Jogo Da Garrafa escrita por DowneyEvans


Capítulo 1
Jogo da Garrafa


Notas iniciais do capítulo

Oie hehehe então, eu fiz essa história curtinha mesmo, porque eu estava tentando convencer um amigo de que ele escreve bem, mas ele não acreditava, então eu o desafiei a escrever uma one-shot com esse tema, e ele só topou se eu escrevesse uma também. No final acabou que eu resolvi postar a minha aqui para ver se alguém gosta :D



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Essa sala é quente, muito quente. E abafada também. Mal consigo respirar, parece que tem um ser esmagando meus pulmões de dentro para fora. Mas não acho que isso seja toda e completamente culpa da sala fechada e sem ventilação; acho que de grande parte se dá ao fato de que estou a um passo de ficar com o grande amor da minha vida.

Mas também pode ser que eu fique com qualquer um desta sala, afinal, é um jogo de girar a garrafa, nunca se sabe para onde o bico irá apontar.

– Droga Steven, abre a porra da janela, eu estou assando aqui – pediu Meg abrindo os primeiros botões da camisa. Obrigada Meg.

Steven se levantou irritado, mas foi com sua bebida na mão e abriu todas as janelas do cômodo ao máximo. Senti um alívio imenso, mas a tensão continuava no ar. Bom, acho que só para mim.

Meg estava totalmente embriagada, eu não sei. Ela nem ligou do Brand ter derramado cerveja no tapete de seus pais. Se estivesse sóbria acho que estaríamos num velório agora.

Eles não estão em casa. Seus pais. Eles foram a algum tipo de jantar, eu sei lá, e deixaram seus dois filhos de 17 sozinhos em casa. Não diria que essa foi uma atitude muito sensata por parte deles.

Então, Meg e Steven acabaram por fazer uma ‘’pequena’’ festa assim que eles saíram. Típico, não? Pois é, essa é a festa mais esperada da semana, e por algum milagre divino eu fui convidada. Ainda estou sem acreditar que estou realmente aqui, chega a assustar.

Bem, eu diria que agora essa é a pós-festa, já que a maioria do pessoal já se embebedou e se drogou o bastante e foi para casa. Restou apenas uma meia dúzia de gatos pingados e aqui estou eu no meio deles. Perdida em meus pensamentos, tentando prestar atenção no bendito jogo de girar a garrafa que Meg acabara de promover.

As regras eram simples:

1: Estão todos sentados em uma rodinha no chão com uma garrafa no centro. Você gira a garrafa quando for sua vez e para quem o bico da garrafa apontar, você irá passar 7 minutos junto dentro do armário no escurinho. Nenhum minuto a mais, nenhum minuto a menos.

2: Nada demais!

Mas o que eu não conseguia tirar da cabeça mesmo era a ideia de que talvez a garrafa parasse em Dylan Thomas. O garoto dos meus sonhos; o garoto cujo eu tenho uma paixão platônica desde a 4ª série e o motivo de eu ter vindo para esta festa. Sim, eu vim aqui com a ridícula esperança de que nós poderíamos vir a ficar esta noite, e de que ele viesse falar comigo pela primeira vez em 5 anos. Como eu sou boba, é claro que isso não aconteceu. Mas agora isso realmente tinha chance de rolar. Minhas mãos estão tremendo freneticamente, espero que ninguém note que estou tentando disfarçar bebendo mais um gole dessa... blergh, cerveja horrível.

Pensei em desistir e ir embora, mas afinal eu havia vindo para cá sozinha, só encontrei gente que eu não conheço e passei o tempo inteiro sentada no sofá jogando angry birds no celular enquanto observava as pessoas vomitarem até a alma na minha frente. Não encontraria uma desculpa boa o suficiente para ir embora agora se poderia ter ido antes.

Se bem que a pós festa é só para amigos íntimos, e eu nem deveria estar aqui. Meg só me convidou por educação porque eu a ajudei em álgebra avançada e é claro que esse bando de formandos lindos e populares não iriam querer a companhia de uma mera who de 15 anos aleatória.

Não, pensando bem eles estão bêbados demais para se importar com alguma coisa. Vou ficar.

– Aí galera, vem, todo mundo, aproximem-se, formem uma rodinha, isso – Meg começou a nos aproximar chamando um a um espalhados pela sala da casa de seus pais. Algumas pessoas que estavam na bancada da cozinha se uniram a nós e nos sentamos em círculo no chão. Juliet aumentou o som do Swedish House Mafia e Meg foi apenas buscar Cyndi que estava no banheiro a mais de meia hora e assim começamos o jogo. Respirei fundo.

A primeira a girar foi Suzan. A garrafa ficou girando por tipo que um minuto e quando eu achei que eu fosse explodir ela para em Andrew. Tiveram que tirar os dois a força de dentro daquele armário, já passava mais de 10 minutos e eu prefiro nem saber o que eles estavam fazendo, só sei que eles saíram de lá mais tontos do que quando entraram.

