Todos os dias me pergunto se tudo realmente aconteceu, pois a minha mente as vezes me faz acreditar que tudo não passou de um sonho bom que teve um final assim como tantos outros, mas a dor que eu sinto, como se um buraco tivesse sido aberto em meu peito não pode ser apenas uma fantasia da minha cabeça, pois ela é a única que me faz ter a certeza de que ele existiu, de que ele e a sua família um dia fizeram parte da minha vida.

Hoje faz um ano que ele e  sua família foram embora, um ano que todos os dias parecem não ter fim, onde o tempo passa. Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Até pra mim. ( NM, capitulo 4 O Despertar, pág. 73  )

E o pior é sentir e perceber que a cada segundo e a cada dia ele se transforma apenas em lembranças distorcidas da minha memória, pois já não sou capaz de me lembrar com clareza do som da sua voz e agora tudo não passa de minhas apáticas e fracas lembranças. Não lembrar com real clareza da beleza dos seus olhos topázios, da sua voz de veludo, me faz a cada dia morrer um pouco se é que ainda resta algo com vida dentro de mim, pois ele e sua família levaram tudo com eles.

Não posso mais continuar assim, não estou apenas me definhando sozinha estou levando os meus pais junto e eles não precisam passar por isso, principalmente o Charlie que tem me visto morrer aos poucos a cada segundo, por isso decide que chegou a hora de colocar um fim a minha dor e só a uma forma de faze lá passar.

Por isso estou na beira de um penhasco e é aqui onde toda essa dor terá o seu fim. Deixei apenas um bilhete para Charlie e Renée.

“Pai, Mãe.

Me desculpem, mas eu não posso mais eu simplesmente não consigo seguir em frente, pois já não há mais razão para faze ló, tudo se foi no momento em que ele, em que todos eles partiram ficando apenas a dor a qual me agarrei por ter a certeza de que ela era a única que me fazia ter a certeza de que um dia todos eles, e principalmente que ele existiu.

Me desculpem, mas eu não aguento mais saber que tudo que um dia eu mais quis e todos os meus sonhos e planos feitos para uma vida ao lado dele não existem mais me perdoem e não o culpem, ele fez apenas o que achou que seria o melhor.

Me perdoem, amo vocês.

Isabella Swan”

Fechei meus olhos e deixei minha mente vagar pelas lembranças, lembranças onde eu e meus pais estávamos juntos, do dia em que os conheci e do dia em que ele partiu tudo se passou tão rápido diante dos meus olhos.

_ Pai, mãe me desculpem. Edward eu te amo.

E dei o ultimo passo ao qual terminaria com toda aquela dor. Mas não foi a água fria que envolveu o meu corpo e sim braços de mármore, e tive a certeza de que finalmente estava em casa.

_ Incrível, eu não senti nada, achei que a morte fosse mais difícil, dolorosa.

Sorri ao constar isso.

_ Bella, você não esta morta.

Ouvir aquela voz de veludo me fez ter a certeza de que estava no paraíso. Sorri, e mais uma vez as minhas lembranças nunca fizeram jus a sua voz.

_ Abra os  olhos, e olhe para mim você esta viva.

Abri os meus olhos lentamente e pude constatar que estava a cerca de 50 metros da beira do penhasco, mas se eu não estou morta, por que sinto que seus braços de mármore estão a minha volta, me virei lentamente e eu não podia acreditar nos meus olhos.

_ Edward.

Não passou de um sussurro.

_ Bella.

Eu não podia acreditar que ele realmente estava ali, mas de repente seu rosto que antes  estava sereno ficou serio.

_ Por que você ia se jogar do penhasco? Você não podia ter feito isso quase que eu não chego a tempo.

_ Que sentido faz se vou estar viva ou morta, eu não sou nada pra você.

Seu rosto se contraiu e pude ver dor, tristeza e culpa passar por seus olhos.

_ Bella, você é tudo pra mim, eu só fui embora porque achei que seria o melhor pra você, mas eu me enganei eu não posso viver sem você e pelo visto nem você sem mim.

  E me mostrou o bilhete que eu havia escrito para os meus pais.

_ Eu te amo, Bella. Nunca duvide disso.

Eu não podia acreditar ele estava de volta, que ele me amava. Sem que eu tivesse tempo de responder seus lábios se apossaram dos meus, foi como se ele nunca tivesse partido.

_ Vamos para casa.

Ele me disse correndo em direção à floresta, quando chegamos a sua casa foi com se eu nunca tivesse passado mais que um dia longe dela.

_ Onde estão todos?

_ Eles saíram, para nos dar um tempo juntos.

Não tive tempo de pensar em mais nada, pois ele se apossou de meus lábios novamente, e numa velocidade inumana me carregou para o seu quarto. Estávamos parados em pé perto da cama nos beijando de uma forma que nunca havíamos nos beijado antes, havia amor, paixão, medo, saudade e desejo, nos separamos quando o ar me faltou.

_ Bella, eu quero você.

Ele disse olhando nos meus olhos e pude ver todo o amor e desejo que eles continham.

Ele me beijou delicadamente e com cuidado me deitou na cama e foi se deitando por cima de mim com muito cuidado, aos poucos nossas roupas foram sendo retiradas e podíamos apreciar o corpo um do outro. Quando já não suportávamos mais ele me possuiu e foi a melhor sensação da minha vida, foi como se o meu mundo finalmente estivesse no lugar, sentir nossos corpos unidos nos transformando em um só numa dança tão antiga quanto o próprio mudo.

Após passarmos horas nos amando, estávamos deitados abraçados, e tudo o que eu havia passado nesse um ano sem ele parecia ter sido em outra vida.

_ Não passou de um sonho ruim.

_ O que não passou de um sonho ruim, Bella?

_ Esse um ano.

_ Me desculpe, eu...

O silenciei com um beijo.

_ Não se preocupe Edward, já passou e estamos juntos para sempre.

Ele sorriu e voltou a me beijar. E todo aquele um ano foi apenas um sonho, apenas um sonho.