Ghosts Just Wanna Have Fun escrita por Elisa Schiavon


Capítulo 2
Capítulo 2




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- Achei que você não iria mais abrir o olho hoje. – a voz pareceu estar dentro da sua cabeça, pois não havia ninguém ali ao seu alcance visual. É... realmente alguma coisa estava fora do lugar. Era a voz do defunto outra vez, tinha certeza. Ainda não teve tempo de esquecer a voz do amigo.

A imagem que se seguiu formou-se aos poucos enquanto abria seus olhos em uma velocidade bem menor do que a necessária. E como ele gostaria que não fosse um sonho de novo. Vê-lo ali outra vez, era algo assustador, porém era tudo o que ele mais desejou durante esses tortuosos dias em que passou pensando e convivendo com a ausência do outro.

Mas seu amigo estava realmente ali. Sentiu-se como tivesse acabado de acordar de um sonho ruim e desse de cara com a realidade feliz em que vivia. Era o barulho da tempestade lá fora que atrapalhava seu raciocínio lógico, concluiu.

Depois de minutos de silêncio, que já estavam começando a irritar o hóspede inusitado, Uruha conseguiu formar algo em seu cérebro e transformá-lo em palavras:

- Yuu? – piscara varias e várias vezes, lutando para que seus olhos parassem de iludir a sua mente cansada. Uruha viu o amigo suspirar aliviado.

- Caramba Uruha, eu fiquei realmente preocupado. Você bateu com tudo a cabeça no chão e...

- Yuu?! – voltou a falar o nome do outro, só que ainda mais perplexo e por que não dizer indignado. Ele estava preocupado com a batida estúpida na cabeça e não com o motivo que o levara ao desmaio? Kouyou ainda estava estático, e sua mente fervilhava tentando encontrar algo plausível que explicasse tudo aquilo.

- Vamos, Kou. Levante desse chão gelado e me deixe examiná-lo. Foi uma queda e tanto. – O defunto em questão ajudou o outro rapaz a levantar, usando palavras de incentivo. Por fim o outro acabou sentado na cama, ainda atônito, mas lembrou de provocá-lo, como de costume.

- E desde quando você sabe examinar alguma coisa? – Uruha parou por um segundo e voltou a fita da sua mente, e notando a besteira que estava fazendo e começou a rir da sua própria atitude. – E desde quando eu falo com mortos!

A idéia de sonho já havia sido excluída da sua lista de possibilidades de explicação daquele evento. Ou talvez fosse o sonho mais real, palpável e maluco que Uruha já tivera. Fora isso, só restava agora loucura ou algum outro distúrbio mental causado pelo choque da notícia da morte do amigo. Aquilo era o mais provável.

- Escuta, eu... enlouqueci? – arriscou um palpite, e o outro presente rolou os olhos, mais ainda estava atento ao que iria dizer. - É sério, eu posso jurar que estou vendo e falando com você, e isso não é normal. Na verdade, é a coisa mais absurda e bizarra que já me aconteceu.

Kouyou continuava sem acreditar no que seus olhos mostravam. E iria relutar até que tivesse uma explicação sensata do que estava realmente acontecendo.

- Eu acho você perfeitamente normal. – Aoi comentou sorrindo ao outro e aquele gesto enfezara mais ainda. Rapidamente Uruha levantou-se da cama e começou a andar de um lado para o outro, quase descontrolado.

- Mas você está aqui, droga! Em carne e osso na minha frente! – gesticulava freneticamente, assustando um pouco o outro presente. Este que apenas conseguiu oferecer o melhor de seus sorrisos  sarcásticos.

- Não exatamente em carne e osso, mas isso não vem ao caso agora. – então Uruha se revoltou de vez.

- Como não vem ao caso?! Isso está muito, muito errado Shiroyama. Eu estou maluco, berrando como um maluco, E FALANDO COM AS PAREDES! – se jogou na cama com os braços abertos e começou a observar o teto sobre sua cabeça. Respirar fundo o ajudava a concentrar, mais a indignação ainda estava ali presente. O morto percebeu e com um suspiro de cansaço foi logo expondo seu ponto de vista.

- Kou, você vai ter que manter a calma. O meu corpo que está lá servindo de banquete para vermes nojentos nesse momento e eu estou em perfeitas condições de ter uma conversa normal com você.

Um silêncio tomou conta do apartamento e Aoi percebeu sorrindo internamente que alguma coisa que havia dito tinha surtido efeito no amigo. Esperou pacientemente que o outro voltasse de seus pensamentos e sendo assim mais controlado.

- Droga Aoi, me desculpe. É que eu não estou conseguindo absorver tudo isso ainda, sabe? A minha cabeça está saturada de problemas e eu ...

- Você acha que tem problemas, Takashima? – Aoi o cortou rapidamente, enfezado. – Hey, eu morri!

- Realmente, você está morto. – concordou com o óbvio.-  Só que isso faz com que todos os seus problemas tenham ido pelo ralo, seu idiota.

- Muito pelo contrário, meu caro amigo. – sentou-se outra vez ao lado de Kouyou, e se explicou. - Caso eu não tivesse problemas eu estaria agora em uma nuvem fofa tomando um Dry Martine rodeado de anjinhos gordinhos me dando uva na boca. – Uruha tentou, porém não conseguiu não rir da imagem que formou em sua mente.

Para ele aquilo ainda era irreal demais. Seu amigo ali, o fazendo rir como nos velhos tempos (que não eram tão velhos assim), era praticamente impossível à algumas horas atrás. No fim das contas não sabia se ficar feliz com aquele fenômeno era o mais correto a se fazer. Talvez caso ele virasse as costas, a imagem daquele Yuu sorridente pudesse sumir como fumaça e seu coração voltaria a doer, talvez com mais intensidade. Nem mesmo sua mente seria tão cruel a esse ponto, pensou. Mas ele não iria se iludir, tanto.

- Vai me assombrar pro resto da vida então? – Soltou a pergunta repentinamente, de um jeito divertido fazendo Aoi rir muito antes de responder.

- Não é o que eu pretendo, Kou. Juro.

 

Continua!


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Notas finais do capítulo

Ah cara, espero que estejam gostando e tal, ne. Comentem ai pra eu saber o que estão achando dessa doidera toda :D
Beijos pra todos que estão acompanhando :)



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