Um Conto De Fadas Em Miami - Fic Interativa escrita por Words of a stupid girl


Capítulo 6
Capítulo 5 - Uma Garota no Armário


Notas iniciais do capítulo

Saudações queridos leitores! Por favor, deem o exemplo para os novos leitores e não me matem! Falando nisso, bem vindos, novos leitores! Hoje é um dia especial! Sabem por quê? Porque hoje tem personagem novo!!!!!!!!

Minha gente, se tiverem tempo, leiam essa fic de um amigo meu, o Arthur Heding!!! Sei que vao gostar dela tanto quanto eu gosto! Aqui:

http://fanfiction.com.br/historia/349575/Guardioes_Misticos/

Sim! Meu momento favorito! Bom, tiveram várias interpretações diferentes para a pergunta, mas vou responder de acordo com a que eu tinha em mente. O momento em que eu mais tenho arrepios, mais mágico de todos é aquela cena em que a onda bate na pedra em que a Ariel está! É tipo, perfeito!!! Maravilhoso!! E a música é a melhor!

Só mais um ponto: a playlist. Eu coloquei capítulo passado, lembra? Kk a playlist são tipo umas músicas que eu achei que tinham a ver com o capítulo, ou eu tava escutando quando escrevi e achei que seria legal vocês ouvirem enquanto leem, se quiserem. E elas ainda dão alguns spoilers, às vezes.

Playlist de hoje:  
                           Trouble - Pink
 



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De repente, à sombra da noite de cidade grande, um grito foi abafado. Um enorme e robusto tigre branco acabava de sair, sorrateiro, de dentro das portas pesadas e marrons. 

O animal seguia os movimentos instintivos do garoto, que, em um piscar de olhos, já havia subido na cabeceira da cama. À medida que se aproximava, ele recuava mais e mais em direção à parede. Lisa se encontrou apertando a colcha verde e incrivelmente macia entre as mãos e mordendo o lábio inferior com força, enquanto assistia à cena. Fez esforço para se manter parada: qualquer movimento brusco poderia tornar as circunstâncias bem piores. Ela sabia. Havia aprendido da pior maneira.

Chegava a um impasse: os fortes e protuberantes músculos pulsavam de tensão quando a criatura respirava, não deixando dúvidas de sua natureza selvagem e predadora. As listras negras no pelo branco se assemelhavam aos primeiros esboços de um artista, ao pintar um quadro: sem cores, sem forma. Apenas uma imensidão de traços que confundia a quem olhasse. Porém, sua cara era adornada com dois grandes e redondos olhos azuis, que quase davam um ar de ternura à sua imagem. Lisa não sabia se atacava, se fugia, se o levava para casa...

Rider já estava na outra ponta do móvel, com o tigre ao seu encalço. Uma gota de suor rolou por sua testa. Ofegante, continuou firme. Se esticou levemente para apanhar a espada na mesa de cabeceira, porém não foi necessário. A cara enorme e violenta passou de raivosa para mansa ao som de um leve assovio.

Um passo de cada vez, a fera o deixou e foi se juntar à figura que se infiltrava no quarto verde-suave. A mesma figura vultosa que vira segundos atrás, no armário. Buscou aconchego nas mãos que afagaram seu seu dorso peludo.

-Nem sequer pense em ousar... -a estranha garota começou seu discurso em um tom de  advertência. Contudo, parou por aí. 

Três queixos caíram, mútuos. Lisa soltou as mãos do lençol e se postou ao lado do irmão, de frente para aquela garota. Que, por sinal, olhava incrédula para eles. E eles olhavam incrédulos para ela. Ficaram um bom tempo nisso.

A dita garota era da altura de Lisa, ou seja, um pouco mais baixa que Rider. Era magra, mas com curvas, ao mesmo tempo. Apresentava um visual curioso: na cabeça, usava uma peruca curta e roxa, e se cobria com nada mais que uma lingerie preta com detalhes vermelhos, de renda. Apesar disso, não demonstrava qualquer vergonha ou desconforto diante deles, o que deixava Lisa perturbada. O tigre branco continuava se arrastando pelas pernas compridas e torneadas dela, como um tipo de... Proteção. Isso! Como se quisesse protegê-la deles, mas não sabia bem o porquê.

