Cartas Para Uma Borboleta escrita por borboleta


Capítulo 1
Esta sou eu


Notas iniciais do capítulo

Eu quero deixar bem claro que eu não me corto mas presencio momentos com pessoas próximas de mim e seu QUE É MUITO DIFÍCIL passar por isto. É minha primeira fanfic original, não sei se vai ficar muito boa.
Ainda espero alguém que se automutile veja tudo o que eu vou escrever aqui e se sinta melhor ou qualquer outra coisa. Minha intenção é ajudar mesmo e eu comecei esse texto por motivos de não estar fazendo nada.
Espero que gostem



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Inverno, 20 de Dezembro, Inglaterra.


Muito bem, muito bem. Ultimamente estou escrevendo muito para contar da minha vida e expressar o que sinto para a minha psicóloga. Se eu tenho problemas? Acho que sim, talvez. SIM, EU TENHO PROBLEMAS E PRECISO DE AJUDA SEMPRE QUANDO ACONTECE ALGO DE RUIM, nem que seja um mínimo detalhe fora do eixo. Eu já estou cansada de sofrer tanto e não conseguir seguir minha vida porque quando estou bem vem um mundo inteiro me desmoronar. Vejo minha vida como um jogo chamado “Acabe com a vida dela. GAME OVER” e sempre que eu consigo ultrapassar toda a tristeza, toda as lembranças ruins tem alguém com uma carta na manga pra me fazer sentir TUDO NOVAMENTE. Me fazer voltar para o início que não é bem um início... é o fim do jogo. Sim, eu venho do fim e o fim de tudo que acontece irá ser o começo. Quando este dia chegar eu desejo jogar essas cartas o mais longe o possível de minha pessoa pois sei que as lembranças guardadas aqui podem não ser das melhores parar mim. Voltando ao que estava falando (sobre o jogo), ele funciona bem assim: é um jogo de vida onde não tem limite de jogadores e todos eles tem a missão de ACABAR com a minha vida e me fazer voltar para o início que na verdade é o fim (game over). Depois de tudo isso vocês podem imaginar com eu sou. Uma menina que usa moletons quaisquer, calças surradas, cabelo mal cuidado e sapatos sujos e com marcas nos braços por tanta tristeza, por tanta “luta” jogada fora. As cicatrizes que tem em todo o meu corpo nunca vão sair e minhas lembranças também e você colabora com isso. Eu sou muito dramática? Dane-se a sua opinião, minha vida não presta e você vem tomar conclusões dela? Tente ser eu antes de vim me criticar e dizer que estou chamando atenção por praticar “cutting”. Sim, eu me auto-mutilo. Eu me corto. Eu passo a lâmina em mim por simples prazer e alivio de dor. Minha vida é difícil desde sempre. Eu faço isso desde meus 12 anos e conheci sobre mutilamento na internet numa rede social qualquer. Eu destruir a vida dos meus pais, a vida dos meus amigos. Eu destruí a minha vida e ela nunca mais vai voltar a ser a mesma. Minha vida não era tão ruim o quanto que ela é hoje, mas ainda sim não era tão perfeita como a das minhas amigas. O universo me odeia tanto, MAS TANTO que quando eu nasci ele escolheu que eu só tivesse amigos com uma vida feliz só para massacrar todas elas. Minha vida é uma vida que ninguém quer ter e não é a pior de todas, mas sim a pior para mim. Sempre que acontece algo de errado comigo eu penso que é só comigo, até PORQUE É. Que criança é esquecida pelos pais numa creche na Grã-bretanha porque eles resolveram de ultima hora assistir um filme de ação? Que menina sempre teve coisas de meninos? Que menina nunca ganhou uma boneca? Que filha nunca foi amada pelos pais pelo menos um pouco? Nem babá eu tinha, minha família não tinha boas condições financeiras como hoje tem. Meu passado é cruel comigo e me estragou dos anos para hoje. Um dia meus pais caíram na real e viram que não davam a mínima para mim e resolveram ser pais exemplares. Sabe o que eu digo disso? QUE NÃO ADIANTOU DE NADA, eles chegaram tarde demais e na pior época da minha vida. Eu era criada mais pela a irmã do meu pai, a Tia Joanne. Ela era um amor comigo, sempre me dava brinquedos só que minha mãe os pegava por pura luxúria. Não queria que eu amasse mais minha tia do que a ela, mas foi isso que aconteceu. Foi por isso que eles dois mudaram. Eles não são meus pais, nunca foram e acredito que nunca vão ser. Se eles sabem de tudo que eu penso e que me corto? Sabem por que eu já disso isso a eles e a minha psicóloga e agora a você. Tenho 16 anos nas costas e tenho uma vida muito boa de acordo com minhas amigas; casa grande, produtos de alta linha, ter tudo o que quero, mesadas de boa quantia, e entre outras coisas. Se eu fosse contar com isso para minha vida ser boa eu estava feita, porém ninguém vê o lado ruim das coisas: meus pais vieram saber que eu me cortava a meses atrás enquanto minha tia descobriu à uns anos (eu tinha 14 anos) porque ela estava vendo que eu estava mudando cada vez mais e que estava mais sombria. Meus pais? Não notaram isso e só vieram notar quando, à uns meses atrás, minha tia Jô morreu. Aí sim eles tomaram coragem e vergonha na cara para cuidar de mim. Admito que eu estava indo bem, fazia meses depois de anos que eu não me cortava e estava tudo feliz até que minha tia morre e os jogadores do Game Over conseguem me colocar para o final novamente. Como a vida é cruel. É sim e não tente me contrariar porque a sua vida é melhor que a minha. Meus pais estão mais atenciosos e me colocaram num psicólogo. EU NÃO QUERO PSICÓLOGO E NEM AMOR. AMOR PARA MIM NÃO EXISTE MAIS, VOCÊS MATARAM O AMOR QUE EU ESPERAVA E QUE SENTIA. Eu sou fria por conta deles e de mais algumas pessoas.




