Appear escrita por Elabeth Werth


Capítulo 4
Capítulo 3- Quando os monstros saem para brincar


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente... quero agradecer a todos os reviews, e já aviso que estarei os respondendo o mais rápido possível. XD
Leiam, comente, recomende, indique aos amigos, por favor *.*
E CLARO MUITOOOOOOOOOO obrigada a Hella de Hell pela recomendação *O* (to pirando ate agora com isso... '-')



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Capitulo 3-Quando os monstros saem para brincar

Nos dias seguintes ele sempre me seguia. Confesso que em parte aquilo me irritava, porem uma maior parte de mim, apreciava sua atitude. Era notável o quanto ele era tímido. Prova disso, era as inúmeras vezes que me via e tentava conversar. Felizmente –ou infelizmente, dependendo da sinceridade da frase- o estranho sempre desistia, permanecendo em uma atitude totalmente embaraçada, abrindo e fechando a boca constantemente.

Esse jeito dele, de uma forma hipnotizante, estava me atraindo mais do que deveria, e eu gostaria. Às vezes me via a ponto do descontrole, quase me expunha. E a culpa disso era dele.

Lógico, porque era extremamente tentador tê-lo correndo alguns poucos passos atrás de mim. Pressentia o seu calor, sentia o sangue fruindo correntemente pelas suas veias, dançando por entre seu corpo sob sua pele de aparência macia e quente. Sentia-me entorpecida, completamente enlouquecida por aquele desconhecido.

Ao vê-lo essa manhã vi algo que me chocou, ele estava determinado a algo. Tinha certeza, ele ia se aproximar mais de mim nesse começo de dia. Isso não seria bom pra ele. Agora viria uma questão moral: O deixaria se aproximar? Colocaria o frente a frente ao perigo? Como eu agiria e reagiria a ele? Não, espera! Porque eu iria querer ele perto de mim? O odiava e me odiava pela forma como ele me deixava. Certo? Certo, estava decidida sobre isso.

Instintivamente apressei o passo, o ignorando, talvez isso o fizesse desistir. Pena, que não foi o suficiente.

–O-Oi... -murmurou me alcançando e correndo ao meu lado.

O olhei brevemente, imediatamente meus olhos acabaram se focando na veia pulsante em seu pescoço. Controle-se Poppy! Foco. Com certa relutância, mudei o meu foco de lugar. Mirei o horizonte, correndo em um ritmo mais elevado.

Ele não desistiu e veio logo atrás. Aquilo estava me irritando, a estupidez e falta de noção de perigo desse estranho era imensa. Ele só poderia estar à procura da morte! Todo humano sente o perigo, ao chegar perto de um vampiro. Por que ele ignorava seus sentidos? Qual era o problema desse cara?!

O que ocorreu a seguir, foi uma situação rápida aos olhos dele, mas para não para mim. Tive plena consciência do que ocorreu.

Estava tão absorta graças a minha concentração, que não vi o carro que vinha. Ouvi a voz dele assustada e um grito de alerta, antes do carro me “empurrar” de leve, fui arremessada a menos de um metro, sabia que não seria nada grave devido ao que eu era. Porém, o barulho que surgiu parecia que, sem duvidas alguma, eu não sobreviveria. Mas assumo, que doeu um pouco aquilo.

O tal “Bruce” e o dono do carro se aproximaram.

–Você esta bem?- O homem do carro se aproximou. -Vou ligar para a emergência. -disse já digitando o numero.

Automaticamente peguei seu celular, o desligando e entregando em sua mão, logo em seguida. Bruce olhava surpreso para o caro e eu comecei a me por de pé.

–Não... Não se mexa... -Bruce soou urgente, se ajoelhando. Olhei-o irritada, quem ele pensa que é, para me dizer algo?!

Me levantei e vi que apenas meu braço esquerdo e joelho havia sofrido arranhões, um deles pareceu profundo, mas nada demais. Era questão de menos de meia hora para aquilo desaparecer completamente. Me levantei enquanto Bruce ainda me olhava claramente confuso. O dono do carro, olhava o mesmo assustado, não o culpava. Onde havia sido a batida, tinha um amassado consideravelmente grande. Ele olhou do carro para mim, desta vez confuso.

–Tem seguro? -questionei. Ele acenou bobamente, assustado com o meu estado.. Dei um sorriso sarcástico. Ótimo! No primeiro passo senti uma fisgada maior, mas logo no segundo já consegui suportar. Enquanto várias pessoas ao redor me olhavam abobadas.

