I Always...? escrita por Kayran


Capítulo 4
Capítulo 4 - Let's party...


Notas iniciais do capítulo

Bom, mais um capitulo hih..

*: Nota no fim do capitulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/393220/chapter/4

No sábado acordei um tanto cedo e comecei a arrumar toda minha casa para receber meus convidados, tudo bem que a festa não era minha, mas eu tinha direito de convidar meus colegas já que a casa era minha, de certa forma. A manhã foi regada de gritos entre eu e minha irmã já que para que ela me ajudasse em algo era só na base do dia, na hora do almoço a pequena Flavia apareceu em casa, era quase como uma segunda casa dela, considerando que de 24 horas do dia 9 ela passava na minha, se saíssemos ela ia junto, era quase que adotada.

No fim ela nos ajudou a terminar de arrumar a casa e o quintal, minha casa era consideravelmente grande e dava um enorme trabalho, deixei minha roupa arrumada e fui fazer a comida, tinha de deixar um pouco de arroz e alguma salada pronta como em todo churrasco, eram coisas que não podiam faltar.

Uma de minhas muitas doenças é um simples TOC*, o que significa que meu quarto é uma bagunça, só que totalmente organizado, confusos? Pois é, meu armário é separado por cores o que para mim é péssimo já que também apresento um leve caso de Daltonismo*, por isso prefiro usar roupas pretas e brancas. Tomei um banho e fui para meu quarto, coloquei uma calça jeans - que eu tinha certeza estar entre o azul marinho e o preto -, uma blusa regata que eu tinha certeza ser preto, meu all star que eu também garantia ser vermelho e já bem surrado pelo tempo, arrumei meus pequenos cachos, que adquiri com o tempo nos cabelos e passei o lápis de olhos fortemente ao redor dos olhos, sai do quarto depois de passar um pouco de perfume e desodorante.

Lá fora, se encontrava meu pai, minha irmã e a Flavia, pouco tempo depois que sai, meu colega Gustavo chegou, ele era apaixonado por mim, mas eu já havia deixado claro que eu não podia ficar com ele, já tínhamos ficado, mas não fora serio, ele era bem mais alto que eu, quase chegando aos seus 2 metros de altura, tinha a cabeça parcialmente raspada e um ar de rockeiro ou skin red. O que o mantinha afastado de muitas pessoas por assim dizer.

Pouco tempo depois Ana Paula chegou, sorri para ela e a chamei para sentar comigo e com o rapaz, e ela assim o fez, começamos a conversar animadamente e as pessoas começaram a chegar, uma grande caixa chegou contendo cerveja dentro, junto com gelo o que indicava que estava bem gelado, o calor fazia com que a boca salivasse com tal visão, sorrindo faceira peguei uma cerveja para casa um, bebíamos animadamente. Gustavo parou de beber na segunda cerveja, eu e Ana Paula embarcamos e bebemos até a cerveja acabar.

Em um tempo menor ainda, eu e a Ana brincávamos igual criança, a cada 5 minutos ela pegava minha cerveja e dava um gole como se estivesse me ajudando, o que simplesmente me irritava, não estávamos bêbadas, mas estávamos um pouco ‘altas’, ela sem pudor nenhum lambia a gotinha de cerveja que escorria antes de entrega-la para mim, me fazendo acompanhar tudo como se fosse uma cena muito erótica, e digamos que se tratando de meninas, sim, era realmente erótica.

Do nada a loira se levantou e foi para fora, Gustavo já havia percebido que estava sobrando ali, mas permaneceu, não gostava da ideia de que eu gostasse de meninas, logo nos levantamos e seguimos a loira, ela fumava longe de todos e fui ao seu encontro pedindo um trago da boca, sorri faceira, ela sabia o que significava, segurou meu queixo e tragou o cigarro, pensei que ela passaria para a minha boca, e entreabri os lábios mas ela somente soprou a fumaça em meu rosto, fiz um olhar de cachorrinho sem dono e voltamos para perto de Gustavo que nos olhava atento, enquanto andava senti dois braços fofos me abraçarem a cintura e encostar o queixo no topo de minha cabeça, sorri por senti-la tão próxima de mim, o que eu tinha de sóbria eu tinha de controle, e isso não era muito, eu já não me importava de estarmos no meio de uma festa com pessoas conhecidas e claro, com meu pai ali, ela se encostou no carro comigo em seu encalço, me virei para ela encarando os olhos amarelados e sorri, Ana movia os lábios cantando uma musica do Jorge e Mateus, se não me engano. Não que gostássemos, mas conhecíamos, por ser famosa. Ela olhava em meus olhos e cantava...

“Só sei que esse romance ainda vive em mim
O efeito do seu beijo me deixou assim, assim..”

Sorri e esperei, logo passei a cantar para ela...

