POV Ally

O dia da festa de Lucy com certeza ficará marcado para sempre. Isso por muitos motivos, muitos bons, mas até mesmo alguns ruins. Como exemplo as ameaças de Kira, mas também o pedido de Austin. O “pós” festa também foi muito marcante. Por quê? Talvez seja melhor começar do... Começo?

Quando era umas três horas da manhã, Austin e eu decidimos sair da praia e ir embora. Para isso tivemos que achar Audrey e Mary, as quais, não era surpresa, estavam bêbadas. Até mesmo Trish havia bebido muito. Os irmãos de Austin estavam mais sóbrios, mas não escaparam da ressaca.

Ninguém havia notado nossos anéis de compromisso devido ao estado de embriagueis. Dez não estava bêbado, mas não percebeu pois estava ocupado demais cuidando de Trish. Uma surpresa foi Harry avisar que não ia embora conosco, pois ia ficar na casa de Lucy. Entretanto, nós não acabamos perguntando nada, já que estávamos ocupados demais com um bando de bêbados.

Nós chegamos em casa tendo muito cuidado para não acordar os pais de Austin, já que estava muito tarde. Esse também foi o motivo que fez Dez, Trish e Mary dormirem na casa dos Moon. Adam e Andy foram para o quarto cambaleando e rindo, uma cena muita engraçada. Dez foi para o quarto de Austin que tinha uma cama vaga enquanto eu tive que ficar com três bêbadas. Eles não me ajudaram, pois tive que trocar a roupa de todas.

Acho que minha função na vida é ser babá. Isso porque tive que dar banho em três garotas e depois dar minhas roupas ou de Audrey para elas. Isso tudo com muito cuidado, para Mel não acordar. Depois de tudo isso, elas estavam sentadas na cama de Audrey caindo de sono. Não sabia o que fazer, mas no mesmo momento Austin entrou no quarto com um colchão gigante para Trish e Mary.

Coloquei o colchão em frente às duas camas, arrumei travesseiros e cobertores. Mary parecia ser a mais bêbada já que quando a fiz deitar ela começou a gargalhar. Com medo que todos acordassem, inclusive Trish e Audrey, coloquei um travesseiro na cara dela, com muito cuidado para que não sufocasse. Esperei ela parar de rir para que pudesse tirar o travesseiro. Quando o tirei Mary dormia, pelo menos eu esperava.

Arrumei todas para dormirem e quando foi minha vez de deitar, acho que era bem possível já estar amanhecendo. Mesmo com tanto o sono e tanto cansaço, foi impossível dormir imediatamente. A cena do pedido de Austin se repetia em minha cabeça, era impossível imaginar que ele faria isso. Mas, logo cai no sono com apenas um loiro na cabeça.

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Um grito me despertou. Na verdade, deve ter despertado a todos. Abri os olhos assustada e vi que Mel, ao meu lado, fez o mesmo. Olhei para o lugar de onde veio o grito e a cena era um pouco estranha. Audrey tinha seu pé no pescoço de Mary e Mary tinha sua mão na cara de Trish. Então as três gritaram de susto.

– O que você está fazendo no meu chão? – Audrey perguntou confusa.

– O que seu pé está fazendo em meu pescoço? – Mary retrucou.

– Digo o mesmo – Trish entrou na conversa se referindo ao tapa que Mary lhe deu.

– Oh droga – Resmunguei irritada e todas se voltaram para mim.

Nós nos analisamos como completas estranhas. Devo dizer, estranhas bem desajeitas, afinal havíamos acabado de acordar, e não de um jeito muito bom. Mel, ao meu lado, observava tudo calada. Vi o olhar de Mary descer para minha mão direita e então ela voltou a olhar em meus olhos.

– O que é isso em seu dedo Ally? – Ela perguntou com uma calma inexistente. Logo, todas estavam me olhando desafiadoramente.

– Hm... Um anel de compromisso? – Perguntei com medo.

