Era só mais um dia comum. Após grandes batalhas de vida ou morte, certa paz tomava conta do coração de Ikki, o eterno cavaleiro de Fênix. Ele tinha ouvido falar da batalha contra Marte, que acontecia recentemente, e que um jovem cavaleiro sucessor de Seiya, Kouga de Pégaso, lutava pela justiça e pelo bem estar da deusa Atena, Saori Kido.

Ikki não queria se intrometer. Ele já se cansara de lutar. Já sabia que seu irmão Shun era um médico de uma aldeia distante, e que já não podia queimar seu cosmo.

O que lhe restava agora era saber se ainda tinha chances de ser feliz com uma mulher.

- Esmeralda... – Ele suspirou.

Sem nenhum propósito, Ikki começou a pensar nos pequenos momentos que teve com Esmeralda, a doce filha do cruel Guilty, seu pai e também seu assassino. Ikki não podia imaginar que o próprio pai poderia matar cruelmente sua pobre filha.

- Apesar do duro treinamento na Ilha da Rainha da Morte, eu sobrevivi por causa da companhia de Esmeralda... – Ikki dizia tristemente a si mesmo.

                   *

Mais um dia se passava e Ikki já não aguentava mais de tanto tédio.

- Humm... Acho que vou visitar a Marin. Acho que ela mora perto daqui...

Ikki rapidamente saiu em direção à casa da “aposentada” Marin de Águia, que tinha dado seu lugar a Yuna de Águia.

- MARIIIN! Você está aí?

- Ann? Quem é?

- Sou eu, Ikki.

- Ah, olá Ikki. O que deseja?

- Nada, só vim te visitar.

- Estranho... Mas, entre.

Ikki entrou na casa e acabou observando uma foto de Marin, vestida de noiva, sorridente, juntamente com um homem desconhecido.

- Marin, você se casou?

- Sim, não sabe? O nome dele é Otoki. É só um homem comum.

- Está feliz?

- Sim, por quê?

- N-nada.

- O que está havendo Ikki?

- N-nada, sério.

- Me conte.

- Eu... não... tenho... NAMORADA, DROGA!

- É só isso?

- Como assim?

- Tanta mulher por aí e você só pensa na morta.

- C-como sabe?

- Eu adquiri poderes espirituais quando deixei de ser amazona. Eu apenas senti isso no seu coração.

- Poderes espirituais?

- Não ache estranho. É muito comum.

- O que você é capaz de fazer?

- Talvez eu possa... Reviver pessoas. Eu posso tentar.

- S-sério?

- Eu sei que quer ficar com a Esmeralda. Não negue.

- V-você é boa, Marin.

- Sim, obrigada.

                   *

- Ikki, faça seu desejo, em voz alta.

- Eu quero que a Esmeralda volte a viver.

- Certo. Agora, apenas pense na Esmeralda. Seus cabelos loiros, seu vestido florido, seu sorriso contagiante, sua doçura.

Ikki assim o fez. Pensou fortemente em Esmeralda e em como sua morte foi injusta.

Marin pronunciou algumas palavras “estranhas” e começou o “Ritual da Ressurreição”.

Alguns minutos se passaram e uma forte luz tomou conta da sala da casa de Marin. Aos poucos, um novo corpo foi se formando. Sim. Sim! Era Esmeralda, em carne e osso!

- Uma nova chance... Para aquela que não merecia morrer. – Disse Marin. – Vou deixá-los sozinhos, ok?

- I-ikki? É você? O que estou fazendo... Aqui?

- Esmeralda você voltou a viver!

- Por quê?

- A Marin realizou o meu desejo. Você ressuscitou!

- E-eu?

- Esmeralda, por favor, aceite viver comigo!

- Ikki, eu sempre amei você! Acho que você também sabe...

- Sim! Esmeralda, eu te amo!

Eles se abraçaram como nunca antes e Esmeralda hesitou um pouco, mas acabou dando um beijo em Ikki.

- Obrigado, Marin. – Ele agradeceu enquanto saía de mãos dadas com Esmeralda.

                                 FIM