Depois da sessão “ternurinha”, despertamos para a vida real. Nathan ainda dormia tranquilamente em meus braços e eu resolvi coloca-lo em minha cama. Cerquei-o com meus travesseiros para não correr o risco dele rolar e cair da cama. Desci de volta para a sala e pude ouvir as conversas do pessoal, Jasper tinha despertado de vez e conversava com Edward e Emmett com uma cara bem séria. Cheguei mais perto e percebi que as meninas também estavam, indiretamente, participando da conversa.

– Hei! Sobre o que estão falando?- Todos olharam para mim e o primeiro a se pronunciar foi meu irmão:

– Bella, estávamos discutindo sobre a situação... Olha um bebê não é uma coisa muito fácil de cuidar, por exemplo, ele precisa de mais coisas como mamadeiras, chupetas, roupas, comidas e principalmente, cuidados. Estávamos conversando sobre nossos horários da faculdade. Rose, eu e Jasper temos aula a tarde, você, Edward e Alice têm aulas á noite, vamos poder revezar quem toma conta.

–Lembrando que não somos nenhum expert em cuidar de bebes- Lembrou, muito bem lembrado, Alice.

–Claro Alice, tirando por mim que nem sei pegar o molequinho direito- Emm soltou e foram ouvidos risinhos contidos de todos.

–Mas podemos aprender Alice, também temos que ver tudo equilibrado para o horário dos estudos. - Comentou Rose.

–Huhum- Se pronunciou Jasper- Mas tem uma coisinha mais importante, não temos a guarda da criança, e se nossos pais chegarem aqui? Como explicamos esse bebê?

Depois dos questionamentos de Jasper todo mundo ficou em silêncio, dava para até ouvir o grilo cantando cri... Cri... Cri...

Todo mundo ficou olhando um para o outro com cara de bocó e olhos arregalados, mas eu fui logo me metendo.

–Ô gente, vamos primeiro resolver o B.O que é cuidar do pequeno, depois pensamos nos outros problemas!

–É você está certa Isabella. -Disse Edward com aquela voz firme, forte e rouca que meu deu arrepios... Êpa! Saí pra lá!

–Acho que ele vai ficar com fome daqui a pouco, deveríamos fazer uma listinha e ir a farmácia comprar, sendo que duas pessoas ficam para olhar o pequeno- Quando Rose falou isso todos de repente queriam ir e foi aquela falação e confusão.

–Peeeeera ai! Vamos ver na sorte, zerinho ou um!- Gritou a indigência do meu irmão, mas até que funcionou, todos já tinhas formado uma rodinha e estavam com suas mão estendidas.

–Zerinho ou um! – Gritou todo mundo estendendo as mãos, quem tirasse o diferente saia, eu estendi meu dedo indicando o número um e o restante foi tudo zero. Eu ficaria.

–Bella já saiu, então vamos tirar o ajudante dela- Disse meu irmão.

Todos estenderam suas mãos de novo, e Emmett, Rose, Alice e Jasper mostraram as mãos em punho, ou seja, zero, e só Edward tinha o dedo estendido simbolizando o um. Ele saiu, ou seja, ficaria comigo, ou seja, eu iria ficar cuidando de Nathan com ele, ou seja, eu iria ficar babando por sua beleza, ou seja, eu estava muito ferrada!

–OK, Bella e Edward foram os escolhidos- Disse Rose. Sei, escolhidos pelo azar... - Vamos fazer uma pequena lista.

Fizemos a lista e foi assim que ficou:

Mamadeiras de leite e água;

2 Pacotes de fraldas tamanho “p”;

1 Sabonete de bebê;

Leite para nenéns;

Chupeta;

Fraldas de pano.

A turma sai em direção à porta com a lista nas mãos e só sobrou eu o filho de Adônis na sala. Eu olhei para ele e comecei a falar. Ou seria babar?

– Er... Edward vamos subir para o meu quarto? – Eu disse.

– Que? Ir para o seu quarto para que?- Ele falou arregalando os olhos. Ah meu Deus, o garoto já está pensando merda?!

– Nathan está deitado lá esqueceu?

–Ah é mesmo... – Ele disse sorrindo sem graça e subindo atrás de mim nas escadas que levariam ao meu quarto.