– De quem? – Trish perguntou do mesmo jeito que Mary, lento e calmo.

– Austin? – Falei em forma de pergunta. Puxei Mel para meu colo como uma forma de proteção. As três estavam furiosas, só não tenho certeza se é comigo.

– Porque aquele idiota não me contou? – Audrey gritou furiosa e eu apenas dei ombros.

Audrey provavelmente ia gritar mais algo, mas a porta foi aberta. Lá estavam quatro garotos. Austin, Dez, Adam e Andy estavam vestidos do mesmo jeito, apenas uma calça de moletom. Mas, para mim Austin com certeza era o melhor. Ele era muito mais musculoso do que aparentava. Seus cabelos loiros estavam bagunçados e sua expressão era sonolenta. Ele estava tão fofo, mas não pude admirar por muito tempo, já que Audrey o atacou.

As três bêbadas estavam do mesmo jeito, olheiras muito escuras e ainda parecendo muito cansada. Mas, isso não diminuía a força de Audrey. Austin quase caiu para trás quando Audrey pulou nele e começou a socar seu peito. Ao mesmo tempo os irmãos dela foram ao seu lado e cada um pegou um braço a afastando de Austin.

– Eu não acredito que você não me contou – Ela gritou com raiva e percebi que Austin continuava confuso. Ele se virou para mim pedindo uma explicação e eu apenas levantei minha mão direita. Ele abriu a boca surpreso e depois deu um sorriso de lado para a irmã.

– Desculpe – Ele disse dando ombros e ela o encarou com os olhos semicerrados – Ninguém sabia... – Ele falou, mas então Dez deu um passo para longe de Trish, que estava ao seu lado –... A não ser Dez – Austin completou e Dez o encarou com os olhos arregalados como se disse, porque contou? Segundos depois Trish bateu no braço de Dez.

– Você sabia? – Ela perguntou furiosa e recebeu apenas um sorriso torto como resposta.

Era bem possível que elas continuassem a briga pela manha toda, mas eu não estava afim disso. Um dos motivos é que ninguém estava bem no momento. Mary ainda estava sentada no colchão, pois não parecia ter forças para levantar. Audrey estava jogada nos braços dos dois irmãos. Trish aparentava estar bem cansada também. Além disso, Mel que estava em meu colo olhava tudo assustada e sonolenta.

– Ei – Falei chamando atenção de todos – Não podemos terminar isso depois? – Disse cansada.

– Ela tem razão – Austin concordou – Não é justo vocês gritarem conosco. Afinal, Ally que cuidou de você ontem tá? Acredite, não deve ter sido nada fácil – Ele falou me defendendo.

– Não mesmo – Concordei - Principalmente a parte de sufocar Mary com o travesseiro – Falei levantando uma sobrancelha. Todos olharam assustados para mim, até mesmo Austin.

– Okay, não importa quem sufocou quem. Apenas obrigada por cuidar de nós, Ally – Trish agradeceu e eu sorri.

– Tudo certo, então vamos dormir – Audrey falou e se jogou dramaticamente na cama.

– Tente não pisar mais em meu pescoço – Mary falou irônica e Audrey mostrou a língua.

– Então vamos dormir – Adam que não havia falado nada se manifestou e deitou ao lado de Mary. Nós olhamos confusos e surpresos até Audrey dar ombros e abrir espaço na cama.

– Vem cá, irmãozinho – Ela falou para Andy que revirou os olhos e se deitou ao lado dela.

– Tudo bem – Dez falou e se deitou com Trish no espaço que havia sobrado do colchão do chão.

– Apague a luz, Austin? – Mary perguntou e ele obedeceu, também fechando a porta.

