I Always...? escrita por Kayran


Capítulo 2
Capítulo 2 - Conflito interno.


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho uma parte da história já escrita e vou tentar prolonga-la, portanto me avisem se começar a ficar ruim, hih.
Bom mais um capitulo.
Enjoy.



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Os meses seguintes não foram fáceis, sempre fui boa em fingir não sentir nada, e me considerava uma atriz excelente, porem se eu via Ana um dia no mês era considerado muito, acabei por evita-la ainda mais quando fiquei sabendo que ela e Carol estavam juntas. Minha mãe havia saído de casa e eu morava com meu pai, não era fácil considerando o estilo explosivo do mesmo e por vezes brigávamos, minha irmã era nova demais para entender o que se passava, ela não tinha problemas como eu, mas acabou por reprovar também ficando atrasada como eu.

Por meses ignorei o que sentia, acabei por beijar vários meninos, mas isso nunca me fez feliz, beija-los era ótimo, adorava a pegada que tinham, uns mais românticos que outros, mas ainda não era o que eu queria, eu não me sentia completa e realizada com nenhum deles, era como se algo estivesse faltando, depois de um tempo eu não pensava mais em Ana Paula, mas não era como se tivesse esquecido ela, levando em conta que a nossa banda preferida era Evanescence e era só olhar para minha parede, onde estava o pôster da banda que a loira havia me dado que me lembrava dela.

Por fim, acabei por abandonar os namoros, ou tentativas de namoros e me enfiei em uma igreja, meu pai gostará da ideia e eu ainda mais porque me manteria fora de casa em torno de 5 noites por semana, estava absorta no que fazia e não posso negar que gostava, era legal estar perto de pessoas que pareciam enfim gostar de mim, sem contar que eu dançava e atuava o que sempre foi meu amor, mesmo sem aula alguma, sabia dançar praticamente todos os estilos, sendo um pouco mais voltada para o Hip-hop, foi um ano nisso, nada de garotos e nem garotas, eu vivia para a minha religião, tinha amigos e colegas, pessoas em que eu sentia que podia confiar mas desde os 11 anos eu não conseguia mais simplesmente confiar em ninguém.

Passaram-se em torno de seis anos desde que havia conhecido uma loirinha que havia me tornado ‘ sociável ‘ por assim dizer, Eu já tinha completado meus 17 anos e fazia em torno de um ano em que eu estava na igreja, viajava fazendo apresentações e tinha um amigo que eu o considerava o melhor do mundo, éramos inseparáveis. Seu nome era Junior, ele também era ‘ fortinho ‘, era loiro e bem branquinho, tinha olhos num tom de mel escuro que me lembrava muito de alguém mas eu já não conseguia assimilar direito. A família dele (- mãe e pai, considerando que era filho único) me amavam, sempre que eu podia estava em sua casa para sentarmos em frente ao computador e cantarmos alto Adele e assistir Glee, parecia até um pouco gay da parte dele, mas porque não?

A maioria dos finais de semana eu dormia na casa dele, e já era tão comum a rotina que eu e ele dormíamos no mesmo quarto e não era nada estranho, tínhamos intimidade o suficiente para fazermos tudo juntos. Era sempre agradável estar perto dele, e adivinhem, me peguei pensando nele 24 horas por dia, passávamos o dia trocando sms e de noite quando eu ou ele tínhamos insônia, um ligava para o outro e assim se seguia até o sono chegar... Um dia ele disse que estava apaixonado só que não podia me contar por quem, meu coração saltava de alegria, tinha certeza que era por mim, falei com nossa líder religiosa que eu poderia considerar como uma mãe, sempre cuidando de mim, e nada me agradava mais já que não via ou sabia o que era uma mãe desde meus 11 anos, se passaram poucos dias e Junior me ligou aflito perguntando se eu poderia ir vê-lo, ele estava no shopping no centro da cidade e eu logo fui vê-lo, sai de casa as pressas e o encontrei no centro, sentamos em uma mesa e ele sorria radiante.