Aos poucos, a tensão no quarto foi diminuindo. Os movimentos dos intrusos foram ficando mais suaves, despreocupados. A garota andou vagarosamente até Rider e tocou sua face com cuidado. Tinha uma expressão de perplexidade nos grandes olhos azul-safira que, olhando de perto, lembravam levemente os do tigre. Lisa não saberia dizer se, daquele momento em diante, passaram-se segundos ou minutos de mais silêncio. Para ela, foi uma eternidade.

-Mas você... Você é um garoto! -ela murmurou, mais para si mesma do que, de fato, para qualquer outro no cômodo. Não havia como explicar, mas a impressão que dava era de que, para ela, Rider simplesmente não parecia ser real. Ele era uma assombração, uma miragem, um cenário feito de pó, e que mais cedo ou mais tarde se dissiparia com o vento forte da maresia que entrava pelas janelas. Ele não respondia. Contentava-se em observá-la da cabeça aos pés, dos pés à cabeça. E de novo...

-Rider... -Lisa deu-lhe um leve empurrão quando viu o que acontecia. Disse baixinho, com a cabeça também baixa: -...Por que não empresta sua camisa para ela?

-Ah, não, obrigado. Não estou incomodado, não. Você está? Porque eu não estou. -ele respondeu, direcionado, porém, para a garota. 

-Na verdade, eu acho que não seria uma má ideia, se não se importar. -ela deu um sorriso amarelo. Finalmente saíra de seu choque inicial e percebera que estava apenas de calcinha e sutiã. Envergonhada, encolheu-se junto com o animal. Este continuava a os espreitar. -Sabe, está meio frio aqui fora. E eu realmente não gosto de toda essa... Exposição.

Ops, ela tinha notado. Bom, não que não fosse a coisa mais fácil do mundo notar um Rider olhando mais do que deveria. Ele virou-se para Lisa, clamando por ajuda, mas esta apenas olhou para o outro lado. Em assuntos assim, ela preferia não ter o imenso prazer de interromper.

-Ah, c-c-claro. Hm... Desculpa, eu só... -ele parou. Estava começando a se embolar nas próprias palavras. Retirou rapidamente a camisa preta limpa, ficando descoberto da cintura para cima. Entregou-a nas mãos dela. -Aqui. Toma.

Meio hesitante, a estranha garota pegou a roupa. Quase deixou os olhos caírem para o, na verdade, nem tão sarado abdômem exposto, mas se policiou para olhar apenas para o rosto de Rider. Tirou a peruca, deixando cair sobre os ombros longas e lisas madeixas douradas. Em seguida, vestiu a camisa, já amassada.

-Obrigada. E desculpa por te atacar. eu achava que era... outra pessoa. -agradeceu com um sorriso discreto. Lisa deu um segundo empurrão em Rider, que logo entendeu a mensagem.

-Tá bom. Agora que já está tudo resolvido, sem ressentimentos nem deformações nos nossos rostos, eu realmente preciso perguntar: o que estava fazendo dentro do nosso armário?

-Correção: o que vocês dois estão fazendo fora do MEU armário?

-Seu...? -Rider franziu a testa. 

-Ah, Deus! -a loira elevou o tom de voz, fazendo o tigre branco rosnar. Isso foi o bastante para fazer os irmãos se recuarem até se expremerem no pé da cama. Ao ver isso, ela se recompôs rapidamente, e o tigre se acalmou junto. -É meu! Meu! Sabe o que é meu? Pronto. O armário é meu! Eu estou há muito mais tempo nele, o que o torna meu.

Lisa e Rider se entreolharam. Aquela velha lenda urbana de telepatia entre gêmeos devia mesmo ser verdade, pois os dois pensavam exatamente na mesma coisa:

-Você mora dentro de um armário? -ela assentiu, tristemente.

-Pois é. Quer dizer, não por conta própria, é claro. Isso seria loucura. 

