Mine escrita por Petrova


Capítulo 1
Mine


Notas iniciais do capítulo

Mine é uma das (na minha opinião) melhores e mais bonitas músicas da Taylor Swift (que é uma das minhas ídolas) e aí eu não resisti e tive que fazer uma one sobre essa música. Aqui o link, pra quem quiser acompanhar escutando a música: http://www.youtube.com/watch?v=XPBwXKgDTdE



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Whoa, whoa

You were in college working part-time waiting tables.

Left small town, never looked back.

O conheci enquanto ele estava na faculdade, cursando Medicina e trabalhando como garçom de meio período. Ele havia deixado sua família e tudo no Texas sem olhar para trás, e eu admirava esse tipo de atitude.

I was a flight risk, with the fear of falling.

Wondering why we bother with love, if it never lasts.

Naquele dia, 15 de julho, eu tinha ido a um restaurante numa cidade da California, à procura de paz. Estava arrasada. Tinha pego meu namorado – naquela altura já ex – me traindo, meu pai me dizendo constantemente que eu deveria voltar para casa, que minha vida estava horrível; minha colega de quarto havia se metido em problemas de novo, e eu não aguentava mais isso. Sentei numa mesa mais longe das pessoas, só queria abaixar a cabeça, e entrar num universo paralelo, onde eu não tivesse que me preocupar com meu pai,  Johanna e os problemas que ela atraía, consequentemente, me atraindo. Quando abaixei a cabeça, ouvi:

- No que posso ajudar?

- Você pode me arrumar um apartamento novo com um colega de quarto decente? – falei ainda de cabeça baixa. Sua voz era rouca, porém suave.

- Se está com tantos problemas assim, pode morar comigo. Tem um quarto sobrando em meu apartamento. – falou e levantei a cabeça. Simplesmente sorri. Um sorriso verdadeiro. Diferente dos sorrisos falsos que eu havia exibindo naquele tempo.

 Olhei para ele e ao invés de o olhar, eu o enxerguei. Vi que por trás daqueles olhos azuis brilhantes, havia uma pessoa carinhosa e maravilhosa que não desejava mal a ninguém. Ele deu seu melhor sorriso, fazendo com que eu me derretesse por dentro.

- E aí? Vai querer meu apartamento? – perguntou dando um sorriso torto

- Acho que precisamos nos conhecer primeiro. Que tal almoçarmos juntos amanhã? – perguntei e ele assentiu – Afinal, não posso ir morar com um estranho do dia para a noite, não é?

- Exato.

- Peeta, vem logo! Tem cinco pedidos aqui. Para de azarar as meninas, e vem logo! – gritou uma voz, ao longe

- Acho que temos aqui um conquistador, não? – perguntei em tom de brincadeira

- Eu te conquistei, é? – perguntou entrando em minha brincadeira – Onde nos encontraremos, loirinha?

- No Yosemite National Park, pode dar conta disso? – perguntei sorrindo – Às cinco da tarde. – Falei me levantando – Até mais.

Depois daquele dia, não consegui mais parar de pensar nele. O que é estranho, por que que tipo de pessoa não para de pensar num estranho que conheceu num restaurante? E a resposta é: o tipo de pessoa que eu sou.

Quando cheguei em casa naquele dia, Johanna não estava, o que foi uma felicidade para mim. Então eu só cheguei, tomei banho e dormi, pensando num certo loiro que eu havia acabado de conhecer.

Quando acordei, a primeira coisa que eu pensei foi: hoje é o dia do meu encontro com Peeta. Como era sábado, eu só precisava fazer algumas coisas que estavam na minha lista, como lavar as roupas, fazer a feira da semana, arrumar a casa, se sobrasse tempo, eu tocaria no meu violão, esperando dar a hora de meu encontro.

Fiz tudo isso, e quando deu quatro da tarde, corri para arrumar-me, e quando fiquei pronta, coloquei comida numa cesta, junto com um pano vermelho.

Quando cheguei no parque, praticamente pulei de felicidade ao ver que ele realmente tinha vindo, e estava sentado no pé de uma árvore. Cheguei e sentei ao seu lado, colocando a cesta em nossa frente.

- Você sabe que não é como se aqui fosse o Central Park, não é? – perguntou

- É claro! Aqui é bem mais emocionante. – respondi, como se fosse óbvio – Vem, vamos mais pra dentro. – falei e ele me seguiu.

Nos sentamos perto de uma montanha e ele começou a me contar da vida dele e – finalmente – descobrimos os nomes um do outro, onde moramos/morávamos e essas coisas.

A partir daí, começamos a nos encontrar diariamente, seja eu no trabalho dele, ou tombando na faculdade – descobri que nós estudávamos na mesma faculdade –. Saíamos para os lugares mais inusitados e felizes. Íamos para lugares desde lagos até montanhas. Nós tínhamos uma ligação que poucos tinham. E isso me deixava feliz. Mas só isso havia mudado – para melhor, é claro -, pois meu pai continuava me pressionando, dizendo que eu precisava de algo útil para seguir com a minha vida, e Johanna continuava se metendo em confusões.