Austin veio até minha cama e subiu nela. Suspirei sorrindo para ele e este fez o mesmo. Nós nos deitamos do mesmo jeito de quando ele ficou aqui no meu primeiro dia. Mel estava no meio já que era pequena e Austin nos abraçava carinhosamente. Ele beijou minha testa e ficou nessa posição como se fosse continuar me beijando. Sua respiração calma batia em meu rosto, um simples gesto que me deixava pulando de alegria. No mesmo momento em que fechei os olhos Mary disse:

– Sabe, eu gosto de homens mais novos – Ela disse provavelmente se referindo a Adam.

– Oh Deus – Trish murmurou enquanto Audrey gritava:

– CALA BOCA – Berrou irritada.

Todos nós rimos divertidos, mas não foi dito mais nada. Com o profundo silencio logo cai no sono com um sorriso bobo estampado. O motivo? Todas as pessoas daquele quarto, mais especificamente, o loiro dormindo na minha cama.

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Senti lábios macios e quentes em minha testa. Foi assim que acordei, um maravilhoso jeito de acordar. Sorri antes mesmo de abrir os olhos, afinal era impossível não reconhecer Austin. Agora seus lábios estavam sobre os meus. Nós demos apenas um selinho, pois havia uma criança em nosso meio.

– Awn – Ouvi aguem exclamar rindo. Abri os olhos assustada e virei para o outro lado. Audrey e Andy nos observavam rindo, ainda deitados na outra cama. Senti meu rosto esquentar e com vergonha enfiei a cabeça no travesseiro.

– Que fofo – Trish falou baixinho lá em baixo.

A situação no chão estava muito engraçada. Trish e Dez já estavam acordados e abraçados ocupando metade da cama de casal. A outra metade, mesmo pequena, era para estar ocupada por Mary e Adam. Mas, não era o que acontecia. Apenas Mary estava deitada no colchão. Adam havia sido jogado no chão com um travesseiro e parecia ainda dormir.

– Parem de gritar – Mary gritou fazendo todos se assustarem. Bem, quem não havia acordado, agora acordou. Nós rimos de Mary já que, ninguém havia gritado, muito pelo contrario.

– Ah que dor de cabeça – Adam reclamou subindo no colchão ao lado de Mary. Todos concordaram com ele menos eu, Austin e Dez.

Um bracinho de repente agarrou minha cintura. Olhei Mel respirar fundo e esconder o rosto em minha barriga. Ela pelo visto não queria escutar nossa conversa e sim, dormir. Ri da pequena preguiçosa e alisei seus cabelos.

– Alguém vai ter que fazer o café da manha – Andy pediu colocando a coberta até o rosto.

– Acho que seria café da tarde – Dez corrigiu – São duas da tarde – Falou olhando para o celular e nós ficamos surpresos.

– Mesmo assim, preciso comer – Andy reclamou e eu ri.

– Eu faço então – Me pronunciei e Trish olhou surpresa.

– Cozinha? – Perguntou e eu assenti.

– Se deu bem, Austin – Adam parabenizou e eu corei novamente.

Como ninguém parecia ter coragem de levantar eu decidi fazer algo para comermos. Desgrudei-me de Mel e fui para o banheiro enquanto todos conversavam deitados ainda. Fiquei com minha regata e short do pijama mesmo, já que era bem provável todos ficarem assim. Sai do banheiro e todos estavam na mesma posição. Sorri e fui em direção a Mel.

– Você vai vir comigo? – Pedi vendo que ninguém iria descer comigo. Até mesmo Austin parecia ter dormido de novo. Ela sorriu e concordou. Peguei-a no colo colocando uma perna em cada lado da minha barriga. – Eu já volto – Avisei e recebi apenas um murmuro de Trish.

Desci as escadas com a menina e constatei que não havia mesmo ninguém em casa. Fui direto para cozinha e percebi que na porta da geladeira havia um bilhete.

A festa deve ter sido boa não é? Saímos para trabalhar e vocês estavam dormindo, voltamos para almoçar você estavam dormindo. Espero que não tivesse trabalho importante hoje para nenhum de vocês. Nós saímos para almoçar fora, portanto o almoço é por conta de vocês. Há várias coisas na geladeira, ok?