-Acredite, você não sabe o que é loucura. -Rider certificou-se.

-Esse armário tem sido minha prisão por quase um ano, agora. -ela falou secamente. -Meu nome é Alison, e acho que tenho uma vaga ideia do que é loucura.

-Você disse um ano? -Rider arregalou os olhos.

-É. Parabéns, vocês são praticamente os primeiros seres humanos que eu vejo em meses. -ela tinha uma voz sarcástica e bem melancólica ao pronunciar as palavras, como se estas lhe ferissem, e, de fato, feriam. -Venham, precisam ver uma coisa. 

Alison abriu novamente as portas de madeira do armário e lançou-se dentro, sendo seguida pelo tigre. Rider engoliu em seco, mas tomou as rédeas da situação. Lançou-se atrás dela.

-Então... Acho que eu já ouvi falar de você. Seu nome estava nas caixas de leite, não é? Se não me engano... Starlling. Alison Starlling, de Nova Iorque. Treze anos. Os policiais trabalharam duro para resolver o mistério do seu desaparecimento. Alguns meses depois, eles não tiveram outra saída: tiveram que fechar o caso. -ele começou a puxar conversa. -Aliás, meu nome é Rider.

-Hmm, Rider. -ela passou um tempo mastigando e remastigando o nome. -Você está certo, Rider. Fora que, agora, eu tenho catorze. Mas detalhes à parte... O que aconteceu com a sua perna? -perguntou, percebendo que o garoto ainda mancava.

-Nunca tente dar um chute em um porta-malas. -sua voz ecoou pelo armário. Finalmente, os barulhos de passo cessaram. -Uau. Lisa, você precisa ver isso!!

Ela, que tudo ouvia do lado de fora, nada via senão a escuridão por trás das portas. O vento forte e salgado atormentava sua pele, forçando-a a cruzar os braços na frente do corpo. Olhou mais uma vez para a entrada do armário: era feito da mesma madeira que as portas, com uma arara repleta de cabides e roupas na frente. Bonito e bem cuidado, mas nada de estranho ou sobrenatural, exceto que duas pessoas e um tigre sumiram lá dentro.

Mirando, de volta, o quarto, pôde ver tudo o que lhes restava após aquele dia: a espada, na mesa de cabeceira; a mochila aberta, no chão, deixando cair o arco e um pouco de dinheiro; o diário, em cima de sua cama, aberto; o punhal em seu bolso. Naquele mesmo estado, tomou o impulso de abrir espaço entre os cabides e dar um passo para dentro.

Surpreendentemente, não havia parede nenhuma no fundo do móvel, mas um pequeno corredor escuro que levava a uma escada. Lisa foi andando com cautela, devagar. Porém, por dentro, não lhe deixava o pensamento de que aquele era o momento mais "Crônicas de Nárnia" que já vivera. Interessante sua capacidade de formular pensamentos extremamente idiotas em situações como essas.

Subiu a escada, degrau por degrau, tomando cuidado para não bater com a cabeça no batente, no final. Depois da cena que se seguiu, seu queixo não custou muito a cair.

A pequena sala à frente era quadrada e muito mal iluminada, com apenas uma janela pequena e redonda. O piso e a parede eram pintados de uma tinta branca já descascada. Alison estava sentada sobre as pernas, num canto, fazendo carinho nas costas do tigre, seu irmão sentado ao lado. Não exatemente ao lado, pois o medo o obrigou a manter uma distância segura do animal, mas relativamente perto. Vale acrescentar que não havia nada além de prateleiras nas paredes, repletas de... Perucas.

Sim, você leu certo. Perucas de todos os tamanhos, cores e gostos. Longas, curtas, com franja ou não, coloridas, castanhas, artificiais, com cabelo de verdade... Cada uma em uma cabeça de manequim, dispostos em fileiras de preteleiras. Aquilo sim, era estranho, para não dizer assustador.

-Eu sei o que está pensando. -Alison jogou cabeleira loira para um lado só. Ela era longa , batia mais ou menos no fim do seu busto.

