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Era de madrugada em Londres, normalmente estaria calmo e silencioso. Mas, não era assim que se encontrava o castelo Zantury, ao leste da cidade. Na sala de reuniões do castelo, se encontrava os mais fortes feiticeiros de todo o mundo, havia no mínimo uns trinta deles ali. Todos estavam agitados e discutiam ao mesmo tempo, fazendo um tremendo barulho.

– Silencio! – gritou um senhor de cabeça branca, o líder de todos os feiticeiros, e todos se calaram – Obrigada. Como sabem, o oráculo nos deu a profecia sobre a volta da Trixa. Ela nascerá pela união dos dois feiticeiros mais fortes. Anna, Henri são vocês. Sei que são casados e pretendem ter filhos, mas tal atitude colocara o mundo inteiro em risco. Talvez vocês possam adotar ou coisa do tipo – ele disse a ultima frase com intenção de amenizar a situação. O sorriso que se encontrava no sorriso da jovem desde manha se desfez com as frias palavras do homem. A morena respirou fundo e olhou para o marido que apertava fortemente a sua mão. O rapaz estava com um semblante serio, mas ela sabia que ele também estava preocupado.

– Senhor Richard – disse ela se referindo ao líder dos feiticeiros – essa não é mais uma opção – ela estava evidentemente nervosa.

– Você esta me dizendo que mesmo sabendo de todo o mal que esse monstro, que ela é, pode causar vai permitir que ela renasça? – perguntou muito exaltado.

– Não é isso – Henri interferiu – ela quis dizer que não tem mais como prevenir seu nascimento.

– Expliquem-se melhor.

– E-eu estou grávida – Anna disse de uma vez assustando a todos, exceto o marino, da sala.

– Oh meu Deus – Richard expressou. Henri abraçou Anna por traz com a intenção de acalma-la – Você terá que aborta-la – Anna arregalou os olhos, indignada.

– Não acredito que me pediu isso. O verdadeiro monstro é você!! – disse ela ainda mais exaltada que o líder e saio seguida pelo marido.

Um ano depois...

Uma mulher e seu marido estavam abraçados na beira de um penhasco admirando a paisagem. A mulher segurava um lindo bebê um dos mais belos já vistos. Ela possuía traços bem definidos, um semblante suave, boca pequena e rosada e olhos extremamente negros. A garota se divertia brincando com os cabelos negros da mãe.

– Henri – a mulher chamou – isso não me parece certo ela é só um bebê – os olhos acinzentados da mulher começavam a ficar marejados.

– Mas, quando ela crescer será a nossa destruição. É o certo a se fazer, e você sabe disso.

– Se é o certo porque me sinto tão culpada?

– Porque você é a mãe. Esta no seu instinto querer protege-la, mas se fazer isso colocará o mundo inteiro em risco.

– Eu sei – disse ela derrotada – É que ela é tão pequena, tão... ingênua – disse ela curvando as sobrancelhas e balançando a cabeça levemente – Como a perdição do mundo pode parecer tão doce?

– Eu não sei. Só que dizem que os olhos são as janelas da alma, e olha os dela: negros como a noite.

– Isso não faz sentido. Meus olhos são acinzentados e os seus azuis, como os dela podem ser cor de ônix?

– Talvez seja a prova que ela não seja a nossa filha – ele disse querendo incentiva-la.

– Verdade – ela admirou o por do sol por uns instantes – Talvez seja o certo a se fazer. Até o dia esta feliz com a nossa ação – ela riu com esse pensamento.

– É, a tempos não temos uma por do sol tão belo.

– Você acha que ela irá morrer – ela perguntou tensa olhando para a criança.

– Talvez.

– Mas a profecia diz que ela poderá morrer pelas mãos daquele que a mais ama. É você, não? – disse ela curiosa o olhando.

– Pode ser. É que eu não sei se a amo. Não consigo a ver como minha filha e sim como a Trixa, a maldita que matou o meu irmão.

– Só vamos saber se tentar.

– Verdade, e já chegou o momento. Já enrolamos demais. – Anna lhe deu um ultimo olhar carinhoso.

– Adeus, pequena Isabelli, pena desperdiçar tanta beleza – ela lhe deu um abraço, a colocou em uma cesta e a cobriu. Henri a pegou estendeu sua mão para longe dos limites do chão. E simplesmente a soltou penhasco abaixo. “Agora ela é responsabilidade do destino”, pensou.