Medo ? Magoa ? Esperança ? Talvez uma mistura de tudo isso.

Sentiu Leo apertar um pouco mais sua mão e sentiu algumas lágrimas se formarem nos próprios olhos. Talvez fosse melhor eles se despedirem. Antes que pudesse se decidir, tentou se afastar do grego, mas ele a segurou pelo braço.

– Reyna, sei que não quer se despedir mas... – Ele parecia tão angustiado e preocupado que a pretora parou para ouvi-lo – Eu sou péssimo com isso mas escute... esses dias foram incríveis. Você é incrível e depois que tudo isso acabar eu adoraria... você sabe, passar mais tempo com você e... por los dioses, Reyna, eu amo você !

A garota sentiu vontade de dizer-lhe o mesmo. Ela teve vontade de dizer-lhe tudo o que achava sobre ele, o quanto o admirava e o quanto gostava dele ! Queria contar-lhe como sua risada e seu sorriso louco eram a coisa mais incrível que ela já tinha visto. Queria contar-lhe que sua maneira de falar, misturando dois idiomas, era deliciosa de se ouvir. Queria poder dizer que seus braços eram o lugar mais seguro e aconchegante que ela conhecia. Queria contar-lhe sobre como ele a fazia bem e que talvez ela o amasse também.

Mas não disse nada disso. A pretora apenas o abraçou fortemente, inalando desesperadamente o cheiro do garoto para que este ficasse na memória. Em seguida, o beijou levemente.

– Isso não é uma despedida !

‘’Estou invadindo e tomando forma

E então checando o ônibus da prisão

Isto é, o apocalipse’’


A pretora desceu do Argo II. Uma multidão de romanos havia se reunido ao redor do barco mas incrivelmente, nenhum mostrava sinais de que atacaria. As armas estavam ali, nas mãos de cada um, mas nenhum romano parecia disposto a brandi-las. Reyna tentava andar com dignidade e autoridade.


– Vejam se não é a traidora de Roma ! É ótimo tê-la de volta, pretora. Estavamos ansiosos para reencontrá-la.


– Imagino que sim, Octavian. Afinal, não acredito que seu comando provisório tenha sido muito apreciado, não é mesmo ? - Rever o detestável augure era como uma flechada no meio da testa. Ele vestia uma capa de pretor improvisada com um lençol roxo e já não trazia seus ursinhos de pelúcia no cinto.


– Provisório ? Não apreciado ? Ora Reyna, acha mesmo que nós, romanos, a aceitaremos de volta depois de sua traição ?


– E eu traição seria essa, Octavian ?


– Você incendiou Nova Roma junto com aquele graecus e ainda fugiu ! Estava com o inimigo o tempo todo ! Não é digna de nossa confiança, pretora ! – Ele cuspia as palavras com ferocidade e magnetismo. Reyna teve de fazer certo esforço para manter a pose.


– Para começar, nem eu nem o grego incendiamos nada. Não intencionalmente. E também não fugimos. – As palavras lhe começavam a sair com emoção – Romanos, me escutem ! Proponho que todos ouçam minha história. Ao final dela, poderão julgar tanto a mim quanto ao grego como culpados ou inocentes. Dou minha palavra de romana que tudo o que sair de minha boca será a verdade e nada além dela ! Estão dispostos a me ouvir ? - No primeiro momento, houve um silêncio perturbador. Depois começaram alguns murmúrios positivos e outros pouco negativos. Os murmúrios positivos viraram um alto clamor, para o alívio da garota.


– Está bem, está bem ! Iremos ouvir a traidora. – Disse Octavian a contragosto.


– Ouvirão a mim, sua pretora até segunda ordem e também ouvirão o grego. – Sua voz saia confiante e ela se orgulhou disso.


– O grego ? Então quer dizer que ainda não o matou ? - Sorriu maldosamente o augure.


– Você também ainda não matou os que temos aqui, Octavian ! – Gritou uma voz da multidão. O legado de Apolo ferveu de raiva.


– Eles nos foram úteis ! Foram as iscas que trouxeram a nossa querida pretora e seu querido amigo graecus de volta. Além de terem trazido este barco de guerra que também nos pode ser muito útil !


Reyna fez o que pode para esconder o entusiasmo pelos outros gregos ainda estarem vivos. Leo devia estar radiante !


– Chame seu grego, Reyna. Vamos ouvir o que tem a nos dizer e vejamos se é digna de clemência – E chegando próximo a garota, o augure sussurrou – Mas não espere qualquer tipo de misericórdia vinda de mim, pretora.


‘’Bem-vindo à nova era

À nova era

(...)

Sou radioativo

Radioativo’’


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de ler porque eu AMEI escrever esse capítulo KKK
Enfim, a minha próxima fics é sobre o tempo que a Reyna passa na Ilha de Circe. E adivinhem quem desembarca lá ? O Capitão Valdez ! O pirata mais astuto de todo Mar de Monstros ! Mas Circe quer transformá-lo em porquinho da India e ele quer fugir com Reyna, então, o que será que acontece ? Terão de ler para saber !
Falando assim parece ruim, mas juro que a ideia é boa ! KKK
Desculpem de novo pela demora, queridos ):
E sem querer ser folgada mas tenho um amigo que entrou esses dias para o mundo semideus e ele começou a escrever fics, então se alguém aqui gostar das fics com Ártemis, leia. Digo isso porque ele escreve realmente bem, não é só porque ele é tipo, meu melhor amigo KKK
http://fanfiction.com.br/historia/408423/Ultimo_Suspiro
Obrigada pela compreensão de vocês, queridos ! Escrever e saber que vocês leem me faz um bem danado !