Tenho uma melhor amiga que também se corta POR CONTA MINHA. Agora você entendeu porque eu cheguei para acabar com a vida de todo o mundo? A vida dela era muito boa. Morava numa casa que nem dava a metade da minha, mas era feliz. Tinha dois irmão (gêmeos) que a amavam e davam tudo o que ela queria porque já eram bem sucedidos de vida até ela ver meu braço escondido de baixo de casacos e blusas com mangas compridas e se sentir triste, e começar a ser mais ou menos que nem eu. Eu e minha melhor amiga trocamos segredos e tentamos mostrar felicidade para as outras pessoas, mas é tudo uma farsa. É tudo fachada. Eu não sou feliz e as pessoas pensam que eu sou, porém estão enganadas e sempre estiveram. O que dizer dos meus outros amigos? Eles que me dão apoio, porém em muitas ocasiões perdem o controle comigo sabendo do jeito que eu sou, também tenho aqueles que dizem que é só para eu aparecer, aqueles que me dão ajuda mas nunca falaram algo que realmente me surpreendesse e me deixasse feliz como um “eu te amo”, (Nem que fosse fingimento porque já me acostumei com mentiras. Eu mesma muito todos os dias) aqueles que não sabem de uma vírgula da minha vida e que eu não compartilho nada porque muitas pessoas já sabem dela e finalmente aqueles que sabem de tudo que eu passo porém não tenho proximidade para todos eles tomarem a decisão de vim me ajudar (acredite, são muitas pessoas). Não tenho muitos amigos e se for parar para contar devo ter 7 para baixo. Já encontrei amizades na internet que eram que nem eu e que me entendiam. Já encontrei amizades no colégio que faziam tudo que eu fazia e um pouco mais. Hoje eu me sinto livre de dizer que não sou mais amiga desta pessoa. Ela me ajudou para caramba, porém chegou uma época depois de tanta fofura de amizade, quando eu estava de volta ao “Game Over”, quando eu estava prestes a cair num abismo que ela me induziu até lá me iludindo dos perigos e iludindo a ela mesma. A garota teve questão de não segurar mais a minha mão e de me empurrar para lá. Ela me fez sorrir, me fez chorar e ainda eu fiquei querendo mais. Eu estava cega. Ela era inimiga mortal da minha melhor amiga e isso me fazia muito mal até que a garota encontrou um namorado e me deixou em paz, mas o pior da história era que ela era bisexual e tinha se apaixonado por mim. Até hoje nem mesmo meus melhores amigos sabem disso e estou abrindo para você (tenho medo que alguém abra e veja). Ela já tentou me beijar, mas eu não deixava. Passei a ter nojo dela porque tudo aquilo de se automutilar era MENTIRA DELA, ela fez isso para se aproximar de mim porque me achava bonita. Acreditem, eu sou bonita. Eu me acho bonita, mas todo esse lanche de se automutilar acabou com a minha beleza e ainda tem muita coisa além disso. (recapitulando...). Descobri de além da minha melhor amiga e todos os meus amigos a odiavam por estar fazendo aquilo comigo. Eu os abandonei por ela. Os fiz sofrer por ela. Minha amiga me contou umas histórias sobre quando eu brigava com ela. Fiz sofrer principalmente uma outra amiga. Ela chorou noites por eu ter BRIGADO com ela. Ela chorou por eu estar me afastando dela naquela época porque ela era meu ponto de refúgio(o que foi um engano mortal meu. Não acredito como fui estúpida de cair na lábia dela. Ela era do terceiro ano do médio porém tinha repetido de ano), ela era minha vida extra no Game Over. Ela fazia todos os jogadores se confundirem e me deixarem viver, porém eu acordei e agora eu estou melhor, sendo que não “curada”. Imagino (e acho que amigos próximos também) quando vou parar de fazer isso com a minha vida e a vida de todo o mundo. E se for para sempre? Ninguém sabe.