–Srta. Espere, por favor, tenho que te levar a um hospital, você não pode simplesmente sair assim! Esta muito machucada. -disse o homem apressado.

–Então, me observe o fazer... -ri caminhando, quase normalmente, sem olhar para trás. Os burburinhos a minha volta me deixaram um pouco irritada, mas tratei de ignorá-los.

Todavia, o pior estava por vir.

–Você deveria estar muito mais machucada que isso... Até mesmo morrendo... -murmurou Bruce segurando meu pulso, com o ato já me virei de imediato para ele.

Engoli a seco observando suas feições. Ele era realmente fascinante para mim. Aqueles olhos castanhos me acolheram de imediato, abaixando quase todos meus “escudos”, para o mantê-lo longe.

–Deixe-me... -resmunguei fraca, embora ao plano inicial devesse ser imponente, como uma ordem. Entretanto, para meu desgosto não passou de um resmungo de uma garotinha mimada.

Soltou meu pulso sem jeito, corando brevemente, mas se mantendo ativo, curioso e confiante em descobrir os “porquês” silenciosos impostos por mim, demonstrados por meus olhos e minha resistência.

O cheiro de seu sangue soou urgente aos meus sentidos.

Híbridos não tinham a mesma capacidade de ficar sem respirar como um vampiro, porem tínhamos um grande fôlego, ficando ate mesmo por alguns pares de horas sem respirar. Usufrui disso, naquele momento, prendendo minha respiração.

–Você esta bem? -questionou suave. Acenei brevemente. -E-Eu... Eu sou o Doutor Robert Bruce Banner... –apresentou-se me fazendo olhá-lo novamente.

Naquele momento, sentia uma grande dificuldade em me afastar dele ou simplesmente, ser grossa e mal educada apenas para afastá-lo. Aquele olhar... Eu simplesmente me sentia puxada de encontro a ele. A verdade me chocava, não tinha forças para resistir.

–E você...? -questionou me trazendo de volta ao momento. Engoli a seco, novamente.

Não posso deixar ele se aproximar!

Dei de costas já voltando a andar, contudo ele veio atrás, me chamando. Apressei o passo, estávamos próximo ao beco que algum tempo atrás, eu havia me escondido dele. Senti-o segurar meu pulso novamente. Me virei irritada, o xingando por mil nomes mentalmente. Acabei o empurrando com mais força que o necessário, fazendo um barulho chamativo de suas costas batendo contra a parede de tijolos alaranjados e sujos. Me arrependi em seguida ao ouvir tal barulho. Teria, eu, o machucado?!

–Você esta bem? -questionei preocupada me aproximando. Ele estava com os olhos fechado, sua respiração parecia estar se descontrolando rapidamente assim como seus batimentos cardíacos.

–Vai... E-Embora... -disse com dificuldade, sua voz aparentou mais grave.

–E-Eu... Eu o feri? -murmurei engolindo a seco. Eu apenas queria afastar do perigo, não o machucá-lo. Todavia, eu era um monstro, mesmo tentando o salvar do mal maior, eu o feri!

Pra minha surpresa, ele pareceu rosnar, e suava frio. Oh ceús, o que estava acontecendo com ele?

–Co... Corre... -sua voz estava completamente diferente e muito mais grossa.

Olhei-o confusa e vi sua mão se tornar um coloração esverdeada. Entreabri os lábios observando essa mesma cor ir tomando conta de seu ser, enquanto ouvia-se algo como o estalar e quebrar de osso, misturado ao rugidos dele. Sua forma começou a se tornar maior e com músculos definidos, sua blusa começou a rasgar. Dei alguns passos para trás observando sua transformação, e dando espaço a ela.

“Ele era o Hulk?!” - minha mente riu, comparando a criatura já descrita dezenas de vezes por animalesca e irracional, com aquele homem tímido em busca de respostas.

O gigante verde começou a se por de pé. Me coloquei em modo de ataque por precaução. Quando ele finalmente olhou para mim, de cenho franzido, aparentemente já pronto para esmagar qualquer coisa a sua frente, ele se focou em mim, os castanhos mudando para o verde, a principio foram raivosos, porém eles ainda possuíam o aconchego e carinho de antes, e ao mesmo tempo ainda se mantinham obscuros e selvagens, dando jus a sua atual forma.

Relaxei minha postura. Enquanto ele ainda me observava de maneira calma, e semelhante a de antes, curioso. Se ele era como todos diziam, porque não me atacava? De uma forma ou de outra, minha mente continuava perdida em perguntas tanto em relação a ele quanto a mim mesma.