-Por que perucas? -Rider se atreveu a perguntar. Àquele ponto, os dois certamente não estavam mais desconfortáveis com a presença um do outro. Pareciam amigos, do tipo que já se conhecem faz tempo. Infelizmente, Lisa não tinha muito talento para fazer o mesmo.

-Um dos muitos fetiches do porco que me sequestrou. -enquanto ela falava, Lisa se aproximou da janela redonda e olhou a paisagem: era uma vista maravilhosa da noite em Miami Beach. Sentiu uma instantânea pena da outra. Devia ser horrível ver toda essa beleza e não poder descer até ela. Ela podia até tentar, mas estavam alto demais. Se esborracharia no chão ao primeiro erro.  -Acho que já o conheceram. O nome do tarado é Carl.

A reação esperada se cumpriu: mais silêncio, para variar.

-Espera! Carl, o dono? Não pode ser! -Rider manifestou-se,  tirando da boca de Lisa as palavras que já ousavam pular para fora. -Quer dizer, tá, ele é gordo e nojento, mas isso não muda o fato de que nos ele deixou passar a noite de graça! Até nos deixou ficar no melhor quarto do hotel... Filho da mãe!

A ficha finalmente caíra. Por que outro motivo os deixariam no quarto ao lado de uma garota desaparecida? Era óbvio!

Os três cruzaram o corredor com desespero, até chegar às portas do armário. Rider logo correu na frente. Puxou a maçaneta, empurrou, puxou, empurrou. Nenhum resultado.

-Trancada! -Rider se recostou nas portas, deixando o peso levá-lo escorregando para o chão.

-Ah, aquele bastardo, nojento, filho de uma... -antes de falar mais algo, Alison suspirou. -Grrrr, que raiva!!!

-SOCORROOOOOO!!!!!!!! SOCORROOO, ALGUÉM!!!!!! -Lisa gritou do fundo dos pulmões.

-Não adianta! Ninguém vai nos ouvir. Acredite, eu tentei! -Alison avisou, levando a morena a sentar-se no chão, com a cabeça baixa.

Sua vontade era de correr para a porta e nela bater freneticamente, tanto que a quebrasse. E por pouco, não o fez. Mas, por mais que odiasse admitir, Rider tinha razão sobre uma coisa: ele era muito mais forte que ela. Se ele não conseguiu, ela nem sonharia com tanto. Uma parte dela continuava nervosa, fazendo com que mexesse compulsivamente no rabo de cavalo.

-Mas o que ele quer comigo? Eu sou homem!!! -perguntou-se Rider.

-Relaxe, ele não vai fazer nada com vocês. Não entra desde que comprou o Mike, aqui. -Alison apontou para o tigre. Não aparentava desespero, como os outros dois, talvez porque não tinha mesmo nada a perder. -Veja bem, ele era só mais um dos fetiches do Carl. Ironicamente, quando ele teve a chance de realizá-lo, bom... Digamos que Mike e ele não se dão muito bem, e isso impediu que fizesse qualquer coisa comigo. Desde então, nós cuidamos um do outro, nesse pesadelo.

-Como consegue não enlouquecer com isso? -Rider revidou. A garota ponderou, mas respondeu:

-Não tem um jeito não egoísta de dizer isso... Mas pelo menos agora, eu tenho realmente com quem conversar. -Alison deu um sorriso doce, que foi correspondido pelo garoto. -Ah, eu só queria poder quebrar a cara daquele idiota em mil pedacinhos!! O pior de tudo é que eu tinha uma vida boa antes dessa confusão. Eu tinha pais legais, eu tinha vários amigos, eu tinha dinheiro, EU TINHA UM IPHONE 5!!!! SABEM O QUE É ISSO!!!!!! IPHONE 5!!!! E, de repente, numa noite como outra qualquer, lá estou eu, voltando para casa depois de uma festa, e vejo esses dois caras altos e fortes andando na minha direção. Quando percebo, já é tarde. Eles já estão perto demais, e me colocam dentro de um saco de estopa. Eu tento fugir, mas é em vão.

