Masquerade - I Temporada escrita por Sissa Melo


Capítulo 7
Hotel California


Notas iniciais do capítulo

oiemmm, então, a trilha sonora desse capítulo é crucial e maravilosa.
Bom, não sei se deu pra perceber -quem ouve a trilha sonora enquanto lê, talvez tenha percebido- eu sempre escrevo pensando siultaneamente na musica e no capítulo portanto, se vc prestar atenção, o refrão da música começa na parte mais TCHAN TCHAN TCHARAM da fanfic... Claro que umas pessoas leem mais rápido, outras mais devagar, mas eu tento fazer com que o efeito fique foda em ambas situações.
Bom, a trilha sonora desse capítulo é Hotel California, da banda The Eagles, link: http://www.youtube.com/watch?v=VJ9-aD7NdHQ
boa leitura e espero que não estejam sozinhos em casa :3



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Há alguém atrás de mim. Estou correndo sem rumo por um lugar no qual não enxergo o chão.

É tão escuro que não vejo os meus pés, nem os sinto tocar em lugar algum.

Estou flutuando em plena escuridão.

Cada estilhaço do meu corpo treme e sou sugada pelo mais lúgubre silencio, até que meus ouvidos são preenchidos por uma cantiga de ninar mortífera. Escutá-la é quase como escrever meu próprio epitáfio e vê-lo enfeitando a minha lápide.

A sensação que estou tendo é mais leve que a morte, porém mais pesada que a vida.

Tapo os ouvidos, mas a marcha fúnebre me persegue.

Meus cabelos flutuam e sinto algo tocar o meu pescoço.

Vejo um vulto doentio, ainda mais escuro que a própria escuridão.

A massa de fumaça negra move-se lentamente e vejo-me cercada por seu rastro sinistramente fatídico.

Estou descalça e sinto algo gelado passar raspando pelos meus pés.

Sinto uma pontada de dor ao sentir algo puxar de leve algumas mechas do meu cabelo.

Começo a me mover cada vez mais lentamente, quase como nadando em um lago de águas tão escuras quanto a morte. Um lago no qual meus pés nunca alcançarão o chão.

Vejo em minha frente um garoto.

Um jovem qualquer.

Ele se aproxima. Eu o conheço.

Seus cabelos escuros dançam no vento. Seus passos são tão acelerados quanto a batida do meu coração.

Ele não pode me ver, porém vejo-o com mais minúcias do que um complexo enredo de lendas urbanas.

Ele está caindo, posso ver sua vida escorrer como areia por entre seus dedos e ele não faz nada para evitar.

Dá uma última tragada em seu cigarro, antes desse ser apagado por completo.

A fumaça rodopia por cima dele e me contorna. A canção está cada vez mais perto de mim.

Expulso-a de meus pensamentos, ainda observando o garoto.

Escuto o sino da recepção e ele é cercado por sombras nubladas.

Tento gritar, ele não está seguindo o caminho certo, porém minha voz não sai. A luz está cada vez mais longe de seu corpo.

Cada vez mais, ele se aproxima de onde estou. O lugar mais escuro que a sua mente pode imaginar.

A luz está cada vez mais fraca, até reduzir-se á uma fraca faísca, que logo se apaga.

Há uma mulher no hall de entrada. Ela segura uma vela, revelando o colossal corredor denso.

Seus olhos são todo e completamente brancos. Não existe íris. Não existe nada além de um vazio sem cor por baixo de suas pálpebras.

Ela o mostra o caminho, e ele a segue vacilante.

A luz se apaga. Ali é o fim de sua vida.

Escuto vozes que me rondam, misturando-se aos meus pensamentos.

Reconheço essa história de algum lugar. Talvez um filme, uma música.

A paisagem some e a sombra está tocando de leve a ponta dos meus dedos.

Respiro enxofre e o ar se torna denso demais para que eu respire.

Abro os olhos, ofegante.

Passo a mão pelos meus olhos úmidos, porém não me lembro de ter chorado.

Minhas mãos estremecem e preciso de alguns segundos para acalmar a minha respiração.

Apoio-me sobre meus joelhos. A voz me persegue.

Ao meu lado, vejo Dave deitado, completamente coberto pelo edredom azul.

Logo á minha frente, Cameron descansa a cabeça sobre um fino travesseiro. Vejo os outros garotos ao seu lado.

O som do meu coração ecoa pelas paredes de madeira.

Levanto-me, com os joelhos bambos. As vozes do meu sonho me perseguem.

Welcome to the Hotel California. Such a lovely place…”

Olho pela janela na qual vi o semblante negro se movimentar sorrateiramente, há algumas horas.

O sol ainda não nasceu.

O clima é frio, combinando perfeitamente com a chuva, que predomina do lado de fora. Grossas gotas escorrem pela janela e teto da cabana, fazendo-a abalar-se, mas não excessivamente.

O temporal me arrepia e puxo o cobertor novamente.

Escuto a voz de o pequeno Mike me chamar do lado de fora.

Corro até a porta, mas não vejo nada, e logo a fecho.

Viro-me e, através do vidro da janela, o vejo levando o dedo indicador até a boca, como se pedindo para guardar segredo de algo.

Duas mãos escuras e enormemente assustadoras, aos poucos, se apossam de seu tronco, puxando-o vagarosamente ao encontro da mais ríspida escuridão.

Um raio brilhante corta o céu,e depois disso, nada mais ouvi além do barulho da chuva e da nada doce cantiga de ninar.


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Notas finais do capítulo

o próximo capítulo é super catito pros que shippam a untitled com o dave :3



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