– Claro – Regina respondeu ao pedido de licença de um dos convidados, afastando um pouco suas pernas para que ele pudesse passar. – O que eu tô fazendo aqui? – ela sussurrou para si mesma um pouco antes de Henry sentar-se ao seu lado. Regina sorriu para ele e olhou para o altar.

– Olha só o seu cunhado – ela disse ao Henry. – Acha que ele vai sobreviver caso sua irmã se atrase?

– Duvido muito – Henry disse. – Ele tem problemas cardíacos.

Os dois riram, e Killian olhou para eles por sobre o ombro, mas logo desviou o olhar para a porta da igreja. Neal fez o mesmo, mas virou-se rapidamente para frente novamente.

– Ela tá chegando – Killian tentou tranquilizá-lo.

– É claro que está – Neal deu de ombros e olhou para trás novamente. Ao ver apenas os convidados chegando, ele perguntou desesperado: - E se ela não chegar?

– Ela vai chegar parceiro, relaxa! – ele tocou o ombro do amigo e virou-o para si, arrumando a grava borboleta de Neal que estava desajeitada. – E, caso ela não venha, você sabe que tem muitos peixes para fisgar.

– Ah, cala a boca, Killian – os dois riram baixinho.

– Eu gostei da garota das flores – Killian disse, olhando de canto para Regina que conversava animadamente com Henry.

– É, percebi... – Neal murmurou, mais interessado em olhar para a porta do que em ouvir o que seu amigo dizia, afinal era sempre a mesma coisa. Daqui a dois dias, ele nem lembraria mais dela.

– Eu acho que ela também gostou de mim – ele continuou. – Não acha? Eu senti que ela gostou de mim.

– Killian, você é meu melhor amigo e blá blá blá... – Neal respirou pesado e lançou um olhar de indignação para o homem a sua frente. – Mas é o meu casamento. Podemos, por favor, focar em mim?

– Ah, claro, me desculpe – Killian se desculpou. Após alguns segundos em silêncio olhando para a porta, ele sussurrou: - Você não sentiu que ela gostou de mim?

“Por Deus”, Neal pensou. “Ele é, definitivamente, um caso perdido”.

* * *

– Muito bem! – David disse enquanto descia do carro. – O último a chegar no altar é mulher do padre! – deu uma risada sem graça e se espreguiçou do lado de fora.

Ruby sentou-se ao lado de Emma, que agora estava começando a ficar nervosa.

– Bem... É isso – os lábios de Emma estavam tremendo. – Chegou o momento mais importante da minha vida.

– É – Ruby disse, segurando as mãos de Emma e olhando fundo em seus olhos. – Me deseje sorte.

– O que?! – Emma franziu as sobrancelhas, incrédula.

– Céus, Ruby... – Aurora virou os olhos.

– É um casamento – Ruby justificou. – Damas de honra sempre se dão bem em casamentos. Vamos lá, me desejem sorte!

– Boa sorte – as outras duas disseram em uníssono, rindo logo em seguida. Bom, Emma não poderia esperar nada de diferente vindo de sua amiga, não é? Elas saíram do carro e Ruby e Aurora começaram a checar o vestido, cabelo, maquiagem... Uma “revisão completa” em Emma. E essa, por vez, tinha o estômago cheio de borboletas.

* * *

– Ah meu Deus, são eles! – Mary Margaret correu até o banco em que Henry e Regina estavam sentados. – Eles chegaram, eles chegaram!

– Olha, já que por aqui está tudo certo, eu vou conferir a recepção, ok? – Regina sorriu para Mary Margaret que apenas assentiu. Todos se levantaram assim que a marcha nupcial começou a tocar, o que facilitou a passagem da morena entre os convidados.

– Ufa, finalmente – ela disse baixinho assim que saiu do tumulto. Começou a andar até a saída, mas parou de repente. Ela trabalhara tanto para deixar aquele ambiente maravilhoso e nem chegara a conhecer a noiva. Encontrou um espaço entre alguns convidados e esperou que a famosa Emma aparecesse ali. Seus olhos arregalaram-se e seu queixo caiu quando ela finalmente viu a noiva, e todos os elogios que Neal fizera a ela mais cedo eram mais do que verdadeiros. Sua pele mesmo de longe parecia ser extremamente macia, e seu rosto parecia o rosto de um anjo, emoldurado por lindos cabelos loiros firmemente presos em um coque alto. O vestido branco contornava perfeitamente as curvas de sua cintura e ela tinha uma leveza invejável ao andar. Invejável e admirável.

Regina afastou rapidamente esses pensamentos. “Ela está se casando, Regina, controle-se”. Mas no exato momento em que a morena ia desviar o olhar e seguir seu caminho, os olhos verdes de Emma encontraram os seus e se demoraram ali. Elas se encaram por alguns segundos até a loira perceber que não deveria ficar parada por tanto tempo. Olhou para frente e, ao olhar de volta para o lugar em que Regina estava, ele estava vazio.

* * *

Emma ficou presa nos olhos castanhos daquela mulher que ela nem mesmo conhecia. Seus cabelos negros presos em um coque desarrumado davam a ela certo “charme”, simplesmente maravilhosa em seu jeans escuro e camisa social branca. A loira só voltou à realidade quando seu pai puxou-lhe levemente pelo braço, fazendo-a direcionar seu olhar para frente... Para seu noivo que estava lhe esperando ansioso no altar, com um sorriso aliviado nos lábios. “Ele provavelmente pensou que eu não viria” ela sorriu internamente com o pensamento. Realmente, ela o conhecia melhor do que ninguém. Antes de completar seu caminho até o altar, ela olhou mais uma vez para os lados em busca da morena, mas ela já não estava mais lá.

Então, Emma se concentrou no homem que a esperava alguns passos à frente... O provável amor de sua vida. Ao chegar ao altar, deu um beijo no rosto de David e um selinho rápido em Neal, que sussurrou em seu ouvido dizendo o quanto ela estava linda. Ela sorriu em agradecimento.

– Queridos irmãos e irmãs, estamos aqui reunidos na presença de Deus para celebrar a união desses dois jovens no mais sagrado matrimônio...

Emma sabia que deveria estar prestando atenção, mas a única coisa que povoava seu pensamento era a morena que ela vira alguns minutos antes. “Emma, por favor, esse é o seu casamento! Seu casamento com um homem incrivelmente maravilhoso, então não estrague isso!”.