A Missão De Nico Di Angelo escrita por Iven


Capítulo 2
O Dia Antes Da Missão


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/394341/chapter/2

Depois de vestido, Nico voltou para baixo e foi dar uma volta pelo Submundo, evitando a agitação dos Asfódelos. Ele gostava de passar pelos Campos de Punição e observar os castigos que alguns dos mortos tinham. Seu favorito era Minos, que quando não estava julgando almas tinha de ficar acorrentado a uma coluna de ferro com um grande corvo negro e assustador comendo seus olhos e coração, que cresciam logo depois de novo e de novo.

"É, papai estava sem criatividade quando teve essa ideia. Parece o castigo de Prometeu" pensou o menino, então se dirigiu ao Elísio.

Você, você aí mesmo que está lendo, deve estar imaginando como é o Elísio, não é? Pois bem, duas palavras definem esse paraíso feito para as almas corajosas: belo e triste.

Os Campos Elísios são de longe o lugar mais lindo já visto pelos olhos de alguém. Isso é, de alguém que vltou para contar a história. Seu perímetro é fechado por enormes portões negros e brilhantes, dando apenas a vontade de estar lá a qualquer custo. A grama é de um tom uniforme de verde. As árvores crescem com um esplendor inimaginável, e ao redor delas, pode-se ver flores de cheiros, cores e tamanhos diferentes, mas todas muito belas. Borboletas percorrem os campos todas as tardes, e pode-se ouvir o barulho de um grande rio com as águas mais puras, frescas e cristalinas. No Elisio, um sol belo e brilhante batia, iluminando e realçando a beleza de tudo. E onde está a tristeza? Simples: na parte de não ter como entrar lá.

Nico chegou o mais perto possível dos portões, colocando o nariz por entre duas das barras de ferro e respirando profundamente. Sua vontade era de suspirar quando lhe veio o cheiro de plantas e algo mais doce, parecido com mel. Até ele, que se sentia tão à vontade no escuro, não negaria uma visita ao Elísio. Ninguém negaria, pensou ele.

De repente, seu momento de ilusão passou, tendo o lugar tomado por uma dor de saudade e vazio. Ele sentia falta dela. Sentia falta de Bianca. Ela merecia tanto estar ali...

Pare de ser fraco, disse uma voz em sua cabeça. O menino piscou com força para afastar as lágrimas antes que escorressem, e respirando fundo duas, três vezes, virou-se e se pôs a caminhar de volta ao castelo de seu pai.

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

–Está atrasado. -essa foi a recepção calorosa de Hades.

–Desculpe, pai. -ele respondeu em tom formal e inexpressivo- Que horas são?

–Aqui são duas da tarde. Lá fora... -Hades olhou o grande relógio na parede, que mostrava tanto o horário do Mundo Inferior quanto o do mundo lá fora- é exatamente meia-noite.

–Feliz Primavera! -Perséfone veio correndo feliz com um sorriso enorme e brilhante no rosto. 

-Ah, -disse Hades- Primevera, não é? Então vai visitar Deméter?

Nico revirou os olhos e foi se afastando lentamente. A cada Primavera, Hades e Perséfone faziam a mesma droga de cena. Uma discussão de relacionamento antes dela sair, e quando ela voltava, os dois estavam cheios de saudade um do outro e a vida ficava maravilhosa. Mas não para Nico, uma vez que seu pai concordaria com tudo que Perséfone diz. O garoto se sentou na cama e recapitulou algumas vezes o plano de investigação.

–EI, MOLEQUE! -ele ouviu Hades berrar- Volte, eu ainda não terminei!

Nico revirou os olhos e soltou um longo suspiro. A discussão tinha acabado, Perséfone estava em seu quarto se preparando para sua saída habitual, e Hades ia descontar a raiva em Nico como sempre fazia.

–Sim, pai?

–Nico, -disse ele de um jeito bem mais calmo do que o menino esperava- já arrumou tudo?

–Sim, senhor.

–Está bem. -ele respondeu e depois falou mais alto- Perséfone, pode dar uma carona para o Nico?

–Mas querido! -ela respondeu impaciente- Ainda é muito cedo, e... e....

–O Acampamento fica em Nova York, sairão pela entrada da Califórnia, como espera que cheguem cedo lá?

–Mas eu estou precisando ir direto aos campos de milho no Tenessee, é onde vou ver minha mãe dessa vez. Vou pedir a Macária que o leve.

Macária era meia-irmã de Nico. Filha de Hades com Perséfone e deusa da boa morte. Nico já tinha falado com ela algumas vezes, e ficou aliviado por ser ela a levá-lo.

–Tudo bem. -Hades respondeu- Então vá pegar as malas, garoto. Vocês partirão em meia hora, e nem um segundo a mais. Entendeu?

Nico apenas assentiu e foi tristemente pegar a bagagem. Seriam longos quinze minutos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? :3