Mike espreguiçou seu corpo enorme e, com um bocejo que mostrou boa parte de seus dentes afiados (o que deixou Lisa um tanto desconfortável), apoiou a cabeça no colo de Alison, quem fez cafuné em sua cabeça peluda. Mesmo assim, seu desabafo não foi interrompido:

-Enfim, eles me levam a pé para um lugar muito frio e escuro. Para completar, eu estava respirando dentro de um saco! Já tentaram fazer isso? Eu digo, não é nada legal! Apontam uma coisa gelada nas minhas costas, que parecia ser uma arma. Eu nunca soube, desmaiei antes pela falta de ar. Quando eu acordo, estou nesse quarto quadrado, cheio de perucas nas paredes. Tem um homem gordo sentado em uma cadeira do outro lado. E eu estou usando essa calcinha fio dental... Ele aponta uma arma para minha cabeça. Me obriga a vestir cada uma dessas perucas e dançar para ele. E se diverte, se delicia com aquilo... Eu juro, aquele, sim, foi o pior momento da minha vida!!!! E eu prometi que eu, Alison Starlling, jamais, JAMAIS passaria por aquilo de novo!!!!

Ao terminar de falar, a garota respirou fundo, deitando a cabeça com carinho sobre a de Mike.

-hmm... entendo. -disse Rider.

-O que quer dizer com isso? -perguntou a garota.

-Que eu entendo o que levou ele a fazer isso com você. Quer dizer... Você... Não é feia.

-Rider... -Lisa simplesmente levou uma das mãos à testa.

-Obrigada, eu acho. -ela respondeu, meio assustada.

-Mas o que aconteceu? Você disse que o Carl não vem mais aqui, certo? Por que ele não deixa você ir, se não pode tirar proveito? -Rider perguntou calorosamente, mostrando-se aberto para ouvi-la. Pôs uma mão no ombro dela, o que rendeu mais alguns segundos de olhares estranhos.

-Hmm... Não. Vou poupá-los da chata e cansativa história da Alison. Vocês não precisam disso. -ela resistiu. Virou a cabeça para o lado, a fim de fugir dos olhos azuis do garoto.

-Não! Não é incômodo, de forma alguma! Pode nos contar tudo, não é? -ele olhou para Lisa, que fez que sim, num movimento inconsciente. Todo o desabafo estava fazendo muito bem para ela. Afinal, não é muito saudável passar um ano inteiro sem falar com uma pessoa sequer. E mais: Rider estava empenhado a ajudá-la de um jeito meio extremo.

Lisa o entendia. Também sentia essa sensação. A sensação de que os três estavam estranhamente ligados, unidos por uma coisa maior, que não podia compreender. Seria o destino? Muito improvável. Mas Lisa sentia como se já devessem ter se encontrado há muito tempo.

-OK, então. -ela cedeu. -Vejamos... Ultimamente, ele vem tentando se livrar do Mike. Pensa ele que nós não notamos como vem deixando cada vez menos comida pela portinha. E normalmente, comida contaminada. Ele sabe que eu posso cozinhar; eu aprendi depois de dois meses aqui. Mas Mike não come carne cozida. Seria muito fácil matá-lo de entoxicação alimentar, me deixando desprotegida para... Eu não quero nem saber para quê! Pelo menos ele anda se ocupando mais um pouco, e pode nos deixar em paz. Sabe, ele tem casos com todas as funcionárias daqui. Inclusive aquela chata. Como é mesmo o nome dela? Frankie.

-Como sabe disso?

-Dá para ver e ouvir muito mais do que aparenta, presa no topo de um prédio. -a esse ponto, raiva e melancolia eram despejadas junto com o discurso. -Eu sei tudo sobre todos os que frequentam essa espelunca. Por exemplo: eu sei que mora um traficante de cocaína, no 50B. Sei que, toda noite, uma quarentona aparece com vários garotos na recepção, pedindo por um quarto. Ela gosta de gritar. Sei que Carl chega sempre meia hora atrasado no trabalho, porque é a hora que Frankie chega. Coisa estranha, né? Uma pessoa normal nunca tiraria da cabeça a ideia de que um homem, aparentemente banal, teria uma vida tão conturbada, quando anônimo. E todos eles têm. Essa é uma das vantagens de ficar presa à observação. Pegar as pessoas em seus momentos vulneráveis. Acho que, se pudesse tirar uma lição disso tudo, definitivamente seria "As coisas nem sempre são o que parecem".