Depois de meses e meses, eu acostumei-me.

I say: can you believe it?

As we’re lying on the couch

The moment I could see it

Yes, yes

I can see it now

Certo dia, Peeta estava deitado comigo no sofá, e estávamos assistindo a um filme qualquer, e eu me peguei fitando o rosto dele, tão concentrado, tão lindo. E eu disse:

- Você consegue acreditar?

- No que? – perguntou, confuso

- Em nós. Sabe, há quase um ano atrás, eu te conheci enquanto você ia me servir. – falei e dei um sorriso nostálgico

- E aqui estamos nós, deitados num sofá, assistindo comédias românticas e filmes de ação desde seis da manhã. – completou e nos beijamos.

Ele voltou a assistir o filme, e eu continuei o fitando. Olhos azuis como o oceano, nariz afilado, porém masculino, boca vermelha perfeita, todos aqueles traços e foi aí que eu vi. Sim, eu consegui ver e perceber que aquela sensação estranha que eu tive quando vi ele pela primeira vez, era amor. Um amor inusitado que nasceu quando eu estava totalmente sem esperanças.

Do you remember we were sitting there by the water?

You put your arm around me, for the first time

You made a rebel of a careless man’s careful daughter

You are the best thing that’s ever been mine

- Peeta. – o chamei novamente - Você se lembra de quando fomos para Venice Beach e nos sentamos ali, perto da água?

- Sim, eu lembro. – falou – Aquele dia foi perfeito

- Lembra que ali foi a primeira vez que você colocou seus braços ao meu redor?

- Claramente. – falou e sorriu – Eu estava muito nervoso e com medo de que você tirasse minha mão dali.

- Eu era tão quietinha, tão cuidadosa. – falei refletindo – Você me fez e continua me fazendo rebelde. Você fez uma rebelde a partir de uma filha cuidadosa de um pai descuidado.

- Devo me desculpar por isso? – perguntou sorrateiro

- Claro que não! – falei enquanto sorria e lhe dava um tapinha de leve – Sinceramente, você é a melhor coisa que um dia já foi minha. – falei e uma lágrima de emoção caiu e Peeta me abraçou, o abraço mais confortador que eu já havia recebido em toda a minha vida.

Flash forward and we’re taking on the world together

And there’s a drawer of my things at your place

You learned my secrets and you figured out why I’m guarder

You said we’d never make my parents’ mistakes

O curioso sobre Peeta, é que ao contrário de muitos namoros, que costumam cair na rotina, a cada dia que passava, eu me via mais apaixonada por ele ainda. O que eu achava engraçado, já que nós éramos muito diferentes. Sabe fogo e gelo? Tipo isso. E ele causava exatamente o mesmo efeito em mim que o fogo causa no gelo. Passaram-se três, quatro, seis, doze meses e eu continuava amando Peeta. Tinha uma gaveta com minhas coisas dentro de seu apartamento. Eu praticamente morava lá, sempre que Johanna trazia seus problemas para casa. Ele aprendeu, escutou e guardou todos os meus segredos. Descobriu o porquê de eu ser tão reservada, e assegurou-me de que nós não iríamos repetir os erros dos meus pais, e continuaríamos juntos, não importa o que acontecesse.

But we’ve got bills to pay

We got nothing figured out

When it was hard to take

Yes, yes

This was what I thought about

Depois de mais dois meses juntos, decidimos que o melhor seria que nos mudássemos e morássemos juntos. A ideia partiu dele, é claro. O problema era que tínhamos contas demais para pagar, e não tínhamos a faculdade completa ainda. O salário dele de garçom junto com o meu de babá, não dava muito. Nós não tínhamos nada planejado, nem fazíamos ideia do que estávamos fazendo. E quando foi difícil de aguentar, nós simplesmente nos ajudamos. É, era nisso que eu havia pensado.

Do you remember we were sitting there by the water?

You put your arm around me for the first time

You made a rebel of a careless man’s careful daughter

 You are the best thing that’s ever been mine

Sempre que estávamos em situações difíceis ou algo parecido, eu lembrava daquele dia em que estávamos em Venice Beach. Raramente brigávamos, ou desentendíamos. Apenas aceitávamos um ao outro do jeito que éramos. E isso me fazia relembrar que eu o amava sempre e, com certeza, ele era a melhor coisa que um dia tinha sido minha.

Do you remember all the city lights on the water?

