Sou uma princesa, herdeira de um grande reino e de um povo com uma bondade e gentileza maior do que em qualquer outro lugar que visitei, meus pais me dizem que devo me casar e virar uma grande governante, mas eu não acredito que tenha o que é necessário para ser rainha, ainda mais para se casar com um completo estranho, a propósito meu nome é Helena. Um dia enquanto passeava pela floresta com meu cavalo: Midas, suas patas ficaram presas em algum ramo de uma das árvores, eu cai. Não sei porque, mas eu não conseguia levantar, então fiquei admirando o céu, não tinha tempo para fazer coisas daquele tipo, foi então que um garoto que não tinha mais do que 19 anos se deitou ao meu lado, ele me olhou por alguns segundos e voltou a se concentrar no lindo céu azul que pairava acima de nós, ele me pareceu ser alguém muito gentil, mas não ousei perguntar seu nome simplesmente levantei-me, montei em Midas e segui o caminho de volta para o castelo.

Em todo o caminho de volta para o castelo pensei naquele garoto, porque ele não disse nada, nem ao menos o seu nome. Eu não tinha ideia do que aconteceria depois de nosso encontro, ao chegar no castelo fui informada de que meu pai estava muito mal e que minha mãe cuidava dele, isso significava que eu teria que me casar e assumir a minha posição na linhagem de minha familia, eu nunca pensei que seria tão rápido, afinal eu mal tinha completado 18 anos, pensei que não teria coragem para assumir o papel de meu pai, mas era chegada a minha hora. No dia seguinte o príncipe ao qual fui prometida desde criança apareceu no castelo e eu não pude deixar de me surpreender com sua aparência exuberante, era o mesmo garoto com o qual me encontrei na floresta.

Naquele momento fiquei em um estado de choque, talvez ele já soubesse que ia casar comigo e tivesse ido dar uma conferida em mim antes. Ou talvez, e pela expressão dele me parece a mais certa, ele não fazia ideia de que seria comigo que ele se casaria. Me aproximei na esperança de ter visto errado, mas não era ele mesmo. Tão lindo naquela roupa formal de príncipe. Me hipnotizei por ele quase que instantaneamente. Ele me olhava de um jeito estranho, era doce e ao mesmo tempo tão selvagem. Não fazia ideia do que isso significava. Mas pela primeira vez eu estava gostando da ideia de casar. Ele falou comigo, o que me tirou do transe. Ele disse que seu nome era Henri, Henri pensei, nome a altura de um príncipe. E logo disse meu nome a ele. Não demorou muito para nossos pais começarem a conversar sobre nosso futuro, o que me incomodava muito, porque eu queria ter o controle da minha vida. Mas meu pai não aguentaria muito tempo e eu tinha que representá-lo.

Fiquei tão feliz por encontrá-lo novamente, mas ao mesmo tempo apreensiva, enquanto nossos pais conversavam pedi licença e fui para o jardim do castelo precisava de ar, fiquei um bom tempo andando, avaliando e claro pensando no que eu iria fazer, então vi uma pessoa andando por ali estreitei os olhos e vi uma garota, parecia ter 17 anos, era de baixa estatura para sua idade, mas tinha em seu olhar uma doçura grande, assim como ao mesmo tempo eles eram sonhadores. Fui de encontro a ela perguntei-lhe seu nome, ela era tímida então só me encarou por um tempo antes de me responder, seu nome era Diana, me disse também que acabara de completar 18 anos e que sua mãe trabalhava para meus pais e que estava sempre por ali me observando, me pergunto como nunca a notei antes, ela era muito simpática e tinha um sorriso contagiante, a convidei para tomar chá comigo, aquela garota tinha algo que me fez querer ser amiga dela no mesmo instante, assim como enquanto conversávamos tomei minha decisão de casar com Henri, eu iria orgulhar meu pai.

Já tinham se passado alguns dias, Henri me cortejava, mas parecia tão forçado, era um Henri diferente daquele sujeito despojado e leve da floresta. Esse era mais firme, menos sorridente, também deve ser pelo fato de quase nunca ficarmos sozinhos.

Enquanto isso meu pai piorava, e eu tinha que apressar as coisas para o casamento, mas ainda não me sentia confortável para isso. Diana me ajudava, ela me escutava de verdade, frequentemente ia tomar chá comigo, nosso passatempo favorito, sempre me apoiando e sendo uma amiga muito presente na minha vida, as vezes ela não podia me ver, mas escrevia cartas e mandava o mensageiro me entregar. Mas mesmo assim, minha vida ainda estava uma total bagunça.