Beijos, mamãe e papai.

Sorri terminando de ler o bilhete carinhoso. Abri a geladeira vendo realmente muitas coisas. Resolvi fazer uma lasanha de frango já que não demorava tanto. Cozinhei com Mel ainda em meu colo, pois ela não queria sair.

– Está bom? – Perguntei um tempo depois quando faltava pouco para terminar a lasanha.

Mel acenou freneticamente e fixou seus olhos atrás de mim. Antes que eu descobrisse o que chamou sua atenção braços nos envolveram por trás de mim. Ofeguei de susto e dei um pequeno grito.

– Também quero experimentar – Austin falou em meu ouvido.

– Idiota – Falei batendo nele como podia.

– Sabia que fica linda cozinhando? – Ele sussurrou ignorando minha fala. Corei e virei um pouco minha cabeça, o suficiente para receber um beijo. Nos separamos quando ouvimos um choramingo. Mel nos olhava curiosa e triste.

– Ciumenta – Falei beijando todo o rosto da pequena que riu junto comigo. Para completar Austin beijou minha bochecha carinhosamente. – Pode chamar os outros? Vou apenas colocar a mesa – Pedi me virando para ele, que por sinal continuava sem camisa.

– Claro – Concordou e beijou minha testa antes de correr para as escadas.

– Vamos por a mesa – Falei para Mel e coloquei-a no chão.

Acabou que só eu coloquei a mesa, pois a garota corria fugindo de mim. Coloquei a lasanha gigante por ultimo, no centro na mesa. Mel continuava correndo com uma energia vinda de não sei onde. Revirei os olhos e pedi:

– Pare de correr – Mas, ela apenas riu da minha cara deixando-me mais irritada – Melissa Dawson coma primeiro, depois corra – Falei autoritária e Mel parou no lugar apenas assentindo.

– Nossa – Alguém falou no alto da escada e depois assobiou. Virei surpresa para escada e encontrei uma cena hilária. Todos desciam as escadas ainda de pijamas. Suas caras estavam sonolentas e cansadas. Mary tinha uma manta enrolada em seu corpo e seus cabelos estavam bagunçados. Quem havia falado era Adam, que descia primeiro – Ela nunca me obedece – Ele disse divertido e deu ombros. Olhei questionadora e brava para Mel e a criança apenas deu ombros. Revirei os olhos, mas não disse nada.

Fui para a cozinha novamente e percebi uma caixinha que não havia visto antes. Nela estava muitos comprimidos para dor. Provavelmente a mãe de Austin sabia da ressaca de alguns.

– Mary? – Perguntei indo em direção à garota descabelada – Tome – Falei autoritária e dei um comprimido para ela. Assim foi com praticamente todos daquela sala.

– Achamos a pessoa responsável que precisávamos – Audrey murmurou se sentando em uma cadeira da mesa.

– É, mas essa pessoa responsável também precisa tomar remédios – Austin falou se referindo a mim.

Dei um sorriso sem graça e depois de tomar todos meus remédios fui sentar-me à mesa com os outros. Todos já haviam pegado um pedaço de lasanha me deixando na expectativa.

– Ally, você precisa cozinhar mais vezes – Dez falou enquanto comia o primeiro pedaço. Sorri animada com o resultado.

– Isso está realmente bom – Andy falou maravilhado.

– Obrigada – Falei com vergonha.

– Já pode casar – Audrey falou sorrindo. Austin mostrou a língua para a irmã, mas depois me deu um selinho.

O resto do almoço foi completo de elogios a minha comida, gemidos de dor da parte de Mary, beijos da parte de Austin e piadas da parte de Dez. Ou seja, um almoço muito divertido. Toda a lasanha que eu havia feito já havia acabado, portanto estávamos todos apenas conversando.

– O que vamos fazer? – Perguntei se referindo ao resto de nossa tarde.

