Elementais. escrita por Luisa Stoll, SisumoYoru


Capítulo 3
O Rei Dragão.


Notas iniciais do capítulo

Continuação :3



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- Asaroth! - exclamou Abnara - Não a desafie, por favor... - disse ela, calmamente.

Artsartye fitou-o com seus olhos escarlate. Decidiu que iria ignorá-lo . Puxou de dentro de um compartimento escondido do cinto uma carta selada de forma grosseira com cera negra, o símbolo estava irreconhecível. Entregou a carta a ela, mas com um sorriso travesso no canto dos lábios disse:

- Não se preocupe. Nada teria a ganhar com essa carta. Vê, nem Prince deseja comê-la. Se eu quisesse saber os segredos de algo, carta nenhuma seria necessária.

 Prince levantou a cabeça do colo de Artsartye, seu olho prateado brilhava de forma cruel.

- Aconselho que não fale assim com ela. - Disse o Cervo Shadelloss.

- Desculpe-me, como uma guerreiro não tenho uma forma delicada de dizer algo. – Respondeu Asaroth enquanto cruzava o rio e se apoiava em uma árvore perto de Abnara, com o elmo sob o braço.

Artsartye riu de forma rouca, que lembrava muito um rosnado. Prince relaxou, e convenientemente perguntou ao Guerreiro:

- Tens uma estrela? Ou viste uma por ai? Estou à procurá-las.

-E eu não seria suficientemente idiota para arrumar desavenças convosco, da última vez uma montanha sumiu. E... Não vejo uma estrela à tempos. – Respondeu Asaroth.

Abnara sorriu, pegando a carta. Olhou o remetente, mas o nome estava ilegível. Então abriu-a. Começou a ler a carta em voz alta:
- "Orthkasd, General dos exércitos de Lea, Ordeno que extermine todos os semideuses, sátiros, driades e tudo o que se mova no Acampamento Meio-Sangue.
Não deixe ninguém para trás. Não temos interesse em ter vermes como prisioneiros.
                                                                                                  Orthkasd"

 A deusa arregalou os olhos. 
- Mas isso... Isso...

-Atena não esta envolvida...Isso é pior do que eu pensava. – Asaroth disse pensativo,  alisando a barba.

 - Atena é apenas uma pecinha nesse jogo. - disse Abnara. - O verdadeiro inimigo é o antigo oráculo.           

-Atena tem o mesmo nível de poder dela. São concorrentes. Estão buscando algo. Temo que esse algo seja realmente perigoso. – Disse Asaroth.

- Mas o que seria? - perguntou Abnara. - Usei meus poderes uma vez para espionar Atena. Devo contar a conversa?

- Temos outra guerra para travar? Ótimo. Um pouco de diversão, ao menos. espero que dê mais trabalho do que esses inúteis aqui. - Disse Artsartye jogando um seixo em um cadáver.

 - Deixou-me curiosa. Desejo acabar com essas criaturas inúteis. Como a última Lider da Floresta, fiz aliados ao decorrer do tempo. Entre eles, meu outro companheiro... Um Dragão. – Disse Artsartye.

 - Fui criada entre dragões. Shruikan, é como se chama. No momento, ele está vindo para cá. – Completou Artsartye, por fim.

 Abnara arregalou os olhos. 
- Um dragão? – perguntou para si mesma, assustada.

- Devo continuar meu trabalho de espiã? - perguntou Abnara. - Talvez isso ajude.

-Certamente, senhora. – Asaroth disse. Sua armadura reluzia.

Abnara sorriu. 
- Farei isso.

 Um Jovem surgiu entre as árvores. Embora não tenha se apresentado, sabiam que era o Dragão de quem Artsartye falava. Havia algo de draconiano nele. Dragões podem se transformar em algo semelhante à um humano. Possuía Longos cabelos negros  e olhos amarelos. Usava uma túnica azul-escura, e seus ornamentos tinham por tema dragões. Estava descalço, e usava uma coroa com uma forma semelhante à chifres de dragão. Usava ombreiras que lembravam espinhos ou ramos. Tinha garras nas mãos, e um ar imperial.

- Shruikan! - Artsartye disse quanto corria e abraçava o irmão  com tanta força que Asaroth e Abnara podiam ouvir de onde estavam ossos estralarem. - Está aí desde quando?

- Cheguei agora. Apresentações são desnecessárias. Presenciei tudo através de sua mente. Fez um trabalho admirável aqui. - Shruikan respondeu enquanto olhava a carnificina ao seu redor. Estralou os dedos e os cadáveres estavam pegando fogo. Em um segundo, nada restava deles. - Ainda preguiçosa. - e suspirou.

Abnara curvou-se.
- Prazer em conhecê-lo. - disse ela.

 -Olá – Disse Asaroth. Permaneceu em pé. Não se curvava tão facilmente.

Shruikan acenou levemente com a cabeça, com sua coroa em forma de chifres brilhando na noite.

Artsartye puxou uma mecha do cabelo de Shruikan com força e disse:

 - Por que é sempre você que eles reconhecem? Sua lagartixa que cresceu demais.

- Bem, não importa. Aqui um presente para você, Onii-san* - Artsartye segurava um crânio de orc na mão. As coisas simplesmente surgiam quando ela queria.

- Fiz o que meu "Rei lagartixa" sugeriu. Matei aquele clã de orcs da montanha Hyuna. - Disse enquanto entregava o crânio para ele. Shruikan admirou o crânio, e em seguida este sumiu de sua mão.

