Seus Olhos escrita por Beatriz de Moraes Soares


Capítulo 13
Assuntos inacabados


Notas iniciais do capítulo

Oi garotas e garotos!

Gostaram da short? Bom, fiz esse capítulo e quis postar ele rapidinho. Estou sem beta e espero que vocês relevem os erros de digitação e ortográficos. Queria agradecer, atrasadíssima pela recomendação da linda da Carol Jackson! Obrigada, flor, eu me emocionei com sua recomendação!

NOVIDADE: Montei um grupo no WhatsApp com minhas leitoras e quem estiver interessada (o), só me passar o número de telefone por review ou mensagem privada.

Apreciem!



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Eu me arrumava no quarto, com as mãos trêmulas quando Meredith surge em meu quarto; linda, sexy e magérrima em um vestido vermelho escarlate, os olhos bem pretos e os lábios vermelhos que destacavam o branco de seus dentes perfeitos. Ela estava perfeita, como sempre:

– Já temos a rainha do baile desta noite! – brinco.

– Tolinha – responde em risinho – você está magnifica também!

– Besteira!

– Que merda é essa? – brinca Charlie entrando no quarto – papai pediu para avisar que os Fitzgerald chegaram, mas Meredith foi mais rápida que eu.

– Não, Charlie – diz Meredith – você nem me deu tempo pra isso.

– Bom, então já estão avisadas, desçam antes que mamãe as busque pelos cabelos! – Charlie dá meia volta e sai do quarto.

– Você já o viu? – pergunto ansiosa.

– Quem? – pergunta desentendida.

– Conrad – depois eu repito – Você já o viu?

– Sim, meus pais e eu chegamos juntos com os Fitzgerald.

– E como ele está? – pergunto inquieta.

– Ele está ótimo! Parece que tem malhado!

Por que ela disse isso?

– Não fisicamente, quero dizer... – eu digo, mas paro – deixe quieto, vamos embora logo.

Desço as escadas vagarosamente, caminho com mais lerdeza ainda no corredor que leva a sala de estar, quando chegamos lá está ele, em uma conversa animada com meu pai, mas quando me vê ele para no mesmo instante, se levanta e abre um sorriso enorme, faço o mesmo e ele abre seus braços, vou o mais rápido que posso ao se encontro me jogando em seus braços:

– Conrad! – sussurro enquanto seus braços me apertam.

– Valerie... – ele responde.

Ficamos ali por longos e incansáveis segundos e por fim ele sussurra algo que não entendo, mas tenho certeza que era algo sobre ser a hora de nos separarmos e então eu faço, ele me encara e eu faço o mesmo, mirando aqueles belos olhos verdes, parecia que nada havia acontecido, que ele ainda era o velho Con que sempre foi e eu era a mesma garota de antes.

Dou uma olhada rápida e realmente ele parecia mais forte, mais alto, mais cheiroso... Mais tudo! Oh céus!

– Tem lugar para mais um? – diz Meri e então aceno que sim com a cabeça e Conrad faz um gesto para ela se aproximar e ela vem.

– O Fab Three está de volta! – brinco dizendo o nome que costumava chamar nós três antigamente.

Mercedes nos chama dizendo que o jantar está pronto, mas antes cumprimento os pais de Conrad, os pais de Meredith e tenho uma surpresa ao ver Monise, a irmã mais velha de Meredith aqui. Faz muito tempo que não a vejo, não a vi no coquetel que os Pieruzzi fizeram de boas vindas à Peter e Meredith, mas segundo Meredith, Monise é assim, aparece quando quer e some com a mesma velocidade. Também vejo a irmã mais nova de Conrad, a pequena Alba, que aparentemente não já é mais tão pequena, pergunto a ela sua idade e com orgulho ela diz já ter doze anos, Conrad no mesmo instante vai até ela e começa a lhe fazer cócegas, irritando-a, tirando gargalhadas de todos nós.

Vamos à sala de jantar e Conrad faz questão de sentar ao meu lado, durante todo jantar há muita conversa e eu não lembrará a última vez que vi nossa mesa de jantar tão cheia como hoje, tudo parecia perfeito, todos que eu adoro estavam ali, menos uma pessoa não estava ali pare que minha felicidade estivesse completa: Eric.

Depois do jantar, como de costume fomos para a sala de jantar, nossos pais ficaram de um lado conversando, o motorista veio buscar Alba que estava exausta e queria voltar para casa, ficamos conversando eu, Mona, Meri, Charlie e Conrad. Depois de um tempo Charlie disse que ia se recolher também e Conrad não perdeu a oportunidade de frustrá-la como sempre fez:

– Mas já, Charlie Brown? – ele a chama pelo apelido que demos a ela há anos, ela fica vermelha e fuzila Conrad com raiva e sai pisando duro sem falar uma palavra – fiz algo errado?