“Seus efeitos ainda dominam em mim
As lembranças só me distanciam do fim
Da batalha cravada em tentar te esquecer
Te vejo nos meus sonhos me devolvendo o céu
Então sinto na boca o gosto do mel
Que eu sentia sempre que beijava você...”.

Ela se aproximou como se fosse me beijar e eu só pude entreabrir os lábios e esperar por algo que nunca veio, Ana sorria faceira e me virou, deixando-me de costas novamente para si, me abraçando pela cintura e deixando seu queixo em meu ombro, respirou fundo e sussurrou como se fosse um segredo, só para mim...

– Seu cheiro... Não consigo te tirar da cabeça desde que você ficou agarrada comigo na cama... – Não entendi de primeira porque sua fala simplesmente me arrepiou o corpo inteiro, aquilo foi o que sempre quis ouvir... Senti meu coração falhar em uma batida e só então lembrei que fora o dia em que ela me socorreu que fiquei grudada a ela igual uma criança...

Não pude responder nada, já não estava mais tão alta, e eu nunca tinha tido coragem de fazer nada, ela em algumas vezes havia dados sinais de que queria que eu a beijasse, mas eu sou tímida e nunca realizei meu desejo...

– Vai ter de sair de sua zona de conforto – Ela sussurrou ao que se desgrudou de mim dando um falso bocejo, Gustavo já estava mais que cansado, se passava das duas da manhã, mas ele não saiu do meu lado por um segundo, às vezes eu ficava até sentida por não conseguir retribuir o sentimento que ele nutria por mim.

Ana anunciou que ia para casa, Flavia já a muito tempo havia ido embora dormir, Gustavo anunciou que iria também, avisei que os levaria até a esquina já que estava muito escuro para eles irem sozinhos, Gustavo subiria a rua seguinte e Ana Paula desceria a mesma, me despedi do garoto assim que chegamos a esquina e segui a loira até a porta de sua casa, estava tomando coragem na verdade, eu iria beija-la, mas a vergonha era tanta que somente fiquei ao seu lado tremendo e um pouco ofegante, olhando para o chão, completamente vermelha ao que sentia minhas faces corarem.

A loira esperava ansiosa aparentemente, mas não tive coragem, girei sobre meus tornozelos e me afastei resmungando que não faria nada mesmo. Então ela falou mais alto considerando que eu já havia chegado à esquina.

– Eu esperei... – Então abriu o portão e foi entrando parando só porque me viu parar novamente.

–Eu... p-posso? – Perguntei me virando para olha-la, me sentia ainda mais vermelha pela vergonha, mas ela somente respondeu algo que pelo que entendi foi ‘só vir aqui e veremos... ’. Não fiz diferente e segui para sua casa novamente, olhando para o chão, completamente nervosa, abri o portão e entrei, parei a sua frente e a olhei nos olhos respirando fundo. Não era como se fosse meu primeiro beijo, mas seria o primeiro e o mais sonhado, com ela.

Fiquei nas pontas dos pés e colei meus lábios aos dela, primeiramente foi tranquilo, senti seus braços rodearem minha cintura me trazendo para perto e abracei seu pescoço embrenhando meus dedos nos fios encaracolados, me perdi no gosto de nicotina que seus lábios traziam, não reclamando, era maravilhoso beija-la. Apartei o beijo por falta de oxigênio e poucos segundos se passaram para que ela me beijasse novamente, este foi completamente afoito, como se fosse o ultimo que daríamos, me agarrei a ela como se minha vida dependesse disso, e após uma mordida dela que recebi em meu lábio inferior, gemi sem querer, ela afastou um pouco o rosto para poder me olhar o que deve ter me deixado ainda mais vermelha, não que fosse problema.

Sorri ao que abri os olhos, não era um sonho, mas já era bem tarde e eu tinha de retornar para casa, mordi os lábios e fiquei nas pontas dos pés novamente lhe roubando um selinho em seguida saindo correndo para minha casa, pude ouvir a risada discreta, mas eu não conseguiria ficar encarando-a, segui para casa com um sorriso de orelha a orelha.

A festa não durou muito mais depois que meus dois convidados foram embora e então fui dormir, não fiquei surpresa por acordar no domingo completamente ofegante com o sonho que havia tido com a loira, que diabos havia comigo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

TOC* : Transtorno Obsessivo-Compulsivo... é um transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos obsessivos e compulsivos no qual o indivíduo tem comportamentos considerados estranhos para a sociedade ou para a própria pessoa; normalmente trata-se de ideias exageradas e irracionais de saúde, higiene, organização, simetria, perfeição ou manias e "rituais" que são incontroláveis ou dificilmente controláveis.

Daltonismo*: O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica.

Bom gente, é isso... Penúltimo capitulo x.x



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Always...?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.