Ouvi algo ser disparado, uma arma de fogo. Ele se virou furioso para onde veio o tiro, na entrada do beco havia uma viatura ali parada, e os policiais, estavam com as armas apontadas a Banner/Hulk. Seus rosnados crescentes alertavam do erro que aqueles homens haviam cometido.

–Hulk! –chamei-o, fazendo se voltar quase que instantaneamente a mim.

Com minha velocidade sobre humana eu corri em sua direção. Dei um único salto e preparei um soco. Não temi usar minha força total naquele momento, sabia que ele aguentaria. Entretanto, me preocupei por segundos ao ver o gigante verde cair desmaiado sobre a viatura, logo ouvi seus batimentos se tornando calmos, e seu tamanho voltando-se ao normal.

Com o susto os policiais correram em busca de reforços. Não teria muito tempo, sabia que logo eles voltariam, e Dr. Banner acordaria.Me aproximei apenas checando e o vendo já embalado num sono dado-se ao desmaio. Levei minha mão próxima a sua face, queria tocá-la acariciá-la, sentir em fim sua textura. Mas me repreendi repuxando minha mão de volta. Ouvi a movimentação a se aproximar, e tomei o rumo do hotel.

O sol surgia, e eu deveria manter as leis intactas. Todas elas.

*****

Quando a escuridão trouxe a hora certa dos vampiros, eu me escondi no que eu era. Nas sombras. Assim com facilidade sob a luz de uma lua nova, eu me aproximei novamente. Escalei com cuidado e discrição a Stark Tower, pelo lado de fora. Cheguei a um ponto onde ouvi as conversas concentradas. Percebi que um pequeno grupo conversava.

–Carol... Quanto tempo você vai ficar?

–Bom, Nick me obrigou a vir para cá... E quando é coisa do diretor, sabe muito bem como é Nath.

–Ótimo, agora isso virou o clubinho do super heróis oficialmente... E ainda tenho que conviver com essas duas crianças...?

–Logan , não começe, eu e Pietro não estamos fazendo nada de errado contra você...

Nenhumas dessas conversas me interessavam, nem os donos das vozes. Me foquei em procurar seu cheiro. Estava em seu quarto, o que me fez sentir-me idiota, mas nem tanto, afinal ele vivia ali, poderia estar em qualquer lugar da torre.

–Você esta querendo me dizer que acha que a gostosinha que corre todo dia é uma mutante?!

–Eu acho...Quer dizer... Ela... A batida deveria ter a deixando em estado grave, ou até mesmo morta. Você deveria ter visto o amassado do carro, ela só sofreu alguns arranhões... E Tony, pela primeira vez eu me lembro perfeitamente do que vi dessa vez, tudo enquanto ainda era... Ela conseguiu desmaiar o… Outro cara... Eu não sei o que ela fez ou tem... Mas ela não é normal...

–Em um mundo onde tem deuses, gêmeos com poderes, e um cara com uma roupa azul cintilante, ser atropelado e sair com alguns arranhões é até considerado... hm, normal - ouvi Bruce bufar brevemente.

–E o que explica os olhos dela?! Eu não fui o único que viu. Steve, também viu a forma como os olhos dela mudaram. -Ouvi Tony rir.

–O capicolé disse que ela não é de deus... Aquele cara é uma comédia, não deve ser levado a sério. Mas, qual é Bruce... Somos gênios... Você é inteligente, deve ter sido algum jogo de luz, ou ela deve ter algum poder mesmo. Não se preocupe, daqui um tempo ela vai é estar aqui conosco, porque se tiver o tapa olho não perde uma!

–Não sei por que ainda perco tempo tentando falar com você... - resmungou Bruce.

–Ah grandão, pare de birra, você me ama. Todos me amam. Agora, vamos jantar...

–Eu... Eu estou sem fome... -murmurou Bruce.

–Senhor, o intruso esta na janela. -a voz robótica soou novamente, como das outras vezes.

–De novo com essa historia Jarvis?! -Tony pareceu irritado com o alerta.

–Pensei que já tinha dado um jeito nisso, Tony... -riu Bruce.

–Haha – a risada soou irônica - Muito engraçado... Amanhã eu mexo nele... Não acredito que após esses anos, meu bebê deu problema! -os resmungos foram se afastando ate se perder dentre as conversar na sala.