- Eu me decidi – Disse o eufórico loiro – Vou me declarar para ele hoje a noite.

- Ele? Hoje à noite? – Perguntei meio confusa com a situação. Junior corou fortemente e eu ofeguei, só podia ser brincadeira, em nossa religião aquilo era completamente errado, não que fosse minha opinião, mas era o que nos era ensinado, era certo seguir os ensinamentos... Certo?

- S-sim, ele... É o Gab, ele vai posar em casa hoje... Estou tão nervoso. – Ditou e olhou finalmente para mim, já que desde que chegará estava de cabeça baixa, as orbes claras captaram rapidamente o que eu queria falar, mas não tinha coragem, nos conhecíamos tão bem que ele podia simplesmente me ler.  – Jenny... Eu sei o que esta pensando, e você não pode contar a ninguém exatamente por isso.

-Juh... - Ditei nervosa, como manter um segredo daqueles? Ele estava me pedindo algo que seria impossível uma vez que nossa líder religiosa me conhecia tão bem quanto ele, e podia me ler com a mesma facilidade. – E-eu... Eu não consigo entender... C-como?

Ele me explicou como ele havia se atraído por outro menino, e foi ai que mais um inferno começou em minha vida, eu não podia acreditar, simplesmente não podia, quando enfim achei que estava no caminho certo, tudo parecia estar construído na areia e preste a ser devorado por uma enorme onda, e eu não podia deixar não era? Passou-se em torno de um mês e tudo que eu fazia para manter meus amigos protegidos foi em vão. A mãe do Junior o pegou dormindo com Gabriel e eu deitada no sofá, acabei por esquecer-me de ficar entre os dois antes de dormirmos. Foi ai que o inferno começou, a mãe dele me culpou por deixa-lo ir por um caminho tão obscuro e sujo, mas era amor não era? E porque era tão errado então? Eu não entendia, mas a culpa foi jogada toda em cima de meus ombros, e eu juro que poderia ter aguentado tudo se Junior tivesse ficado ao meu lado me ajudando como eu o ajudava, mas quando se viu sem saída se fez de coitado e jogou toda a culpa em cima de mim. Todos me olhavam como um monstro que desviara o garoto bom, que fazia teatro e dançava mesmo que não fosse seu dom, até aquela que eu chamava de mãe me olhava diferente, não pude aguentar.

 Sempre fui explosiva, mas aconteceu a mesma coisa de 5 anos atrás, meu coração foi simplesmente quebrado, traído e invés de tentar contornar a situação eu fugi, parei de frequentar a igreja e entendi que não havia uma religião certa, um tipo certo, eu entendi que amor era amor, então eu não me deixei excluída do que sentia por muito tempo e logo acabei por me refugiar no braço de uma moça de 15 anos, voltei a ser tão tímida quanto já fui um dia, bem reclusa e um tanto grossa. Seu nome era Breda e ela tinha olhos amarelos, eram chamados de mel, mas eram de um amarelo tão puro, cabelos loiros e longos, tão lisos quanto os meus, era magrinha e alguns centímetros mais baixa que eu, era do tipo melosa que adorava ficar me agarrando. Ela não me mudou e parecia me amar do exato jeito que eu era no momento, eu já estava no terceiro ano do Ensino médio, terminando enfim, e ela era do mesmo colégio que eu, estávamos sempre juntas, mas eu nunca abri meu coração para ela, era difícil para mim e ela entendia este meu lado, sempre tentava me fazer feliz apesar de ser muito ciumenta era capaz de me fazer rir, mas nem tudo era um mar de rosas certo? Quando enfim estava começando a realmente gostar dela e pensando em me entregar vi a cena que me fez agradecer a todos os setes Deuses por ver, no momento eu só senti raiva, mas como todos os outros eu não podia esperar que ela fosse diferente.


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Notas finais do capítulo

Por favor, me enviem se estão ou não gostando, eu gosto de receber criticas tanto positivas quanto negativas, me empolgam e me fazem melhorar, Obrigada.
Ja ne.