– Ela odeia esse apelido – diz Meredith.

Ele ri.

– Então eu não fiz nada errado.

– Você não perde uma oportunidade, Conrad – disse Meri e Conrad dá de ombros um tanto irônico.

– Conrad, querido – diz a sra. Fitzgerald – já estamos indo para casa, vai nos acompanhar?

– Vou ficar mais um pouco – diz e então se vira para Meredith e eu – se vocês não se importarem.

– É... – Meredith diz fazendo uma careta cômica, com se não o quisesse.

– Vou ficar sim, mamãe – diz decidido e então dá um sorrisinho sedutor, se levanta e se despede de seus pais, dou um aceno para os pais de Conrad dando adeus a eles, Meredith faz o mesmo e antes que meus pais conduzam os pais de Conrad até a porta, Monise grita:

– Sr. e Sra. Fitz – diz se levantando rapidamente – podem me dar uma carona até o centro?

– Claro, Monise – a Sra. Fitzgerald sorri e então na ponta de seu salto, Monise corre em direção aos pais de Conrad.

Ele se vira para nós e diz estar com fome, vamos à sala de jogos e peço para Mercedes trazer um lanche para Conrad. Meri e Conrad começam a jogar snooker, eu fico apenas o observando, rindo de suas caras de frustação a cada encaçapada do adversário, era tão bom aquele sentimento, de que tudo parecia ser como antes, nós três, adolescentes inconsequentes e sem rumo. Então por volta de onze horas pedimos antes de Mercedes se deitar que ela trouxesse uísque para bebermos e alguns petiscos, de repente no meio de uma encaçapada Meredith comenta:

– Me surpreendi quando vi que você havia confirmado que viria, Con – comenta Meredith.

– O porquê da surpresa, Meri?

– Você agora é um empresário muito importante agora, pensei que não teria tempo de visitar as amigas.

– Primeiro, eu jamais perderia o casamento de Meredith Pieruzzi, eu nunca, nessa vida pensei que você casaria – ele da uma piscadela para ela – e eu vim a negócios para Londres, também. Estou fechando um negocio com um sócio londrino e vou aproveitar e já ficar para o casamento de você, minha deusa italiana – ele diz fazendo uma voz sexy provocativa.

Meri manda um beijo pelo ar para Conrad, ele o pego e o coloca em seu peito esquerdo, onde fica o coração, fazendo cara de apaixonado, começo a gargalhar e Conrad me olha e manda uma piscadela para mim:

– Chegue de galanteios, Conrad, estou muito bem comprometida e não me renderei aos seus encantos. – diz Meredith voltando à atenção no jogo de snooker.

– Por falar em comprometida, você não me falou desse maluco que você obrigou a casar-se com você!

– Engraçadinho – ri sem humor – Ele é o homem mais perfeito desse mundo, o americano mais lindo de todos! Meu Peter Harrson.

– Como o amor é lindo – comento ironicamente.

– Você não pode falar nada, Valerie – retruca Meredith – por falar nisso, onde o seu americano que não veio ao jantar hoje?

Seu americano? – pergunta Conrad deixando o jogo de lado e me encarando.

– É complicado...

– Descomplique – diz Meredith deixando seu taco no canto e me fuzilando.

Alô? Que americano? – pergunta Con mais uma vez.

– É o namorado da Val, Con. – explica Meredith – que por alguma razão desconhecida não veio para o jantar. E espero que Srta. Novack tenha uma desculpa plausível, pois sei muito bem que a Sra. Novack pediu para convidá-lo.

– Nós demos um tempo.

– Namorado? – pergunta Conrad confuso – você está namorando, Val?

– Por que deram um tempo? – pergunta Meri.

– Caramba, porque vocês me ignoram assim? – diz Conrad se jogando na poltrona no canto da sala.

– Perdoe-nos Conrad, é que... – eu digo e a dor é visível na minha voz

– Tudo bem, Val. Não precisa explicar – disse com a voz compreensiva, ela olha distraidamente para seu relógio e dois segundos depois arregala os olhos surpresa – Nossa está tarde, preciso ligar para Peter!

Conrad olhou para seu relógio também:

– Está tarde mesmo, quer carona Meri?

– Com certeza, só vou ao toalete e já volto para podermos ir – Meri guardou seu taco* e saiu em direção ao toalete.

