Amor e Prostituição escrita por littlemary


Capítulo 1
Capítulo 1 - Prologo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/39314/chapter/1

PRÓLOGO

___________________________________________________________________

Andou um pouco desnorteada devido à pancada que havia levado na cabeça. Tudo à sua volta começava a girar e ela sabia que precisava manter-se consciente. Logo, logo, a ajuda viria. Pelo menos era isso que ela esperava.
Ouviu os passos lentos e macabros se aproximando novamente à sua procura. Sentiu seu coração acelerar, e em uma tentativa inútil, pegou um pedaço de madeira da mesinha que havia quebrado com sua queda e estourou a única lâmpada que iluminava aquele lugar.
Agora ela não podia mais enxergar nem um palmo à sua frente. Sentou-se próximo de alguma mobília que deveria ser a estante devido ao tamanho, e permaneceu ali quieta, esperando por sua morte ou salvação.
Os passos pararam cuidadosos. Ela podia senti-los próximo a ela, e resolveu agir. Se ela não fizesse nada naquele momento, talvez já fosse tarde demais
Levantou-se devagar e ouviu um barulho na porta. Sua salvação havia chegado. Mas foi aí que se deu conta que estavam no breu total, jogados à própria sorte. Alguém não sairia vivo dali, e ela precisava agir. Agora!
Um tiro ecoou na noite gélida.
Um choro ecoou no quarto escuro.
E ouviram-se passos pela escada desgastada.

 

CAP. 1

________________________________________________________________
As luses começam a sumir e a noite a aparecer. Hora de trabalhar.
Levantei-me da cama com preguiça, peguei um cigarro na mesinha no canto do quarto mofado e acendi. Dei uma tragada e fui ao banheiro. Olhei-me no pequeno espelho rachado, joguei o cigarro na privada fazendo com que levantasse uma leve fumaça ao apagar a pequena chama na água suja do vaso, e voltei a me olhar.
Limpei o resto de lápis de olho que havia borrado, lavei o rosto e passei uma nova camada de lápis preto nos cantos inferiores dos meus olhos azuis.
Escovei os dentes e sai do banheiro. Permaneci com o conjunto de calcinha e sutiã que eu estava tirando apenas a camiseta velha e vestindo uma pequena saia preta e uma regata vermelha que deixava meus seios à mostra. Coloquei um longo casaco jeans e meu scarpin preto.
Peguei mais um cigarro e sai do meu velho e pútrido apartamento.
Meu bairro não era um dos melhores. Apenas um velho cantinho para bêbados e prostitutas que levavam a vida como achavam melhor. Pelo menos ali não havia olhares de repugnância e medo da outra face de Londres.
Andei por algumas ruas, o frio daquela noite estava intenso e o cenário daquelas pequenas vielas era de pura miséria. Não acredito ainda que vivo neste ninho de ratos.
Eu sou de uma classe muito mais alta do que todos aqueles miseráveis. Meus clientes eram os empresários mais ricos do país, ou até mesmo do mundo. Todos me queriam, e não me admiro por isso. Eu mereço toda essa atenção e muito mais.
E mesmo assim, permaneço neste fim de mundo, dormindo em um cubículo que cheira a urina e tendo que presenciar esta cena deplorável todos os dias da minha linda existência.

 

CAP. 1

________________________________________________________________
Virei em uma pequena rua e lá estava ele. Meu cliente mais rico em seu volvo prata reluzente.
Abri a porta e entrei no carro. Tirei meu casaco e puxei um pouco a saia para que deixasse minhas pernas mais a mostra.
-Demorou Isabella.
-Já te disse que não quero que me chame assim. Aqui meu nome é simplesmente Kiss.
-Ok. Desculpe-me amor.
Ele passou a mão quente em minha perna acariciando-a e me deu um leve beijo no pescoço. Sorri e agradeci por ser bonita o bastante para atrair homens como Edward Cullen. Eu me mataria se tivesse que fazer programa com um adolescente inexperiente com um salário de lanchonete. Olhei pela janela e ri dos malditos futuros que aquelas vagabundas teriam. Provavelmente morreriam aos trinta anos, pobres e com AIDS.

Chegamos em um motel cinco estrelas. Aquele era o meu preferido e eu sabia que quando ele me levava lá era para passar mais de uma noite. Que assim seja. Ele era bem gostosão, então eu poderia me divertir um pouco também.
Entramos no nosso habitual quarto. A suíte presidencial.
O celular de Edward tocou e ele atendeu com aquele cinismo de sempre.
-Oi amor... Estou no escritório...
Eu ri da cara que ele fazia quando estava falando com a mulher dele. Tirei meus sapatos e sentei-me na cama. Pelo visto aquela conversa iria demorar.
-É amor, muito trabalho pra fazer...
Revirei os olhos com toda aquela baboseira de casados. Aquilo era um tédio e eu odiava ficar entediada. Levantei da cama e passei minha mão de leve no membro de Edward que logo se enrijeceu. Ele me olhou devido ao susto que levou, mas não fez nenhum gesto para que eu parasse.

