Sete Chaves escrita por Hakume Uchiha


Capítulo 29
Absolutamente


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal? Prontos para o penúltimo capítulo?
Não se esqueçam de dizer o que estão achando, viu?! Preciso da opinião de vcs!
Boa leitura!!! =)



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– Vamos lá pra casa? - disse, sorrindo de lado, e logo depois corando pela cara que ele fez.

– Tá maluca? - ele riu – Seu pai mata nós dois!

– Ele não vai fazer nada. Pagamos os três anos, ele não pode nos impedir... Mas e desde quando você tem medo do meu pai?! - digo, e o vejo semicerrar os olhos, entendendo o meu jogo sujo.

– Vamos pra sua casa. - ele diz firmemente, e não posso deixar de sorrir da sua determinação.

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Cap. 29

Liguei para Pedro avisando-o que não precisaria me buscar aquela noite, que iria pegar carona com um “amigo”. Depois de muito tempo de discussão e de todas as suas tentativas de me fazer mudar de ideia, o convenci de que a pessoa da qual me serviria a carona era de total e absoluta confiança. Só não sei se quando ele descobrisse quem era, teria a minha mesma opinião...

Ao chegar à garagem de casa, Raul abaixou o vidro do carro enquanto um dos nossos seguranças chegava. O vi arregalar os olhos ao ver Raul, e quase lançá-los para fora ao perceber que eu o acompanhava.

– Boa noite, Jorge! - disse, e antes que ele abrisse a boca para tentar impedir, completei: - Estamos entrando, certo? - E Raul avançou com o carro à dentro.

Em frente à porta principal, eu parei e segurei a sua mão. Ele já estava com a outra na maçaneta, pronta para abrir. Sinceramente, eu estava com medo do viria acontecer.

– Tem certeza? - disse, e logo vi seus olhos revirarem – Talvez não seja o melhor momento, ou... acho que você está fazendo isso só porque eu falei aquilo do medo e...

– Shhh. - ele pousou o dedo indicador nos meus lábios – Sim, esse é o melhor momento, e não, não estou fazendo isso pelo que você disse. Estou fazendo isso por nós dois.

O vi sorrir e suspirei. Ele estava decidido. Droga, acho que isso tudo não foi uma boa ideia. Mas o que posso fazer? Quando ele me olha assim, não consigo resistir. Não consigo nem pensar direito. Principalmente quando sua boca está grudada à minha, tentando me convencer de que tudo aquilo é certo.

Mas o que é isso?

Cesso rapidamente o nosso beijo e olho para a porta à nossa frente. Levo a mão à boca no mesmo instante em que vejo meu pai com os olhos esbugalhados e a boca aberta, e logo atrás dele minha mãe e meu irmão vem chegando.

– Pai, eu... - começo a tentar me explicar, mas ele é mais rápido quando se trata de discussões.

– Quando penso que minha vida voltará ao normal, quando penso que minha filha voltará ao normal, me deparo com essa cena. Juro que não acredito nisso. Por favor, Lexi, me diga que isso não está acontecendo... - ele diz, e suas palavras demonstram o desejo que vem da alma de estar apenas sonhando. Ou melhor, tendo um pesadelo.

– Pai, eu... - recomeço, mas novamente sou impedida. Dessa vez por Raul.

– Ouça, Arthur, eu não vim aqui para brigar. Pelo contrário. Eu quero uma trégua.

– Trégua? Você já tem a minha filha. Não vai ter a compaixão por mais ninguém dessa casa.

E quando meu pai fecha a boca, todos vemos Anthony correr da sala e agarrar um braço de Raul, puxando-o para dentro.

– Sabia que você não ia deixar a Lexi! Sabia que ia voltar! - Tony disse, fazendo o maxilar o meu pai ficar no chão. - Entra. Você quer ver a minha coleção de carrinhos da HotWheels?

