Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim escrita por Suzy Cullen


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

O capítulo anterior teve apenas dois comentários que eu li e adorei - Nikki e Su- , mas cadê vocês que não comentaram? A história ficou tão chata assim? Não sei o que aconteceu, mas esse capítulo é realmente importante, por isso espero vê-las comentar de novo, pois fiquei triste por ver que muita gente não comentou. Se gostam mesmo da história me falem, só assim vou ter energia para escrever os novos capítulos.
Boa leitura.



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Bella

Entrei no meu carro e bati a porta com força. Tranquei o veículo e respirei fundo, me acalmando antes de começar a dirigir. Coloquei a jaqueta de couro que ganhei de Carlisle no banco do passageiro. Olhei-a e respirei mais uma vez. Era impossível não lembrar Carlisle quando a via e o problema era que eu estava usando sempre, mas não queria pensar nele, tínhamos brigado.

Eram poucas as vezes que brigávamos, geralmente eram apenas... Discordâncias de pensamento, tipo isso.

Mas, poxa, ele sempre colocava o trabalho na minha frente. Eu marquei tudo, o restaurante, o cenário e quando vou avisa-lo, ele fala que hoje precisa trabalhar? Que eu tinha que ter avisado antes?

— Então não posso mais fazer um surpresa para o meu namorado, porque preciso avisar antes por causa do trabalho que ele ama mais do que eu. É isso? — perguntei já estressada.

— Não é assim que as coisas funcionam. — ele respondeu na defensiva, me deixando mais chateada.

Sem muita conversa, fui embora em seguida. Eram essas coisas que me magoavam. Se o hospital tinha mais valor para ele do que eu, porque ainda estava comigo? E o mais crítico: Será que ele era assim com Esme? Ou ele era diferente? Isso podia significar alguma coisa?

Comecei a dirigir, apesar de estar nervosa. Eu só não queria ficar parada. Rodei uns quilômetros de carro e parei em uma confeitaria. Doces. Eu precisava de doces. Sentei-me na mesa no canto, esperando ter um pouquinho de sossego. Fiquei uns minutos sentada, até que resolvi ver as tortas, afinal, achei injusto ficar sem consumir nada.

Qualquer uma servia, mas eram tantas que passei uns três minutos apenas estudando, já que se era para comer, queria comer bem. Escolhi uma de morango e chocolates brancos com meio amargo. Pedi uma Coca também.

Eu estava tão distraída que quando dei por mim, Edward estava ao meu lado, me chamando baixo. Fiquei envergonhada, imaginando quanto tempo ele deve ter passado me chamando e eu lá, absorta em uma torta.

— Estava pensativa, hein?

— Ah, é, desculpa. — forcei um sorriso e ele se sentou ao meu lado. Apesar de querer ficar sozinha, não me incomodei com ele ali.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não, tudo bem. — ele assentiu positivamente, pensativo.

— Estou sendo muito intruso né? — antes que eu pudesse responder, ele continuou: — se quiser, eu vou sem problema.

— Não, fique, é até bom ter alguém para conversar. — ele sorriu satisfeito.

Continuei a comer a torta, mas com mais calma, tentando parecer educada, já que ele estava observando. Pensei em puxar algum assunto, mas já me sentia estranha demais só por comer na presença dele, então fiquei quieta, afinal, não era só eu que tinha que tentar conversar. Ele que sentou ali, enfim.

— Então... — ele falou finalmente. — e o Carlisle, como vai? — tomei um gole da Coca antes de responder, tentando afogar o estresse junto.

— Tá bem. — falei, mas fiquei preocupada em ter sido grossa, então completei: — ele vai dar plantão hoje.

— Nunca vi um médico com tanta energia.

— Pois é. — desejei sumir naquele minuto. O tom da minha voz tinha entregado tudo.

— Mas, às vezes é ruim não tê-lo por perto. — ele disse, concordei mentalmente, claro.

