London Love escrita por Gi Carlesso


Capítulo 9
Pensamentos + Cupcakes


Notas iniciais do capítulo

Oi :) desculpem a demora, eu tava arrumando um dos meus livros q talvez vai ser publicado (se passar na avaliação da editora) e tive muito trabalho com ele esses dias! Mas agora posto todos os dias se eu conseguir, ok?Boa leitura!



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Não sei qual é o meu problema ou se eu batia a cabeça quando era criança, porque quebrar uma promessa, esperar o resultado do teste da minha vida e estar... não sei, namorando a pessoa que eu jurava nunca querer nada, é tipo, uma coisa estranha. É, eu sou estranha e disso não tenho dúvida nenhuma.

Havia acabado de “conhecer” meu pai de uma forma que tinha feito com que eu o perdoasse depois do que aconteceu em minha infância, mas tive que prometer a ele que não me envolveria com Henri Price por causa do ciúme de pai. Entretanto, descobri que meu pai só era contra Henri, porque ele havia dito algo a meu pai que o feriu o ego.

Bom, então quer dizer que não fora exatamente uma quebra de promessa, certo?

Tive que me agarrar a esse pensamento para não enlouquecer, principalmente quando Henri me deixou em casa, mas antes se certificando que meu pai não estava. Senti que assim como eu, Henri estava nervoso com tudo isso, não falava muito desde quando saímos do Starbucks. Acho que ele pensa o mesmo que eu, que vai estar ferrado se essa história se espalhar.

– Eu... – Henri gaguejou. – Eu não queria ter colocado você nessa bagunça toda... se seu pai...

– Tudo bem, como você mesmo disse, vamos dar um jeito. – falei, porém não estava com um sorriso forçado no rosto, eu me sentia pressionada demais.

– O problema é que... acho que gosto de você. – murmurou baixo demais. – Mais do que deveria.

Engoli um seco. Ai minha nossa, o que eu deveria dizer naquela situação?

Fiquei em silêncio por alguns instantes absorvendo as palavras dele, tentando arrumar a melhor resposta possível. A verdade, era que eu sentia o mesmo, apesar das confusões que havia me metido e por isso, tornava qualquer coisa entre nós difícil.

– Mas tão rápido assim? – arrependi-me logo depois. Não era bem essa pergunta que eu havia formulado em minha mente, mas fora o que saiu.

Henri não respondeu imediatamente, apenas ficou em silêncio olhando na direção de um ponto cego bem em frente. Foram segundos intermináveis esperando ele dizer alguma coisa, ainda mais porque o medo de meu pai aparecer de repente estava me tomando.

– Sim.

Seus olhos extremamente azuis estavam colados em mim estudando meu rosto, provavelmente à espera de uma resposta minha dessa vez. Eu não sabia o que dizer e meu silêncio deveria tê-lo feito pensar que eu não sentia o mesmo.

– Ok, entendi. – Henri suspirou. – Você precisa pensar.

– Henri, não é o que você está pensando. – sentei-me um pouco mais para a ponta do banco, me aproximando dele. Quando minha mão tocou seu ombro, ele voltou os olhos em minha direção. – Olha, eu só preciso de um tempo e tentar entender o que está acontecendo. É que... eu vim para Londres por causa do teste e... pensar em estar com alguém é complicado.

Seus olhos azuis me fitaram por mais alguns segundos antes de ele dar um sorriso sem graça e assentisse como se tivesse entendido agora. Pela primeira vez, consegui dizer exatamente o que pensava a ele, fazendo com que tudo ficasse mais fácil.

– Então... acho que você precisa ir. – ele destravou as portas do carro e apontou com a cabeça a casa.

– É. – resmunguei. Respirei fundo rapidamente e puxei levemente seu rosto em minha direção depositando um beijo em sua bochecha. – Tchau, Henri.

– Tchau, Scar.

Quando sai do carro, pude ver seu rosto um pouco triste, mas nem tive chance de dizer mais nada, pois o carro já arrancava pela rua.

[...]

Trocar mensagens com Ana sempre me acalmava, mesmo que eu só contaria para ela sobre o “problema Henri” depois, ainda assim ela conseguia me fazer rir. Jes havia me ligado o dia inteiro, porém não ouvi o celular, então tive que ligar e contar como estavam as coisas. Mas mais uma vez, omitindo Henri.

Fiquei deitada o resto do dia desenhando planos, rabiscando esboços de roupas e outras coisas. Rabiscar estava me fazendo pensar melhor e raciocinar. A Sra. Godwing apareceu umas cinquenta vezes no meu quarto perguntando se eu queria comer alguma coisa ou qualquer outra coisa e claro, eu disse que não.

Levantei da cama depois de horas e fui pela primeira vez na sacada de minha casa, onde havia uma espreguiçadeira e eu poderia aproveitar as últimas horas de sol. Deitei-me ali relaxando um dos únicos dias com sol em Londres colocando um óculos escuros e fones de ouvido.

E por obra do destino, meu dedo esbarrou em uma das músicas dos garotos. Com raiva, tirei ela e procurei por outra colocando no volume máximo para repelir qualquer pensamento sobre Henri ou o teste.

Eu precisava relaxar.

Estava tudo dando certo, até que um inconveniente aconteceu. Ou melhor, apareceu.

– Hey, Scar! – berrou Noah no meu ouvido fazendo-me dar um grito. – Opa, desculpa! Você está surda, garota!

– Droga, Noah! – falei praticamente pulando para fora da espreguiçadeira. – Que susto!