Abri a porta do meu quarto e Edward ficou olhando a decoração, as estantes vazias agora estavam lotadas dos meus livros favoritos, tinha uma mesinha com meu computador e as paredes permaneceram roxas, sendo que uma era mais escura, a que minha cama ficava encostada, cortinas brancas e algumas luminárias espalhadas pelas paredes e uma fixa em minha mesinha, um sofazinho e mina cadeira da mesa do computador.

– Quarto legal! – Comentou Edward.

–Obrigada... Olha ele ainda está quietinho!- disse indicando o pequenino deitado relaxadamente em minha cama.

–É mesmo, ele parece ser bem calmo. Será que vamos conseguir cuidar dele?

–Sei lá Edward, eu não podia pensar em deixa-lo ir para um abrigo... Seria hipócrita de minha parte!

–Huum... E aí, o que vai cursar?- Perguntou ele trocando de assunto percebendo a seriedade em minha voz.

–Medicina- Respondi simplesmente, sorrindo um pouquinho. Minha porta abriu um pouquinho, mas não tinha ninguém nela, mas era somente Clark, o cachorro do Edward, seguindo seu dono. Ele veio cheirando tudo até que parou no pé dele e abanou o rabo.

–Ei garotão! Me achou? – Disse ele afagando a cabeça do cachorro que respondeu com um latido, que serviu para acordar Nathan de seu soninho. Olhei para a cara de Edward e ele sorriu sem graça.

Levante-me da cadeira e sentei na cama ao lado do pequeno que dava alguns resmungos e se remexia inquieto na cama. Esperando ele despertar totalmente, continuei a conversar com Edward.

–E você vai fazer o que? – Questionei-o.

–Medicina Veterinária- Respondeu ele sorrindo e afagando a cabeça do cão-acordador-de-bebês. Eu sorri para ele e finalmente Nathan chorou de verdade me despertando da cara de boba de estar olhando ele sorrir com todos aqueles dentes brancos e uma sombra das covinhas em suas bochechas.

Eu peguei o bebê coloquei-o em meu colo e ele se levantou e colocou-se do meu lado pronto para ajudar-me em que eu precisa-se.

–Acho que podíamos dar um banho nele... O que acha?- Questionou ele.

–Acho que sim vamos arrumar as coisas... - Eu disse.

– Você tem uma banheira por ai? – Perguntou ele?

–Huuum... Não exatamente, mas vamos à cozinha. - Eu disse.

Ajeitei Nathan em meu colo segurando-o mais firmemente para que eu pudesse descer as escadas. Chegando a cozinha e seguimos para a lavanderia que tinha ao lado, pedi que Edward abaixa-se e procurasse por umas bacias plásticas que eu tinha comprado á umas semanas e que ainda não tínhamos usado.

–Bem, acho que estas vão servir por enquanto- Comentou Edward.

–Tudo bem, mas antes vamos precisar higieniza-las. – Eu disse.

Fui guiando ele para fazer o que tinha de ser feito, lavamos a bacia com água e sabão neutro, secando com panos limpos que eu tinha pegado na gaveta. Depois despejamos um pouco de água fervendo para tirar qualquer resíduo e por último, passamos álcool para eliminar de vez qualquer substância.

Edward era que fazia todo o processo de limpeza, eu segurava Nathan com firmeza em meu colo. Este por sua vez, ficava observando tudo com seus olhinhos verdes curiosos e soltando alguns resmungos, mexendo as perninhas, se fazendo presente que fazia com que Edward e eu olhássemos para ele sorrindo, e achando graça de suas ações.

Depois de limpar bem a bacia, Edward colocou uma chaleira com água no fogão para esquentar a água, enquanto isso eu fui ao Moisés que veio com ele e peguei as coisinhas que veio para o banho, uma saboneteira, um xampu neutro e sem álcool específico para bebês, e subia para o quarto.

Fui até o armário do meu banheiro e peguei uma toalha felpuda branca e coloquei na pia do banheiro. Meu braço já estava doendo de ficar com Nathan na mesma posição, então enquanto eu esperava Edward trazer a bacia com a água quente, fui até meu quarto para despir o neném.

Abri a porta e percebi que Clark tinha ficado lá, coitadinho esquecemos ele! O cachorro estava deitado no chão perto da minha cama todo espalhado por ali.

–Ei garoto, esquecemos você não é?!- Disse enquanto me aproximava da cama depositando calmamente Nathan nela. Sentei-me perto do pequeno e comecei a despi-lo, e “sem jeito mandou lembrança”, porque ô coisinha difícil era tirar a roupa daquela miniatura de gente que ficava mexendo as perninhas enquanto eu caçava os botões da sua roupa. Mas no fim eu consegui, tirei seu macacãozinho, a meia e o deixei de fralda.

