Sete Chaves escrita por Hakume Uchiha


Capítulo 14
A verdade


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!



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De repente uma ideia surgiu na minha cabeça. Tinha que dar certo. Peguei minha bolsa e chamei Pedro. Nós tínhamos que encontrar aquele galpão. Tínhamos de encontrar Raul.

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Cap. 14

– Lexi, não sei se vou lembrar-me desse lugar...

– Pedro, você vai ter que lembrar!!! É de ultra importância!!!

– Mas pra quê tudo isso, menina? Você acabou de chegar de um sequestro!!! Se sua mãe souber que você saiu de casa, ela me mata!!

– Tranquilo, Pedro. Se algo vazar, a culpa é toda minha. Digo pra ela que te ameacei com uma faca.

Ele riu, mas tinha razão. Se soubessem que eu tinha saído da fortaleza montada pelo meu avô (e ainda por cima na mala do carro pra não me verem) iriam pirar. Mas isso era realmente necessário. Eu precisava proteger Raul, eu precisava...

Começamos a rodar de carro todas as ruas esquisitas daquele bairro. Uma vez eu tinha ido ali para conferir uma nova loja que tinha aberto e tentava, assim, descobrir o paradeiro daquele galpão. Eu tinha que encontrá-lo a qualquer custo.

– Lexi, o que você quer num lugar como esse? Parece tudo abandonado! Eu acho melhor nós voltarmos...

– Não, Pedro!! Eu estou começando a lembrar, é sério!!

Olhei para aquela rua e comecei a lembrar da noite anterior. Estava tudo escuro, mas antes de eles me vendarem lembro-me de ter visto algo parecido. Tinha que ser aqui!

Pedro foi reduzindo a velocidade do carro à medida que atravessava a rua, e então eu tive certeza.

– Pedro, para aqui!!! É aqui!!!

– Como “é aqui”, Lexi? O que você quer num galpão velho?

Quando olhei pro portão, não pude fazer nada além de ignorar as perguntas de Pedro. Lá estava ele, o meu lindo sequestrador, sentado de cabeça baixa na porta, mexendo no celular. Nossa aproximação o fez sair da atenção ao que fazia, para acompanhar o carro. Acho que ele percebeu que era o carro da minha família e pôs a mão na cintura.

Antes que ele pegasse sua arma e começasse a atirar indiscriminadamente, abri a porta e saí de rompante do carro. Deus, eu pagaria tudo pra ter filmado a expressão de seus olhos a me ver.

– O que você tá fazendo aqui? - sua cara de surpresa era incrível.

Mas eu não consegui responder de primeira sua pergunta. Isso poderia ficar pra depois. Então o abracei tão forte que ele não teve outra opção a não ser retribuir o abraço. Eu precisava ter a certeza de que ele estava vivo, e que ainda gostava de mim. Que tudo aquilo era uma encenação. Ele suspirou e eu comecei a chorar. De alegria, por estar vendo-o, e de tristeza, por pensar no que poderia acontecer daqui a alguns instantes.

– Ei... porque tá chorando? Você tá bem? - Raul já começava a se preocupar comigo.

– Aham. - não queria perder tempo. Estava com muitas saudades.

Comecei a beijá-lo desesperadamente, como se cada segundo de nosso reencontro fosse o último. Nos intervalos pra respirar, Raul ria da minha situação. Mas tenho certeza de que quando eu o contar, vai entender.

– Lexi, o que significa isso?! – Pedro estava abismado com a nossa cena romântica.

– Ah, é verdade, tenho que explicar a você o que aconteceu... - falei antes que ele fosse nos separar. - Mas promete que vai confiar em mim, aconteça o que acontecer?

– Tá, tá. Mas pelo amor de Deus, quem é esse cara? Não me lembro de você ter um namorado!!!

– Calma, tá, eu vou explicar... Ele não é meu namorado, ele é... o cara que... ahm, como explicar... o cara que me... sequestrou.

– O QUÊ???!!! - os olhos dele se arregalaram tanto que parecia que iam fugir da órbita. - COMO ASSIM???!!!

– Calma Pedro, tá tudo bem, é sério, ele não vai fazer nada com a gente!!!

– Lexi, você ficou louca? Vamos embora daqui agora!

– Deixa comigo, eu sei o que tô fazendo. - cheguei mais perto dele – Eu só preciso dizer uma coisa a ele, juro! Depois a gente vai embora.

– Oh, Deus, agora sim serei despedido! - resmungou enquanto voltava para o carro.

– Não se calar a boca! Juro, é rápido! - falei, puxando Raul pra dentro do galpão.

Estava tudo escuro lá dentro. Raul acendeu a luz e me disse que estava só. Deu folga pros garotos e tinha brigado com Joel depois que eu saí. Ele parecia feliz em me ver.

– De onde você tirou que tudo o que eu te disse era mentira?

– Você mente muito mal. - ri da cara de bobo que ele fez. Era a cara que eu mais amava.

– Mas você não veio aqui só pra isso, não é?

É verdade. Esse reencontro quase que me fez esquecer o verdadeiro motivo de eu ter vindo atrás dele. E só de pensar no que eu ouvi, me dá calafrios.

– Você tem razão. Eu tenho que te contar uma coisa que eu ouvi hoje cedo. Mas prometa que não vai fazer nada premeditado.

Raul fez uma cara meio desconfiada, e eu, por um momento, pensei na possibilidade muito grande de ele não se conter depois de saber de tudo.

– Fala. - ele ficou sério.

– Hum... bem... Sabe o que você sempre disse, que a minha família era culpada pela morte do seu pai, e você acha que foi o meu pai...

– Sei. O que tem isso? - ele continuava muito sério, e isso estava me deixando cada vez mais nervosa.

– É que... eu ouvi hoje de manhã... - eu começava a me enrolar nas palavras.

– Lexi, fala logo. Seja o que for.

Essa seriedade gigante dele estava me matando. Eu não sabia como dizer isso, mas eu precisava. Então...

– Raul, foi... meu... avô.

– O quê?

– Meu...avô. Ele estava conversando com um dos seguranças, e acabou deixando escapar que havia sido ele... ele que mandou... matar o seu... pai.

Raul não falou nada. Mas a sua expressão facial gritava puro ódio. Ele estava de um jeito que eu nunca havia visto. Um jeito que até me deu um pouco de medo.

Uma energia pesada pairou no ar. Deus, o que ele faria depois de ter ouvido isso?


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