Innocence escrita por Anmitsu


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Não shippo (muito) o Gon e o Killua, tipo, eles são duas crianças hahaha mas acho a amizade dos dois extremamente fofa e adorável! E não sei porquê raios escrevi a fanfic, but, ela está aí para quem quiser ler :)
Avisos: Oneshot bobinha e extremamente diabética.
Boa leitura.



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❝This moment is perfect, please don't go away. I need you now, and I'll hold on to it, don't you let it pass you by.❞

Innocence – Avril Lavigne

Killua e Gon estavam deitados no topo de um penhasco, debaixo de um céu azul e limpo, sentindo a brisa suave do verão tocar-lhe os rostos. O silêncio agradável era cortado vez ou outra pelo som da natureza, as folhas que chacoalhavam nas copas, as ondas que se chocavam nas rochas do penhasco.

Apesar da bela paisagem ao seu redor, o olhar de Killua não conseguia se desviar da pessoa dormindo ao seu lado.

O olhar analítico começava pelos cabelos negros de seu amigo, depois para o rosto sereno embalado pelo sono, e por último, seu pequeno corpo. Fazer aquilo se tornara um hábito, era como se uma força maior o obrigasse a ter aquele tipo de atitude, quem sabe, um magnetismo natural de Gon que atraía e prendia sua atenção. Talvez aqueles olhares não significassem nada, mas talvez sim. Vez ou outra, o Zoldyck pegava-se pensando o por que de sentir tamanha necessidade de ter o amigo sempre em seu campo de visão. Aquilo de certa forma o deixava calmo. E assustado também.

Seus olhos atentos captaram quando o moreno remexeu-se como se estivesse prestes a acordar, fazendo com que Killua, automaticamente, direcionasse um olhar distraído para o céu.

— Killua... Eu dormi por muito tempo? – O tom preguiçoso fez com que Killlua risse intimamente, achando graça na infantilidade de Gon.

— Não. Foram só alguns minutos.

Na verdade, você dormiu por quase uma hora, tempo suficiente para que eu pudesse te observar bastante. Mas é claro, nada daquilo seria dito.

— Ah, que bom!

O curto diálogo cessou, até que Killua se aproximou sorrateiramente de Gon, fazendo com que o mesmo olhasse em sua direção.

— O que foi? – O olhar de Gon brilhava a luz solar, um sorriso divertido estampava o rosto infantil.

Por que eu sinto tanta vontade de proteger esse olhar? Esse sorriso?

— Nee Gon... O que eu sou pra você?

— Hmm... – O moreno pareceu pensar um pouco, franzindo o cenho pela pergunta repentina. – Você é meu amigo. – Finalizou a resposta com um sorriso e olhou para o azul infinito do céu – Meu melhor amigo. – Sussurrou, fechando os olhos.

Aquelas palavras que deveriam deixar um Killua extremamente alegre, não o fizeram. Ao invés disso, uma leve frustração tomou conta de si, como se estivesse esperando por algo a mais. Mas o quê? Por que eu não estou feliz em ser apenas seu amigo, Gon?

— E o que eu sou pra você?

Ah! Aquilo certamente pegara o Zoldyck de surpresa. Sentiu um leve tremor, e sabia que não era devido à repentina ventania. Uma sensação estranha que nem experimentava quando estava prestes a matar fez com que suas mãos suassem frio. Killua era demasiado novo para entender o significado daquilo, demoraria alguns anos para que finalmente descobrisse seus reais sentimentos pelo seu amigo. Por ora, apenas a dúvida rondava em sua mente, dúvida na qual, não estava habituado a lidar. Portanto, sua resposta saiu quase que automática.

— Acho que... Meu melhor amigo.

— Acho? Pensei que tivesse certeza. – Gon fez um bico, fingindo estar desapontado. Talvez estivesse mesmo.

Killua limitou-se a rir, bagunçando os fios negros do jovem Hunter. O toque demorou mais que o necessário, sua mão direita percorreu um caminho perigoso do topo da cabeça para as maçãs do rosto de Gon. Um gentil carinho foi depositado no local. O garoto de cabelos brancos se surpreendeu pela pele ser macia, e quente. Incrivelmente quente. O mundo pareceu parar por alguns instantes, seus olhos azuis contemplavam Gon quase como se fosse uma divindade que estivesse ali, ao seu lado. Para Killua, provavelmente era.

Gon era a pessoa que tinha lhe tirado da solidão.

— O que você está fazendo? Você está estranho! – Gon riu alto, mas não fugiu do toque, pelo contrário, tornou a fechar os olhos e aproveitar do toque gentil de seu amigo.

Killua sentiu o rosto se tornar absurdamente quente, as bochechas adquirindo um tom rubro de vergonha. Mas suas mãos continuaram no rosto de seu amigo, mesmo que hesitantes e trêmulas. O coração em seu peito oscilava entre batidas rápidas, mas ao mesmo tempo intensas.

O que você significa pra mim?

A mão que estava até então no rosto, foi em direção ao peito, mais precisamente do lado esquerdo. Killua pode sentir que o coração de Gon batia no mesmo ritmo do seu, fazendo com que o assassino se perguntasse se o seu amigo também estava com as mesmas dúvidas que ele.

— Gon, seu coração está batendo rápido.

— Sério? Acho que ele bate assim sempre que estou perto de você... Por que será?

Por que?

As batidas descompassadas de seu coração. A alegria que sentia apenas pelo fato de poder ver seu amigo sorrir. Killua realmente não sabia e muito menos o que poderia significar. Sabia que se sentia bem ao lado de Gon, muito bem. Sabia que queria estar ao lado dele durante o resto de sua vida, que jamais precisassem se separar. Desejos infantis, mas reais.

— Quem sabe... Você é mesmo estranho. – Killua brincou, afastando-se um pouco de seu amigo. Porém, ainda a observá-lo, notou que estava encabulado.

Na mente das duas crianças, compartilhavam um laço de amizade forte. A inocência de ambos não os permitia enxergar além, um sentimento muito mais profundo, que compartilhavam em segredo. Um sentimento que além de tudo, era inocente.

Killua e Gon perceberiam anos depois, que foi naquela tarde de verão, com o sol batendo em seus rostos, que conheceram o amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.Até a próxima. Kisses!