POV Alice. 

Acordei cedo, o que era de costume. Coloquei uma roupa confortável, que não era bem o meu estilo, e desci para tomar café com meu pai, Eva, e minha irmã postiça, Roberta. Tomei meu café rápido, não conversamos muito, aliás, não conversamos nada. Ajeitei meu cabelo e fui para o outro lado da rua, encontrar com minha melhor amiga, a Carla. 

POV Alice OFF.

- Bom dia amiga. Pronta para o primeiro dia? - Carla perguntou, quando achou a amiga. 

- Não, como sempre. Nem muito animada... Desde que meu pai se casou com a Eva, e a Roberta veio morar na nossa casa, o clima não é mais o mesmo. 

- É, sei bem como é isso. 

- Enfim, não queremos nos atrasar, vamos logo. 

As duas foram para o colégio. Chegando lá, não ficaram muito tempo no pátio. Foram direto para dentro, aliás, elas queriam ajeitar as roupas direito no quarto. O número do quarto, era 157. Elas caminharam com as malas de roupas, até acharem o quarto. Elas acharam, e entraram logo. O quarto tinha três camas. 

- Ué... O quarto não é esse? - Alice disse. 

- É sim, esse mesmo. O quarto 157, você deve estar se perguntando por que tem outra cama aqui.. É isso? - Carla respondeu, brevemente. 

- É isso mesmo! E eu vou agora reclamar com o diretor, no meu quarto, ou melhor, no nosso quarto, ele disse que seria só nós duas! - Alice falou, e foi logo se levantando e indo até a porta, furiosa. A porta abriu, quem estava lá era Roberta, que foi logo entrando. - Ei! Você não pode ir entrando no quarto dos outros assim. - Ela disse, mais furiosa assim. 

- Esse é o meu quarto. O 157, não é?

- Seu o que? - Alice falou. 

- Meu quarto, o quarto 157. - Roberta respondeu, pegando uma ficha com as informações que ela recebeu do diretor antes de entrar. 

- Roberta Messi! Você não é desse quarto e pronto, essa folha não prova nada! Saia daqui, AGORA! - Alice falou, obrigando Roberta a sair do quarto. Antes que Roberta pudesse responder, a inspetora entrou e disse:

- Algum problema meninas? 

- Não, inspetora, nenhum.. - Carla disse.

- Que isso, Carla. Tem um problema sim! E dos graves! - Alice falou.

- O que é? 

- Eu e minha amiga, viemos à sala do nosso querido diretor Jonas Araripe. Ele mesmo nos disse para ir ao quarto 157 quando entrássemos no colégio. 

- É só isso?... 

- Não! - Alice meio que deu um gritinho. - Deixa eu continuar. Eu e Carla, entramos nesse respectivo quarto, sendo que aqui havia três camas. Estranhamos um pouco, eu IA reclamar com o diretor, até que quando eu fui abrir a porta para sair, apareceu ela - Alice gritou, apontando para Roberta - E não disse nada que o diretor havia falado para ela vir aqui, justamente AQUI! 

- E qual o seu problema com ela? Ela irá ficar aqui sim, esse é o quarto dela, não haviam mais sobrando e o diretor me pediu para deixa-lá aqui neste quarto. - A inspetora respondeu, claramente. 

- O meu problema é que já faz um ano que eu convivo com ela dentro da minha casa, e agora quando eu peço para me internarem num colégio, a Roberta está agora me perseguindo aqui também!? Isso é ridículo...

- Ridículo é você me chamar para 'resolver' isso. Vou embora e espero que a senhorita entenda que a Roberta irá ficar neste quarto. - A inspetora bateu a porta. 

- Viu? - Roberta disse. - Eu sou deste quarto e fim. 

Alice ainda inconformada, respondeu. - RIDÍCULO, RIDÍCULO, RIDÍCULO! 

- Para, Alice. Dá uma chance pra ela. - Carla falou. 

- Não! - Alice saiu do quarto e bateu a porta. 

- Ela é sempre assim? - Roberta indagou à Carla. 

- Não, nem é... - Carla respondeu. 

O sinal de entrar para a sala de aula do professor Vicente já iria tocar. Roberta e Carla foram juntas para a sala de aula, quando chegaram lá, encontraram Alice, e dois meninos, Diego e Tomás.

- Carlinha, vem cá. - Alice sussurrou para Carla, Roberta veio junto. 

- O que foi, amiga? 

- Você viu aqueles dois meninos ali? - Disse ela apontando 'disfarçadamente' para Diego e Tomás.

- Abaixa esse dedo, Alice! - Roberta gritou, os meninos olharam. 

- Cala a boca, eu sei que vocês gostaram deles. 

- É, que nada..! - Roberta disse e se sentou na cadeira em frente de Alice.

- Mas eu gostei... - Carla sussurrou. 

- Ah! Eu nem tanto, meu tipo é mais... - Um barulho da porta interrompeu sua fala, era um garoto alto, bonito. - Ele. 

- Hm, a patricinha quer o Pedro! - Roberta riu, e zombou da cara de Alice. 

- FALA BAIXO! - Alice gritou, os meninos olharam para as três, de novo.