Edward entrou no quarto trazendo a bacia e a chaleira com a água agora fervente.

–Aonde vamos coloca-lo?- Perguntou-me ele.

–Leve para o banheiro ao final do corredor. – Eu disse, esse era o banheiro que eu Alice e Rosálie dividiríamos.

Ele levou as coisas para lá, colocando a bacia em cima da tampa do vaso sanitário. Ele foi despejando água fria da torneira ate encher um pouco a bacia, logo depois ele colocou a quente até que a temperatura ficasse amena.

–Pronto, acho que está bom, veja- Disse ele pedindo para que eu sentisse a temperatura da água. Passei Nathan para o colo dele, que o pegou meio desajeitado, e retirei sua fraldinha que estava suja de xixi, e ele o virou contra seu peito para segurar mais firmemente.

Verifiquei que a água estava boa e me virei para pegar Nathan do colo de Edward, mas assim que me virei ele soltou um resmungo e eu comecei a rir.

Nathan tinha feito xixi, mais uma vez, na camisa dele. – Ele tem certa propensão a fazer xixi em mim?- Perguntou ele com a testa vincada.

–Sei lá, deve estar marcando território!- Eu disse e ri mais, ele ficou olhando serio para mim e me passou o neném.

Fui colocando ele devagarzinho na água e ele começou a chorar fraquinho.

–Não chora não bebê, é só água! – Falei em uma tentativa de conversar com ele. Até que depois que estava todo molhadinho ele só resmungou.

–Me passe o sabonete Edward- Pedi e ele prontamente me atendeu. Ensaboei seu corpinho e enxaguei. Chegou à parte mais difícil que é passar o xampu. Olhei para Edward meio em pânico.

–Vire ele de barriguinha para cima e passe o xampu, se passarmos com ele virado vai cair sabão em seu olho. - Ele me disse, virei o bebê com muito medo de ele escorregar da minha mão, já que ele se mexia o tempo todo, Edward despejou um pouquinho de xampu em sua cabecinha e esfregou levemente, enchendo sua mão logo depois de água e jogando delicadamente em sua cabecinha.

Enquanto isso os olhinhos verdes curiosos me encaravam e olhavam ao redor do banheiro todo. Edward acabou de enxagua-lo, estendeu a toalha em seu peito e disse para eu coloca-lo lá para enxugarmos ele e vestir sua roupinha.

Edward o enrolou e foi o momento que eu percebi que ele tinha retirado à camisa que o pequeno tinha feito xixi e jogado no chão do meu banheiro. Meu Deus! Ele é absolutamente perfeito, músculos bem definidos, mas sem exagero. Quando ele pegou Nathan e enrolou a toalha ao redor dele foi à cena mais fofa de se ver, foi altamente fofa e eu fiquei para traz no banheiro enquanto ele seguia para o meu quarto para trocarmos o bebê.

–Pegue as coisas dele Bella, por favor. - Assenti e desci rapidamente até a sala procurando outra roupinha, a fralda descartável, um par de meias e a matilha branca com uma fita verde em volta. Levei tudo para o quarto e vi que Clark continuava em meu quarto, só que desta vez estava atrás de Edward, que por sua vez ainda segurava Nathan na toalha, balançando o pequeno que já estava sonolento outra vez.

–Pronto, coloque ele ai na cama que eu o troco- Falei para Edward que prontamente o fez. Abri a toalha molhada e a tirei do bebê, coloquei a fralda, a meia e depois, com a ajuda de Edward consegui colocar rapidamente o outro macacãozinho, que desta vez era amarelo, logo em seguida coloquei o pequeno enrolado na manta e eu e Edward descemos com ele em meu colo.

–Bom, acho que o pessoal já deve estar chegando, o que acha de eu começar a preparar o almoço?- Perguntou ele.

–Acho uma boa ideia, tem uma lasanha montada no freezer, é só fazer um arroz e uma salada e pronto.

–OK, vamos para a cozinha.

Fomos para a cozinha e para eu conseguir ajuda-lo, colocamos o Moises em cima da mesa de jantar, mas antes eu coloquei um colchonete fino com lençóis limpos para que o bebê ficasse mais confortável. Assim poderia ajudar ele e ficar de olho no pequeno.

Liguei o som bem baixinho, estava tocando “Blind” da banda “Lifehouse”. Coloquei a lasanha no forno, enquanto ele preparava o arroz.