– Eu com certeza não vou trabalhar – Mary resmungou se enrolando mais com a coberta. Sim, ela havia comido enrolada em uma coberta.

– Vamos assistir algum filme – Adam pediu.

– A Última Música – Trish quase gritou.

– Ah, não – Andy reclamou.

– A Última Música, sim – Audrey defendeu.

– Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros – Austin retrucou.

– Isso – Adam concordou batendo na mesa.

– Querido John então – Mary falou desafiando. Eu e Dez éramos os únicos que não estavam gritando, pois até mesmo Mel entrou na discussão.

– Nemo – A voz infantil cortou a briga. Caí na gargalhada enquanto os outros olhavam Mel como se a desafiasse.

– Ei, não ousem brigar com minha irmã – Falei defendendo-a e abraçando a pequena.

– Então vamos assistir primeiro Abraham Lincoln, depois A Última Música, então Querido John, por ultimo Nemo. – Dez pôs fim discussão.

– Fala sério – Adam reclamou.

– Não reclame, baby – Mary falou e bateu levemente em Adam.

– Mas, primeiro – Audrey começou e fez suspense – Quem vai lavar a louça? – Perguntou por fim. Foi então que começou outra briga. Todos gritavam apontando uns aos outros.

– Parem de gritar – Mary gritou com a mão na cabeça.

– Eu lavo – Austin gritou irritado – Vão arrumar as coisas, eu já vou – Ele pediu e todos assentiram saindo da mesa, menos eu. – Vai ficar? – Ele perguntou sorrindo.

– Vamos – Concordei pegando Mel no colo e levantando.

Por incrível que pareça, Austin continuava sem camisa. O garoto parecia não ter mais nenhuma roupa, não que esteja reclamando. Ele começou a tirar todos os pratos da mesa enquanto eu colocava Mel no chão para poder ajudar.

– Não precisa – Falou quando peguei um prato, mas meu olhar mortal o fez ficar quieto.

Austin lavava os pratos enquanto eu secava. E Mel, bem, ela só ficava sentada no balcão ao lado de Austin. Ele fazia caretas para ela rir e eu acabava rindo também. Estava tão distraída que nem vi a garota pegar a mangueira de agua de pia. Apenas percebi quando ela virou a mangueira para Austin.

– Mel... – Comecei a falar e então Austin se virou para ela.

Não pude terminar de falar já que no mesmo momento Mel espirrou água em Austin. Não pude deixar de gargalhar quando vi o corpo de Austin todo molhado. A única reação dele foi abrir a boca em surpresa. Com medo de Mel atingir mais alguém corri até ela e peguei a mangueira de sua mão, ainda rindo.

– Acha engraçado é? – Austin questionou com uma sobrancelha levantada e eu apenas continuei rindo. Ele começou a se aproximar de mim, certamente suas intenções não eram boas, portanto ergui a mangueira em sua direção como uma arma.

– Não ouse – Ameacei, mas ele continuou se aproximando. Eu havia avisado. Apertei a torneira deixando mais água ir em Austin. Quando finalmente vi Austin todo molhado, inclusive sua calça de moletom, fechei a torneira. Eu e Mel gargalhamos ao ver o estado de Austin.

– Não acredito que fez isso – Falou indignado olhando para sai mesmo.

– Acredite – Falei rindo ainda mais.

Tão distraída não vi quando ele se aproximou de mim e tirou a mangueira de minhas mãos jogando-a na pia depois. Logo depois dois braços envolveram minha cintura puxando-me em direção a um corpo todo molhado. Instantaneamente meu pijama todo foi molhado com a agua fria do corpo de Austin.

– Idiota – Gritei batendo em seu peito.

– Você mereceu – Falou rindo não se importando com meus socos. Enquanto tudo isso eu ouvia Mel rindo ainda sentada no balcão.

– Estou toda molhada – Reclamei ainda em seus braços.