Conrad começou a arrumar a mesa de bilhar e olhou para mim de canto:

– E então, você está namorando mesmo? – olhei pra seu rosto e ele fazia aquela carinha de dó e soltei um risinho – fiquei curioso, apenas – deu de ombros e voltou sua atenção na organização das bolas.

– Curiosidade ou... Ciúmes? – pergunto séria.

– Não sei – ele disse ficando sério também – Valerie, você ainda não disse nada.

– Por que não tenho o que dizer – digo envergonhada abaixando a cabeça.

– Valerie, eu fui um idiota e eu não consigo mais olhar para você e fingir que nada aconteceu, eu te abandonei quando você mais precisou de mim – suas palavras machucam, machucam muito e eu sinto as lágrimas descerem, mais e mais ele se aproxima, sentando ao meu lado, ele segura minhas mãos nas suas firmemente – eu fui um covarde, então, por favor, não seja boazinha comigo, eu não mereço!

– E o que quer que eu faça?

– Eu quero seu perdão, mas primeiro preciso que me odeie.

Levanto meus olhos que nesse momento devem estar vermelhos de tanto chorar, vejo e tudo que ele falou surge em minha cabeça, o abandono e a imensa dor que senti, todo o vazio de perdê-lo e a raiva... Ah a raiva! Do nada ela parece tomar conta de mim e de repente sinto meus cinco dedos se chocarem com o rosto de Conrad:

– Isso, Val! – ele insiste passando a mão no lugar atingido e se levantando, em seguida faço mesmo – diga o que você está sentindo, hã?

– Seu idiota! – berro indo para cima de Conrad e começando a dar vários tapas em seu corpo – você é idiota! Idiota! Você me machucou, machucou mesmo, sabe o quanto eu esperei que você voltasse e dissesse que iria passar o resto da vida comigo? MUITO! MUITO! MUITO! Eu te odeio! EU TE ODEIO CONRAD FITZGERALD! Maldito! MALDITO! – por fim dou um soco na sua cara e parece que realmente doeu, pois Conrad tomba para trás meio atordoado e pisca os olhos algumas vezes e cai em cima da poltrona – Con? Você está bem? – digo preocupada, indo em sua direção e ele ri sem graça.

– Você não consegue nem ao menos fingir não se preocupar?

– Idiota! – pego uma almofada e jogo em sua direção.

– Por que, Val? – ele pergunta sério se aproximando de mim.

– Porque eu te amo, Conrad – respondo com sinceridade, pois era verdade – você é meu irmão. Meu melhor amigo e apesar de tudo, eu sempre irei me preocupar com você.

Ele se aproxima mais, toca meu rosto e inclina sua cabeça e de repente estamos nos beijando. É um beijo rápido, porém intenso, pois junto dele milhares de lembranças vem junto: O nosso primeiro beijo, a nossa primeira vez, a sua partida e então lembranças mais profundas vem, quando nós éramos pequenos e ele me defendeu de um garoto que havia jogado terra em meu cabelo, quando comemos escondidos todo sorvete da geladeira, quando ele me ajudou a boiar pela primeira vez na piscina, quando ele disse pela primeira vez que me amava, na quarta série, quando tínhamos que fazer um poema sobre a pessoas que mais amamos e ele fez sobre sua família claro, mas sobre mim também, todos riram dele, mas ele não se importou, mas de repente todas essas lembranças foram ofuscadas por apenas uma: a primeira troca de olhares que tive com Eric Dawson.

Eric, meu Eric. Aquele que jamais desistiu de mim, que me quis mesmo depois de saber quem eu era e o que tinha e que me faz sentir completa com apenas um olhar. Empurro Conrad bruscamente e ele parece assustado:

– Me desculpe, me desculpe... Eu só... – ele disse – eu só queria saber se ainda existia...

– Existia o que?

– Aquela coisa que tínhamos antes.

– Coisa?

– Sabe, aquela magia quando nos beijávamos, aquela...

– Paixão?

– Isso – concorda – mas, pelo visto não existe mais.

– Não.

– Você gosta mesmo daquele tal americano?

– Mais do que tudo.

Ele sorri e me puxa para um abraço apertado:

– Então espero que ele cuide muito bem da minha Val, se não eu vou mandar ele e aquele sotaque americano dele pro inferno.

– Ei! – eu digo o empurrado e me desvencilhando de seu abraço – eu ainda não te perdoei.

– Perdoou sim.

Ele me puxa de volta e eu tenho certeza de que meu melhor amigo estava de volta.


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Notas finais do capítulo

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