O próximo a girar foi Brand. Nossa, quem diria, parou em Meg. Haha ele a faria esquecer aquela mancha de cerveja de qualquer jeito.

Cyndi foi em seguida e levou o irmão da Meg, o Steven pro armário. E depois... Fodeu, era a minha vez.

– Vai Jenna, vai Jenna – Meg começou a torcer do colo do Brand e ele começou a fazer a mesma coisa. Em seguida todos da sala que nem sabiam da minha existência ainda hoje de manhã começaram a fazer o mesmo. Senti tanta vergonha que girei logo a droga da garrafa com a maior força que pude. Apertei os olhos e segurei na mão de Deus. Seja o que for pra ser.

A garrafa girou e girou, passou por Dylan e finalmente...

TJ

MEU DEUS.

Não, não, não! Não pode ser, ela parou bem naquele carinha estranho!! Ai cara, eu não acredito, parou naquele emo sinistro, puta merda me fodi, eu ao menos sei o que significa a sigla TJ.

Se bem que não, olhando bem agora ele até que é bonito.

Caralho ele é muito bonito, mas da um pouquinho de medo.

Acho que aquele foi um dos momentos mais constrangedores que já passei. Todo mundo ficou assobiando, rindo e aplaudindo e quando ele me olhou sorrindo de lado tudo o que eu mais queria era ser um avestruz e enfiar minha cara no chão, merda, ele me deixou mais nervosa ainda.

Tudo bem, eu estou bem. Até ele me dar a mão e me puxar para dentro do armário. Acho que me borrei, na moral. Ele trancou o armário assim que entramos e as risadas das pessoas lá fora foram um pouco abafadas, mas a música ainda estava ensurdecedora.

Em seguida ele se virou para mim, e eu não soube o que fazer. Apenas fiquei lá olhando para ele feito uma idiota. Ele era bonito. Um tanto pálido, com cabelos pretos que saiam um pouco para fora da touca também preta e olhos da mesma cor. Ele usava uma camisa vermelha com o logotipo de alguma banda sobre uma blusa de manga comprida preta e jeans rasgados. Ele também usava uma espécie de luvas de motoqueiro, sei lá.

– Oi – ele disse de repente. Seu tom de voz era divertido.

Senti minhas bochechas queimando.

– Oi TJ – respondi de volta e apaguei a luz do pequeno armário de casacos para ele não ver o quanto eu estava corada. Ele foi chegando mais perto e me encurralou numa das paredes. Segundos depois eu me via no melhor e mais selvagem beijo que eu já havia dado na vida.

Não que eu já tivesse beijado muitas vezes, mas aquele beijo foi muito bom.

TJ beijava muito bem. E tinha pegada.

Ele passava as mãos nas minhas costas por baixo da blusa e eu que já havia tirado a touca dele fiquei acariciando seus cabelos. Cada vez ele ia me beijando mais forte e eu correspondia loucamente e depois eu nem me lembro mais o que aconteceu, só sei que minha blusa tinha ido parar no chão e ele beijava meu pescoço. Perdi a noção de tempo e de lugar. Ninguém nunca tinha me feito sair do controle daquele jeito, eu queria mais.

Gamei no TJ.

Até algum filha da mãe bater na porta mandando a gente sair. Fala sério, agora que eu estava me acostumando.

Nos separamos um pouco relutantes e eu vesti a minha blusa novamente. Ele saiu primeiro e todos os rapazes começaram a parabenizá-lo e ele rindo foi e se jogou no sofá. Sei que saí toda vermelha e digo que não foi de vergonha. Quando passei pelo espelho vi que meu batom só faltava estar nos meus olhos. Me limpei rapidamente e as outras meninas me receberam de volta na rodinha. Eu ainda estava um tanto zonza.

O resto do jogo passou rápido, eu não parava de olhar para TJ, esperando algum sinal de que ele também tinha gostado tanto quanto eu, mas ele permaneceu exatamente do jeito que estava antes de entrarmos lá. Me decepcionei um pouco mas fiquei prestando atenção no resto do jogo.

Mentira, fiquei pensando em TJ,

Pois acredita que eu nem liguei do Dylan ir pro armário com a vagabunda da Rachel? É, nem eu, mas eu estava ocupada demais olhando para os fios rebeldes de TJ que teimavam em sair da sua touca preta. Fiquei imaginando quando é que minhas mãos vão poder acariciá-los novamente.

Acho que nunca irei me esquecer daquele momento. Tocava Pursuit of Happiness.


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Notas finais do capítulo

Hm, ficou legal? kk se as pessoas gostarem pode até ter continuação.. hm.. não sei.. o que acharam? eu adoro a musica pursuit of happiness, me deu vontade de mencioná-la aqui kk



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