London Love escrita por Gi Carlesso


Capítulo 24
"Sou uma péssima amiga"


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpem, eu demorei muito! Culpem meu maldito bloqueio criativo que atacou essas semanas e não me deixava escrever nada que prestasse. Eu vou tentar postar mais rápido agora, mas caso isso não aconteça, é porque eu to estudando muito no cursinho e isso me atrapalha um pouco '---'

Mas, aqui está o capítulo! Boa leitura, amores ;)



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– Sair correndo da minha casa não vai ser exatamente o melhor jeito de disfarçar, Scar. – disse ele com um maldito sorriso nos lábios indicando que ele segurava o riso. – É sério, você só vai acabar chamando mais atenção dos ratos para você mesma.

Franzi o cenho.

– Ratos?

Henri riu.

– Os paparazzi. – isso causou em minha uma crise de riso mais séria do que eu realmente queria. – Ok, é engraçado eu chamar os paparazzi de ratos, mas vamos parar de rir e avaliar as opções de como você ir para casa sem eles a perseguirem por ai.

Depois que eu e Henri terminamos de assistir Titanic (ou pelo menos tentamos), eu precisava voltar para casa antes que Tom chegasse, pois vê-lo agora era a última coisa que eu queria. Porém, havíamos esquecido que éramos perseguidos pelos “ratos” 24 horas por dia e seria quase que impossível conseguir sair dali sem chamar a atenção. Da última vez, eu conseguira sair, pois estava no carro de Will e quanto a ele, ninguém inventava rumores.

– Tom acha que somos amigos. – murmurei enquanto comia os Pringles que dividíamos. – Mesmo que fossemos vistos juntos ele não diria nada, mas o problema é a mídia. Não quero uma multidão de fãs enlouquecidas que odeie por sua causa.

Henri me observava com atenção e provavelmente notara a tristeza em meu olhar ao pensar nisso. Talvez ele não tenha pensado sobre isso quando resolveu me pedir em namoro, já que desde que se tornara famoso, Henri só teve relacionamentos pouco duradouros com modelos e atrizes.

– Não me importa se elas a odiassem, as fãs só deveriam entender que eu estou feliz com você e isso deveria ser o suficiente para elas. Se existe todo esse ódio por causa de relacionamento com os ídolos, elas deveriam entender que não podem me impedir e muito menos mandar ódio para você. – ele roubou um Pringles de minhas mãos. – E outro detalhe, elas iriam perceber o quão boba você é.

Fingi estar completamente chocada e arranquei a batata de sua mão antes que ele pudesse come-la.

– Eu não sou boba! – exclamei. – Sou só uma atriz desastrada e muito distraída.

Ele riu.

– Esqueceu do linda.

E antes que eu pudesse intervir, ele me beijou.

[...]

Aquele tempo com Henri fora o que eu precisava para esquecer os problemas que me rondavam nos últimos dias, desde a descoberta que minha mãe morrera até a declaração assustadora de Tyler. Eu me sentia um pouco mais tranquila quanto tudo isso e sabia que no outro dia poderia atuar da melhor maneira possível e não agir como uma demente como de manhã ao tentar atuar com Tyler.

Mas assim que cheguei em minha casa, vi uma cena mais que inusitada – Noah e Zack conversavam animadamente com a Sra. Godwing como se já se conhecessem a mais tempo do que eu julgava saber. Assim que fechei a porta, o som pareceu chamar a atenção deles, tanto que ambos se viraram em minha direção.

– Scar! – disse Noah animado como sempre. – Você demorou!

– Eu demorei para...?

– Ora, não vai me dizer que esqueceu? – disse Zack encarando-me como uma péssima amiga.

Ok, eu trabalho como atriz num filme extremamente movimentado, tento esconder um relacionamento secreto de meu pai, sou amiga de uma banda conhecida mundialmente e descobri que um dos atores é meu ex. Sério que querem que eu me lembre do que íamos fazer hoje?

– É, ela esqueceu. – gargalhou Noah. – Credo, Scarlet, você está com aquela doença que eu esqueci o nome?

– Alzheimer? – sugeriu Zack.

– É, isso mesmo. – Noah acabou por gargalhar de novo. – Cara, você está com essa doença, porque hoje você mesma disse que estava esperando muito por esse dia.

Será que eles não enxergavam que eu estava com um enorme ponto de interrogação quase que estampado bem no meio da minha testa? É, acho que não.

– Scar, - Zack se levantou da cadeira da cozinha e caminhou até mim, colocando suas mãos uma em cada ombro meu como se fosse me balançar até eu me lembrar. – Ana chega hoje.

Fora como receber um choque bem no meio de minha cabeça, tanto que a surpresa me fez empurrar Zack (não no ponto de ele cair ou coisa parecida, ok?) e sair correndo para meu quarto e pegar as coisas necessárias, como meu celular e avisar que estávamos indo até o aeroporto. Noah, como sempre, apenas ria daquela situação acompanhando-me de cômodo por cômodo fazendo comentários e me ajudando a pegar minha bolsa.