— Ele podia parar um pouquinho. — admiti, e me senti um pouco mais relaxada por dizer a verdade sem receio dessa vez.

— Antigamente, ele era um pouco mais... Relaxado. Trocava com um colega para poder... — ele parou de repente, como se estivesse acabado de lembrar que eu não era a pessoa adequada para ouvir o resto e eu realmente, não era.

— Edward, tenho um compromisso agora e preciso ir, mas depois a gente se fala, ok? — menti o melhor que pude, mas no fundo eu sabia que ele tinha percebido.

Levantei-me, fui ao balcão e paguei rápido, me despedindo de Edward na mesma velocidade. Quando entrei de novo no carro, escondi o rosto com as mãos.

“Antigamente”... Ou seja, com a Esme. Ele era diferente com ela. Mas não fazia o mesmo comigo. Porque eu, Isabella, não era a Esme.

Carlisle

Saí da minha sala com alguns papéis que precisava entregar na recepção. No caminho olhei meu celular, pensando em mandar uma mensagem para Bella, algo assim. Mas resolvi dar um tempo a ela. Talvez ela pudesse entender meu pensamento.

Era meu emprego. Eu adorava minha profissão e não podia estar o tempo todo saindo, afinal tinha responsabilidades naquele lugar, mesmo que Bella não pudesse entendê-las.

Olhei para os papéis na minha mão, e foi aí que me bati em algo, que pareceu estremecer com o impacto também. Pois, a “coisa” era Esme, que estava com uma expressão divertida quando a olhei.

— Desculpa. — ela falou. — você sabe que não sou muita atenta.

— Desculpa, eu também não estava muito ligado. — ela sorriu. — o que faz aqui?

— Vim tirar o curativo do pé. — ela falou apontando para baixo. Estava usando uma rasteira e seu pé estava enfaixado, por isso estava mais... Cheinho. — você disse que era melhor eu vir aqui, já que, o médico precisaria ver mais uma vez, e por isso estou aqui.

— Fez bem. — as palavras pairaram no ar por alguns segundos e completei: — quero dizer, é melhor que o médico tire, pois como eu mesmo disse, ele precisa olha isso aí.

— Desculpa ter demorado de lhe agradecer, eu só esqueci... Quero dizer, não que eu tenha esquecido da sua ajuda, mas não pensei...

— Esme. — ela me olhou. — entendi. Eu acho.

— Sou sempre tão... Eu. — ela enfatizou a última palavra de uma forma negativa. Franzi o cenho.

— Qual é o problema de ser você?

— É só que... A Esme é tão... Você sabe né?

— Acho que não deveria ser desprezar. — ela sorriu e ficou um pouco corada, sorri também, mas não pelo que eu falei. Por tê-la visto daquele jeito. Sorrindo, corada, a Esme com quem me casei.

Um silêncio pairou no ar, mas com sempre fazia, Esme deu um jeito de quebra-lo.

— O Emmet está? — ela perguntou olhando em volta.

— Hoje é a folga dele.

— Viu só? Eu tinha que vir bem no dia em que o ortopedista tira folga. — ri de leve de sua “sorte”. — você vai fazer alguma coisa agora? Porque foram vocês dois que cuidaram de mim e se ele não veio, você... — ela tentava achar as palavras quando me olhava, como se eu pudesse incentiva-la. — você poderia tirar o curativo? Claro, se não tiver problema, se tiver, eu posso... — ela olhou para a recepção por um instante e voltou a olhar para mim.

— Preciso entregar uns papéis, então... A menos que possa esperar...

— Posso sim. — seu rosto se iluminou e ela sorriu.

Fui até Kate, a recepcionista e ela, sem perder a oportunidade, falou:

— Se eu fosse você, deixava ela ficar aí esperando um médico mesmo.