Cuidadosamente, espiei sem que ele me visse. Dr. Banner estava deitado na cama, senti meu coração semimorto acelerar algumas batidas. Ele vestia apenas uma samba canção roxo escuro. Nada mais. Observei com olhos desejosos cada parte exposta de seu corpo, porém não era apenas o seu sangue que eu desejava naquele momento. Fiquei ali por algum tempo, o observando cair no mundo dos sonhos.

O que ele estaria sonhando?! Peguei-me pessando.

Não contive minha curiosidade, e me concentrei, deixando minha mente se unir a sua. Entretanto, tive dificuldades, não muitas, ele parecia ter uma certa resistência em sua mente. Com cuidado, eu a ultrapassei.

Em seus sonhos, vi meus olhos. Ele os fitava demoradamente, como se não existisse nada mais a não ser eles. Seu olhar desceu ate meus lábios. Onde aos poucos surgiu um sorriso. Eu sorria a ele, e isso pareceu o fazer muito bem.

Ele esticou seu braço como se quisesse me tocar, em seu sonho. Mas eu estava distante, apenas aparentava estar perto. Meu sorriso se desfez nesse momento. Ele estranhou isso, mas logo ocorreu algo, algo que ele parecia querer muito ver.

Meus olhos, eles mudaram para os olhos assustadores e vampirescos. Mas ele não recuou, apenas ficou encarando-os. Eu comecei a andar em direção a ele, porém ele sentia o perigo que eu exalava. No segundo seguinte me vi repetindo o ato de socar o Hulk, contudo dessa vez meu olhos ainda estavam de vampiros, não como na hora, cujo estavam normais.

Neste momento, me senti expulsa de sua mente

Dr. Banner abriu os olhos e fitou a frente, logo se voltou a mim ao ver minha sombra. Seu coração disparou consideravelmente, ele levou a mão para ligar o abajur. Essa fora minha deixa. Saltei da janela, entretanto vi que Tony no mesmo momento abriu a janela próxima, e me viu, eu acho.

Caminhei sem pressa de volta ao hotel.

Será que havia sido um erro deter o Hulk? Era estranho, afinal, havia salvado a vida daqueles policiais. E eu era a vilã. Me sentia estranha e confusa em relação a isso, mas não fiquei surpresa com o fato de que estava confusa. Ultimamente sentia que isso era comum. Ele me deixava num nível de confusão que temia um dia, perder o controle a tão longo tempo adquiridos de meus poderes.

Se eu perdesse por um minuto se quer, o controle de meus poderes, com certeza enlouqueceria. Lembro-me como foi à primeira vez em que meus poderes apareceram. Nunca esqueceria o desespero que tive naquele momento.

“Estava anoitecendo, o crepúsculo surgia ao horizonte pintando o céu. Tinha 5 anos de idade, mas já aparentava minha forma atual. Foi terrível. Pelo menos para mim. Foram em um segundo dezenas de pensamentos. Gritos, sussurros. Não havia como explicar aquilo que apenas eu ouvia. Eu gritava, todos aqueles pensamentos em minha mente faziam meu cérebro doer.”

Meu poder era parecido com o de meu pai e Edward Cullen. Eu lia mentes, mas não era só isso. Tinha uma capacidade de alcanço maior que a de Edward. Junto com a leitura de pensamentos, eu conseguia entrar na mente das pessoas, causar hipnotismo, telepatia em geral, e nos últimos séculos eu estava desenvolvendo a telecinética.

“Com grandes poderes vem grandes responsabilidades.” Tive que adquirir muito controle sobre tais técnicas, para não enlouquecer. Um dos motivos pelo o qual meu papa não queria me deixar ir, era devido meu “grande” poder. Eu honestamente não via como um poder, bom, às vezes. Ao contrario de meu pai, eu não usufruía deles. Não achava justo ficar entrando na mente das pessoas. Eu não negava que do hipnotismo eu usava até demais, era minha segunda “arma” na hora da caça, depois de meus sentidos e veneno exalado.

A água quente do chuveiro, assim como trouxe pensamentos e memórias, eles a levou, deixando-me menos pesada. Ainda com apenas a toalha ao meu corpo, fui até a janela do quarto e observei o sol nascendo radiante. Senti-me fraca a primeira vista, mas logo passou. Levantei meu braço e observei as escritas fracas na parte posterior do braço ficar levemente visíveis.

Esse era apenas mais um de meus segredos.


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Notas finais do capítulo

então, o que acharam?
o que esperam da fic?
o que acham da Poppy?
ate quarta ^~^
'3'