Laís Lilás escrita por lares humbert


Capítulo 15
P.S...




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Bruno tinha mesmo dormido no quarto de Laís, então, como ele era espaçoso e sempre dormia esparramado, ela foi deitar no quarto da mãe. Júlio cedeu o seu lado da cama e foi dormir no quarto do entiado.

As duas ficaram conversando sobre várias coisas, e depois cada uma foi ler seu livro. Laís começou o 15 Estrelas e Um Carimbo Manual (atrás de entender a expressão “carimbo manual". De onde Júlio tirara isso?) e a mãe foi reler O Castelo, do Kafka.

Laís dormiu abraçada com Bárbara, como não fazia há muito tempo.

É, sentira falta disso…

Foi acordada por Alice, às 9:00 da manhã. Hora de se arrumar e pegar o vôo.

Tomou banho, pôs uma calça branca e uma blusa preta com uma capa do Elliott Smith. Comprara uma bota linda, que calçou, e pôs por cima um casaco de couro que pegou emprestado da mãe. Bruno levou a mala e pôs no carro de Bárbara. Ele iria conduzindo, e Alice e a mãe iriam junto.

Laís despediu-se de Júlio, ligou o Mp3 ao som do carro e deixou Gorillaz tocar. Ela e os irmãos ficaram cantando junto até o destino.

Chegando ao aeroporto, mandaram as malas e foram comer pra esperar dar onze da manhã, o horário pra embarcar. Já eram dez e quinze, e, como ninguém tinha comido, foram todos direto almoçar (e daí que era cedo? - falou Alice - O estômago não sabe que horas são) no China In Box da praça de alimentação e até Laís, que ultimamente comia pouco, exagerou. Comida chinesa é bom demais!

Terminando a refeição, pediram algo pra levar pra Júlio e foram deixar a garota na porta do salão de embarque.

– Tome os remédios, tome cuidado, não se ponha em risco, não se esforce demais, não pegue chuva, se agasalhe porque tá frio lá, obedeça seu pai, obedeça sua madrasta, seja simpática… - e a lista de recomendações de Bárbara não parecia ter fim .

Mas, quando finalmente acabou, deu um abraço na filha e desejou que ela se divertisse e ficasse muito feliz.

Alice disse pra ela tirar muitas fotos e ficar com todos os gatinhos que visse pela frente, fazendo Bruno olhá-la em repreensão. Ele só disse pra ela tomar cuidado, escrever as cartas e, caso precisasse de algo, ligar.

Ganhou mais dois abraços, pegou sua mala de carrinho e foi.

Estava com o estômago embrulhado de ansiedade e muito nervosa, mas passou quando o avião se estabilizou no ar. Dormiu a viagem toda, e, quando chegou ao seu destino, foi recebida com um abraço do pai.




No outro dia, no fim da tarde, Laís estava feliz. Chegara em casa à pouco com Marcella e logo iria redigir uma carta pra família. Claro que ela podia mandar emails ou ligar, mas era muito mais legal por carta.
Tomou banho, vestiu-se e se pôs a escrever, enquanto conversava com Marcella sobre o que fariam durante a semana, e ouvia uma ótima notícia sobre isso.
Quando terminou a carta, a janta estava na mesa. Marcella e Laís desceram juntas.
Quando sentaram pra comer, Ana já desconfiou de suas caras:
– Êe, o que as senhoritas estão aprontando?
As duas se entreolharam, e Marcella respondeu
– Tô pensando em levar a Laís até Poá na quinta. Tu pode emprestar o carro, mãe?

Ana fitou o marido:
– E aí, Dante?
Ele comia em silêncio e nem teria a presença notada caso não tivesse sido chamado.
– Por mim tanto faz, o carro é teu.
Ana pensou um pouco e respondeu:
– Sim, mas, oh, muito cuidado, hein? Você também, dona Laís.
– Ok, teremos, sim!

– Voltam quando?




– No domingo. Vou ver se a gente fica na casa da Dafne. Senão, vamos pr’aquele hotel da última vez, lembra, mãe?

– Certo. Mas nem marquem nada pro próximo final de semana, que no sábado nós teremos o que fazer.

Laís estava radiante.
Quando acabou de comer, escovou os dentes e foi adicionar um PS que, pensou, provavelmente deixaria Bruno preocupado.


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