— Deixe de ser má. — falei. Kate era o tipo de pessoa que do jeito dela, consegue se tornar amiga de todo mundo no hospital, mas se ela não gosta de alguém, é problema. E o pior é que ela não teve muito contato com Esme e agora, a imagem da minha ex-esposa não está muita limpa, não só para Kate, mas para outros no hospital também.

— Essa mulher lhe traiu com aquele sem sal e você fica de amizade com ela?

— Kate, eu não sou amigo dela. — falei saindo e voltando para Esme.

Enquanto andávamos até minha sala comecei a me perguntar se eu e Kate não tínhamos sido indiscretos, afinal, Esme podia não ter ouvido, mas viu e pode ter notado que nossa conversa não se tratava apenas sobre aqueles papéis.

Chegamos e Esme ficou de pé, observando. Fiz sinal para que ela fosse para a maca atrás da parede de vidro fosco, coberta com aquele papel especial. Ela foi e se sentou.

— Não é garantido que você saia aqui com o pé sem curativo.

— Sério?

— É. Mas talvez não precise, também. — peguei seu pé, agora descalço, e comecei a tirar o esparadrapo.

Fiz o que pude para olhar apenas para o pé de Esme, mas em certos momentos, meus olhos acidentalmente subiam pelas suas pernas, por vontade própria. Por que ela tinha que gostar tanto de vestidos?

Involuntariamente lembrei de uma coisa que ela me disse a muito tempo, quando ainda namorávamos, e que por incrível que pareça, eu sempre lembrava: “ O que as baixinhas não tem de altura, a gente tem de corpo, seu bobo”.

Senti raiva de mim mesmo por pensar desse jeito, ainda mais que eu acabei de brigar com a minha namorada. Terminei o mais rápido que pude e examinei rápido, pois já estava bem cicatrizado.

— Está tudo certo. — me levantei sem olha-la.

— Não preciso mais de curativo?

— Não. — a olhei de novo e sua expressão tinha mudado bruscamente. Não era mais divertida, na verdade... Eu não sabia o que era.

— O que posso fazer para te agradecer de novo?

— Eu acho que...

— Carlisle, eu não mereço tudo o que já fez e que está fazendo por mim. — ela me interrompeu de repente, me deixando sem palavras. — eu fui capaz de estragar tudo quando lhe trai e agora, eu não mereço sua amizade.

— Mas...

— Enquanto você olhava meu pé, eu pensei... Eu consegui acabar com tudo. Eu preciso que você saiba que eu me arrependo de ter te magoado tão profundamente. Eu só me sentia tão sozinha e tão desprezada, que... Charles era uma fuga para meus problemas, e eu mereci cada tapa que ele me deu... Eu mereci... — ela engoliu em seco, mas seus olhos estavam ameaçando transbordar.

— Não diga isso. — foi o que consegui dizer. — não... Não se culpe desse jeito.

— Como eu não vou me culpar? Eu me odeio pelo o que fiz. Todos os nossos conhecidos, Carlisle, todo mundo... — ela chorou. — eles falam comigo, mas me olham tão julgadores, sabe?

— Esme, por favor... Não chore... — pedi, inutilmente.

— Eu... Eu... Precisava. Desabafar. — ela me olhou nos olhos e senti algo estranho.

Era como se tivéssemos uma ligação instantânea e era difícil corta-la naquele instante. Esme limpou o rosto e respirou fundo.

— Desculpe, obrigada e sinto muito tomar seu tempo, eu só queria... Deixa... — ela saiu.

Esme

Não entendi o que aconteceu comigo, mas vê-lo cuidar de mim me deixou completamente abalada e culpada. O pior foi que, quando saí de sua sala, o que me incomodou, não foram os milhares de olhares em cima de mim.

Foi a terrível sensação de que, à medida que eu me afastava, parte de mim queria fazer o caminho contrário e essa parte, estava manipulando meu coração.


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Notas finais do capítulo

As coisas começaram a piorar e a confusão tá armada!



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