Seguimos pelas ruas com o carro de Zack em direção ao aeroporto sendo vistos algumas vezes por fãs enlouquecidas nas ruas, que tentavam alcançar o carro correndo. Noah pediu para parar e dar alguns autógrafos para não deixa-las tristes, mas Zack impediu dizendo que o trânsito estava impossível para parar de repente. Então, como resposta Noah acenou para elas, recebendo gritos histéricos e acenos em resposta.

Eu ainda não me acostumara com toda aquela história sobre os fãs e como os meninos costumavam ser perseguidos por elas 24 horas por dia sem chance de descanso. Na verdade, não parecia realmente que perseguiam e sim querer apenas o bem estar deles, afinal, o que mais aquelas fãs queriam era um simples sorriso estampado nos lábios dos meninos da The Blue.

– Que horas ela chega? – perguntou Noah se colocando entre os dois bancos da frente entre eu e Zack.

– Entre às 15 e 16h. – resmunguei relendo as mensagens que troquei com Ana procurando pela em que ela dizia sobre o horário. – Vamos chegar entre esse horário, certo, Zack?

Ele olhava sério em direção ao trânsito bem a sua frente, parte dele criado pelos paparazzi nada espertos que cobriam a rua impedindo que todos os carros andassem normalmente. Por um segundo, achei que Zack fosse fazer uma cena, mas ele preferiu apenas apertar a buzina o máximo que pode, assustando grande parte dos fotógrafos.

Bom, praticamente fora sim uma cena.

– O único jeito de afugentar esses caras é assim. – disse ele parecendo mais aliviado pelo trânsito começar a andar mais normalmente. – Outro dia, eu e Noah ficamos parados na frente de um estacionamento de um restaurante por causa dos fotógrafos. Ficamos quase uma hora ali até os seguranças ajudarem.

– Pelo menos, não foi pior como aquele dia que o Wil saiu xingando metade dos fotógrafos e depois levou uma bela bronca do Tom. – disse Noah recendo risos meus e de seu irmão em resposta. – Por pior que tenha sido, foi meio cômico estar no carro assistindo ele levantando o dedo do meio para todo mundo.

Ainda rindo, seguimos para o aeroporto para buscar Ana e tudo o que eu conseguia pensar era o quanto estava ansiosa para vê-la logo, já que a última vez que nos vimos fora antes de eu vir para Londres. Desde esse dia não paramos de nos falar, mas estar longe de uma amiga quase que irmã não era nada fácil. A verdade era que Jes também deveria estar naquele vôo, porém, por conta da data ela ainda estava terminando um curso sobre administração que não me explicou muito bem.

Assim que chegamos ao aeroporto, encontramos mais um obstáculo – como entrar ali sem chamar nenhuma atenção?

– Vamos eu e você, Scar. – disse Noah já se preparando para descer do carro. – Se formos nós três, vamos chamar muita atenção. Um dos The Blue chama menos atenção do que dois.

– Acho que pode dar certo. – Zack estacionou o carro exatamente na frente da entrada do aeroporto. – Mas lembrem-se de não tirar os óculos escuros por nada nesse mundo e Scar, continue com sua touca, porque esconde seu cabelo. Vejo vocês depois.

Quando descemos da Range Rover preta, meu coração parou por meio segundo ao relembrar do episódio do dia em que eu e Tom brigamos no meio de um restaurante e eu segui pelas ruas sendo cercada por paparazzi e a chuva. Foi como um trauma e por isso, senti um medo incontrolável quando saímos do carro e algumas pessoas saiam de dentro do aeroporto.

Eu não me movi por muito tempo, tanto que ao perceber que eu não andava ao seu lado, Noah voltou até onde eu estava.

– Scar, o que foi? – perguntou ele preocupado.

– Ahn... nada. – resmunguei acordando do transe. – Vamos... vamos buscar a Ana.

Noah bem que tentou não aparentar preocupado como realmente estava, porém fora um ato em vão já que continuava me observando mesmo que por baixo de seus óculos escuros. O ignorei no início enquanto caminhávamos pelo aeroporto tentando ser discretos para encontrar o portão de chegada por onde veríamos Ana.

Por sorte, o local não estava muito lotado e isso facilitava para que pudéssemos nos misturar na multidão e não sermos reconhecidos como pessoas famosas. Mas eu ainda sentia um certo medo todas as vezes que alguma garota nos olhava com certa curiosidade, parecia que meu coração iria sair pela boca.

– Então... – disse Noah quando enfim encontramos o lugar. – Como vou saber quem é a Ana?

– Vai ser mais fácil do que imagina. – murmurei. – É só procurar por uma garota de cabelo escuro carregando um travesseiro de pescoço rosa e gritando enquanto corre em nossa direção.

– Como você sabe que é um travesseiro de pescoço rosa?

Eu ri.

– Você vai ver, confie em mim.