Foi quando resolvi tomar uma atitude, convidei Henri para cavalgar comigo, ele aceitou e eu o conduzi ao mesmo lugar aonde nos encontramos pela primeira vez, eu voltava lá constantemente depois de nosso pequeno encontro não era difícil achar novamente. Cavalgamos em silêncio até chegarmos na pequena clareira, desci de Midas e me deitei no chão, Henri fez o mesmo ficamos ali por horas simplesmente admirando o céu quando meu príncipe fez algo que me surpreendeu, ele virou meu rosto para o seu e me puxou para mais perto, encarou-me apaixonadamente, devo confessar que aquilo derreteu meu coração ele me disse que não conseguia se controlar comigo tão perto e que quando estava no castelo lutava para dizer um simples oi, depois dessa declaração inclinei-me em sua direção e o beijei, foi um beijo lento e apaixonado, aquele era também o meu primeiro beijo e acho que era o de Henri também, definitivamente foi algo terno e de tirar o fôlego ao mesmo tempo, naquele momento eu soube o que desconfiava por semanas eu estava perdidamente apaixonada por Henri, assim como ele estava por mim.

Depois de meu encontro na floresta com Henri, nosso relacionamento melhorou e finalmente eu me senti segura para casar, Diana havia me avisado no dia anterior que não poderia vir me visitar, precisava contar a ela o que tinha acontecido, mandei então que meu mensageiro entregasse uma carta a ela.

Diana surtou e em menos de duas horas eu tinha uma resposta: "Minha querida amiga, você não tem noção do tamanho da minha felicidade ao ler sua carta, fico muito melhor sabendo que agora não irás se casar por obrigação e sim por amor, lhe farei um visita amanhã e lhe ajudarei com o que ainda tiveres de fazer para o casamento, beijos Diana." Chorei ao ler a carta de minha pequena amiga, eu sentia muita falta dela, mas não era todo o dia ou toda a semana que poderíamos nos ver, mas tentava me acostumar com a distância, depois de reler a carta decidi que era melhor ir dormir.

Acordei com uma adormecida Diana ao meu lado, minha amiga tinha que acordar muito cedo para vir me ver, então pedi que quando chegasse ela se dirigisse ao meu quarto e caso eu estivesse dormindo ela poderia descansar um pouco, levantei-me da cama e fui para o banheiro, depois de um banho decidi acordar Diana para concluirmos os preparativos para meu casamento, ela me abraçou e fomos finalmente decidir o que faltava, escolhemos as flores, os arranjos, a comida, estava tudo pronto só faltava um pequeno detalhe, virei para Diana e falei: - Você quer ser minha dama de honra ? Diana deu seu largo sorriso e eu não pude deixar de sorrir também, ela disse simplesmente: - Será uma honra majestade, antes de me dar um abraço apertado e sair cantarolando para procurar por sua mãe e contar a ela a novidade, fui então para meu quarto e encontrei Henri sentado na cama me esperando, quando apareci ele fez menção para que eu trancasse a porta, me aproximei dele e aconcheguei-me em seus braços que eram meu refugio ultimamente, pois a falta de minha melhor amiga geralmente me deixava triste, Henri percebia e quase toda noite ia me ver, ficávamos por horas abraçados e quando eu estava a ponto de dormir Henri me dava um beijo de boa noite e ia para seu quarto, hoje ele não demorou muito, pois Diana dormiria comigo, afinal daqui a dois dias seria meu casamento, meu amado me deu um beijo demorado e foi para seu quarto, minutos depois Diana apareceu sorridente me dizendo que sua mãe tinha o vestido perfeito para ela usar na cerimônia, me animei imediatamente, eu iria me casar com o homem que amava e minha melhor amiga seria minha dama de honra, tirando o fato de que a situação de meu pai piorava cada vez mais, minha vida pela primeira vez em meses não estava uma bagunça e eu me sentia feliz.

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Era chegado o grande dia, o meu grande dia, estava me arrumando quando Diana entrou sorrateiramente e me deu um susto, ela usava um vestido lilás drapeado e seus cabelos estava enrolados em pequenos e graciosos cachos, ela estava linda. Tinha nas mãos um colar com um pingente azul, ela colocou em meu pescoço e sorriu disse que tinha ganhado de sua avó antes do falecimento da mesma, disse também que agora eu tinha algo antigo, emprestado e azul, me deu um abraço longo, eu senti o medo emanar dela, como se ela temesse o futuro, medo de que com o meu casamento e a minha ascensão ao trono eu não tivesse mais tempo para tomar chá com ela ou para simplesmente conversarmos, mas no fundo do meu coração sei que ela está errada, que nada iria mudar, olhei para ela com lágrimas nos olhos e sorri, ela fez o mesmo e esperou eu terminar de me arrumar.

Ela ia andando na minha frente graciosamente, quase que dançando, quando olhei para frente pela primeira vez desde que saí do castelo vi meu lindo príncipe, de branco, me esperando no altar, sorri instantaneamente ao pensar que em poucas horas aquele garoto que conheci na floresta seria o amor de minha vida, Henri seria finalmente meu marido.