You saw me start to believe for the first time

You made a rebel of a careless man’s careful daughter

You are the best thing that’s ever been mine

Num dos nossos melhores dias, Peeta me chamou para irmos a um lago perto de onde morávamos. Sem hesitar, concordei, e, quando chegamos lá, ele pegou um barquinho, e nós adentramos nele, estava escuro e tinha várias Lanternas Kongming, aquelas lanternas de papel que você solta no ar e elas saem voando, sabe? Passamos alguns minutos remando e quando chegamos a certo ponto, Peeta apontou para trás de mim, alegando que tinha visto alguma coisa. Me virei num reflexo, e percebi que não tinha nada. Quando me virei de novo, ele estava com uma caixinha aberta revelando um anel dentro.

- Você, Katniss Everdeen, loirinha, garota do restaurante, aceita casar comigo?

- Claro que sim! – falei surpresa e assentindo sem parar.

E foi ali que ele me viu acreditar pela primeira vez. Meus olhos denunciavam esperança. Me sentia mais feliz do que nunca. E ali eu lembrei a mim mesma e a ele, é claro, que, sem nenhuma dúvida, ele era a melhor coisa que já foi minha.

Whoa

And I remember that fight 2:30 AM

You said that everything was slipping right out of our hands

And I ran out crying and you followed me out into the street

Braced myself for the goodbye

‘cause that’s all I’ve ever known

And you took me by surprise

Eu lembro bem de uma briga que tivemos de duas e meia da manhã. Nós éramos casados há um ano e as coisas estavam apertadas, e ele disse que tudo estava escapando de nossas mãos. Eu saí correndo, é claro, e ele me seguiu até a rua. Consequentemente, me preparei para dizer adeus, afinal, isso sempre foi tudo que eu soube. Naquele momento, tudo que nós tínhamos passado até ali, passou pela minha cabeça, quatro anos juntos com no máximo três brigas sérias não era pra qualquer um. Pensei nisso, e mesmo assim, estava decidida a dizer adeus. E foi aí que ele me surpreendeu.

You said: I’ll never leave you alone

You said: I remember how we felt sitting by the water

And every time I look at you it’s like the first time

I fell in love with this careless man’s careful daughter

She is the best thing that’s ever been mine

Peeta começou me dizendo:

- Eu nunca vou te deixar sozinha. Nunca. Eu me lembro muito bem de como nós nos sentimos naquele dia na praia, sentados perto da água. E toda vez que eu olho pra você, é como se eu estivesse olhando para aquela garota que olhou para mim e sorriu no restaurante. Eu me apaixonei por essa filha cuidadosa de um homem descuidado, e, sem nenhuma sombra de dúvida, ela é a melhor coisa que um dia já foi minha.

É claro que eu me emocionei. Chorei, chorei e chorei. E ele me abraçou. O mesmo abraço do dia do sofá, o mesmo abraço do dia que ele me pediu em casamento, o mesmo abraço que me confortou quando minha mãe morreu, o mesmo abraço que me confortou quando minha amiga chegava com inúmeros problemas para casa e o mesmo abraço que me envolvia quando eu quase cedia à pressão. O abraço que esteve lá sempre que algo na minha vida ia mal, e, de alguma maneira, aquele abraço sempre me fazia ficar feliz, e me sentir segura.

Whoa

Hold on, make It last

Hold on, and never turn back

Do you believe it?

We’re gonna make it last (yeah, yeah)

- Depois daquilo, nós tivemos nossos três filhos, o Zac, o Peter, e você, Faith. Então, se você quer um conselho amoroso da sua mãe. Lembrando que o que deveria ser um conselho, virou uma história, eu diria que você deveria aguentar firme e fazer durar. Segurar firme e nunca, mas nunca olhar para trás. Você acredita nisso? Eu e seu pai iremos fazer nosso amor durar. E eu consigo ver isso, mesmo. Consigo ver do mesmo jeito que vi, naquele dia quando estávamos no sofá, e do mesmo jeito que vi naquele dia no restaurante. – falei olhando diretamente nos olhos de minha filha, Faith. Que já estava com quinze anos, e com alguns problemas amorosos.

- Mas acontece que você e o papai eram perfeitos um para o outro, tipo almas gêmeas. – falou, o que me fez sorrir – Como sei que ele é minha alma gêmea?

- Acredite. – falei, simplesmente – Faça o amor de vocês durar, e, quem sabe, um dia vocês se casem.

- Então ok. – falou – Boa noite, mãe. Te amo.

- Também te amo, durma bem, filha. – falei dando-lhe um beijo na testa e caminhando para a sala

E foi isso. O que começou numa tarde comum, de um dia de verão comum, num restaurante comum, resultou numa das histórias mais lindas e incomuns existentes.

I can see it (yeah, yeah)

I can see it now


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Notas finais do capítulo

Lembrando que a Katniss é loira nessa one e essa música é linda. Enfim, espero que tenham gostado e só. Só postei isso aqui porque eu realmente estava no tédio. Bom, tchau e até a próxima



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