 

CAP.1

__________________________________________________________________
Eu sorri maliciosamente e me abaixei lentamente ainda olhando para ele. Abri seu cinto com delicadeza e abaixei suas calças.
-Sim... Não! Quero dizer, não. Não vou hoje para casa amor.
Eu peguei seu membro agora totalmente ereto em minha mão e fiz leves movimentos para cima e para baixo. Eu podia notar o esforço que ele estava fazendo para não soltar um gemido. Eu adorava quando era eu que mandava.
Passei minha língua na ponta do seu pênis e ele soltou um suspiro.
-Oh meu Deus! –Exclamou ele, e eu ri. –Não querida... Não foi nada. É que... Bati meu pé na mesa...
Passei novamente minha língua delicadamente em seu membro e coloquei-o por completo na boca. A cada movimento que eu fazia com seu pênis, Edward se confundia mais no celular.
-Querida, a bateria ta acabando e...
E então ele simplesmente desligou o celular. Eu parei imediatamente com aquela brincadeirinha e me levantei dando-lhe um beijo na boca.
Ele passou suas mãos delicadamente por minhas costas desprendendo-me um leve arrepio. Mas, espere! Edward não me tratava daquele jeito. Eu já o conhecia muito bem, para saber que estava carente só por ter falando com a mulherzinha fútil pelo telefone.
Passei meus braços em volta de seu pescoço e tentando ser o mais simpática, falei:
-Ok Edward. Senta aí e me conta o que ta acontecendo.

 

CAP. 1

__________________________________________________________________
Ele ficou quieto. Apenas sentou-se na ponta da cama como uma criança que vai confessar alguma travessura para a mãe. Eu sentei ao seu lado esperando que ele falasse, mas ele não emitiu nem um som. Comecei a ficar irritada. Respirei fundo e colocando minha mão nas suas, falei devagar:
-Olha, se você não falar, não vamos conseguir fazer nada hoje. Você está muito tenso.
Ele me olhou e permaneceu ali por alguns segundos. Talvez reunindo forças para começar.
-Rosalie foi ao médico hoje. Foi pegar os exames que eu havia comentado com você.
Era estranho a relação que eu tinha com Edward. Era meu melhor cliente e agia como um. Mas às vezes nós éramos simplesmente amigos. Ele me falava tudo da sua vida e eu acabei me acostumando com aquilo. Apenas fazia parte do pacote. Ele me pagava muito bem, e não tinha como eu rejeitar uma sessão “amiguinhos”.
-Ah, o exame... E o que o médico falou?
Tentei fazer uma voz triste ou talvez apreensiva. Na verdade, eu estava pouco me lixando para aquela vadia da Rosalie. Ela se importava apenas com roupas de marca, bolsas de estilistas famosos, seu maldito cabelo ou a idiota mansão em que vivia. E agora ela havia decidido se preocupar com filhos?
Mas quem disse que os ricos conseguem tudo? Pelo que eu havia entendido, ela estava tendo problemas para engravidar e já havia ido a diversos médicos para tentar a inseminação artificial Um destes médicos, um dos mais renomados, se ofereceu para fazer a inseminação e era hoje que saia o resultado.

 

CAP. 1
__________________________________________________________________
Edward olhou para baixo e falou em um tom calmo e quase inaudível.
-Ela não conseguiu. O médico disse que ela não pode ter filhos...
Senti um sorriso querendo aparecer em meu rosto e mordi meu lábio inferior para não rir daquela situação. Estava muito feliz até mesmo para sentir pena de Edward.
Ficamos quietos. Quando eu tive a certeza de que não iria rir na frente dele, apertei suas mãos nas minhas e o olhei. Algo no rosto dele fez com que minha emoção sumisse.
Pude ver, saindo discreta, uma pequena lágrima. Como ele podia sofrer por uma mulher que só se importava consigo mesma? Como ele podia se desesperar por não conseguir ter um filho, se ele podia ter todas as mulheres que quisesse? Eu não conseguia compreender como havia seres humanos frágeis, a ponto de se iludir em um amor que nem existia. Amar era para os fracos e neste momento eu percebi que meu cliente, ali parado na minha frente, não passava de um garoto frágil com muito dinheiro no bolso e talvez um futuro de suicida.
Não podia arriscar minha sorte perdendo o melhor cliente que eu já tive em toda minha profissão. Então resolvi fazer algo. Agir imediatamente.

 



 



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor e Prostituição" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.