Eu moro um pouco longe de tudo e todos (menos da minha melhor amiga, ela mora por aqui. E outra amiga minha do colégio... se mudaram por culpa minha) e quando preciso de ajuda só a internet que me basta. Ela me ajuda e guarda... mas quando eu realmente precisar de um amigo por perto vai ser difícil o ter.


Minha irmã morreu faz 2 anos e eu ainda sinto a falta dela (Na realidade pessoas importantes da minha vida morrem todos os dias). Eu nunca tinha visto ela, mas dias antes de ela morrer eu conseguir ligar para ela e foi uma alegria só. Ela nunca teve tempo para a sua vida porque era muito ligada ao trabalho e morreu sem aproveitá-la. Quase não a encontrava nas redes sociais (raramente) e não conseguia falar com ela sempre pelo o mesmo motivo, mas mesmo assim eu a amava (eu já amei muitas pessoas, só que essas pessoas já não estão mais aqui. Acredito que a única pessoa que eu tenho capacidade de amar agora é minha melhor amiga). Eu também (repetindo) nunca a vi, pois logo quando eu era pequena ela partiu para Nova York construir uma nova vida e longe de mim (uma das melhores coisas que deve ter acontecido na vida dela).

Bom, parei este tempo cansativo para falar da minha vida que você não está dando a mínima (eu tenho certeza) então vou parar para falar um pouco sobre mim mesma: tenho 16 anos como dito mais acima. Me corto desde os 12, ou seja, faz 4 anos que estou assim e é só isso que tenho que contar. Tudo que eu precisava eu contei ao longo de todo o texto. Isto é eficiente esclarecer pelo o simples fato de que eu irei falar sobre a minha vida aqui e sem explicá-la ninguém entende.

Pretendo não citar muitos nomes (nem mesmo o meu). Até agora eu apenas citei o da minha tia e ela é muito importante para mim e não deixaria de mencioná-la aqui.

Até em breve com notícias desconhecidas minhas,

Adeus.


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Notas finais do capítulo

"Ela me fez sorrir, me fez chorar e ainda eu fiquei querendo mais" The new York Times, a culpa é das estrelas



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