_Ei! Esperem! Eles têm os olhos de Rubi!- disse os donos dos passos secos em coro.

_Não! Seus idiotas! Quem possui os olhos de Rubi é a garota!- disse outro, parando de repente o som dos passos.

_Ela... Ela é... Ela é a legítima!- disse uma voz rouca sem acreditar.

_Mas como pode ser? Ela? Uma humana? Não isso está errado!- disse outro, formando uma discussão acalorada.

_É! Aquele mago inútil pode ter errado!

_É! Dá pra ver a incompetência! Ele previu, previu não! Afirmou que a dona legítima dos olhos de Rubi seria um dos nossos!

_Seria um dos encaveirados?

_Sim! Era pra ser, né!

_Era! Mas... Uma humana! Que desperdício!

_Desperdício, nada! Assim ela fica vulnerável e podemos usá-la de acordo com os nossos interesses!

_Isso é um milagre! Como ela conseguiu sobreviver?

_Milagre?! Ham! Coitada dessa garota! A majestade não irá deixá-la em paz! Vai arrancar-lhe os olhos e tomar o amor de sua vida. Má sorte a dela!

Num canto, na escuridão total Gleen se arrastava até Antony que possuía Gabrielly nos braços e sussurrou-lhe ao pé do ouvido:

_O que eles são?

_Fale mais baixo! Eu não sei! Só acho que Gabrielly está em perigo!- Sussurrou Antony de volta.

_Temos que achar uma maneira de fugir daqui!- sussurra Gleen.

_O esperto foi descobrir isso agora?- implicou Antony, não alteando o tom da voz.

_Cala a boca! Eu estou correndo perigo! Você ouviu as bagaceiras falando que... - Gleen foi interrompido por uma forte sacudida que haviam dado nele, essa sacudida viera de trás e quando ele se virou para ver o que era um grito de horror inundou o recinto.

_Essas bagaceiras têm nome! E possuem sentimentos!- disse a criatura.

Gleen recuou dois passos, mas acabou tropeçando numa pedra e caindo sentado no chão.

_Olha cara, não tenho nada contra você, não leve a sério, não é nada pessoal sabe... Mas eu sou obrigado a fazer isso, eu só sigo ordens!- disse a criatura logo em seguida agarrando Gleen pela gola da camiseta.

_Você... Está-me... Sufocando!- disse Gleen com certa dificuldade.

_Ora, ora! Você é esperto, essa é minha verdadeira intenção!

Logo surge outra criatura e agarra Antony pelo pescoço dizendo com sua voz áspera:

_É você quem quero!

_Vamos Jan, a rainha nos espera!

_É claro!

Antony insistia em não soltar Gabrielly.

De repente, quando as caveiras estavam prontas para partir uma luz indizível inunda a caverna com certa suavidade.

_Cheguei atrasado? Ora, ora! A garota!- disse um velho com os olhos vermelho sangue que brilhava no escuro, sua barba um pouco grande era prateada, carregava uma pequenina bola de cristal na mão.

Por causa da luz que trazia o velho foi possível visualizar a imagem daquelas criaturas assustadoras, elas tinham apenas um esqueleto, porém esse esqueleto não era normal, era um esqueleto de mosquitos gigantes.

_Ora! Suas pestes! Deixem os pobres garotos em paz!- disse com os olhos faiscando em vermelho o Dono da luz.

_Não deixaremos, velho incompetente! Vamos Jan, se tele transporte, rápido! Temos que fugir.

Os mosquitos encaveirados começaram a se tele transportar, mas a ação levava uns segundos para ser concretizado, o velho se adiantou, porém conseguiu apenas puxar Gabrielly dos braços de Antony e este último lhe disse penosamente:

_Por favor... Cuide dela!- e assim seus corpos desapareceram, deixando apenas o velho com Gabrielly desfalecida em seus braços.

_Droga!- exclamava ele.

Logo ele desapareceu mais rapidamente do que as caveiras, para reaparecer numa floresta com arvores altas e frondosas.

Divisando uma cabana no meio do mato, o velho a adentrou e estendeu Gabrielly numa cama falando consigo mesmo:

_Será que Faducuso errou na previsão? Não pode ser! Depois eu penso nisso, primeiro a poção para esconder essa pobre criança!