– Tony, há coisas mais importantes do que a sua coleção de carrinhos. - disse, e o vi mostrar a língua para mim. Na verdade, desde o dia em que Anthony viu Raul salvar nosso avô, ele o trata como um irmão mais velho ou até mesmo como algum tipo de herói.

– Oh, Deus, onde foi que eu errei? - meu pai disse e balançou a cabeça em negativa; derrotado diante das circunstâncias.

Minha mãe chegou e puxou todos para dentro de casa. Sentamos no sofá da sala, e, enquanto eu convencia meu pai a aceitar a atual situação – uma vez que a promessa já foi cumprida – minha mãe ocupa-se questionando Raul sobre sua atual situação judicial. Ele a respondia francamente, com um sorriso no rosto, que me levava a pensar que tudo acabará bem.

– Lexi, não dá! Eu não posso deixar você namorar esse cara! - disse meu pai, gesticulando feito um louco, tentando de alguma forma me convencer da minha idiota atitude. - Você não percebe? Pelo amor de Deus! É a mesma coisa de eu estar te jogando de um penhasco!

– Aí é que você se engana. - Raul saiu da conversa tediosa com a minha mãe para nos interromper. - Eu sou melhor do que todos os seus guardas juntos! Lexi estando comigo, está sempre protegida. - ele disse, pegando em minha mão, e completei mentalmente a sua frase: “sempre protegida e em... ótimas mãos”. Meu pai fuzilou aquele gesto com o olhar.

– Nem vem, garoto. Você pode ter convencido a todos e iludido a minha filha, mas a mim você não engana.

Raul riu sarcasticamente e revirou os olhos.

– Você ainda está nessa? - ele balançou a cabeça – Há três anos eu disse que você estava cego e você nem se preocupou em se curar disso? - ele riu novamente. - Você nunca vai entender, não é?

– Entender o quê? Que você descaradamente engana minha filha e eu sou um pai tão ruim que mal consigo evitar isso?

– Você não é um pai ruim. Você está fazendo o que é certo - Raul diz, para o nosso completo espanto.

O quê? – eu esbravejei em uníssono com meu pai e minha mãe.

– Se eu estivesse no seu lugar, faria a mesma coisa por uma filha.

– Então, já que você diz que entende, por que não vai embora? Você pode falar o que quiser, que a ama, que nunca pensou em abandoná-la... eu não vou acreditar! - meu pai parecia decidido.

– Claro que não vai acreditar. Por isso que eu serei absolutamente franco com você e com todos. - Raul levantou e se posicionou de forma com que todos nós pudéssemos vê-lo e ouvi-lo bem. - Se eu lhe disser que nunca pensei em abandoná-la seria mentira. Claro que pensei, diversas vezes. - ele olhou para mim e captou o meu olhar completamente confuso, então levantou um dedo e prosseguiu – Seria tão mais fácil. Sairia da cadeia e sumiria daqui junto com meus amigos, tentaria viver como vivi antes; se é que seria possível sem o meu pai. Terminaria minha faculdade em outro lugar e seguiria a minha vida longe de todas as pessoas que a fizeram ficar de cabeça pra baixo.

– Então porque não a deixou? Porque não foi viver sua vida como disse? - por um instante meu pai pareceu esperançoso de que aquela confissão criasse um mal estar entre nós. Mas Raul ainda tinha coisas a dizer.

– Porque não pude. Porque todas as vezes que imaginei deixá-la e seguir com a minha vida, minha mente me obrigava a lembrar do quão bom é estar ao seu lado, e me obrigava a pensar no quão seria incrível o nosso futuro juntos. Eu a amo Arthur, e peço desculpas por isso, porque sei que você não teve nada a ver com a morte do meu pai e sei que tudo o que você faz é por ela. Sei que queria alguém melhor do que eu para a sua filha, mas não posso controlar essas coisas. Não posso controlar o que sinto. E sinto lhe dizer, mas... eu não vou desistir dela. Por mais que você não me aceite, enquanto ela me quiser, eu estarei com ela e serei absolutamente dela.


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