-O que disse? -Rider perguntou, sua expressão em um estado de alegria que não era estranho para Lisa. -É isso, irmãzinha! É isso! Hahaha!

-É isso o quê? -Lisa se viu obrigada a perguntar, já que ele não a diria.

-Não vê? Era sobre isso que FM estava tentando nos avisar! "As coisas nem sempre são o que parecem". Era isso. O tempo todo, nós já estávamos destinados a entrar neste hotel e ficar exatamente neste quarto! Essa é a prova de que a missão do pai é real! ELA É A PROVA!!

-Rider, não é mesmo uma boa hora para...

-Para o quê? Para aceitar que você estava errada e eu, certo? Por que você é só incapaz disso? Por que não pode enxergar, como eu?

-Porque, eu não sei se notou, mas eu não sou você!!!!

-Ahnn... O que está havendo aqui? -Alison perguntou, mais curiosa que incomodada.

-Alison, tem uma bolinha no bolso da camiseta. Quero que pegue-a para mim. 

Ele disse assim mesmo: mais em tom de ordem do que de pedido, propriamente. Sem mais delongas, Alison fez o que lhe pediu/mandou. Procurou por um tempo os objetos do bolso da camisa. Tomou a bola em mãos, trazendo ao cômodo um forte brilho prateado, bem mais forte do que o já produzira antes, na frente das duas figuras. Lisa olhava tudo, estranhando e tentando não olhar para o lado, na certeza de encontrar seu irmão rindo de gosto, de prazer por estar certo.

Mas ela estava errada. Ao se render à curiosidade e olhar para seu rosto, se deparou com a total seriedade que era raro, porém já visto em Rider. 

-Espera, o que é isso? Por que essa bolinha de gude brilha? O que está acontecendo?

-Alison, nós é que precisamos te contar uma pequena história, agora. É sobre mim, Lisa... E você.


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Notas finais do capítulo

Agora, umas palavrinhas para matar a saudade!

Sim, eu sei que eu demorei milênios para postar o capítulo. Isso tudo se deve ao fato de que eu estava quase sem tempo de escrever. E sim, passou pela minha cabeça dar um fim na fic. Mas aí eu pensei: essa seria a primeira fic que eu realmente terminaria, não deixaria pela metade. Então, para que jogar tudo isso fora? É a primeira chance que eu tenho de fazer as coisas direito!

Bom, eu poderia dizer que postaria um capítulo por semana, mas eu realmente não tenho tempo! Vamos combinar o seguinte: postarei toda quinzena, ou seja, uma semana sim, uma não, alternando. Se, por acaso, esse capítulo não vier, sintam-se livres para me cobrar nas MPs ou qualquer outro lugar. Algumas semanas, quem sabe, surpreendo vocês com dois capítulos em uma quinzena (melhor não dar espectativas e surpreender, que dar e decepcionar).

É com orgulho que lhes digo que a fic está passando por revoluções, assim como eu mesma. Como escritora, é meu dever fazer a fic cada vez melhor para vocês! Nos próximos dias, podem ocorrer algumas alterações na capa (aliás, se alguém se habilitar a fazê-la, não reclamarei), sinopse e título. Então não se assustem se virem um nome estranho nos seus acompanhamentos kkkkk sou só eu!

E por falar em nome, quero que vocês escolham o novo título da fic! Aí embaixo estão umas ideias que eu tive para ele. Simples: o mais votado será o novo nome! Votem nos comentários, por favor!!!

a) Encantados -fic interativa

b) Til we live happily ever after -fic interativa

c) Nenhum desses. Deixe o título como está.

Bom, já não aguentam mais me ler, então, por ora, me despeço. Comentem aí qual é seu vilão favorito da disney, e no próximo eu digo qual o meu!!! Aliás, cobrem de mim o proximo cap no domingo!!!



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