Londres, 3 de Dezembro 2013

Depois de alguns dias, Jane pôde ir para casa. Em primeiro momento, foi um perfeito caos, afinal normalmente todos os pais novatos têm a ajuda de mães ou avós para lidar com o bebê, contudo estavam desobstinados disso e ficaram consequentemente, literalmente perdidos procurando como fazer as coisas no laptop da cientista.

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Ao chegar em casa, entraram de mãos dadas e Thor segurava Elli nos braços, disposto disso, subiram ao quarto que tinham montado para a garotinha, após retirar algumas tralhas de Jane de lá, criando um ambiente muito aconchegante, embora pequeno. As paredes eram todas brancas, o berço de vime com protetor e edredom amarelos e um móbile com planetinhas, que Jane havia feito com seu pai quando criança e prometera a si mesma guardar para seu filho, pendendo sobre ele. O guarda-roupa também era branco e já carregava alguns macacõezinhos unissex e potinhos com algodão. Colocaram a criança no berço e ficaram olhando-a, Jane sentou na poltrona que ficava ao lado e Thor no braço do estofado abraçando-a:

_ Você não quer descansar? Eu olho ela... – disse Thor.

_ Não, está tudo bem, eu vou ficar – respondeu serenamente.

Dalí a pouco Elli começou a chorar muito, Jane se levantou tentando manter a calma, carregou-a e disse:

_ Acho que ela quer mamar, deixe-me sentar na cadeira – ele levantou e ela sentou abrindo alguns botões da camisa e começando o processo.

Thor olhou para a mulher e se virou, achando que seria um pouco desconfortável se ficasse olhando.

_ Que foi? – falou Jane rindo.

_ Você não fica constrangida se eu olhar? – um pouco sem graça.

_ Acho que não, pode olhar – continuou rindo e olhando um pouco vermelha para baixo.

Depois de terminar concluiu:

_ Viu? Era isso!

_ Pois é!

_ É estranho sabia?

_ O que?

_ Dar de mamá – falou séria.

_ É? – disse sem jeito.

Começaram a rir.

_ Nossa, acho que somos os pais mais bobos do mundo.

_ Não exagera, nós vamos aprender, você vai ver.

_ Espero que sim – diminuindo gradativamente o riso – colocou Elli de volta ao berço.

_ Eu precisava tomar um banho, mas o corte está doendo um pouco ainda.

_ Vamos lá, eu te ajudo.

_ Mas e a Elli?

_ Ichi, onde vamos deixá-la?

_ Aqui no berço, aí agente vai rapidinho?

_ Sozinha? A vai é rapidinho.

Thor pegou uma cadeira e colocou no box para ela sentar e foram até a suíte de seu quarto. Ajudava-a e por vezes esquecia o olhar numa das parte do corpo alvo. Estava tudo em silêncio até que ouviram um choro, Thor largou tudo, saiu correndo, escorregando com os pés molhados e encharcando os outros cômodos. Pegou Elli e tentou faze-la parar de chorar, mas não conseguiu, foi até Jane que estava enrolada na toalha de qualquer jeito:

_ Ela não para, acho que precisamos trocá-la.

_ É mesmo, pega a fralda, que eu vou ter que pesquisar aqui como põe - pegou o laptop e encontrou uma vídeo-aula.

Pegaram tudo que era preciso para limpá-la, tirou a fralda e começou. Thor sentou de frente para ela:

_ Então, mas você não acha melhor limparmos e darmos um banhinho nela antes de colocar a fralda nova?

_ É melhor!

Foi o que fizeram, Elli parou de chorar aos poucos e colocaram a banheirinha em cima da cama, Jane passava sabonete no corpinho dela e Thor colocou um pouco de shampoo nas mãos e foi passando nos finos fios loiros.

_ Parece que ela gostou! – disse Thor.

_ É.

Terminaram, posteriormente viram o passo-a–passo na internet e Thor colocou a fralda, ficou um pouco torta, mas estava ótimo para a primeira vez.

_ Acho melhor agente deixar ela com agente durante o dia e só de noite colocamos lá no berço.

_ Aham.