E não demorou nem ao menos cinco minutos até finalmente vemos ela – como sempre, com o cabelo escuro solto, um sorriso enorme estampado nos lábios, algumas malas em mãos e claro, um travesseiro de pescoço cor de rosa. Ela pareceu um pouco perdida enquanto caminhava pelo portão de desembarque, pelo menos até nos ver parados e acenando para ela, depois disso, abriu os lábios e soltou um grito.

Sim, Ana estava gritando enquanto corria em nossa direção. Acertei de novo.

– Scarlet, ai meu Deus! – exclamou ela ao se jogar em cima de mim para um abraço. – Você não mudou nada, como está? Esse deve ser Noah! Oi, Noah! E ah, que óculos escuros é esse, garota? Está tentando algum papel nos “Homens de preto” e não me contou?

– Oi para você também, Ana. – eu disse rindo. – Como foi a viagem?

Ela suspirou.

– Ai, sabe como é. No começo eu não conseguia ficar parada naquela cadeira minúscula de avião e comecei a me mexer muito, o que irritou o cara sentado do meu lado. Na verdade, eu nem liguei muito para ele, apenas quando começou a tocar uma música irritante nos fones de ouvido dele. Ah, e eu fiquei vendo filmes até capotar umas cinco horas antes de chegar. – ela parou para respirar. – E a aeromoça me tratou mal, tem como processar?

Noah a encarava de uma forma engraçada e um tanto assustada, provavelmente porque não esperava que Ana falasse tanto. Bom, nem eu me lembrava que ela gostava tanto de falar assim.

– Não vai processar aeromoça nenhuma, criatura. – disse enquanto eu e Noah a ajudávamos a carregar as malas até o carro de Zack. – Vamos para a casa de Tom.

Ela apenas concordou e nos seguiu em direção à Range Rover estacionada entre vários carros quase que de uma forma estratégica para não chamar muita atenção. Ana e os gêmeos pareceram se dar muito bem, principalmente com Zack, quem exibiu um sorriso um tanto que suspeito ao vê-la pela primeira vez. Eu apenas os observava conversando de forma divertida com Ana contando sobre o Brasil e como estava sentindo minha falta e que Jes queria muito ter vindo. Ouvir suas histórias me relembrava do passado quando eu ainda morava com meus avós e por isso me senti feliz em apenas observá-la conversando com os meninos e contando as milhões de trapalhadas.

– Ei, quando vamos conhecer Will e Henri? – perguntou ela pouco antes de Zack estacionar em frente à casa de Tom. – Quero conhecer o namorado da minha quase irmã.

Zack a encarou de forma confusa.

– Você sabe?

Ela revirou os olhos.

– Dã, claro que sim. Até parece que eu seria a última a saber que Scarlet e Henri andam se pegando, afinal, eu a faria contar de qualquer jeito.

Dessa vez fora eu quem revirou os olhos.

– “Se pegando” é um jeito ruim de descrever pessoas namorando. – resmunguei. – Isso parece mais com Will e as modelos alheias.

Os gêmeos começaram a gargalhar no mesmo instante, principalmente Zack quem provavelmente se lembrava de alguma história engraçada, como quando Heiley expulsou uma “namoradinha” de Will que estava na casa dos gêmeos.

– Ok, vamos parar de difamar o Will. – disse Noah. – Respondendo sua pergunta, Ana, eu e os garotos vamos ter um dia de folga amanhã antes de alguns shows pela Inglaterra. O que acham de sair amanhã?

Eu e a Ana nos entreolhamos.

– Volto das gravações de tarde, então vamos sim. – eu disse me colocando entre os dois bancos da frente onde os gêmeos estavam. – Mas onde?

Os gêmeos ficaram em silêncio por um tempo, o que causou um silêncio geral no carro já que Ana estava preocupada demais avisando o mundo pelo celular que ela havia chegado em Londres. Enquanto pensávamos para onde ir, acabei por ter uma ideia.

– Por acaso vocês não sabem de algum lugar fora da cidade? Sabe, não precisaria ser para amanhã, mas acho que chamaria menos atenção do que sair por Londres com a banda completa da The Blue e milhões de fãs aparecerem.

Noah assentiu de forma positiva, como quem gostara da ideia.

– Acho que sei onde. – disse ele. – Zack, por acaso nosso tio ainda tem aquela fazenda em Newcastle?

– Ele pensou em vender uns anos atrás, mas não deve ter conseguido. – Zack estacionou em frente à casa de Tom. – Vamos fazer o seguindo, eu vou conversar com nosso tio amanhã de manhã e vamos tentar marcar um final de semana que eu e os meninos tivermos de folga. O que acham?

– O que eu acho? – interrompeu Ana se colocando entre os bancos e me tirando dali. – Se fosse por mim, íamos amanhã!

Bom, alguém duvida que ela iria?


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Notas finais do capítulo

E aqui está a linda da Ana finalmente uhuuuuuuuul! Levanta a mão quem gostou / / yuhsuhushsuhuh vejo vocês no próximo, beijocas :) x



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