Shruikan entregou à Artsartye um lobo de obsidiana, era a última peça do xadrez que a irmã mais nova precisava. Esta guardou em um compartimento do cinto. Um xadrez fantástico. Coloque um papel com o nome de alguém em uma peça, e essa pessoa se tornará seu marionete.

 - Bom, sejam bem-vindos ao meu singelo Acampamento. - disse Abnara, se curvando novamente.

 - Devo ir agora. Tomarei conta como Líder da floresta em sua ausência, Artsartye. - E então Prince sumiu nas sombras.

Artsartye subiu nas costas de Shruikan.

 - Vamos, me leve. Andar é trabalhoso. - Formavam uma figura engraçada. O Rei não se importava em carregá-la.

- Bom, precisam de alguma coisa? - perguntou Abnara, tentando parecer gentil.

Shruikan colocou uma coroa na cabeça de Artsartye. (http://www.medievalbridalfashions.com/images/customgallery/flower-crown.JPG)

 - És Líder da Floresta, druidesa. Use a coroa que por direito é sua. - Disse-lhe. - Não precisamos de nada. A floresta é nossa casa.- Respondeu Shruikan, com um aceno de cabeça para Abnara.

 Tudo bem... - disse Abnara. Esta que voltou para seu chalé. A deusa passou a mão pelo cabelo e percebeu que sua coroa não estava lá. - Vlacas - disse para si mesma. - Esqueci-a no chalé 6... - a deusa mudou seu rumo e foi em direção ao chalé de sua mãe.

Artsartye olhou curiosamente a garota de afastar.

- Oi... - disse Abnara, entrando no chalé 6. Aghata estava lá. 
- Deixe-me adivinhar... Você esqueceu a sua magnifica coroa de pérolas aqui... - disse ela, entregando-lhe a coroa. - você deveria tomar mais cuidado, sabe? Se você tivesse esquecido no chalé de Hermes já era...

(http://i00.i.aliimg.com/wsphoto/v2/841180296_1/crown-font-b-Tiaras-b-font-marriage-accessories-the-font-b-bride-b-font-hair-accessory.jpg)

Artsartye chegou entrando de supetão no chalé 6. - Quanta coisa esquisita. Para que vocês usam isso? - Disse enquanto observava uma caneta. As pessoas no chalé a encaravam assustadas.

 - Isso? É usado para escrever. - explicou Abnara, pegando a caneta e riscando algo em um papel. - Vê?

 -Algumas canetas servem pra outras coisas - Disse Asaroth com um risinho.

- Tipo... Se transformam em espadas... - Abnara revirou os olhos, mas riu.

- Ah, entendo. - Artsartye arremessou a caneta como um dardo, e esta fincou-se na madeira de uma beliche com uma forma monstruosa.

- Não precisam se transformarem em espadas, veja, já funcionam como armas.   - Ela falava sério.

- Heh, alguém viu Shruikan? Ah, não importa. ele vem e vai quando quer, a aparece quando menos se espera. - Disse a yokai revirando os olhos.

- Okay... Eu acho que vou... começar a andar com uma caneta agora... Acabei de descobrir que são ótimas armas... - Abnara arregalou os olhos.

 Nani? - Perguntou Artsartye inocentemente.

- Deixe para lá... - disse Abnara. - Bom, obrigada, Aghata. - disse, saindo do chalé 6 e indo em direção ao seu novamente.

Artsartye fez uma cara confusa.

 - Vamos ficar andando de um lado para o outro o dia inteiro? Andar é chato.

Se quiser podemos lutar - Asaroth disse empolgado - Ainda não engoli a derrota da última vez

- Derrota? Lutar? Lutar... Desculpe, não sei pegar leve. Acabaria com você sem um braço, Gomen. – Respondeu Artsartye.

-Então porque não aceita? – Provocou Asaroth

- Bom, eu preciso voltar para o meu chalé... O chalé 6 me traz péssimas lembranças. - disse Abnara, revirando os olhos e entrando no chalé com paredes azuis que lembravam ondas do mar.

 - Por que eu ainda não ganhei nenhuma porcelana. – Artsartye respondeu Asaroth . Estava decidida .

 -Vamos até o chalé de Afrodite eles tem muitas. – Asaroth disse empolgado.  Ele imaginava uma linda confusão, cheia de porcelanas quebradas e filhas de Afrodite histéricas.

Abnara entrou em seu chalé e foi até a pequena cozinha que tinha ali, então pegou um prato de porcelana. 
- Aqui está. - disse ela. Isso evitaria muita confusão.

- Muito obrigada! - Artsartye agradecendo pegou o prato e deu uma mordida.

 - Querem entrar? - disse ela. - sou a deusa menor das águas, meu chalé precisava ser assim... - disse ela. A yokai reparou que o chalé ficava afastado dos outros, mas ficava perto do mar, de um rio e de um lago.

- Já é tarde. Irei ficar na floresta. Até amanhã, Abnara. – Artsartye disse enquanto se afastava. Asaroth desapareceu numa coluna de chamas.

E assim a noite de aventuras terminou, com o céu estrelado resplandecente.


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Notas finais do capítulo

*Onii-san: Irmão mais velho.
Qualquer dúvida quanto significado de palavras, criticas, elogios, qualquer coisa mesmo, até se quiser dizer que seu cão comeu um rato cor-de-rosa, sinta-se à vontade.



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