–Bella, sem querer ser intrometido, mas porque você disse que seria hipócrita de sua parte deixar o bebê em um orfanato?- Questionou ele.

–Edward, eu e Emmett viemos de um. Nunca ninguém nos adotou por sermos irmão e já estarmos grandinhos. Sei o sofrimento de quem vive até a maioridade em um desses. Não queria mesmo que ele passa-se pelo mesmo.

–Ah, sinto muito, bem graças a Deus eu e Alice sempre fomos muito bem tratado por nossa família e bem, não sei mesmo como deve ser ficar nessas casas de passagens.

–Tudo bem, depois de tudo que eu e Emm passamos ficou mais fácil falar desse assunto. Realmente não queira saber como é em um orfanato!

Continuamos conversando até que o arroz ficou pronto e eu fiz uma salada grega rápida.

O pessoal chegou 20 minutos depois, o que deu tempo da lasanha assar completamente. Eles conseguiram comprar tudo que pedimos e demoraram por que Alice e Rose resolveram passar em uma lojinha de bebês para comprar umas peças básicas para o pequenino.

Comemos conversando amenidades, Nathan ainda estava dentro do seu cestinho, bem acordado e prestando atenção em nossa conversa.

Emmett acabou de almoçar e foi ficar com ele na sala, sendo seguido por Rose e Jasper. Alice me mostrava às mudas de roupas que compraram, mais umas matilhas, conjuntinhos de blusa e bermuda, pijamas e mais uns três macacões. Ela se empolgava com cada peça miúda de roupa e fazia caras e bocas, eu ria de seus “ataques de fofura”, ela também me mostrou as mamadeiras e chupetas que vinham em uma bolsa media verde, assim como as mamadeiras e a chupeta.

Estávamos guardando as coisas na sala quando ouvimos o bebê chorar muito alto e estridente. Me apavorei logo pensando que alguém tinha o deixado cair no chão.

Saí correndo, bati o cotovelo na parede, deu aquele choque e doeu pra caramba. Cheguei à sala esbaforida e esfregando meu cotovelo, Nathan estava no colo de Rose e já estava vermelhinho pelo choro.

–Rose o que aconteceu?- Perguntei ofegante com Alice em meu encalço.

–Não sei Bella, ele estava quietinho com o Emm, de repente comecei a resmungar e chorar, eu peguei ele e ai ele soltou o berreiro. - Rose falava alto por conta do choro de Nathan.

Peguei-o de seu colo, assim que o peguei ele agarrou na minha blusa e continuou chorando.

Caramba o que será que ele tem?- Perguntou Jasper meio desesperado, ele não parava de chorar de maneira nenhuma e eu já estava quase chorando também de desespero.

Passou um minuto e ele ainda não tinha parado de chorar, resolvi andar com ele e fui até a cozinha. Rose, Alice e Edward me seguiram. Edward olhou para as mamadeiras verdinhas em cima da bancada e disse

– Bonitas, foi você que escolheu Allie?- Perguntou para a Alice.

–Foi sim... Espera, ele não comeu nada desde quando chegou não é?- Nos encaramos e balançamos a cabeça. Mas é Claro ele estava com fome. Olhamos-nos feito retardados. E Rose correu até o microondas, aqueceu rapidamente a quantidade de água que o farmacêutico indicou que teria que ser feito. Misturou um pouco do pó do leite para recém-nascidos e chacoalhou dentro da mamadeira.

O pequeno ainda resmungava em meu colo, soluçando. Fui para a sala e coloquei a mamadeira na boca do pequenino e ele logo sugou fazendo aqueles barulhinhos de bebês.

Todos na sala ficaram em silêncio, reparando o que tanto tínhamos esquecido. Segundo o farmacêutico teríamos que amamenta-lo com aquela mistura a cada três horas. Depois que o conteúdo da mamadeira acabou Nathan respirou profundamente se aconchegando em meu colo e dormindo tranquilamente em seguida.

–Rose deixe a próxima mamadeira pronta, para não nos desesperarmos desta vez. - Eu disse

–Tudo bem Bella. - Rose afirmou meio boba por a choradeira toda ser fome e termos esquecidos.

Ficamos na sala assistindo TV, Nathan estava dormindo no Moises ao meu lado, respirei fundo. Este seria só os primeiros de muitos sufocos que ainda passaríamos para cuidar do bebê. Pais de primeira viajem dá nisso!