Ele começou a rir de mim tentando respirar fundo depois do susto que aquele doido me dera. Ok, Noah estava aqui. Mas o que exatamente ele estava fazendo aqui?

– A governanta assustadora me deixou entrar, ela me dá calafrios. – ele fez um sinal de cruz para a porta como se ela estivesse ali, o que me fez ter uma crise de riso. – Eu e os garotos fomos liberados depois de passar o dia todo na gravadora gravando o CD novo, quer dizer, menos o Henri que sumiu durante um tempo. Mas ai eu pensei e vir aqui e fazer uma surpresa!

Engoli um seco ao ouvir Noah falar sobre Henri ter sumido. Ele esteve comigo, mas Noah não precisava saber disso agora, assim como com Ana e Jes, eu esperaria um pouco para contar a ele sobre eu e Henri.

– E quando você diz surpresa, quer dizer “matar a Scarlet do coração chegando de fininho por trás”, não é?!

Ele soltou uma risada gostosa antes de se sentar na ponta da minha espreguiçadeira.

– Mais ou menos isso. – brincou. Dei um tapa de brincadeira em seu ombro. – E então, quer fazer alguma coisa? Podemos sair, ver filmes, sei lá! Você escolhe.

Fiquei pensando no que poderíamos fazer até que lembrei de uma receita de cupcakes que havia encontrado ontem num livro de receitas, provavelmente da Sra. Godwing.

– Que tal cupcakes? – perguntei vendo alargar o sorriso. – Tem uma receita, posso ver com a governanta se tem todos os ingredientes.

– Qualquer coisa vamos comprar! – ele pulou para fora da espreguiçadeira e me puxou pelos braços para irmos atrás da governanta e perguntar sobre a receita e os ingredientes.

De primeira, a governanta ficou um pouco preocupada em nos deixar cozinhar, principalmente depois de Noah contou sobre ele ter quase colocado fogo na casa de Henri só para tentar cozinhar panquecas. Claro, até eu fiquei preocupada depois dessa, mas avisei à governanta que eu ficaria com as partes... hum, perigosas.

– E então, o que precisamos? – disse ele sentado no balcão bem no centro da cozinha tipo americana de meu pai.

Li a lista de ingredientes e o modo de preparo mais algumas vezes enquanto olhava em volta a procura de tudo.

– Hum... baunilha, leite, quatro ovos, açúcar, fermento em pó, sal e farinha de trigo. – peguei a caixa de leite e a coloquei bem ao lado de Noah, quem colocava também o sal e outras coisas que achou ao fuçar em um dos armários.

Peguei o resto do que precisávamos para fazer. Eu cuidei da massa do cupcake – já que Noah não podia nem chegar perto do fogão – enquanto ele faria a cobertura e o recheio. Claro, em minutos havia uma guerra de farinha começando por ele ao jogar um pouco no meu nariz, deixando o mesmo branco.

– Ei! – reclamei enquanto mexia a massa. – Eu estou ocupada! Vai terminar a cobertura, se não eu não vou deixar você comer, Noah!

Ele mostrou a língua e foi finalmente pegar o chocolate e preparar a cobertura e o recheio. Quando terminei a massa, levei-a ao forno para esperar 25 minutos para estar assado.

– Se você comer todo o chocolate, não vai sobrar para a cobertura. – falei rindo logo em seguida ao vê-lo pegar alguns confetes e jogar na minha direção. Nesse mesmo segundo, a governanta passava pela cozinha, então fingimos que não estava acontecendo nada.

Ainda desconfiada, ela disse que iria ajudar o jardineiro e saiu da casa. Eu e Noah nos entreolhamos antes de começarmos a gargalhar como completos loucos.

– Ela vai acabar me expulsando daqui! – disse ele catando todos os confetes no chão e jogando no lixo. – Ok, chega de bagunça. Vamos fazer isso direito!

Não que isso tenha mudado em alguma coisa, continuamos a fazer nossos cupcakes quando a massa finalmente assou. Noah estava lerdo para fazer o recheio, então tive que ficar no lugar dele e furar a massa para colocar o recheio de brigadeiro.

Finalmente, depois de exatamente uma hora cozinhando os cupcakes, eles estavam prontos e enfeitados. Todos tinham uma aparência escura completamente cobertos por chocolate e com uma pequena cobertura de chantili. Tenho que admitir, tinham uma aparência muito boa.

Enquanto eu colocava os cupcakes em uma bandeja, Noah ficou sentado ao meu lado no balcão observando-me.

– Então, Scar... – ele disse depois de roubar um cupcake e comê-lo. – Eu sei que a casa é sua e tal.... mas que tal chamar os garotos? Nós fizemos muitos, têm uma quantidade boa ai de cupcakes.

Engoli um seco. Chamar os garotos significaria chamar Henri e depois do que acontecera naquela tarde, bom, ficaria um clima muito estranho entre eu e ele, o que faria com que Noah e eles desconfiassem.

– Ahn... – pensei um pouco tentando disfarçar. – Ok, pode chamar os garotos.

Noah saiu comemorando com um monte de cupcake na boca enquanto discava o número de um deles. Sentei-me em uma das cadeiras respirando fundo, eu não estava preparada para ver Henri depois do que aconteceu a tarde. Isso acabou de fazendo lembrar do beijo...

Droga, só eu acho que isso não vai prestar?


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Notas finais do capítulo

VEEESH VEEESH kkkkkkkkk você não é a única, Scar! Perguntas, sugestões, reclamações @the9team ou ask.fm/GiovanaCarlesso



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