O 13º Andar escrita por Pequena Sonhadora


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Hey aqui mais cap. prontinho. Boa leitura...



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POV. Slyke

‘’Diogo pediu as chaves pra alguma outra coisa tenho certeza disso’’ pensei entrando no meu carro.

Dei a volta no quarteirão entrei no prédio pela porta dos fundos e segui pelas escadas ocultas até o 13º andar. Ofegante e completamente exausto cheguei a meu destino. Liana me esperava como sempre sentada no corredor brincando com uma boneca.

—O que você tem? — perguntou quando meu viu

—O que andou contando a eles? — perguntei seco. Essa garotinha me traria muitos problemas se falar o que deve

—O que você pediu apenas — murmurou — ele está com fome

—Já o alimentei mais cedo — falei indo verificar se ele estava preso — você deu tudo a ele de uma só vez?

—Não, dei um pouco ontem e um pouco hoje — Falou ao meu lado — Por que?

—Era pra ter sobrado alguma coisa — falei entrando no cômodo

—Deveria dar um banho nele — ouvi Liana falar atrás de mim, em meu agachei até meu bebê e lhe fiz um carinho — está horrível

—Não tenho tempo —respondi — dê você

—Não sou sua empregada — retrucou

Suspirei.

Levantei e a encarei minha expressão de fúria não lhe fez nenhum efeito. Sempre que eu a olhava daquela maneira, ela se encolhia e recuava. Dessa vez foi diferente, ela ficou parada me fitando.

—Não tenho medo — disse por fim depois de longos minutos nos encarando — cara feia pra mim é fome

—Quer ser o lanche dele?— perguntei gesticulando pra meu filho — que tal? Seria uma a menos pra me preocupar, não acha?

—Como se não precisasse de mim pra manter essa coisa viva

—Sua mãe seria um prato e tanto — falei. Liana trincou o maxilar relaxando logo em seguida, um vento forte rodopiou ao seu redor balançando seu vestido imundo. —Aproveite e tome um banho também

—Muito engraçado — replicou — O que pretende fazer?

—Pra que irei te contar? — perguntei — pra você contar a eles?

Ela negou: — eu nunca faria isso

—Não acredito em você — disse — você não é mais confiável

—Slyke...

Gesticulei a mão a impedindo de falar. Aproximei-me dela  fazendo um carinho em sua bochecha, fitei seus olhos negros e me aproximei mais. Ela não recuou permaneceu ali imóvel. Sem esperar muito colei nossos lábios.

—Slyke... —gritou se afastando

—O que? — perguntei como se nada tivesse acontecido

—NUNCA MAIS FAÇA ISSO — alertou

—Ok

Senti meu filho pegar na minha perna e puxar a barra da mesma. Ele sorria mostrando seus poucos dentes horrendos e podres. Sorri de volta, agachei-me de novo e lhe sussurrei no ouvido

—Vou buscar comida

—Como vai fazer isso?

—Logo logo a comida vai vir até ele — Liana se encolheu — que foi?

—Na..nada — gaguejou

—De um banho nele — falei e levantei caminhando até a porta

—Onde vai? — perguntou

—Preparar meu plano ou acha que só eles podem bolar um?

—Do que ta falando?

—Diogo pegou a chave hoje boa coisa não deve ser não é?

—Sei lá — deu de ombros

—Você sabe do que estou falando, não se  faça de tonta — elevei a voz ela deu de ombros

—Sei de nada não

Respirei fundo. Não queria perder a paciência com ela, mas estava difícil. Eu sei que ela anda aparecendo pra eles, permiti isso, mas sei que conta coisas a eles, coisas que não deveria. ‘’Vamos ver até onde você vai, Liana’’ pensei e desci as escadas.

POV.Liana

Slyke desceu as escadas calmamente. Ele desconfiava de mim eu tinha certeza disso, sabia que seria perigoso, mas cansei de ser escrava. Como vou avisá-los? Pensa Liana, pensa sua mãe corre perigo. Senti um tremor percorrer meu corpo ao perceber que seria mais perigoso se descobrissem esse monstrinho. Olhei a criatura, seus olhos vermelhos vivos imploravam por comida. A criatura deformada a minha frente mordia o próprio braço.