Passaram-se alguns minutos e os outros alunos estavam chegando. Diego se sentou na frente de Roberta, e Pedro atrás de Alice. Carla se sentou no meio das meninas, ao lado de Tomás. Todos os alunos chegaram, e o professor Vicente, e o diretor Jonas Araripe entraram na sala. A conversa acabou. 

- Bom dia alunos! - O diretor disse.

- Bom dia! - todos responderam.

- Bem-vindos ao Elite Way. Um colégio de muito respeito e muito rígido. Aqui, nós temos regras, e essas regras, são para serem cumpridas. Venho apresentar à vocês o professor de Língua Portuguesa e Literatura para vocês, o professor Vicente Campos. 

- Bom dia. - O professor responder.

- Então, alunos. Eu acho que é isso, qualquer coisa é só ir até a minha sala. - O diretor disse, e saiu. 

- Então minha gente, a aula de hoje será algo mais light, mais descontraído, só para eu ver como vocês estão... Hoje, vocês podem conversar e se conhecerem á vontade, MAS, só hoje hein? - O professor riu. 

Carla olhou para trás, para conversar com a amiga, Alice. 

- Então amiga, viu quem sentou atrás de você? - Carla perguntou. 

- Não... Quem? - Alice respondeu, curiosa. 

- Olhe... 

Alice virou a cabeça rapidamente para trás, conseguindo ver Pedro. 

- É ele ou estou sonhando? - Alice perguntou. 

- Ele mesmo! - Carla riu da pergunta da amiga. - Fala com ele! 

- Eu não! - Alice respondeu. - Ou melhor, eu sim, com uma condição. 

- O que? - Carla perguntou, ansiosa. 

- Se você falar com o Tomás, eu falo com o Pedro, simples. - ela cochichou no ouvido da amiga. 

- Não! Aí já é pedir demais... - Carla respondeu, vermelha.

- Não é não. Se você não fizer isso, eu não falo. - Alice disse, e cruzou os braços. 

- Tá bom, tá bom. - Carla parou de olhar para trás, e começou à olhar ao seu lado, onde estava Tomás. Tomás revidou os olhares, mas era uma quase certeza que ele estava de olho em Vitória, irmã do professor de Matemática, Artur. Carla jogou uma caneta qualquer no chão, pegou-a e fingiu que era de Tomás, chegou perto de sua mesa e disse.

- O-oi. Essa caneta é sua? - Ela disse, olhando mais para ele do que para a própria caneta. 

- É sim, obrigado. - Ele respondeu. Carla foi se sentar e virou para a amiga.

- Alice! Eu dei a caneta para ele e ele disse ''É sim, obrigado''. - Disse Carla imitando a voz de Tomás, Alice ria. - Eu perdi uma caneta e a chance de conversar com ele. 

Alice, ainda rindo, respondeu. - Hahaha! Que isso. Vamos sair da sala pois o sinal já vai ToCar, hahaha! 

- Para Alice! 

- Parei, parei. - As duas saíram da sala, Carla saiu junto com Roberta, e foi para o refeitório. Alice pegou os livros de Português e foi a procura de seu armário, o número era 48.

- 48, 48, 48. - Alice repetia baixinho enquanto andava, até que ela esbarrou em alguém. - Ai! Olha por onde anda, garoto. - O garoto que ela havia esbarrado, era Tomás. 

- Me desculpe.. - Ele pegou os livros dela do chão. 

- O-obrigada! - Alice sorriu, e foi procurar o armário. Depois disso, voltou ao refeitório, mas Carla e Roberta não estavam lá. Então, decidiu ir para o quarto. Chegando lá, Carla estava na cama, mexendo no celular, e Roberta no banheiro. Ela não sabia se contava ou não que esbarrou no Tomás, mais cedo. 

- Oi amiga. - Alice sorriu, e deitou em sua cama. 

- Oi, tá tudo bem? - Carla perguntou. 

- Está sim, por que não estaria? - Alice respondeu, contrariada. 

- Não sei, você está fria. - Carla balançou os ombros. Roberta tinha acabado de sair do banheiro, com uma toalha na cabeça, e um vestido lindo. 

- Ei, aonde você vai, Roberta? - Carla perguntou, curiosa para saber onde ela iria toda arrumada. 

- É, é... Vou... Ficar... Arrumada! - Roberta respondeu. 

- Ficar arrumada? Você vai dormir de vestido, é isso? - Carla perguntou. 

- Meninas, vou tomar banho. - Alice falou, entrou no banheiro e fechou a porta.

- Tá, Roberta. Agora que ela já saiu, me conta... Aonde você vai? - Carla perguntou, novamente curiosa. 

- Eu vou fugir, vou em um restaurante aqui perto, com o Diego. - Roberta respondeu, sorrindo. 

- Ahhh! Jura?! Me conta tudo! - Carla disse.

- Lembra aquela hora em que a Alice te desafiou à falar com Tomás? - Roberta falou.

- Aham, sei. Que eu levei um fora... - Ela riu ao lembrar da cena. 

- Então, o Diego me chamou para sair, bem aí! 

- Oba! - Carla disse. - Posso ajudar você á se maquiar?... 

***