Nem sempre Foi assim escrita por Trevinha


Capítulo 4
Capítulo 3




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O sol já não brilhava mais como há alguns minutos atrás, agora o que o pequeno Reymond podia ver eram nuvens carregadas, escuras como breu, onde não se via mais nada além de um tapete preto e fofo como algodão, pronto para dar sua mais cruel boa vinda.

Enquanto o garoto olhava para cima pensando em como escapar dali e chegar ileso em sua casa muito longe de onde se encontrava, o tapete preto sorria em luzes fortes e lampejantes, dando uma gargalhada sinistra em forma de estrondo que fazia até os pêlos mais pequenos de sua nuca de enrijecerem.

Não tão distante de si podia ver que não era só ele a estar neste dilema, uma pequena menina parecia estar pensando a mesma coisa, seus olhos pareciam assustados, mas mesmo assim Reymond não podia deixar de reparar como ela era bonita. Se perdeu por alguns segundos olhando aquela beleza natural e juvenil parada a poucos metros de onde estava, pele clara muito mais branca que uma folha de papel recém saída do maquinário da fábrica, cabelos compridos abaixo dos ombros caindo-lhe muito bem até a cintura, eram ondulados, não formavam cachos, porém também não eram lisos por completo, eram escuros como a noite e brilhantes como as estrelas, era de estatura média devia ter no máximo um metro e sessenta, altura essa que caíra muito bem para os trajes delicados e ao mesmo tempo ousados de uma garotinha que parecia gostar de esportes, poderia ter ficado ali por mais tempo observando aquela garotinha que tanto lhe chamava a atenção se não fosse mais um estrondo forte a perfurar seus tímpanos como uma explosão em um quartinho de menos de 2 metros quadrados sem janelas ou portas.

Sair correndo foi a única solução, e não foi o único, em menos tempo que poderia perceber, a rua se encheu de rapazes e moças desesperados e ansiosos por encontrar um abrigo seguro dos raios e estrondos que parecia estar mirando a cabeça de todos eles. Reymond era rápido como um tigre, isso é claro devido a sua altura de um pouco mais que um metro e setenta e cinco, corpo atlético e queimado pelo sol fazendo com que sua aparência lembrasse o que muitas garotas das quais ele considerava assanhadas demais diziam se parecer com o modelo queridinho dos tablóides no momento, é claro que Raymond nem sequer sabia o nome desde cara, não lhe interessava ficar por dentro do que se passava no mundo supérfluo da moda, teria chegado ileso a uma lojinha mais que avistara no quarteirão seguinte ao que começou a fugir da chuva se não fosse um maldito buraco que o fizera tropeçar e ralhar os joelhos, correndo um tanto devagar mas ainda assim mais rápido que muitos dos quais deixou para trás, conseguiu entrar na pequena loja de nome “A caminho da Verdade”.

Não demorou muito a reparar que a loja encontrava-se vazia, exceto por duas pequenas figuras ao fundo do recinto, uma mulher de certa idade, porém com sorriso angelical que parecia estar muito mais tranqüila do que deveria se fosse analisar o caos que estava acontecendo do lado de fora, é claro que pela serenidade que pôde notar ao caminhar em sua direção a simpática senhora que agora olhava de relance para ela parecia não se importar ali, como se nada pudesse penetrar as paredes daquela pequenino lugar, como se ao passar pela porta, todos os males ficassem presos ao lado de fora. Mais um estrondo e um pulo para trás, isto foi o que Reymond fez ao ouvir o mais forte de todos desde que a tempestade havia começado, um risinho baixo e gracioso tomou conta de seus ouvidos e ao se recompor conseguiu notar quem era a outra pessoa que estava falando com a senhora atrás do balcão.

Desculpe se assustei não era minha intenção – não pode deixar que a vergonha inundasse sua face, podia sentir o quanto deveria estar vermelho naquele momento, para sua surpresa a jovem a sua frente apenas deu mais um largo e gracioso sorriso.

Não tem o porque pedir desculpa, eu é que tenho que fazer isso, não consegui me conter e acabei soltando uma risada por conta de seu susto, mas é que foi tão engraçado sua postura e expressão que não me contive, peço desculpas pela minha falta de delicadeza!

Milhares de coisas pareciam encher sua mente naquele momento, tantas que parecia ser incapaz de sua mente processar o que o levou a um breve minuto de silencio até que conseguisse formular um resposta educada o suficiente e por fim soltou a frase que o deixou mais vermelho se é que isso era possível – Não precisa de desculpar não, pode rir a vontade contanto que sorria sempre assim – Outro sorriso foi a resposta que pode ver em seu rosto lindo e delicado, não sabia ao certo se era pela resposta imbecil que tinha dado, se ela tinha achado que aquilo era uma cantada ou se estava se divertindo com a cara de tomate que ele deveria estar.

Mais minutos de silencio até que por fim a senhora atrás do balcão, e nossa como ele poderia ter esquecido a senhora tão simpática e serena, rompeu o silêncio perguntando se estava fugindo somente da chuva ou se queria alguma coisa, foi aí que Reymond notou o que tinha a sua volta.

Era lindo, simples, suntuoso, diferente, místico e ao mesmo tempo real demais para dizer que era verdade, nunca vira uma loja tão bem arrumada, tão linda, e ao mesmo tempo sem coisas extravagantes, só podia dizer a si mesmo que ali era o lugar mais bonito e agradável que já havia entrado.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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