Ajudou Jane a se trocar, e ela se deitou na cama com a filha ao seu lado, com várias mantas para prevenção. Thor ligou a TV baixinho e foi na cozinha preparar alguma coisa para comer. Por sua sorte sabia fazer o básico, então fez arroz com batatas, pegou suco de laranja na geladeira e colocou em uma bandeja, subiu para dar para Jane, esperou ela terminar e depois fez sua refeição, passou-se algum tempo até a cientista adormecer, e Thor pôs-se a observar suas preciosidades, a quem protegeria até o fim dos tempos.

Foi passando a tarde, Jane deu de mamá para a filha mais vezes, eles a trocaram mais vezes e finalmente a noite tinha chego. Thor conseguiu uma folga para tomar banho e preparar sopa, e depois do jantar, se deitou ao lado de Jane na cama, que estava segurando a bebê sob o abdômen, quando a garotinha abriu os olhinhos por inteiro, Jane estava olhando para Thor e ele para a filha e no movimento da menina disse sorrindo:

_ São mesmo azuis...

_ O que?

_ Os olhos dela – ela olhou, eles tinham o formato arredondado dos dela, com a cor dos dele, era lindo, pareciam globos de céu com estrelas brilhantes. Olhou para os olhos da filha e depois para os de Thor e sorriu.

Thor se aproximou e beijou Jane longamente até que foram interrompidos por Elli enroscando os dedinhos num fio de cabelo do pai, começaram a rir, porque ela não conseguia soltar. Thor colocou a mãozinha mínima na palma da sua.

_ É, é o cabelo do papai que está grande de mais, né? – disse com aquela voz que todos fazem para os bebês.

_ Fala assim, que você gosta do cabelo do papai e que ele não precisa cortar não - continuando o monólogo de Jane e recebendo um olhar da mesma.

_ Acho que se Darcy nos visse fazendo isso ia achar que estamos doidos – falou sorrindo.

_ É.

A cientista continuou olhando pai e filha e dois finos gotejos de lágrimas escorreram dos olhos, vendo isso, Thor perguntou limpando-as:

_ Que foi?

_ Nada... – passou a mão pelo rosto colocando o cabelo para trás – É só que... Vai chegar um dia que eu não vou estar mais aqui com vocês – sugou o choro.

_ Como assim? Claro que vai estar!

_ Não vou não. Vocês vão viver muito mais do que eu... Além do mais, você ainda vai estar jovem e bonito, enquanto eu já vou estar um velha horrível – chorou.

_ Ei Jane! Nada vai mudar, mesmo que o tempo pareça passar mais rápido para você.

Ela olhou para ele sabendo que não fazia o menor sentido, é claro que as coisas mudariam, sabia disso.

_ Olha, eu quero dizer para você cuidar bem dela quando eu for embora tá?

_ Jane! Para, não quero falar sobre isso, você ainda tem 25 anos, que droga!

_ Não adianta agente fugir disso, nós temos que falar sobre isso.

_ O que você quer dizer mais sobre esse assunto – visivelmente chateado e bravo.

_ Para você ser feliz mesmo eu não estando aqui, porque eu vou estar contente, no paraíso, junto das estrelas ou em qualquer lugar que venha depois daqui, te vendo sorrir, mesmo que sendo por causa de outra mulher...

_ Não vai ter outra mulher, eu sou seu!

_ Obrigada, mas você entendeu?

_ Entendi, você terminou agora? Posso falar com a minha mulher, por favor, porque essa não é ela, minha Jane não fica falando de outra mulher, de ir embora, de deixar agente, né filha?

_ Ela está aqui – ele fitou-a – A sua mulher... – o abraçou com força, tomando cuidado para não machucar Elli e chorou encostada em seu ombro.

_ Oh Jane, não vamos nos torturar pensando assim tá? Nunca sabemos o que o futuro nos reserva.

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Thor e Jane jamais imaginaram estar vivendo desta forma, tendo um lar, cuidando da filha, tudo isso era inimaginável á tão pouco tempo. Thor, em sua juventude corteja a guerra, corria riscos por prazer, contudo agora, tinha uma família e estava mais feliz com ela, e isso era o que realmente importava. Jane continuou com sua vida na ciência que era onde queria estar, aproveitou as informações que Thor tinha por ter viajado os nove mundos e desta forma, ficaram em paz e felizes, pegaram cada vez mais prática com os cuidados da filha e não estavam correndo perigo, não se sabia até quando, todavia quando ele viesse, Thor estaria pronto, como sempre esteve.