Ele já havia comido as pernas. Tinha apenas o tronco e os braços. Rastejam pelo andar como uma cobra rasteja no mato, arrastando suas correntes pelo chão assustando todos que ouvem. Eu nunca ouvi sua voz, talvez nem soubesse falar. Fiquei ali o vendo se devorando aos poucos e senti um aperto ao imaginar que poderia ser minha mãe ali. Walter o mantinha preso pra que não descesse pelos andares a baixo como da ultima vez, matando todos que cruzassem seu caminho, sempre faminto. Nunca um ou dois humanos lhe eram suficientes.  Quase todos no prédio já foram suas vítimas apenas suas almas restaram, pois ficaram presas aqui. Enquanto ele estiver aqui elas ficarão rondando por ai como se ainda vivessem. Como se fossem humanos ainda. Ninguém nunca suspeitou de nada.

—Vamos monstrengo — falei o pegando pela coleira — vamos pro banho

Levei-o até um dos banheiros do apartamento. Liguei o chuveiro e o coloquei embaixo.

—O que vou fazer? — falei — Tenho que avisá-los de qualquer forma — Fiquei tagarelando mentalmente. Passaram se alguns minutos e Slyke volta trazendo dois mendigos enrolados em plástico.

—Vem bebê — disse ao entrar no cômodo — trouxe comida

—Só isso? — perguntei apontando os dois corpos

—Tem mais dois no corredor

Dei de ombros. Se livrar dos corpos não seria problema já que o monstrengo sempre devorava tudo sem deixar rastro. Ouvi um martelar e olhei pra Walter.

—Acho que a parte do martelo era verdade — Disse pra si mesmo

—Do que está falando?

— Diogo pediu as chaves alegando que elas queriam um martelo pra colocar outro quadro na parede. Duvidei e até o segui, mas ele entrou numa loja e o perdi de vista.

Sorri.

—Do que está sorrindo? — Droga!!

—To imaginando como ficaria a cara delas ao verem o que escorre das paredes

Walter sorriu olhando o filho devorar o corpo daquela pobre senhora. Um toc toc no  espelho chamou nossa atenção.

—O que você quer Lilian? —Perguntou rude

Aquela mulher presa no espelho já fora esposa de Walter. Ela era mais perigosa que o monstrengo, enquanto ele devora, ela tortura suas vitimas arrastando-a depois pra dentro do espelho pra lhe fazer companhia. Uma vez dentro dele nunca mais sairá, fora o  que ela e Slyke disseram, exceto por ela que podia sair e entrar apenas uma vez. Desde que a conheço nunca a vi sair, de acordo com ela o tão ‘’esperado’’ dia não havia chegado.  Lilian não era muito diferente da criatura fisicamente, exceto que antes de tudo ela era perfeita, já ele sempre fora assim. Até o pacto que Slyke fez .

—As quero — Disse sorrindo Walter retribuiu e eu estremeci

—Logo você as terá — Disse me fitando — não é Liana?

—Sim — sorri

—Já colocou o aviso? —Lilian perguntou com aquele olhar superior limitei a revirar os olhos e assenti — ótimo.

A criatura rosnou informando que os primeiros já tinham acabado. Walter saiu pra buscar o próximo. Olhei Lilian ela piscou pra mim foi quando tive uma idéia.

Aproximei do espelho e sussurrei: — Me faz um favor?

—O que quiser, temos um trato lembra?

—Avise-as —pedi e acrescentei — Ele desconfia de mim

 —Eles vão nos ajudar mesmo? — perguntou

—Eles vão — falei nervosa

—Não tem certeza? —Balancei a cabeça negando — Volto logo

Eu sei deve ser estranho ter um trato com alguém como Lilian. Mas ambas queremos a mesma coisa: a liberdade.


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Notas finais do capítulo

Hey hey to precisando de alguém pra me ajudar a escrever os prossimos capitulos, se tiver interesse... É que tive um peqeno bloqueio e bem... não sei mais o que colocar...
~P.S