– Na verdade, tudo está molhado – Falou olhando para o chão da cozinha.

– Vamos limpar isso – Falei puxando pela mão.

Foi esse o resultado final, nós limpando uma cozinha alagada. Quando finalmente terminamos, Austin pegou Mel no colo para ela não escorregar e fomos para a sala. Lá estavam todos praticamente acampados. Havia travesseiros e cobertas para todos os lados. Tinha até mesmo o colchão que estava no quarto. Dez estava sentado em um sofá e Trish deitada com a cabeça em seu colo. No colchão, entre os sofás, estava Audrey, Andy, Adam e Mary, inclusive os últimos estavam abraçados. Todos olharam para nós quando aparecemos e eu apenas sorria como se tivesse aprontado.

– Nós mandamos vocês lavarem a louça e parece que vocês saíram de uma enchente – Mary falou observando nossas roupas molhadas.

– O filme já vai começar, vão trocar de roupa – Trish falou nos apressando.

– Tentem não demorar – Audrey pediu rindo.

Deixamos Mel com eles e corremos para as escadas, pois eu já estava congelando mesmo o dia não estando tão frio. Antes de entrar no quarto Austin beijou minha testa carinhosamente. Sorri boba e entrei no carro. Coloquei apenas um short jeans claro e uma blusa de moletom grande e vermelha. Prendi meu cabelo em um coque rapidamente e abri a porta do quarto.

Ao mesmo tempo Austin abria a dele. Ele havia colocado uma bermuda azul e estava sem camiseta, como de costume.

– Está linda – Ele disse se aproximando. Franzi a testa, afinal minha roupa não era nada demais.

– Por quê? – Perguntei confusa.

– Ué, porque é minha namorada – Falou como se fosse óbvio. Sorri bobamente assim como ele. Nos beijamos rapidamente, pois era bem provável Mary subir se demorássemos mais.

Descemos e como já estava tudo ocupado, nós tivemos que ficar com o sofá, e com Mel. Austin ficou sentado e eu deitei com a cabeça em seu colo. Mel ficou deitada em cima de meu corpo, pois é pequenininha. E então nós começamos a assistir a maratona de filmes.

No primeiro filme, Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros, Mel já estava dormindo em meu colo. E eu desconfio que Mary fazia o mesmo. Explicando melhor, os dois sofás eram virados um para o outro e o colchão estava no meio e a TV na frente. Portanto Mel nem conseguia prestar atenção no filme, apenas dormia.

O segundo filme foi o que eu mais prestei atenção, pois além de ter lido o livro, eu me identificava muito com a personagem. Em A Última Musica o pai da principal tinha descoberto um câncer, assim como o meu. Então, todas as etapas as quais ele passou meu pai também havia passado.

No final do filme eu não havia percebido que as lágrimas rolavam por meu rosto. Apenas percebi quando Austin passava suas mãos calmas por meu rosto as limpando. Mais ninguém da sala havia percebido meu choro silencioso, apenas Austin. Ele alisava meus cabelos e limpava cada lágrima que caia. Ele não falou nada, apenas esperou eu me acalmar.

Depois começou Querido John que todos nós assistimos, a não ser Mel que ainda dormia. Esse era um dos meus filmes favoritos, e que considerava muito triste também. Mary também parecia adorar o filme, porque fazia comentários em todo o filme, irritando Adam.

Por último começou Nemo. No mesmo momento em que começou Adam resmungou algo como, não acredito que estou assistindo Nemo. Acordei Mel para ela assistir e a pequena pulou de animação.

Na metade do filme Adam e Austin já haviam dormido. Austin tinha dormido sentado e com a cabeça de lado. Tive vontade de rir, mas me controlei apenas sorrindo e levantei o braço alisando os cabelos loiros de Austin.

E foi assim a tarde de todos nós juntos. Um tanto bagunçada, mas muito divertida. Há algo melhor? Acho que não.